As milícias anti-imigrantes que se expandem e preocupam a Europa:turn cbet percentage

turn cbet percentage Um estudo divulgado esta semana pela Agênciaturn cbet percentageDireitos Fundamentais da União Europeia (FRA, do nometurn cbet percentageinglês) constata que a violência contra imigrantes aumentou nos últimos doze meses no bloco e a tendência coincide com a expansãoturn cbet percentagemilícias urbanas que se apresentam como uma alternativa ante a "imobilidade" das autoridades locais.

"O perigoturn cbet percentageestruturas emergentesturn cbet percentageextrema-direita está crescendo. Grupos vigilantes recentemente criados surgiramturn cbet percentagemuitos países e se descrevem como organizações que promovem a segurança pública patrulhando as ruas", afirma o relatório.

A proliferação desses coletivos se explicaria por um crescente sentimento xenófobo, alimentado pela recente onda migratória e pelos atentados terroristasturn cbet percentageParis, há um ano, eturn cbet percentageBruxelas,turn cbet percentagemarço passado.

Não por acaso, seu principal alvo são imigrantesturn cbet percentageorigem árabe, "normalmente percebidos como autores ou simpatizantesturn cbet percentageataques terroristas ou como parteturn cbet percentageum movimentoturn cbet percentagerefugiados visto como uma ameaça à segurança" europeia, explica a FRA.

No entanto, ativistasturn cbet percentagedireitos humanos, jornalistas e políticos que se posicionam a favorturn cbet percentagerefugiados também estão sendo ameaçados e hostilizados.

Alemanha

Um caso emblemático é o do que está sendo chamado pelas autoridades da Alemanhaturn cbet percentage"Grupo Freital",turn cbet percentagereferência ao nome da cidade onde atuava, no leste do país.

Oito supostos membros do bando estão sendo julgados por tentativaturn cbet percentageassassinatoturn cbet percentageimigrantes e três ataques com bombas cometidos contra residênciasturn cbet percentagerefugiadosturn cbet percentage2015.

Os acusados são considerados como fundadoresturn cbet percentageuma "organização terroristaturn cbet percentageextrema-direita" que teria reunido até 1.200 simpatizantes com idades entre 18 e 39 anos.

Suas ações visam os 2.200 candidatos a asilo que se instalaram no ano passado entre os 40 mil habitantesturn cbet percentageFreital.

Em conversasturn cbet percentagevários canais abertosturn cbet percentagediferentes redes sociais, algumas delas criptografadas, membros do grupo se referiam a estrangeiros como "entidades biológicas defeituosas que devem ser aniquiladas", ameaçavam com "pendurá-los no primeiro poste" e se descreviam como "nazistas até o osso".

Hungria

Na Hungria, a FRA detectou atividadesturn cbet percentage"grupos vigilantes" nas fronteiras com a Sérvia entre julho e agosto passados.

Esses coletivos, dos quais ainda não há registroturn cbet percentagenomes, se organizam para bloquear a passagemturn cbet percentageimigrantes e empurrá-losturn cbet percentagevolta ao lado sérvio da fronteira, infringindo a legislação da União Europeiaturn cbet percentagematériaturn cbet percentageasilo.

De acordo com essa lei, nenhum imigrante pode ser repelidoturn cbet percentageuma fronteira europeia.

"Organizações não governamentais registraram múltiplos casosturn cbet percentageviolência nos quais candidatos a asilo e refugiados que tentavam entrar na Hungria, incluindo mulheres e crianças, eram golpeados, ameaçados e expostos a práticas humilhantes por esses grupos paramilitares antesturn cbet percentageser repelidos até a Sérvia", afirma a FRA.

Bulgária

Ao menos dois grupos similares foram identificados na Bulgária.

A União Militar Búlgara Vasil Levski e o Movimento Nacional Búlgaro Shipka se apresentam como "guardasturn cbet percentagefronteiras voluntários" dedicados à proteção das entradas do país frente à "invasão descontroladaturn cbet percentagemilhõesturn cbet percentageimigrantes do Oriente Próximo, África e Ásia".

Formados por cercaturn cbet percentage800 ex-policiais e militares, ambas organizações são acusadasturn cbet percentageperseguir, deter violentamente, hostilizar e expulsar ilegalmente imigrantes que atravessam algum ponto dos 249 quilômetrosturn cbet percentagefronteira búlgara com a Turquia.

