Como mutação genéticafreebet sem depósitouma única criança deu origem a doença que afeta milhõesfreebet sem depósitopessoas:freebet sem depósito

  • Nalina Eggert
  • Da BBC News
Ilustraçãofreebet sem depósitocélular falciformes (à esq.)

Crédito, Science Photo Library

Legenda da foto,

Anemia falciforme ganhou esse nome por causa da deformação que causa nos glóbulos vermelhos, dando-lhes formatofreebet sem depósitofoice

freebet sem depósito A anemia falciforme pode não ser tão conhecida quanto doenças como a Aids, a turberculose e a febre amarela, mas afeta milhões no mundo todo.

Segundo a Fundação Sickle Cell Disease, da Califórnia, nos EUA, cerca 250 milhõesfreebet sem depósitopessoas carregam o gene, que, se herdado do pai e da mãe, gera a enfermidade. Cercafreebet sem depósito300 mil crianças nascem todo ano com anemia falciforme.

Uma das doenças genéticas mais comuns do mundo, ela é caracterizada por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e adquirem o aspectofreebet sem depósitouma foice. Essa deformidade faz com que eles endureçam, dificultando a passagem do sangue pelos vasos e a oxigenação dos tecidos. Pode causar dor forte, anemia crônica e prejudicar órgãos vitais.

Um estudo recente conduzido por pesquisadores do americano Center for Research on Genomics and Global Health (CRGGH), feito com base na análise do genomafreebet sem depósito3 mil pessoas, liga a anemia falciforme a uma mutação genética que teria se manifestadofreebet sem depósitoapenas uma criança há pouco maisfreebet sem depósito7 mil anos.

Efeito colateral

A história da doença é um exemplofreebet sem depósitocomo uma coisa boa acabou tendo péssimas consequências.

Há milharesfreebet sem depósitoanos, quando o deserto do Sahara era uma área úmida e chuvosa, coberta com uma floresta, uma criança nasceu com uma mutação genética que lhe deu imunidade à malária.

A doença era tão mortal há milharesfreebet sem depósitoanos quanto é hoje – nos dias atuais a malária mata uma criança a cada dois minutos.

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Em um ambiente que era habitat dos pernilongos que carregam a doença, essa mutação deu grande vantagem a essa criança, que viveu, cresceu e teve filhos.

Seus filhos herdaram a mutação e, graças à imunidade, se espalharam e se reproduziram. Até hoje, as pessoas que têm o gene são mais resistentes à malária.

Mas é aí que entram as más consequências: se uma pessoa herda o gene com aquela mutaçãofreebet sem depósitoambos os pais, ela pode acabar desenvolvendo anemia falciforme, moléstia que resultafreebet sem depósitofortes dores e diversas complicaçõesfreebet sem depósitosaúde. Entre eles problemas pulmonares e cardiovasculares, dores nas articulações e fadiga intensa.

E, para piorar, quem herda os genes dos dois pais perde a proteção que eles têm contra a malária.

Em um estudo publicado na semana passada na revista científica American Journal of Human Genetics, os cientistas Daniel Shriner and Charles Rotimi apresentaram a descoberta sobre a origem da doença feita após uma análise do genomafreebet sem depósitocercafreebet sem depósito3 mil pessoas, das quais 156 tinham anemia falciforme.

Ambos são pesquisadores do Center for Research on Genomics and Global Health, entidade ligada ao National Institutes of Health (NIH) - uma reuniãofreebet sem depósitocentrosfreebet sem depósitopesquisa que formam a agência governamentalfreebet sem depósitopesquisa biomédica do departamentofreebet sem depósitoSaúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.

Os pesquisadores dizem que rastrearam a mutação 7,3 mil anos atrás e descobriram que ela começoufreebet sem depósitoapenas uma criança.

Por que isso importa?

Segundo Rotimi, a descoberta ajuda na classificação da doença. "Possibilita aos médicos um entendimento melhor sobre como classificar pacientes doentesfreebet sem depósitoacordo com a severidade da enfermidade", diz ele à BBC.

Isso pode ajudar a melhorar o tratamento clínico oferecido às pessoas, segundo ele. Não há cura para a anemia falciforme. Os portadores da doença precisamfreebet sem depósitoacompanhamento médico constante para garantir a oxigenação adequada nos tecidos, prevenir infecções e para controlar as crisesfreebet sem depósitodor.

No entanto, um dos médicos mais proeminentes no estudo da doença - Frederick B. Piel, do Imperial College,freebet sem depósitoLondres - afirmou ao jornal americano The New York Times que gostariafreebet sem depósitover estudos mais abrangentes para checar se eles chegam à mesma conclusão.

Células falciformes foram descobertas pela primeira vez nos Estados Unidos,freebet sem depósitopessoas com ascendência africana, mas também são comunsfreebet sem depósitopovos do Mediterrâneo, do Oriente Médio efreebet sem depósitopartes da Ásia.

Até agora os cientistas identificavam os diversos tipos da doença usando grupos separadosfreebet sem depósitoacordo com etnia e língua, o que, na verdade, segundo Rotimi, não ajuda a entender a doença do pontofreebet sem depósitovista clínico.

Ilustraçãofreebet sem depósitocélulas normais (á esq.) e falciformes (à dir.)
Legenda da foto,

Glóbulos vermelhos mal formados causam diversos problemasfreebet sem depósitosaúde | Foto: Science Photo Library

Por décadas os cientistas se perguntam se a mutação aconteceu apenas uma vez e se espalhou ou se diversas crianças não relacionadas desenvolveram a mutação separadamente.

Mas Shriner e Rotimi descobriram que as pessoas que eles analisaram tinham mutações genéticas muito parecidas. Pessoas do Quênia,freebet sem depósitoUganda, da África do Sul e da República Centro Africana tinham genes tão similares que se encaixariamfreebet sem depósitoum padrão compatível com a distribuição da mutação através da migração do povo bantu.

Os bantu se espalharam do oeste da África para o leste e para o sul há cercafreebet sem depósito2,5 mil anos.

Rotimi dá risada ao ser questionado pela BBC se está 100% seguro sobre os resultadosfreebet sem depósitosua pesquisa.

"Como cientista é sempre uma péssima ideia dizer que uma conclusão é definitiva. Eu nunca assumo a posiçãofreebet sem depósitoque existe uma resposta definitiva", diz ele.

"Mas as informações que temos hoje deixam bem claro que não é possível sustentar, no momento, a teoriafreebet sem depósitouma origem múltipla para a mutação."

Estudos maiores podem ou não trazer o mesmo resultado. Por enquanto, no entanto, a imagem que fica éfreebet sem depósitouma criança que nasceu com sorte e espalhou seus genes para descendentes no mundo todo – que podem não ter a mesma sorte que ela.