De 'mofo no pulmão' a infecção no coração: sequelas da covid-19 ameaçam 'recuperados':multiplas sportingbet

Jair Bolsonaro com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Mesmo recuperado da covid-19, Bolsonaro se queixamultiplas sportingbetuma infecção pulmonar

multiplas sportingbet Cinco dias depoismultiplas sportingbetanunciar que estava curado do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro disse que sentiu fraquezas e que passou a tomar antibióticos para combater uma infecção no pulmão.

"Também, depoismultiplas sportingbet20 diasmultiplas sportingbetcasa, a gente pega outros problemas. Peguei mofo no pulmão", brincou Bolsonaromultiplas sportingbetumamultiplas sportingbetsuas lives na internet, na quinta-feira.

Há poucas informações sobre o mais recente problemamultiplas sportingbetsaúde do presidente. Sequer existe uma confirmaçãomultiplas sportingbetque a infecção teria sido consequência direta do coronavírus que o acometeu.

Mas o problema pulmonarmultiplas sportingbetBolsonaro levanta um debate sobre quando um paciente pode ser considerado "recuperado" ou não da covid-19.

Mesmo que o paciente seja declarado livre da doença, o que se tem observado é que o coronavírus pode provocar sequelas e outros problemasmultiplas sportingbetsaúde.

O rótulomultiplas sportingbet"paciente recuperado" que aparecemultiplas sportingbetdiversas estatísticas oficiais sugere que a pessoa conseguiu voltar àmultiplas sportingbetvida normal sem transtornos, mas isso pode ser enganoso.

Estudos recentes mostram que ainda é preciso investigar mais profundamente quem se recuperou totalmente da doença — e quem segue vivendo com sequelas da covid-19.

Problemas cardíacos

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Dois novos estudos publicados nesta semana revelam um lado assustador da recuperação do coronavírus.

Ambos foram feitos com pacientes na Alemanha e publicados pela revista científica Journal of the American Medical Association (Jama).

O primeiro deles, com 100 pacientes que tiveram coronavírus, mostrou que 78% apresentaram algum tipomultiplas sportingbetanomalia no coração maismultiplas sportingbetdois meses depoismultiplas sportingbetse recuperarem da covid-19. Boa parte dos doentes (67%) tiveram uma forma branda da doença e sequer foram hospitalizados.

Masmultiplas sportingbet60% dos casos, foi detectada uma inflamação no coração cercamultiplas sportingbet70 dias depois.

O preocupante nesse estudo é que os pacientes analisados eram considerados saudáveis e com idade médiamultiplas sportingbet49 anos. Outra fontemultiplas sportingbetpreocupação é que muitos desses problemas cardíacos acontecerammultiplas sportingbetforma silenciosa.

Os pacientes não apresentaram sintomas externos, e as deficiências no coração foram detectadas apenas com ressonância magnética e examesmultiplas sportingbetsangue.

"Nós não queremos gerar ainda mais ansiedade mas sim incitar outros pesquisadores a examinarem cuidadosamente os dados existentes e que serão coletados para confirmar ou negar nossas descobertas", escreveram os pesquisadores Clyde Yancy e Gregg Fonarow, que assinam um artigo na revista.

A segunda pesquisa envolveu a autópsiamultiplas sportingbet39 vítimasmultiplas sportingbetcovid-19. Em 24 delas (61%), foi detectada a presença do coronavírus no coração. Os cientistas dizem que isso indica que é preciso investigar mais profundamente o potencial dano que o Sars-CoV-2 pode causar no coração.

Há ainda inúmeros relatosmultiplas sportingbetpessoas que desenvolveram diferentes sintomas após contrair a doença, como problemas pulmonares e perdamultiplas sportingbetpaladar e olfato.

Cientistas também pesquisam sobre o efeito que o coronavírus pode ter no cérebro, como inflamação, e na maior incidênciamultiplas sportingbetcoágulos do sangue, que podem causar derrames.

'Mofo no pulmão'

Problemas respiratórios, como o relatado por Bolsonaro, estão entre as sequelas analisadas por alguns cientistas.

No começomultiplas sportingbetjulho, a revista Jama publicou outra pesquisa com 143 recuperadosmultiplas sportingbetcovid-19 na Itália feita pela Policlínica Gemelli,multiplas sportingbetRoma.

Dois meses depois da doença, apenas 12,6% dos pacientes disseram estar completamente recuperados, sem nenhum sintoma.

Os outros 87,4% reclamarammultiplas sportingbetpelo menos algum problema. Entre os sintomas relatados, estão fadiga (53,1%), faltamultiplas sportingbetar (43,4%), dor nas juntas (27.3%) e dor no peito (21,7%).

Para 44,1%, houve uma piora na qualidademultiplas sportingbetvida.

Como a covid-19 é uma doença nova, ainda não se conseguiu estudar quanto tempo leva para se recuperar dela e quais podem ser as implicaçõesmultiplas sportingbetlongo prazo.

Os autores do estudo ressaltaram a importânciamultiplas sportingbetse acompanhar pacientes recuperados mesmo meses depois da doença.

A fadiga parece ser um dos sintomas mais recorrentes. Uma das condições estudadas se chama encefalomielite miálgica, que é popularmente conhecida como fadiga crônica.

Há anos cientistas estudam se essa fadiga crônica está relacionada com infecções virais. A observância desses casosmultiplas sportingbetex-pacientesmultiplas sportingbetcovid-19 reforçaria essa tese.

