Cloroquina: estudo brasileiro 'padrão ouro' reforça evidências mundiaisfreebet logoque medicamento é ineficaz, dizem autores:freebet logo

Cartelafreebet logocomprimidos e caixa escrito 'hidroxicloroquina', com painel escrito 'coronavírus' atrás

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em estudo clínico brasileiro, usofreebet logohidroxicloroquina não mostrou benefícios no tratamento para covid-19 e foi associada a efeitos colaterais mais frequentes

Neste caso, 667 pessoas com quadros leves ou moderadosfreebet logocovid-19 foram divididasfreebet logotrês grupos: um que recebeu hidroxicloroquina associada à azitromicina (217 pessoas); outro que recebeu apenas hidroxicloroquina (221 pessoas); e o grupo controle, que recebeu apenas o tratamento padrão para a doença (229), o que fica a cargo dos médicos. A maioria dos pacientes teve confirmaçãofreebet logocovid-19 pelo chamado teste molecular, ou PCR, mas alguns tiveram pelo critério clínico (sintomas avaliados por médicos).

Usando uma escala com sete possíveis desfechos para estes casos (confira abaixo) após o início do tratamento (com duraçãofreebet logosete dias), os pesquisadores concluíram que a hidroxicloroquina sozinha ou associada à azitromicina praticamente não fez diferença no curso da doença.

Ao 15º dia após o início dos tratamentos, os pacientes foram classificados por seu estadofreebet logosaúde segundo avaliação dos médicos —freebet logouma escala que vai das situações mais tranquilas às mais graves por causa da covid-19:

  • 1. Pacientefreebet logocasa sem limitações às atividades habituais;
  • 2. Pacientefreebet logocasa com limitações às atividades habituais;
  • 3. Paciente hospitalizado sem necessidadefreebet logooxigênio;
  • 4. Pacientes hospitalizado com necessidadefreebet logooxigênio;
  • 5. Pacientes hospitalizado necessitandofreebet logoventilação mecânica não invasiva ou cânulafreebet logoalto fluxo;
  • 6. Paciente hospitalizado necessitandofreebet logoventilação mecânica invasiva;
  • 7. Óbito.

Os percentuaisfreebet logopacientesfreebet logocada nível da escala foram muito semelhantesfreebet logotodos os três grupos, mostrando a indiferença dos tratamentos testados. Por exemplo, na classificação 1, a mais leve, estavam 69% dos pacientes que receberam hidroxicloroquina e azitromicina; 64% dos que receberam apenas hidroxicloroquina; e 68% daqueles no grupo controle. Na faixa 7,freebet logoóbito, a distribuição foi respectivamente 2%, 3% e 3% entre os pacientesfreebet logocada grupo.

Coautor do estudo e médico do Hospital Sírio-Libanês (um dos fundadores da coalizão), Luciano Cesar Pontesfreebet logoAzevedo afirma que esta escala é sugerida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma métrica para pesquisas com a covid-19, ainda mais para estudos multicêntricos como esse — que envolveu 55 hospitais pelo Brasil.

No mundo, já foram publicados outros estudos RCT com a hidroxicloroquina e com a cloroquina — da qual a primeira é um derivado —, mas poucosfreebet logorevistas renomadas com revisão dos pares (ou peer review, uma avaliação e aprovação independente do trabalho por especialistas da mesma área), envolvendo centenasfreebet logopacientesfreebet logovários hospitais ao mesmo tempo, como é o caso do estudo brasileiro.

"Um estudo multicêntrico tem a vantagemfreebet logoaumentar a reprodutibilidade do estudo — ou seja, a capacidade do resultado ser generalizável é grande. Quando se tratafreebet logoapenas um hospital, os resultados podem estar sujeitos às características daquele local. Já um estudo multicêntrico inclui hospitaisfreebet logoexcelência, outros com estruturas não tão boas... Isso torna os resultados mais representativos da realidade", explica Azevedo, que tem doutoradofreebet logomedicina pela Universidadefreebet logoSão Paulo (USP).

Tela com eletrocardiograma

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, 'Quem vai tomar estes remédios e fazer eletrocardiograma todo diafreebet logocasa? Isso nos preocupa', diz a médica Leticia Kawano-Dourado sobre usofreebet logocloroquina sem indicação médica,freebet logocomparação com o controle que se temfreebet logoestudos clínicos

Dificuldadefreebet logoencontrar pacientes que não tivessem já tomado cloroquina

A publicação no New England Journal of Medicine mostra também que, alémfreebet logonão terem mostrado benefícios, os tratamentos testados foram associados a efeitos adversos mais frequentes, principalmente aumento do chamado intervalo QT, um sinalfreebet logomaior risco para arritmia detectado por eletrocardiograma; e aumentofreebet logoenzimas TGO/TGP no sangue, alteração que pode indicar lesão no fígado.

Leticia Kawano-Dourado, também coautora e médica no hospital HCor (que faz parte da coalizão), explica que a equipe acompanhou os pacientes testados muitofreebet logoperto, fazendo eletrocardiograma, exames e consultas frequentes.

