Brasil desperdiça 40% do talento das crianças, diz estudo inédito do Banco Mundial:novibet ec

Menino vendendo biscoitonovibet ecpolvilho para motorista parado no trânsito

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Banco Mundial estima que PIB do Brasil poderia ser 158% maior, se crianças desenvolvessem todo seu potencial e país chegasse a pleno emprego

Nos rincões mais vulneráveis, o desperdícionovibet ecpotencial superava os 55% antes da pandemia, estima a instituição. Com a crise sanitária, a situação se agravou e,novibet ecapenas dois anos, o Brasil reverteu dez anosnovibet ecavanços no acúmulonovibet eccapital humanonovibet ecsuas crianças.

"Agora, mais do que nunca, as ações não podem esperar", alerta o banco, no Relatórionovibet ecCapital Humano Brasileiro, que deverá ser lançado nesta semana.

O estudo é parte do Human Capital Project do Banco Mundial, iniciativa lançadanovibet ec2018 para alertar governos quanto à importâncianovibet ecse investirnovibet ecpessoas. O relatório brasileiro é o primeiro focadonovibet ecum país específico.

O banco estima que o PIB (Produto Interno Bruto, somanovibet ecbens e serviços produzidos por um país) do Brasil poderia ser 2,5 vezes maior (158%), se as crianças brasileiras desenvolvessem suas habilidades ao máximo e o país chegasse ao pleno emprego.

Capital humano e potencial desperdiçado

Capital humano é o conjuntonovibet echabilidades que os indivíduos acumulam ao longo da vida, explica Ildo Lautharte, economista do Banco Mundial e um dos autores do estudo.

Essas habilidades acumuladas determinam, por exemplo, o nívelnovibet ecrenda e as oportunidadesnovibet ectrabalho que uma pessoa vai ter emnovibet ecvida. E impactam a produtividade, o tamanho do PIB e a capacidadenovibet ecgerar riquezanovibet ecum país.

Para comparar esse potencial acumulado nos diferentes países e nas diversas regiões, Estados e municípiosnovibet eccada país, o Banco Mundial desenvolveu o ICH (Índicenovibet ecCapital Humano), um indicador que combina dadosnovibet eceducação e saúde, para estimar a produtividade da próxima geraçãonovibet ectrabalhadores, se as condições atuais não mudarem.

Os dados que compõem o ICH são: taxasnovibet ecmortalidade e déficitnovibet eccrescimento infantil; anos esperadosnovibet ecescolaridade e resultadosnovibet ecaprendizagem; e taxanovibet ecsobrevivência dos adultos.

Com base nesse conjuntonovibet ecdados, o indicador varianovibet ec0 a 1, sendo 1 o potencial pleno — ou seja, não ter déficitnovibet eccrescimento ou morrer antes dos 5 anos, receber educaçãonovibet ecqualidade e se tornar um adulto saudável.

Aplicando essa metodologia ao Brasil, o banco chegou a um ICHnovibet ec0,60, que significa que uma criança brasileira nascidanovibet ec2019 deve atingir apenas 60%novibet ectodo seu potencial aos 18 anos.

O país está abaixonovibet ecpaísesnovibet ecdesenvolvidos como Japão (0,81) e Estados Unidos (0,70) enovibet ecpares latino-americanos como Chile (0,65) e México (0,61), mas acimanovibet ecoutros paísesnovibet ecdesenvolvimento mais pobres como Índia (0,49), África do Sul (0,43) e Angola (0,36).

"O Brasil precisarianovibet ec60 anos para alcançar o nívelnovibet eccapital humano alcançado pelos países desenvolvidos aindanovibet ec2019", estima o Banco Mundial. "Não há tempo a perder."

'Muitos Brasis'

A instituição financeira internacional alerta, porém, que a média nacional é apenas uma parte da história e que há muitas desigualdades dentro do país.

Por regiões, por exemplo,novibet ec2019, o ICH do Norte e do Nordeste eranovibet ec56,2% e 57,3%, enquanto para Sul, Centro-Oeste e Sudeste variavanovibet ec61,6% a 62,2%.