Emturn cbet percentagepáginaturn cbet percentageinternet, os "patrulheiros voluntários" afirmam que a atual onda migratória "ameaça a segurança e a economia dos países europeus", "mina suas estruturas sociais", e "conduzirá à assimilação étnica-religiosa das nações europeias".

Os dois grupos dizem ser associados à formação alemã Pegida, à britânica Britain First e ao Knights Templar International, que têmturn cbet percentagecomum uma orientação islamofóbica e xenófoba.

A organizaçãoturn cbet percentagedefesaturn cbet percentagedireitos humanos Anistia Internacional acusa o governo búlgaroturn cbet percentagetolerar e incentivar as atividades desses "guardasturn cbet percentagefronteiras voluntários".

Mas o grupo mais conhecido é Soldadosturn cbet percentageOdin, que se apresenta como um coletivo determinado a proteger as cidades onde atua da "crescente insegurança" provocada pelos "intrusos islâmicos".

Criado na Finlândia,turn cbet percentageoutubroturn cbet percentage2015, por Mika Ranta, um autoproclamado defensor da "supremacia branca", a organização tem atualmente braços na Bélgica, França, Holanda, Suécia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Irlanda, Estônia e outros países.

Vestidos com jaquetas pretas estampadas com um capacete viking, símbolo do grupo, seus membros patrulham as ruas e intimidam indivíduos flagradosturn cbet percentageatitudes que consideram suspeitas.

"Se vemos alguém que se comporta mal, intervimos, dentro do respeito da lei", explica Ronald Kiewiet, líderturn cbet percentageum braço holandês do grupo, que admite que as ações visam principalmente imigrantesturn cbet percentageorigem árabe.

"Os candidatos a asilo aqui têm um comportamento intimidante com as mulheres", justificouturn cbet percentageentrevista a um jornal belga.

Não há registrosturn cbet percentagecrimes cometidos por Soldadosturn cbet percentageOdin, mas a organização está na mira das autoridades europeias.

"Documentos internos identificam candidatos a asilo e refugiados como grupos contra os quais eles devem lutar", afirma a FRA.

Nas páginas públicasturn cbet percentageredes sociais, a maioria das filiais internacionais do grupo rejeita acusaçõesturn cbet percentagetendências neonazistas, xenófobas ou ligação com o crime organizado e publica fotos realizando campanhasturn cbet percentageações cívicas, como limpezaturn cbet percentagemargensturn cbet percentagerios e distribuiçãoturn cbet percentagecomida a sem-tetos.

Só na Finlândia o grupo reúne maisturn cbet percentage500 integrantes e quase 47 mil simpatizantes emturn cbet percentagepágina no Facebook.

Responsabilidade

O relatório da FRA não estabelece uma relação diretaturn cbet percentageculpa, mas revela numerosos episódiosturn cbet percentageviolência contra imigrantes nos países onde as milícias urbanas estão presentes.

Em 2015, 47 ataques contra centrosturn cbet percentagerecepçãoturn cbet percentagerefugiados foram registrados na Finlândia e 50 na Suécia, incluindo lançamentoturn cbet percentagegranadas, incêndios voluntários, vandalismo e ameaças diretas a indivíduos. A maioria deles teria sido coordenadaturn cbet percentagegruposturn cbet percentagediscussãoturn cbet percentageextrema-direita na rede social Facebook.

Na Alemanha, os ataques contra centrosturn cbet percentagerefugiados aumentaramturn cbet percentage203turn cbet percentage2014 para 1.031turn cbet percentage2015. Este ano já somam 735,turn cbet percentageacordo com dados publicados pelo Parlamento.

Já na Holanda, a polícia nacional notificou 53 incidentes discriminatórios contra refugiados no ano passado.

A FRA ressalta que a realidade pode ser ainda pior, já que muitos incidentes não são denunciados e a maioria dos países não reúne estatísticas sobre crimesturn cbet percentageódio ou especifica quando os ataques visam imigrantes.

A agência acusa a classe políticaturn cbet percentagefomentar o atual climaturn cbet percentageódio com uma "retórica sobre imigrantes que faz referência aturn cbet percentagesuposta religião muçulmana e o risco que isso representaria para os valores e tradições europeus".

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que exerce até janeiro a presidência semestral da UE, repetiuturn cbet percentagediversas ocasiões este ano que "o Islã não tem lugar"turn cbet percentageseu país.