Como os satélites artificiais podem estar cegando nossa visão do Universo:bonus de 50 galera bet
- Eva Ontiveros
- Serviço Mundial da BBC

Crédito, Rubin Observatory/NSF/AURA
O Observatório Vera Rubin esperava se beneficiar do céu limpo no Vale do Elqui, no Chile
bonus de 50 galera bet Imagine ser um astrônomo: passar horas observando novos planetas e estrelasbonus de 50 galera betgaláxias distantes, coletando dados dos confins do Universo conhecido pelo homem, monitorando cometas.
Seu horizonte é tão amplo quanto o próprio espaço; você tem alguns dos mais poderosos — e caros —telescópios do mundo àbonus de 50 galera betdisposição... E, ainda assim, algo te impedebonus de 50 galera betfazer seu trabalho.
Isso é exatamente o que acontece com Megan Donahue, que estuda aglomeradosbonus de 50 galera betgaláxias e dá aulabonus de 50 galera betAstrofísica na Universidade Estadual do Michigan, nos Estados Unidos.
"Ter 100 mil 'estrelas' luminosas, brilhantes ebonus de 50 galera betmovimento no céu causa um estrago", diz ela, se referindo à nova frotabonus de 50 galera betsatélites lançada para orbitar nosso planeta que já está criando megaconstelações artificiais.
Donahue também preside a Sociedade Americanabonus de 50 galera betAstronomia, cujo relatório mais recente concluiu que "alguns fenômenos certamente não serão descobertos como resultadobonus de 50 galera betuma interferência significativa".
Mas que tipobonus de 50 galera betobservação vital corremos o riscobonus de 50 galera betperder?
"Nós monitoramos os céusbonus de 50 galera betbuscabonus de 50 galera betasteroides a caminhobonus de 50 galera betnós", diz ela. "A existência humana estábonus de 50 galera betjogo."
Houston, temos um problema.
'Está arruinando minha pesquisa'

Crédito, Getty Images
O foguete Falcon 9, da SpaceX, lançadobonus de 50 galera betjaneirobonus de 50 galera bet2020 transportando 60 satélites Starlink
Nas últimas semanas, dificilmente passou um dia sem que mais um satélite tenha sido lançado por uma companhia privada.
A empresa aeroespacial americana Space X já colocoubonus de 50 galera betórbita 650 satélites Starlinkbonus de 50 galera betuma frotabonus de 50 galera bet12 mil. A empresa globalbonus de 50 galera betcomunicações OneWeb enviou 74bonus de 50 galera bet48 mil previstos. E a Amazon afirma que quer lançar 3.236 satélites próprios.
Uma vez que fizerem isso, essas três empresas sozinhas serão responsáveis por maisbonus de 50 galera bet63 mil novos satélites que vão se somar aos que já estãobonus de 50 galera betórbita.
E isso sem levarbonus de 50 galera betconta que outras empresas na Rússia, China ebonus de 50 galera betoutros lugares do mundo também estão planejando lançar seus próprios dispositivos.
Em teoria, isso deveria ser uma notícia boa — o principal objetivobonus de 50 galera bettodo esse maquinário voando por aí é melhorar as telecomunicações na Terra.
Mas há um lado obscurobonus de 50 galera better essas megaconstelaçõesbonus de 50 galera betsatélites artificiais: elas cegam os astrônomos.
Alguns segundos do brilhobonus de 50 galera betum satélite podem mandar anosbonus de 50 galera betpesquisa para o lixo, diz Donahue.
Devemos nos preocupar?

Crédito, Getty Images
Um satélite bem posicionado pode salvar inúmeras vidas, mas o que acontece se houver muitos?
Sim, porque o que você aprende estudando galáxias remotas (de que matéria é feita,bonus de 50 galera betdensidade e gravidade) pode abrir caminho para uma tecnologia mais avançada e uma vida mais confortável para todos.
Mas, para fazer isso, Donahue precisa primeiro capturar algumas das luzes mais fracas que você possa imaginar — com a ajuda dos telescópios mais especializados.
E este equipamento é extremamente vulnerável a fontesbonus de 50 galera betluz artificiais.
"Enquanto estou tentando acessar a luz fracabonus de 50 galera betgaláxias a bilhõesbonus de 50 galera betanos-luzbonus de 50 galera betnós, os satélites artificiais criam enormes rastrosbonus de 50 galera betluz superexpostabonus de 50 galera betimagens muito sensíveis", explica Donahue.
Em outras palavras, suas delicadas imagens são queimadas pelo brilho do satélite.
Às vezes, "a exposição completa, geralmentebonus de 50 galera betvários minutos, é arruinada e afeta até as exposições subsequentes usando o mesmo dispositivo", acrescenta.
Intromissão 'catastrófica para a astronomia'

