Sobreviventes das balas perdidas: relatos mostram trauma das vítimas da violência no Rio:site aposta bet365

Gabriela e o filho Pedro (nomes fictícios) no Centro do Rio

Crédito, Júlia Carneiro | BBC Brasil

Legenda da foto, Gabriela presenciou o momentosite aposta bet365que os filhos Pedro e João (nomes fictícios) foram atingidos por balas perdidassite aposta bet365trocasite aposta bet365tiros entre polícia e traficantes

Sobreviventes, os dois irmãos são partesite aposta bet365uma estatística invisívelsite aposta bet365pessoas feridas por bala perdida no Rio - e que tem impactos físicos e psicológicos duradouros.

O Estado não contabiliza casossite aposta bet365balas perdidas. Não há uma medida precisasite aposta bet365quantas pessoas morremsite aposta bet365incidentes do tipo, nemsite aposta bet365quantas conseguem sobreviver aos tiroteios diários que acometem sobretudo nas regiões mais pobres.

A BBC News Brasil conversou com sobreviventessite aposta bet365balas perdidas sobre as marcas deixadas pelos ferimentos no longo prazo. Eles e suas famílias relatam o penoso processosite aposta bet365recuperação, o calvário para obter indenizações na Justiça e a ruptura representadasite aposta bet365suas trajetórias pela irrupção da violência.

'Mamãe ficou desesperada'

"Tia, tomei um tiro!" Pedro está comsite aposta bet365mãe na fila do Hemorio e esse é o seu jeitosite aposta bet365explicar à reportagem por que está ali, realizando exames no centrosite aposta bet365hematologia do Estado para uma cirurgia, a terceira após ser atingido.

"Eu e o meu irmão. A mamãe ficou desesperada", conta, abraçando a mãe.

Falante, o menino conta o que ocorreu com uma leveza desconcertante, lembrando o sangue espirrando do braço do irmão, a chegada ao hospital, os vômitos, os médicos chutando a porta no caminho para a salasite aposta bet365cirurgia, a lâmina que viu antes da operação.

"Aí acordei, minha mãe do meu lado, e eu na cama. Fim!"

Pedro, no Hemorio

Crédito, Júlia Carneiro | BBC Brasil

Legenda da foto, Depoissite aposta bet365passar por uma colostomia e ter que usar uma bolsa, Pedro ainda deve fazer uma nova cirurgia para reconstruir o intestino

Ele brinca enquanto espera seu nome ser chamado para o exame, e lamenta estar perdendo aula naquela terça-feira porque era diasite aposta bet365educação física, quando joga futebol e basquete.

"Ele faz tudo o que não pode", diz a mãe, referindo-se às limitações impostas pela colostomia a um meninosite aposta bet36510 anos. Pedro mostra a bolsa transparente fixada rente à barriga sem rodeios, ao lado da cicatriz deixada pelo tiro. Ele vai fazer uma cirurgia para reconstruir o intestino e poder deixarsite aposta bet365utilizar o objeto. Até lá, ele tem várias restrições alimentares e não deveria correr - mas não para quieto.

"Ele é muito positivo. É um guerreiro. Foi o que me deu força diantesite aposta bet365tudo", diz Gabriela.

Vidas alteradas

Gabriela largou o empregosite aposta bet365gerentesite aposta bet365uma lanchonete para cuidar do filho. Ela diz que "tudo relacionado à colostomia é caro", sobretudo as bolsas. Ele utiliza aproximadamente 35 por mês, e só consegue obter cercasite aposta bet365metade delas na rede pública, mas recorre às redes sociais para pedir ajuda financeira e comprar as demais.

A família se informou com advogados para saber se poderia pedir algum tiposite aposta bet365indenização, mas concluiu que não valia a pena entrar na Justiça, porque os tiros que atingiram seus dois filhos haviam partidosite aposta bet365traficantes.

Quando a família se mudou da Paraíba para o Rio, há cercasite aposta bet36515 anos, a regiãosite aposta bet365Guadalupe era dominada por milícias. Depois, foi invadida pelo tráfico, e os confrontos se tornaram frequentes.

"O foco é na parte baixa da comunidade. Quando passa o caveirão, eles dão tiro. Acham que vai atingir policial, mas acabam atingindo inocente. Tem uns que nem sabem dar tiro direito. Pegasite aposta bet365quem estiver passando", diz, sem planossite aposta bet365se mudar apesar da violência. "A bala perdida infelizmente não é mais perdida, é achada. A gente não tem o que fazer. Está perigososite aposta bet365todo lugar."

Pedro diz que não sente medosite aposta bet365tomar outro tiro. "Porquesite aposta bet365lugar nenhum a gente está seguro mesmo", diz o menino. "Então, a qualquer dia a gente pode tomar tiro, se machucar feio ou até morrer."

