'Selfie acadêmica': Os pesquisadores que usam a si mesmos como basecasa de aposta brasileiraestudos:casa de aposta brasileira
- Matt Pickles
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Pesquisadores usam suas experiências pessoais como basecasa de aposta brasileiraestudos
casa de aposta brasileira Estaria a cultura do selfie - a cultura do "eu" - se alastrando pelo campo das pesquisas acadêmicas? E seria essa uma forma válidacasa de aposta brasileirausarmos nossa experiência pessoal como base para estudos científicos?
Esse métodocasa de aposta brasileirapesquisa foi apelidadocasa de aposta brasileiramesearch (forma híbrida que une as palavras inglesas me e research,casa de aposta brasileiraportuguês, "eu" e "pesquisa"). Cada vez mais popular internacionalmente, ele desperta opiniões fortes no mundo acadêmico.
Em mesearch - chamada,casa de aposta brasileiracírculos científicos,casa de aposta brasileiraautoetnografia - o pesquisador usacasa de aposta brasileiraexperiência pessoal para resolver questões acadêmicas.
Críticos dizem que o método não é científico e o qualificamcasa de aposta brasileira"narcisismo acadêmico".
Afirmam também que ele é partecasa de aposta brasileiraum fenômeno muito novo - um jeito um pouco mais sofisticadocasa de aposta brasileiratirarmos uma selfie, assistirmos reality shows ou postarmos nossas ideias na redes sociais.
Críticas à parte, a autoetnografia está sendo usadacasa de aposta brasileiravários campos científicos, como a Sociologia, Educação e Psicologia. Estudos assim vêm sendo publicadoscasa de aposta brasileirarevistas científicas sérias e o método está sendo ensinadocasa de aposta brasileirauniversidades americanas.
Espelho
O termo autoetnografia data da décadacasa de aposta brasileira1970.
Um dos primeiros estudos baseados no método analisou o tratamentocasa de aposta brasileiraum bloqueio mental que impedia o autor do estudocasa de aposta brasileiraescrever - o fatocasa de aposta brasileirao artigo ter sido publicado indica que o acadêmico conseguiu superar o problema.
Enquanto a maioria das pesquisas qualitativas se baseiacasa de aposta brasileiraentrevistas com um número pequenocasa de aposta brasileirapessoas, estudos autoetnográficos usam a experiência e os sentimentos do autor da pesquisa como pontocasa de aposta brasileirapartida para a compreensãocasa de aposta brasileiraquestões mais amplas.
Artigos autoetnográficos são, com frequência, escritos na formacasa de aposta brasileirahistórias - deixandocasa de aposta brasileiralado a linguagem acadêmica, mais precisa.

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Críticos dizem que o método apelidadocasa de aposta brasileiramesearch não é científico e o qualificamcasa de aposta brasileira"narcisismo acadêmico"
Isso representa uma ruptura com o método científico tradicional, que exige que acadêmicos sejam objetivos e estejam distantes dos temas que investigam, e que baseiem suas teoriascasa de aposta brasileiradados e experimentos que possam ser testados, verificados e reproduzidos.
Portanto, não écasa de aposta brasileirase surpreender que muitos acadêmicos desconfiem da nova tendência. O próprio apelido, mesearch, é usadocasa de aposta brasileiraforma pejorativa, para desacreditar o método.
O professorcasa de aposta brasileirafilosofia Vincent F. Hendricks, da Universidadecasa de aposta brasileiraCopenhague, na Dinamarca, por exemplo, diz que a autoetnografia não cumpre os pré-requisitos necessários para que seja aceita como ciência.
Para ele, estudos autoetnográficos não atendem a uma sériecasa de aposta brasileiracondições que garantem confiabilidade a investigações científicas, entre elas, a possibilidadecasa de aposta brasileiraser testados ou previstos,casa de aposta brasileiraser representativos ou permitir extrapolações.
Pluralidadecasa de aposta brasileiravozes
Acadêmicos que desaprovam o novo método vêm usando o Twitter para expor o que consideram ser os exemplos mais narcisistascasa de aposta brasileiraestudos baseados na autoetnografia.
