Os bastidores e resultados da corridablaze crash automaticocientistas brasileiros para sequenciar coronavírusblaze crash automaticotempo recorde:blaze crash automatico

"A capacidadeblaze crash automaticosequenciar rapidamente, principalmente no inícioblaze crash automaticouma epidemia, pode ajudar na tomadablaze crash automaticodecisões. Vamos supor que apareça outro casoblaze crash automaticoSão Paulo: se você tem a sequência, você pode responder mais rapidamente se o vírus já está circulando a nível local independenteblaze crash automaticoviagens no exterior (os chamados casos autóctones)."

Sabino diz que conquistas na ciência como essa são como "tijolos" que vão se juntando, então não é possível dizerblaze crash automaticoimediato que "construção" esses tijolos vão formar — mas pode ser desde uma vacina ao melhor planejamentoblaze crash automaticouma cidade dianteblaze crash automaticouma eventual epidemia. Identificar as características genéticasblaze crash automaticoum vírus como esse, alémblaze crash automaticocomparar a cepa coletada no Brasil com asblaze crash automaticooutros países do mundo, é como juntar pistas cronológicas e geográficas no caminhoblaze crash automaticotransmissão do patógeno. Também é uma formablaze crash automaticoregistrar mutações, pontos fracos e fortes do vírus.

Os resultados divulgados pela equipe brasileira nesta sexta-feira (28) indicam por exemplo que, das dezenasblaze crash automaticoamostras do novo tipoblaze crash automaticocoronavírus já analisadasblaze crash automaticotodo o mundo, a maior compatibilidade do material genético do vírus encontrado no paciente internadoblaze crash automaticoSão Paulo foi com um vírus sequenciado na Bavária, Alemanha. Isto é um indicativo, mas ainda não a confirmação,blaze crash automaticoque a cepa do vírusblaze crash automaticoquestão teve origem na China, passou pela Alemanha, Itália, até chegar ao Brasil. A possível transmissão da Alemanha para a Itália é uma hipótese nova trazida pela equipe brasileira.

A região da Lombardia, no norte da Itália, onde o paciente brasileiro infectado esteve, até agora não teve amostras sequenciadas por equipes ou institutos locais — ao menos não publicamente.

Jáblaze crash automaticorelação ao primeiro sequenciamento genético do novo tipoblaze crash automaticocoronavírus, feitoblaze crash automaticojaneiro por pesquisadores na China, o material analisado pelos brasileiros tem três mutações — duasblaze crash automaticocomum com o encontrado na Alemanha. O sequenciamento realizadoblaze crash automaticoSão Paulo foi comparado com 127 genomas completos do coronavírus sequenciadosblaze crash automatico17 países diferentes.

"A terceira mutação é uma mutação única, não encontrada na sequência mais próxima, que é a sequência da Alemanha. Então, provavelmente é uma mutação que já aconteceu na transmissão para o paciente brasileiro", explica Jaqueline Goesblaze crash automaticoJesus, bolsista da Fundaçãoblaze crash automaticoAmparo à Pesquisa do Estadoblaze crash automaticoSão Paulo (Fapesp)blaze crash automaticonívelblaze crash automaticopós-doutorado no IMT-USP.

É normal que, quando o vírus está se "instalando" no corpoblaze crash automaticoum novo hospedeiro (como um paciente infectado), haja erros no processoblaze crash automaticoreplicaçãoblaze crash automaticoseu material genético. São mutações que, ao acaso, podem causar tanto uma vantagem adaptativa quanto deixar o patógeno menos infeccioso.

"Alguns vírus são mais estáveis e outros, como os respiratórios, acabam mutando muito. É o que acontece com o vírus da gripe: todo ano a gente tem uma vacina nova, porque há muitas mutações", explica Goesblaze crash automaticoJesus.

As brasileiras, assim como os franceses do Pasteur, indicam que o novo tipoblaze crash automaticocoronavírus surgido na China ainda é bastante homogêneo — portanto, não precisou passar por muitas mutações para se adaptar e espalhar. Há indicações tambémblaze crash automaticoque, ao contrário do Sars ou Mers, este coronavírus tem grande capacidadeblaze crash automaticotransmissão e baixa letalidade.

Como foi sequenciamento no Brasil

Na quarta-feira (26), após a confirmação por exames do diagnósticoblaze crash automaticocoronavírus, amostras do paciente brasileiro foram enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, seguindo protocolo do Ministério da Saúde.

Assim, na quarta-feirablaze crash automaticomanhã, cinco pesquisadores começaram a colocar a mão na massa no sequenciamento,blaze crash automaticoum laboratório do instituto.

Em linhas gerais, há a extração do RNA do vírus;blaze crash automaticotransformação no chamado DNA complementar; depois a replicação exponencialblaze crash automaticocópias deste DNA, através da chamada reaçãoblaze crash automaticocadeia da polimerase. Isso tudo acontece a nível molecular dentroblaze crash automaticoum líquido transparente.

Em seguida, vem a fase da leitura do material genético. Nela, é usado um equipamento pequeno e com aparênciablaze crash automaticopen-drive, chamadoblaze crash automaticosequenciador.

No processo, os brasileiros contaram com a colaboração remotablaze crash automaticopesquisadores das universidadesblaze crash automaticoBirmingham, Edinburgh e Oxford, no Reino Unido.

A leitura do material foi finalizada na manhã desta sexta-feira e logo publicada no Virological.org, um fórum mundialblaze crash automaticodiscussão para virologistas, epidemiologistas e especialistasblaze crash automaticosaúde publica.

"No passado, os cientistas gostavamblaze crash automaticoguardar esse tipoblaze crash automaticodado até publicá-losblaze crash automaticoalguma revista científica. Mas hoje, o consenso éblaze crash automaticoque, durante uma epidemia, você não deve guardar as sequências, e sim torná-las públicas imediatamente", explica Ester Cerdeira Sabino.

Jaqueline Goesblaze crash automaticoJesus diz que, tecnicamente, a sequência obtida já tem 96%blaze crash automaticocobertura, o que configura um genoma completo. Mas a equipe pretende completar esse sequenciamento e estarblaze crash automaticoprontidão para a análiseblaze crash automaticoeventuais novos casos confirmados no Brasil.

A pesquisadora faz parteblaze crash automaticoum projeto que tem justamente o objetivoblaze crash automaticomonitorar e responderblaze crash automaticotempo real a epidemias, o Brazil-UK Centre for Arbovirus Discovery, Diagnosis, Genomics and Epidemiology (CADDE), que conta com recursos da Fapesp e do Medical Research Council (MRC). Nascido há um ano, o centroblaze crash automaticopesquisas pretende trabalhar não só com coronavírus como o atual como também com arbovírus como dengue e chicungunha.

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