"O ambientefreebet logoensaio clínico é muito controlado para não oferecer riscos para o paciente. Diferente da vida real. Quem vai tomar estes remédios e fazer eletrocardiograma todo diafreebet logocasa? Isso nos preocupa", diz a médica, referindo-se ao uso da cloroquina sem indicação médica, como tem sido observado na pandemia.

Os autores citam no artigo, inclusive, a dificuldade que tiveram para encontrar pacientes que não tivessem já tomado a cloroquina — o uso na véspera atrapalharia os experimentos, por isso pessoas que tivessem tomado recentemente o medicamento não foram recrutadas.

"O estudo começou a recrutar pacientes no finalfreebet logomarço, então pegamos a empolgação da cloroquina. Foi muito difícil encontrar pessoas que não tivessem tomado o remédio,freebet logovárias partes do país", conta Kawano-Dourado, que tem doutoradofreebet logopneumologia e participou ativamente do recrutamentofreebet logopacientesfreebet logoSão Paulo.

A médica destaca que artigos científicos não devem ser encarados isoladamente — mas justamente, no conjuntofreebet logotrabalhos que têm sido publicados, ela avalia que o estudo brasileiro vai ao encontrofreebet logooutros mostrando a ineficácia e faltafreebet logosegurança da cloroquina no tratamento da covid-19.

"Nosso estudo não é uma balafreebet logoprata, mas um tijolinho na construção do conhecimento sobre este tema", resume.

"Estamos vendo resultados se reproduziremfreebet logolugares diferentes, com pacientes diferentes, práticas clínicas diferentes. A reprodutibilidade dos achados vai dando força (a esta intepretação). Com isso, nossos resultados são um sinal, e não um ruído."

Kawano-Dourado cita estudos recentes refutando os benefícios da cloroquina, como um publicado na Annals of Internal Medicine na semana passada, ou o próprio projeto Solidarity, coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que decidiu deixarfreebet logofazer testes com a cloroquina por seus riscos e evidênciasfreebet logoineficácia.

Luciano Cesar Pontesfreebet logoAzevedo explica ainda que, inicialmente, a intençãofreebet logoassociar a hidroxicloroquina à azitromicina era verificar se a junção potencializava os efeitosfreebet logoambos medicamentos. Mas, segundo ele, o fatofreebet logoa dupla e nemfreebet logoa hidroxicloroqiuna mostrarem benefícios afasta ainda mais o potencial da cloroquina para tratar a covid-19.

"Havia uma discussão sobre se a azitromicina poderia ser benéfica associada à cloroquina — mas temos que lembrar que este estudo começou a ser desenhadofreebet logomarço, então naquele momento sabíamos muito menos coisas do que hoje", diz o médico.

"A azitromicina é um antibiótico, mas tem também efeito anti-inflamatório. Ela continua sendo usadafreebet logohospitais para a covid-19, porque é considerada bastante segura. Mas, temos visto, como no nosso estudo, que ela também não traz benefícios."

As outras oito linhasfreebet logopesquisa da coalizão incluem também a hidroxicloroquina, usadafreebet logocircunstâncias diferentes, comofreebet logocasos mais graves; e ainda outros medicamentos, como a dexametasona e tocilizumab. Depois desta estreia no New England Journal of Medicine, há outras publicações da coalizão no forno que podem sair nos próximos meses.

A coalizão foi formada pelo Hospital Israelita Albert Einstein; HCor; Hospital Sírio-Libanês; Hospital Moinhosfreebet logoVento; Hospital Alemão Oswaldo Cruz; a Beneficência Portuguesafreebet logoSão Paulo; o Brazilian Clinical Research Institute (BCRI); e a Rede Brasileirafreebet logoPesquisafreebet logoTerapia Intensiva (BRICNet).

O estudo foi financiado pela coalizão e pela farmacêutica EMS Pharma e passou por aprovações da Comissão Nacionalfreebet logoÉticafreebet logoPesquisa (Conep) e da Agência Nacionalfreebet logoVigilância Sanitária (Anvisa).

Línea

freebet logo Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube freebet logo ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosfreebet logoautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticafreebet logousofreebet logocookies e os termosfreebet logoprivacidade do Google YouTube antesfreebet logoconcordar. Para acessar o conteúdo cliquefreebet logo"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdofreebet logoterceiros pode conter publicidade

Finalfreebet logoYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosfreebet logoautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticafreebet logousofreebet logocookies e os termosfreebet logoprivacidade do Google YouTube antesfreebet logoconcordar. Para acessar o conteúdo cliquefreebet logo"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdofreebet logoterceiros pode conter publicidade

Finalfreebet logoYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosfreebet logoautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticafreebet logousofreebet logocookies e os termosfreebet logoprivacidade do Google YouTube antesfreebet logoconcordar. Para acessar o conteúdo cliquefreebet logo"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdofreebet logoterceiros pode conter publicidade

Finalfreebet logoYouTube post, 3