Entre eles, está um pesquisador que usoucasa de aposta brasileiraexperiência ao aprender a soprar vidro para estudar a coordenação entre mão e olho. Outro alvo dos céticos foi um acadêmico que descreveu como uma caminhada nas montanhas o ajudou a desenvolver seu sensocasa de aposta brasileiraidentidade.
Outro autoetnógrafo descreveu, recentemente, como a vitóriacasa de aposta brasileiraDonald Trump nas eleições presidenciais americanas tirou-lhe a capacidadecasa de aposta brasileiradormir.
Os três estudos citados foram publicadoscasa de aposta brasileirarevistas científicas cujos artigos são revisados e aprovados por outros cientistas.
Uma das sumidades mundiaiscasa de aposta brasileiraautoetnografia, a professora Carolyn Ellis, da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, rejeita as acusaçõescasa de aposta brasileira"narcisismo".
"É narcisista deixarcasa de aposta brasileiraexperiência pessoalcasa de aposta brasileirafora e agir como alguém que sabe tudo, como se fosse possível você se distanciar, e como se você não estivesse sujeito às mesmas forças que (agem sobre) aqueles sobre quem você escreve", diz Ellis.
"É narcisista pensar que 'nós' acadêmicos deveríamos escrever apenas sobre 'eles' e não sujeitarmos nós próprios ao mesmo escrutínio."
A acadêmica diz que a autoetnografia deu voz a pessoas da classe trabalhadora e minorias étnicas. Pessoas "que não teriam escrito na tradicional prosa das ciências sociais".
Relatoscasa de aposta brasileiraprimeira mão
Ellis argumenta ainda que a abordagem autoetnográfica pode permitir insights que não seriam possíveis com o usocasa de aposta brasileiramétodos tradicionaiscasa de aposta brasileirapesquisa.
Por exemplo, ela questiona teorias a respeitocasa de aposta brasileiraestigmas associados a certos traços físicos oferecendo um relato honesto e pessoal onde explica por que nunca gostoucasa de aposta brasileirater a língua presa.
Ellis diz também que o treinamentocasa de aposta brasileiraautoetnografia pode contribuir para a formaçãocasa de aposta brasileiraprofessores melhores.
Ela conta que compartilhar suas histórias com a classe "gera uma atmosfera positiva no curso", incentivando estudantes a falar sobre "as questões que os preocupam e interessam".

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Muitos veem autoetnografia como um culto do 'eu'
Outros defensores do método dizem que ele permite que pessoas compartilhem experiênciascasa de aposta brasileiraforma mais profunda e analisem seu significado.
Jill Bolte Taylor, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, fez relatoscasa de aposta brasileiraprimeira mão sobre o funcionamento do cérebro e o processocasa de aposta brasileirareabilitação do órgão enquanto se recuperavacasa de aposta brasileiraum acidente vascular cerebral.
Segundo ela, assistir à deterioração do seu cérebro deu a ela "uma compreensão do cérebro que o mundo acadêmico não daria". Ela escreveu um livro sobre o tema, My Stroke of Insight.
Poderiam a revelação sobre a teoria da gravidado físico Isaac Newton (ocorrida após uma maçã cair sobre a cabeça dele) e a observação do filósofo e matemático René Descartes, "Penso, logo, existo" ser exemploscasa de aposta brasileiraautoetnografia?
"Você teriacasa de aposta brasileiraperguntar a eles, mas não tenho problemascasa de aposta brasileirachamar essas observaçõescasa de aposta brasileiraautoetnográficas", diz Ellis.
'Narcisistas'
A revista científica The Journal of Loss and Trauma já publicou quase cem estudos autoetnográficos e seu editor, John Harvey, diz que a técnica pode ser útil para estudos aprofundados sobre acontecimentos traumáticos.
Ele faz, no entanto, uma ressalva. Autorescasa de aposta brasileiraestudos autoetnográficos com frequência têm dificuldadecasa de aposta brasileirademonstrar o que a históriacasa de aposta brasileirauma pessoa pode representar para a experiênciacasa de aposta brasileiraum grupo mais amplo.
Ainda assim, a popularidade do método continua a crescer - com mais e mais revistas publicando artigos e universidades oferecendo cursos sobre o tema.