A mãe foi com ele a uma psicóloga e foi orientada a sempre deixar que ele conte o que aconteceu, a embarcar no assunto com ele, sem evitar o tema.

"E aí ele vai falando o que ele lembra, que ele está na van e que é muito ruim levar tiro, e que está escrito na Bíblia que a gente está no mundo para sofrer, sentir dor e morrer. Ele diz, 'eu estou aqui só para sofrer e sentir dor.' Você não tem noçãosite aposta bet365como é ruim ouvir isso do seu filho", diz Gabriela.

Banco atingido por bala perdida no Rio

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Bancosite aposta bet365veículo atingido por bala perdida no Rio

Mais tiroteios apesar da intervenção

A intervenção federal na áreasite aposta bet365segurança pública no Rio acabasite aposta bet365completar quatro meses. De acordo com balanço do Observatório da Intervenção, gruposite aposta bet365especialistas criado para monitorar suas ações, o númerosite aposta bet365tiroteios no Estado teve aumentosite aposta bet36536% no período.

Nos quatro meses antes do decreto do presidente Michel Temer, o Rio havia tido 2.355 tiroteios, conforme medição do aplicativo Fogo Cruzado. Já nos últimos quatro meses, foram 3.210 episódios.

Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolhasite aposta bet365parceria com o Fórum Brasileirosite aposta bet365Segurança Pública no fimsite aposta bet365março indicou que 92% dos moradores do Rio têm medosite aposta bet365ser vítimas ou terem um parente vítimasite aposta bet365bala perdida - e que 8% já teriam sido vítimas ou tiveram um familiar atingido, o que equivale a 415 mil cidadãos.

Na mesma pesquisa, 76% da população disse apoiar a intervenção, mas 69% disseram achar que a presença do Exército "não fez diferença alguma" na segurança da cidade.

O tiroteio que vitimou João e Pedro reflete a recente escaladasite aposta bet365violência no Rio e a explosãosite aposta bet365casossite aposta bet365tiroteios provocados por disputassite aposta bet365territórios entre facções criminosas e grupos milicianos, o aumentosite aposta bet365incursões policiaissite aposta bet365favelas e o declínio das UPPs.

Mas as balas perdidas são um problema antigo no Rio, como bem sabe Josicleide Urbano da Silva. Há 11 anos, ela viveu desespero semelhante aosite aposta bet365Gabriela, vendo seus dois filhos baleadossite aposta bet365uma só vez dentrosite aposta bet365casa, no Complexo do Alemão.

Assim como Gabriela, ela também foi questionada se seus filhos tinham "envolvimento com o tráfico" ao chegar no hospital.

Trajetórias interrompidas

Foisite aposta bet3652007, mas Josicleide, hoje com 50 anos, relembra os detalhes com vividez. Vitória,site aposta bet3653 anos, e Ivo,site aposta bet36517, estavam sozinhossite aposta bet365casa quando um confronto entre policiais e traficantes começou. Ivo falou para a caçula se deitar no chão e continuousite aposta bet365pé no fogão, fazendo almoço para os dois.

Josicleide saiu às pressas do trabalho ao ser alertada do confronto pelo marido, conseguiu furar os bloqueios impostos pelo tiroteio e, ao entrarsite aposta bet365casa, viu a filha "sentadinha no chão", atingida por estilhaçossite aposta bet365bala na perna e na orelha, e o filho desmaiado, com um pano amarrado pela irmã onde estava sangrando. "A bala perfurou o braço e atravessou para o lado, rasgando as costas dele", conta.

O pior, entretanto, veio depois. Policiais acusaram Ivosite aposta bet365trocar tiros com a polícia e, do hospital, o levaram algemado para o Instituto Padre Severino. Ele passou oito noites preso no centro para menores infratores.

Dois meses depois, ele foi absolvido e inocentado pela Vara da Infância e Juventude do Estado do Rio e recebeu uma moçãosite aposta bet365desagravo do Conselho Estadualsite aposta bet365Defesa da Criança e do Adolescente do Estado do Riosite aposta bet365Janeiro, um pedido oficialsite aposta bet365desculpas por ter sido vitimizado fisicamente e "ainda acusado ilegalmente e injustamente da práticasite aposta bet365ato infracionalsite aposta bet365associação para o tráficosite aposta bet365drogas".

Mas Josicleide conta que o episódio interrompeu totalmente a trajetória do filho, que era estudante, trabalhava como jardineiro e sonhavasite aposta bet365ir para o Exército. Apóssite aposta bet365detenção, seu alistamento não foi aceito e ele viu os sonhos irem por água abaixo. Hoje, trabalha como mototaxista.