Mapa do Brasil mostra desigualdades no Índicenovibet ecCapital Humanonovibet ec2019

Crédito, Banco Mundial

Legenda da foto, Índicenovibet ecCapital Humano é mais baixo no Norte e Nordeste, mas há também desigualdades significativas dentro dos Estados e das regiões

"60% a 70% dessa desigualdade regional é explicada pela educação", afirma Lautharte. "Isso inclui tanto os anos que a criança fica na escola, como a qualidade da educação, isto é, se ela consegue aprender aquilo que deveria ter aprendido na escola."

"Mas além dessa desigualdade regional, que já é esperada por quem conhece o Brasil, chama atenção a desigualdade dentronovibet ecum mesmo Estado ou uma mesma região", observa.

Por exemplo, enquanto o municípionovibet ecIbirataia na Bahia tem um ICHnovibet ec44,9%, similar a países africanos muito pobres como Gana e Gabão, Cocal dos Alves no Piauí, com um ICHnovibet ec74%, está mais próximo dos índices da Itália e da Áustria.

Embora todas as regiões tenham melhorado seu ICH ao longo dos anos — o estudo analisa o períodonovibet ec2007 a 2019 —, a desigualdade persiste com o passar do tempo.

Por exemplo, o Índicenovibet ecCapital Humano médio das regiões Norte e Nordestenovibet ec2019 era similar ao das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oestenovibet ec2007 — ou seja, uma lacunanovibet ec12 anos.

Gráficonovibet eclinhas mostra evolução do ICH entre 2007 e 2019 no Brasil e regiões

Crédito, Banco Mundial

Legenda da foto, Índicenovibet ecCapital Humano das regiões Norte e Nordestenovibet ec2019 era similar ao das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oestenovibet ec2007

Desigualdade racial crescente

O Banco Mundial chama atenção também para a desigualdade racial no desenvolvimento do potencial dos brasileiros.

Segundo o estudo, a produtividade esperadanovibet ecuma criança brancanovibet ec2019 eranovibet ec63% do seu potencial, comparado a 56% para uma criança negra e 52% para uma indígena.

Mas, ainda mais grave, é que essa desigualdade está aumentando ao longo do tempo.

Isso porque o ICH das crianças brancas avançou 14,6% entre 2007 e 2019, enquanto o índice para crianças negras variou 10,2% e o das indígenas ficou praticamente estável (0,97%).

Gráficonovibet eclinhas mostra evolução do ICH entre 2007 e 2019 por raças

Crédito, Banco Mundial

Legenda da foto, Diferençanovibet ecpotencial entre brancos, negros e indígenas aumentou ao longo do tempo

Para Ildo Lautharte, a explicação aqui novamente está nas desigualdades educacionais.

"O Brasil teve muito sucessonovibet ectermosnovibet ecacesso à educação, conseguimos fazer com que a quase totalidade das crianças esteja na escola. A grande questão agora é a qualidade dessa educação e isso tem um componente racial muito elevado", diz o economista.

Lautharte observa que essa diferença nos resultadosnovibet ecaprendizagem está ligada tanto à qualidade do ensino, quanto às condições das crianças, que partemnovibet ecbases muito desiguais.

Mercadonovibet ectrabalho e o talento desperdiçado das mulheres

O Banco Mundial analisa também o que acontece quando todo esse potencial chega ao mercadonovibet ectrabalho. E aqui, o quadro é ainda mais preocupante.

O ICHU (Índicenovibet ecCapital Humano Utilizado) pondera o ICH com a taxanovibet ecemprego nos mercadosnovibet ectrabalho formal e informal. O objetivo é analisar quanto do capital humano énovibet ecfato aproveitado pelo mercadonovibet ectrabalho.

No Brasil, o ICHU énovibet ec39%, estima o Banco Mundial, o que significa que o mercadonovibet ectrabalho brasileiro desperdiça boa parte dos seus talentos devido à baixa ocupação.

Homem com cartaz que diz 'procuro trabalho'

Crédito, Marcelo Camargo/Agência Brasil

Legenda da foto, Mercadonovibet ectrabalho brasileiro desperdiça boa parte dos seus talentos devido à baixa ocupação

Aqui, chama a atenção também a desigualdade entre homens e mulheres.

Olhando para o ICH, as mulheres chegam aos 18 anos com potencial acima dos homens. Elas tinham um Índicenovibet ecCapital Humanonovibet ec60%novibet ec2019, contra 53% para eles.

