Coronavírus: por que o Brasil ainda não conseguiu fazer testesmister bet jackmassa?:mister bet jack

Crédito, Ministério da Saúde
"Sem saber a real dimensão da epidemia, um governo pode agir atrasado ou adiantar medidas drásticas sem que sejas necessárias", afirma Brito.
O governo brasileiro disse a princípio que estava surpreso com a recomendação da OMS, porque a agência sabe dos gargalos que os países enfrentam para aumentar a testagem.
A brasileira Ana Paula Coutinho-Reyse, que lidera a áreamister bet jackprevenção e controlemister bet jackinfecções do programamister bet jackemergências da OMS na Europa, diz que, ainda assim, é essencial fazer isso.
"O teste é o primeiro passo para conter o vírus. É obvio que existem dificuldades para testar todo mundo. Mas não é impossível. O que temos pedido é que os governos identifiquem diferentes modelosmister bet jackcomo fazer estes testes", afirma Coutinho-Reyse.
O Ministério da Saúde anunciou desde então algumas medidas para tentar atender a recomendação da OMS, mas o Brasil não conseguiu até o momento cumprir isso à risca.
O que impede o país fazer testesmister bet jackmassa no momento? E o que vem sendo feito para mudar essa situação?
Materiais para testes estãomister bet jackfalta e com preços inflacionados
Os testes aplicados no Brasil até agora são os chamados testes moleculares, também conhecidos como RT-PCR, que são realizadosmister bet jacklaboratório.
As amostrasmister bet jacksecreções coletadas do nariz ou da gargantamister bet jackuma pessoa são colocadasmister bet jackmáquinas que identificam a presença do código genético do novo coronavírus neste material.
Leandro Pereira, gerente-geralmister bet jacktecnologiamister bet jackprodutos para saúde da Agência Nacionalmister bet jackVigilância Sanitária (Anvisa), explica que os resultados levam cercamister bet jackoito horas para ficarem prontos e que seu índicemister bet jackprecisão é muito próximomister bet jack100%.
"Ele pode ser aplicado desde o início da infecção e é o melhor tipomister bet jackteste para fazer o diagnóstico da covid-19", diz Pereira.

Crédito, Agência Brasil
O Ministério da Saúde afirma que já foram distribuídos 54 mil testes RT-PCR para os Estados, mas a pasta disse que não consegue precisar quantos forammister bet jackfato realizados até agora.
Em 24mister bet jackmarço, o governo anunciou que foram comprados 4,3 milhõesmister bet jacktestes moleculares, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emister bet jackempresas privadas, alémmister bet jackmais 600 mil doados pela Petrobrás. Outros 10 milhões estão sendo negociados.
No entanto, o Ministério da Saúde havia informado que esperava que a Fiocruz entregasse 2 milhõesmister bet jacktestes até o último dia 30. Mas, até o iníciomister bet jackmarço, a instituição era capazmister bet jackproduzir apenas cercamister bet jack80 mil kits por mês. A Fiocruz afirma que está ampliandomister bet jackcapacidademister bet jackprodução para atender o governo.
Um dos entraves para a produção destes testes é a alta demanda generalizada pelas substâncias químicas que permitem identificar o vírus na amostra neste momento.
Maismister bet jack180 países já foram afetados pelo novo coronavírus, o que aumentou muito a demanda pelos materiais usados nos exames.
"Não há insumos, reagentes e materiais bioquímicos, disponíveis no mercado nacional ou internacional por causa da crise que a pandemia gerou. Sem eles, os testes não podem ser feitos", afirma Brito.
A grande procura também aumentou o preço do que ainda existe no mercado. Muitos dos insumos são importados e, mesmo com alta do dólar e do euro, encareceram.
Demanda supera a capacidade dos laboratórios
Outro elemento fundamental para a capacidade do Brasilmister bet jackrealizar testesmister bet jackmassa é o númeromister bet jacklaboratórios habilitados para analisar as amostras.
Até o meio do mês passado, havia apenas três: a Fundação Oswaldo Cruz, no Riomister bet jackJaneiro, o Instituto Adolfo Lutz,mister bet jackSão Paulo, e o Instituto Evandro Chagas, no Pará.
Em 18mister bet jackmarço, o Ministério da Saúde anunciou que os laboratórios centraismister bet jacksaúde pública (Lacens) dos 26 Estados e do Distrito Federal também estavam aptos.
Ainda assim, com o aumento exponencial do númeromister bet jackcasos nas últimas semanas, a necessidademister bet jacktestes excedemister bet jackmuito a capacidade, o que vem gerando um acúmulomister bet jackamostras a esperamister bet jackserem analisadas.
Só no Instituto Adolfo Lutz, que consegue testar 1,2 mil amostras por dia, há 16 mil na fila — e esse número vem crescendo rapidamente: eram 12 mil no final da semana passada.
O Ministério da Saúde disse no último dia 24 que o país conseguia então realizar 6,7 mil testes por dia e que seria necessário chegar a 50 mil para lidar com o pico da epidemia.
O governo vem buscando fazer isso ao habilitar laboratórios privados e tambémmister bet jackinstituições públicas, como da Universidade Federalmister bet jackMinas Gerais e do Hospital das Clínicas da Universidade Estadualmister bet jackCampinas.
Isso deve fazer não só com que mais exames sejam realizados diariamente no país, mas também desafogar os laboratórios públicos, diz Benedito da Fonseca, professor da Faculdademister bet jackMedicinamister bet jackRibeirão Preto da Universidademister bet jackSão Paulo (USP).
"Os exames que eram antes feitos nestes locais precisavam passar por uma contraprovamister bet jackum laboratório do governo. Agora, não precisam mais", afirma o infectologista.