"Saiu foto dele no jornal, falando para o mundo todo que ele era traficante do Alemão. Depois veio o pedidosite aposta bet365desculpas, mas mesmo assim não o aceitaram no Exército. Sabiam o que tinha acontecido. Trataram ele muito mal quando ele foi se apresentar. Ele foi muito humilhado", conta.

PMs no Complexo do Lins, no Rio, dia 07site aposta bet365junhosite aposta bet3652018

Crédito, EPA

Legenda da foto, Númerosite aposta bet365tiroteios no Riosite aposta bet365Janeiro aumentou após intervenção federal comandada por militares

Josicleide fez tratamento com uma psicóloga e até hoje toma remédio para dormir. Ela diz que a filha, hoje com 16 anos, ainda tem tremores quando há tiroteio. Já Ivo mudou totalmente.

"Eu acho que ele ficou meio revoltado, meio rebelde. Não gosta que ninguém fale do assunto. Não deixa ninguém tocar no braço dele (onde foi baleado). Quando ele saiu do Padre Severino passou um mês tomando remédio. Depois não teve mais nenhum tiposite aposta bet365tratamento porque não quer."

A família entrou com uma ação indenizatória contra o Estado, mas o processo foi arquivado. "A gente queria que o Estado pagasse pelo erro que cometeu. Todo mundo não tem que pagar pelos seus erros? Com os pobres é assim."

Defasagens no atendimento

O psiquiatra William Berger, professor adjunto da UFRJ e pesquisador do Laboratório Integradosite aposta bet365Pesquisas sobre Stress (Linpes), diz que o traumasite aposta bet365ser atingido por uma bala perdida na infância ou juventude pode ser "devastador" para a formação do indivíduo.

"Ela pode crescer uma criança muito mais insegura, irritada, temerosa, com medosite aposta bet365ir para o colégio,site aposta bet365sairsite aposta bet365casa, podendo ocasionar por exemplo evasão escolar", afirma. "Quanto mais precoce, maior a tendênciasite aposta bet365comprometer um indivíduo que sobreviveu a um trauma desses", diz.

Berger acompanhasite aposta bet365perto os efeitos da violência no Rio no Ambulatóriosite aposta bet365Violência Urbana do Institutosite aposta bet365Psiquiatria da UFRJ, que há quinze anos presta atendimento médico e psicoterápico gratuito a vítimas.

"Antessite aposta bet365eu começar a atender a essa população, eu achava que a situação não era tão ruim assim, que mídia pegava os piores casos e isso impressionava muito a opinião pública", lembra. "Hoje, posso dizer que os casos são muito piores do aparece na TV. Só tendo contato é que temos alguma dimensão do que essas pessoas passam no dia a dia", diz.

O ambulatório atende a pessoas que sofreram diversos tiposite aposta bet365violência,site aposta bet365balas perdidas a assaltos com sequestro-relâmpago, estupros ou tiroteios no meiosite aposta bet365uma salasite aposta bet365aula com crianças.

Tais eventos podem gerar uma sériesite aposta bet365transtornos mentais, como depressão, transtornossite aposta bet365ansiedade e síndrome do pânico. Mas a sequela mais grave, considera, são os casossite aposta bet365transtornosite aposta bet365estresse pós-traumático, patologia que começou a ser descritasite aposta bet365situaçõessite aposta bet365guerra, estudadasite aposta bet365veteranos da Guerra do Vietnã, e que aparecesite aposta bet365cidades com altos índicessite aposta bet365violência, esite aposta bet365tiroteios sem hora nem lugar para acontecer, como o Rio.

"O transtornosite aposta bet365estresse pós-traumático (TEPT) é muito incapacitante. Gera um sofrimento enorme para o portador. Leva a prejuízos econômicos grandes, tanto pela perda da produtividade quanto por problemassite aposta bet365saúde, e produz sintomas como dores abdominais, taquicardia, irritabilidade, tremores e até diarreia", explica.

Berger diz que casossite aposta bet365TEPT são subdiagnosticados porque os pacientes têm dificuldadesite aposta bet365falar sobre a doença. "É preciso que os médicos procurem ativamente, perguntem sobre traumas sofridos, porque os pacientes não vão falar espontaneamente. Pelo contrário, ele vai esconder para não ter que lembrar daquilo que é tão sofrido para ele", afirma.

Apesar do quadro críticosite aposta bet365violência urbana no Brasil, um atendimento médico especializado está longesite aposta bet365ser uma realidade na redesite aposta bet365saúde pública, diz a psicóloga Edinilsa Ramossite aposta bet365Souza, do departamentosite aposta bet365Estudossite aposta bet365Violência e Saúde da Escola Nacionalsite aposta bet365Saúde Pública (Ensp), da Fiocruz.