A diferença se explica por fatores diversos. Por exemplo, as mulheres tendem a abandonar menos a escola para trabalhar e, por isso, acumulamnovibet ecmédia mais temponovibet ecestudo do que os homens. Além disso, elas tendem a viver mais, tanto por questõesnovibet ecsaúde, como da maior propensão dos homens (particularmente dos negros) a morrer por causas violentas.

No entanto, apesarnovibet ecas mulheres terem acúmulonovibet eccapital humano acima dos homens aos 18 anos, elas são menos aproveitadas no mercadonovibet ectrabalho.

Enquanto o ICHU delas énovibet ec32%, o deles énovibet ec40%. Isso se deve a fatores que vão desde profissões que ainda hoje são entendidas como predominantemente masculinas, até a desigualdade no trabalho doméstico e no cuidado dos filhos.

"Só política pública pode fazer com que essa diferença entre homens e mulheres no mercadonovibet ectrabalho diminua", diz Lautharte.

"Esse é um ponto onde o Brasil ainda engatinha, outros países já estão fazendo muito mais, com políticas muito mais ativas para aumentar a inserção da mulher no mercadonovibet ectrabalho. Esse desperdício é particularmente grave entre mulheres negras, são talentos desperdiçados."

Pandemia fez Brasil andar dez anos para trás

Se o Brasil já desperdiçava o potencialnovibet ecsuas crianças antes da pandemia, a crise sanitária só agravou essa situação, destaca o Banco Mundial.

"Em termosnovibet ecsaúde infantil, por exemplo, mais 3,5novibet eccada 10 mil crianças não sobreviveram até os 5 anosnovibet ecidadenovibet ec2021,novibet eccomparação a 2019, no Sudeste do Brasil", cita o banco, no relatório. "Além disso, cercanovibet ec80 mil crianças podem sofrer déficitnovibet eccrescimento no Brasil devido à pandemia."

Na educação, as escolas ficaram fechadas por 78 semanas, um dos fechamentos mais longos do mundo. Consequentemente, a parcelanovibet eccrianças que não sabem ler e escrever saltou 15 pontos percentuais entre 2019 e 2021, observa a instituição financeira internacional.

Com tudo isso, o Índicenovibet ecCapital Humano do Brasil caiunovibet ec60% para 54% entre 2019 e 2021, estima o Banco Mundial, voltando ao nívelnovibet ec2009. "Em dois anos, a pandemianovibet ecCovid-19 reverteu o equivalente a uma décadanovibet ecavanços do ICH no Brasil", observa o Banco Mundial.

Gráfico mostra impacto da pandemia sobre o ICH do Brasil

Crédito, Banco Mundial

Legenda da foto, Considerando a taxanovibet eccrescimento antes da pandemia, o ICH levaránovibet ec10 a 13 anos para retornar ao patamarnovibet ec2019 no Brasil, estima o Banco Mundial

O caminho para a recuperação será longo, diz a instituição.

"Considerando-se a taxanovibet eccrescimento antes da pandemia, o ICH levaránovibet ec10 a 13 anos para retornar ao patamarnovibet ec2019 no Brasil. Ou seja, o Brasil chegaria novamente ao ICHnovibet ec2019 somentenovibet ec2035."

Para Lautharte, reverter esse quadro passa por um grande esforçonovibet ecpolíticas públicas, com recomposição da aprendizagem, que deve ser combinado com a agendanovibet eccombate à fome,novibet ecfortalecimento dos programasnovibet ectransferêncianovibet ecrenda enovibet ecpolíticasnovibet ecsaúde pública.

Além disso, diz o economista, o Brasil precisa aprender consigo mesmo. Por exemplo, a bem sucedida experiência educacional do Ceará pode ser replicadanovibet ecoutros Estados e municípios.

"Mesmo antes da pandemia, o Brasil tinha 52% das crianças com 10 anos que não conseguiam ler um parágrafo adaptado para a idade delas. Então nosso objetivo não deve ser voltar para o pré-pandemia, mas avançar para um cenário melhor", diz Lautharte.

"Temos agora uma oportunidade para repensar algumas coisas e fortalecer outras. Então conhecer os 'muitos Brasis' é fundamental para saber onde investir e quem precisanovibet ecmais ajuda."

- Este texto foi originalmente publicadonovibet echttp://roberthost1.accountsupport.com/brasil-62018496

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