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Satélites artificiais poluem os céus com rastrosbonus de 50 galera betluz solar refletida, eclipsando 'a luz fracabonus de 50 galera betgaláxias a bilhõesbonus de 50 galera betanos-luzbonus de 50 galera betnós'
Podemos dizer que os satélites artificiais estão fazendo ''photobombing'' (atobonus de 50 galera betarruinar uma foto com uma intervenção planejada ou acidental) nas pesquisas astronômicas?
"Sim, é uma maneirabonus de 50 galera betver as coisas", diz Donahue.
"Estão literalmente criando uma terrível cercabonus de 50 galera betluz que impede a ciênciabonus de 50 galera betestudar o Universo: planetas, asteroides, estrelas, galáxias, tudo!"
Uma grande vítima poderia ser o Observatório Vera Rubin (VRO, na siglabonus de 50 galera betinglês) — anteriormente conhecido como LSST — que ainda estábonus de 50 galera betconstrução no Vale do Elqui, no Chile, local escolhido pelo céu imaculado.
"Este novo telescópio é da mais alta prioridade para os Estados Unidos e será tragicamente comprometido por esses satélites", diz Donahue.
"É necessário tomar uma atitude para torná-los menos catastróficos para a astronomia."
'A existência humana estábonus de 50 galera betjogo'

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A cratera Lonar e seu lago salino no estado indianobonus de 50 galera betMaharashtra — a marcabonus de 50 galera betum asteroide que atingiu a Terra há cercabonus de 50 galera bet50 mil anos
Mas não é apenas seu trabalho que pode ser afetado. "A existência humana é uma das coisasbonus de 50 galera betjogo", afirma Donahue. "Nós monitoramos os céusbonus de 50 galera betbuscabonus de 50 galera betasteroides e cometas a caminho".
A probabilidadebonus de 50 galera betum deles atingir a Terra é muito baixa, mas ainda assim é uma possibilidade.
Apenasbonus de 50 galera betsetembro passado, dois asteroides com aproximadamente metade do tamanho da Torre Eiffel passaram por nosso planeta a uma velocidadebonus de 50 galera bet13 km/s (rápido o suficiente para percorrer a distânciabonus de 50 galera betNova York a Londresbonus de 50 galera betpouco maisbonus de 50 galera betsete minutos).
A Nasa classifica esses tiposbonus de 50 galera betrochas espaciais como Objetos Próximos à Terra (NEO, na siglabonus de 50 galera betinglês) e diz que eles são "potencialmente perigosos", porque há uma chancebonus de 50 galera betque suas órbitas se aproximembonus de 50 galera betuma rotabonus de 50 galera betcolisão com a Terra no futuro.
É por isso que a Nasa também monitora constantemente muitos outros asteroides que são considerados um risco — embora as chancesbonus de 50 galera betatingirem a Terra ainda sejam muito pequenas — e tem um plano para tira-los do nosso caminhobonus de 50 galera betcasobonus de 50 galera betnecessidade.
Mas é por isso que receber um alerta antecipado aumenta seriamente as chancesbonus de 50 galera betsobrevivência, diz Donahue. Quanto mais cedo você detectar um objeto se movendo embonus de 50 galera betdireção, maiores serão suas chancesbonus de 50 galera betevitar uma colisão catastrófica.
Poluição do céu noturno
"Quem é o dono do céu e quem deve ter voz para decidir quem coloca luzes brilhantes nele?", questiona Donahue.
As empresas que lotam o espaço com satélites artificiais "arruínam a escuridão para todos na Terra."
Além do risco existencial, podemos perder também inúmeras descobertas emocionantes — e úteis —, acrescenta ela, uma "perda irreversível permanentebonus de 50 galera betoportunidades".
Mas será que os satélites poderiam ser enviados para uma órbita menos problemática?
"Mesmo se cada uma dessas empresas concordassebonus de 50 galera betusar apenas órbitas baixas da Terra (cercabonus de 50 galera bet500-600 kmbonus de 50 galera betaltitude)", diz Donahue, "esses objetos podem ser visíveis, refletindo a luz solar lá no alto do espaço, por horas antes do Sol nascer e depois do pôr-do-sol".