A síndromemultiplas sportingbetfadiga crônica é uma condição debilitantemultiplas sportingbetlongo prazo no qual a pessoa afetada sente uma sériemultiplas sportingbetsintomas. O mais importante deles é um esgotamento que não melhora com repouso ou sono e que afeta os pacientesmultiplas sportingbettodos os aspectos damultiplas sportingbetrotina.

Outros sintomas comuns são dor, faltamultiplas sportingbetclareza mental e problemasmultiplas sportingbetmemória emultiplas sportingbetsono. Pacientes com esse problema não conseguem mais ter uma vida normal, com uma rotinamultiplas sportingbettrabalho, e acabam desenvolvendo problemasmultiplas sportingbetsaúde emocional, como baixa auto-estima.

Callum O'Dwyer passou 12 semanas com fadiga crônica

Crédito, Callum O'Dwyer

Legenda da foto, Callum O'Dwyer passou 12 semanas com fadiga crônica

A BBC relatou o casomultiplas sportingbetum escocêsmultiplas sportingbet28 anos que teve covid-19 e passou 12 semanas com fadiga crônica. Antesmultiplas sportingbetcontrair o coronavírus, Callum O'Dwyer estavamultiplas sportingbetforma e tinha boa saúde, sem nenhuma doença pré-existente.

No entanto, depoismultiplas sportingbetlutar durante cinco semanas contra os principais sintomas da doença, ele não teve mais condiçõesmultiplas sportingbetmorar sozinho e precisou voltar para a casa dos pais.

Há ainda um problema adicional: os assintomáticos. Em tese, mesmo quem teve coronavírus e não apresentou sintomas da doença poderia desenvolver complicações posteriores, como problemas respiratórios ou inflamação cardíaca. Mas ainda não há estudos suficientes sobre esses casos.

Estatísticas incompletas

Todas essas sequelas da covid-19 não aparecem nas estatísticas oficiais.

Pacientes que seguem sofrendo com problemas relacionados à doença são classificados oficialmente como "pacientes recuperados" — um amplo guarda-chuva que abriga todo mundo que não sucumbiu à doença.

Essa categoriamultiplas sportingbet"paciente recuperado" aparecemultiplas sportingbetdiversas estatísticas oficiais.

No portal do governo federal, é a estatística que tem com maior destaque: 1,8 milhõesmultiplas sportingbetpacientes recuperados —multiplas sportingbetum universomultiplas sportingbet2,6 milhões casos confirmados neste ano.

Estatísticasmultiplas sportingbetrecuperados são destaque no site do governo (dadomultiplas sportingbetsexta-feira, dia 31multiplas sportingbetjulho)

Crédito, Governo federal

Legenda da foto, Estatísticasmultiplas sportingbetrecuperados são destaque no site do governo (dadomultiplas sportingbetquinta-feira, dia 30multiplas sportingbetjulho)

No mundo, são 10 milhõesmultiplas sportingbetrecuperados entre 17 milhõesmultiplas sportingbetcasos confirmados, segundo a universidade americana Johns Hopkins.

Mas não há uma distinção entre quem voltou àmultiplas sportingbetvida normal e quem precisa conviver com sequelas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como recuperados aqueles que tiveram dois resultados negativos para Sars-CoV-2 com pelo menos um diamultiplas sportingbetintervalo. Para os casos leves, a OMS estima que o tempo entre o início da infecção e a recuperação dure até 14 dias.

Mas o Brasil, assim como vários outros países, não segue exatamente esse critério por não haver testes suficientesmultiplas sportingbetescala.

No Brasil, os recuperados incluem pessoas que foram hospitalizadas e receberam alta e também os casos levesmultiplas sportingbetque não houve registromultiplas sportingbethospitalização oumultiplas sportingbetóbito nos últimos 14 dias. Por esse último critério, o presidente Bolsonaro deve entrar nesta estatísticamultiplas sportingbetrecuperados.

O problema da recuperação incompleta provocou uma mudança nas políticas públicasmultiplas sportingbetsaúdemultiplas sportingbetoutros lugares, como na Inglaterra.

O NHS England, sistemamultiplas sportingbetsaúde da Inglaterra, vai lançar um portal especial chamado "Sua recuperação da covid" dedicado apenas às pessoas que estão sofrendo com sequelasmultiplas sportingbetlongo prazo da doença. Segundo o sistema, há "dezenasmultiplas sportingbetmilharesmultiplas sportingbetpessoas" nesta condição na Inglaterra.

O governo britânico pretende investir 8,4 milhõesmultiplas sportingbetlibras (R$ 56 milhões)multiplas sportingbetnovos estudos sobre os efeitosmultiplas sportingbetlongo prazo da covid-19.

Nos Estados Unidos, pessoas que tiveram covid-19 têm se mobilizado para enfrentar juntas a difícil tarefamultiplas sportingbetse recuperar.

Uma sobrevivente do coronavírus criou o Survivor Corps,multiplas sportingbetque pacientes recuperados — mas que sofrem com sequelas — relatam seu dia-a-diamultiplas sportingbetformatomultiplas sportingbetdiário. O grupo também ajuda cientistas a encontrarem voluntários para participaremmultiplas sportingbetnovos estudos sobre os efeitosmultiplas sportingbetlongo prazo do coronavírus.

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