Crédito, Fiocruz
Governo vai usar testes rápidos contra a pandemia
O aumento do númeromister bet jackcasos, a faltamister bet jackinsumos para testes moleculares e o limite da capacidade dos laboratórios levaram o governo a restringir os testes apenas aos casos mais graves e aos profissionaismister bet jacksaúde e segurança.
Brito afirma que essa estratégia não é ideal para lidar com a pandemia, porque estudos apontam que pessoas infectadas são capazesmister bet jackcontagiar outras alguns dias antes dos primeiros sinais da covid-19 aparecerem.
"Entendo que, na situação atual, a prioridade são os casos graves, mas o ideal é testar todo mundo, porque muitas pessoas que não estão visivelmente doentes continuam a circular por aí e a transmitir o vírus", diz ele.
Uma forma do governo contornar esses problemas é aplicar um outro tipomister bet jackteste na população.
Os testes sorológicos identificammister bet jackuma amostramister bet jacksangue a presençamister bet jackanticorpos criados pelo organismo para combater o novo coronavírus.
Esses testes verificam a presençamister bet jackdois tiposmister bet jackanticorpo: um que é produzido para combater a infecção e outro que servemister bet jackmemória imunológica para o organismo combater melhor a ameaça se for infectado novamente.
"Se tiver só do primeiro tipomister bet jackanticorpo ou mais deste tipo do que do segundo, é uma infecção recente. Se for o inverso, a infecção ocorreu há mais tempo ou o corpo tem apenas uma memória daquela doença", diz Pereira, da Anvisa.
Nestes testes, uma ou duas gotasmister bet jacksangue entrammister bet jackcontato com reagentes químicos para indicar se há anticorpos contra o novo coronavírus. O resultado saimister bet jack15 a 30 minutos, por isso, eles também são conhecidos como testes rápidos.
O governo começou a distribuir 500 mil unidades para os Estados nesta semana. É o primeiro lotemister bet jackum totalmister bet jack5 milhões que foram doadas pela Vale. O governo também espera contar com mais 3 milhões comprados da Fiocruz.
Testes que detectam anticorpos têm limitações
Pereira explica que estes testes têm a vantagemmister bet jacknão exigirem laboratórios para serem processados nem um profissional treinado para operar máquinas complexas e, por isso, podem ser aplicados onde não há esse tipomister bet jackinfraestrutura.
Mas os testes rápidos têm limitações. Aqueles que serão aplicados no Brasil foram avaliados pela Anvisa. A agência apontou quemister bet jacksensibilidade, como é chamada a capacidademister bet jackidentificar os anticorpos, émister bet jack80 a 85%, menos do que os testes moleculares.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmoumister bet jackuma coletivamister bet jackimprensa na última quarta-feira (1/4) que,mister bet jackalguns destes testes, esse índice pode cair pela metade.
Os testes rápidos também não devem ser usados para diagnosticar um paciente, porque nosso corpo leva cercamister bet jacksete dias para desenvolver anticorpos contra um vírus. "Se ele for aplicado logo no começo da infecção, a tendência é o resultado dar negativo", diz Pereira.
Mandetta explicou que tudo isso está sendo levadomister bet jackconta pelo governo e afirmou que os testes sorológicos serão usadosmister bet jackprofissionaismister bet jacksaúde emister bet jacksegurança, para garantir que estão aptos a trabalhar, emister bet jackparcelas da população para, por meiomister bet jackcálculos estatísticos, estimar quantas pessoas já se infectaram no país.
O ministro disse que isso deve fazer o númeromister bet jackcasos aumentar substancialmente nas próximas semanas e reduzir a taxamister bet jackletalidade do novo coronavírus no Brasil, atualmentemister bet jack3,8%.
No entanto, Benedito da Fonseca, da USP, diz que o uso destes testes ainda é motivomister bet jackdebate entre profissionaismister bet jacksaúde. "O problema é que ninguém tem experiência com eles no país. Não adianta comprar um monte deles e serem ruins, com sensibilidade baixa", afirma o infectologista.
"Tivemos uma experiência muito ruim com testes rápidos para zika, por exemplo. O ministério gastou muito dinheiro, mas depois vimos que não serviam para nada, porque geravam mais dúvidas do que certezas para o diagnóstico, e foram simplesmente inutilizados."

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