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'Estou tentando acessar a luz fracabonus de 50 galera betgaláxias a bilhõesbonus de 50 galera betanos-luzbonus de 50 galera betnós', diz astrônoma
E se essas empresas optassem por usar órbitasbonus de 50 galera betgrande altitude? "Aí o problema é ainda pior. Para um observatório como o Vera Rubin, haverá contaminantesbonus de 50 galera betquase todas as imagens registradas nesse período da noite", diz ela.
E não se trata apenas do que acontece no Chile. A questão tem um impacto internacional.
Lembra da primeira imagem registradabonus de 50 galera betum buraco negro a 500 milhõesbonus de 50 galera bettrilhõesbonus de 50 galera betkm da Terra? Nenhum telescópio neste planeta é grande o suficiente para capturar certas coisas que são muito grandes, muito distantes ou ambos.
Mas se você conectar vários dos maiores telescópios ópticos disponíveis ao redor do planeta — como fizeram para o projeto do buraco negro — você está efetivamente criando um megaobservatório, que se alimenta dos dados uns dos outros, assim como do que eles podem registrar, mapeando os céusbonus de 50 galera betum grau que não era possível antes.
"O VRO é partebonus de 50 galera betum sistemabonus de 50 galera betobservatórios", explica Donahue, e outros observatórios terrestres enormes, como os Extremely Large Telescopes (ELTs) e os Giant Magellan Telescopes, contarão com as descobertas do VRO.
Do Chile à Índia, se um projeto falhar, muitos outros estarão ameaçados.
"Não é apenas um observatório, um lugar", afirma a astrônoma, "novos observatórios espaciais como o Euclid e o Nancy Roman Telescope têm planejado fazer uso dos incríveis conjuntosbonus de 50 galera betdados que vão sair do VRO."
Ela lembra que, no fim dos anos 1960, o medobonus de 50 galera betuma guerra nuclear levou muitos países a assinar algumas leis para regulamentar o uso do espaço e evitar uma catástrofe nuclear, e há alguns regulamentos internacionais limitados sobre o usobonus de 50 galera betradiofrequência, "mas não há nada no direito internacional que regule diretamente a luz solar refletida".
O futuro da astronomia... e do planeta

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'O que diabos é energia escura, afinal? Se estivermos presos a laboratórios na Terra, nunca vamos descobrir!', diz Donahue
Se há tantos satélites rondando a Terra, quanto tempo vai levar até estarmos cercados por lixo espacial? "Já estamos cercados por um poucobonus de 50 galera betferro-velho", diz Donahue.
"Há muitas coisas pequenasbonus de 50 galera betórbita sendo rastreadas pela Nasa e outras agências interessadasbonus de 50 galera betnão colidir com foguetes abandonados."
"No entanto, essas dezenasbonus de 50 galera betmilharesbonus de 50 galera betsatélites previstos são muito maiores e mais brilhantes do que o lixo que está lá agora. As colisões são uma preocupação sempre", acrescenta.
Mas Donahue quer ser otimista quanto ao futuro. "Cientificamente, alguns dos nossos maiores avanços na física fundamental vêmbonus de 50 galera betestudos do céu, e do céu noturnobonus de 50 galera betparticular", afirma.
"Compreender a natureza da matéria, a gravidade, os buracos negros, o início dos tempos, a produção dos elementos e a existência da energia escura, que representa cercabonus de 50 galera bet70% da massa-energia do Universo…"
"O que diabos é energia escura, afinal? Se estivermos presos a laboratórios na Terra, nunca vamos descobrir!"
"Espero que possamos chegar a alguma regulamentação, para que as futuras gerações tenham a mesma visão (ou até melhor!) do céu que a gente", acrescenta.
"Minha esperança está no fatobonus de 50 galera betque os engenheiros e até mesmo os líderes dessas empresas não são tão diferentes dos astrônomos e engenheirosbonus de 50 galera betobservatórios: somos todos nerds do espaço, muitosbonus de 50 galera betnós fazemos isso porque amamos o espaço."
Para começar, a solução pode estar nas mãosbonus de 50 galera betquem criou essa bagunça.
"O mesmo tipobonus de 50 galera betpessoa que projeta e constrói espaçonaves e observatórios deve aceitar o desafiobonus de 50 galera betinovar diante dos limitesbonus de 50 galera bettempo, custo e espaço."
Então será que a astronomia (e a vida na Terra) vão sobreviver a isso? "Talvez algumas pessoas decidam que não querem ser lembradas pelo fim da astronomia como conhecemos hoje", avalia Donahue.
"E só posso ter esperançabonus de 50 galera betque isso seja um excelente incentivo para fazer a coisa certa."

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