"Nossos profissionais ainda estão muito pouco capacitados para lidar com violência urbana. Esse tema entra pouco na graduaçãosite aposta bet365medicina e enfermagem. E sabemos que é uma questão complexa,site aposta bet365múltiplos fatores, na qual os profissionais têm que atuarsite aposta bet365rede com outros setores da sociedade", afirma.

Responsabilização do Estado

Apesar da urgência do tratamento das sequelas físicas e mentaissite aposta bet365sobreviventessite aposta bet365ferimentos por armasite aposta bet365fogo, o tempo dos processos indenizatórios na Justiça segue o mesmo ritmo morososite aposta bet365ações judiciaissite aposta bet365outras áreas.

De acordo com o defensor público Daniel Lozoya, do Núcleosite aposta bet365Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Rio (NUDEDH), os casossite aposta bet365balas perdidas são tão recorrentes que há jurisprudência determinando que o Estado tem responsabilidade cível sobre casossite aposta bet365homicídio ou lesão corporal resultantessite aposta bet365operações policiais - mesmo que o disparo não tenha partido da polícia ousite aposta bet365casos nos quais não se descubrasite aposta bet365onde partiu.

O fundamento é que o Estado está assumindo riscos ao ir para o confrontosite aposta bet365locais densamente povoados. Além disso, há o entendimentosite aposta bet365que, se a polícia está agindosite aposta bet365benefício da sociedade, mas lesa um terceiro, é razoável que a sociedade assuma esse encargo. Isso vale apenas para terceiros não envolvidos no confronto, frisa Lozoya.

No entanto, como os processos contra o Estado são muito demorados, com recursos até a última instância, muitas vezes a saída mais realista é entrarsite aposta bet365um acordo.

"Nos acordos, é feito o pagamentosite aposta bet365indenização com muito mais celeridade. Alguns casos conseguimos resolversite aposta bet365meses. Agora tem demorado mais, já que o Estado estásite aposta bet365crise, mas ainda assim é incomparável com o temposite aposta bet365um processo", afirma.

Camila Limasite aposta bet365sessãosite aposta bet365fisioterapia no Rio

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Aos 12 anos, na saída da escola, Camila foi atingida por tiros trocados entre seguranças particulares e bandidos que assaltavam uma joalheria

Indenização 20 anos depois

A jovem Camila Lima é um caso emblemáticosite aposta bet365demorasite aposta bet365um processo quando não se opta por um acordo. O seu caso completará 20 anossite aposta bet365setembro - e ela finalmente obteve uma vitória no Superior Tribunalsite aposta bet365Justiça (STJ),site aposta bet365Brasília.

Camila tinha 12 anos quando foi baleada ao sair da escolasite aposta bet365Vila Isabel, na zona norte do Rio, atingidasite aposta bet365uma trocasite aposta bet365tiros entre seguranças privados e bandidos que assaltaram uma joalheria. A bala atingiusite aposta bet3656ª esite aposta bet3657ª vértebras, e ela ficou tetraplégica.

De acordo com a decisão do STJ, as empresas envolvidas no processo devem indenizar Camilasite aposta bet365R$ 450 mil por danos morais e R$ 450 mil por danos estéticos, alémsite aposta bet365manter uma pensão alimentar vitalíciasite aposta bet365um salário mínimo por mês. São elas a Drogarias Pacheco, a Sendas e o restaurante Petisco da Vila, à época responsáveis pela contratação dos seguranças.

Apesar da vitória, seu advogado, João Tancredo, afirma que deve demorar até que ela recebasite aposta bet365fato a indenização - já que o STJ ainda precisa avaliar os embargossite aposta bet365declaração apresentados pela defesa, e depois virão as longas discussões sobre como executar a sentença e aplicar a correção monetária sobre a indenização.

"Na maioria dos casos, os processos são um segundo martírio. As pessoas vivem um sofrimento duplo. Há o malsite aposta bet365si, e há o mal que o Estado causa com essa morosidade da Justiça", diz o advogado, responsável por uma ampla gamasite aposta bet365açõessite aposta bet365indenizaçãosite aposta bet365casos emblemáticos, como o do pedreiro Amarildo, o do moradorsite aposta bet365rua Rafael Braga, preso nos protestossite aposta bet3652013, e o da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.

"Há um número enormesite aposta bet365vítimas que não procuram indenização porque não têm consciência do direito que têm. Isso é muito triste. É muito doentio uma sociedade achar que só tem obrigações, e não exercer o direito da cidadania", considera.

O casosite aposta bet365Camila foi amplamente noticiado na época e causou grande comoção social. Vinte anos depois, ela acha que o problema se banalizou.

"Naquela época, casossite aposta bet365bala perdida não eram tão comuns. Agora, está virando rotina. Crianças baleadas, pessoas que morrem ou ficam com sequelas graves. Isso abala a família toda. E é só mais uma vítima, só mais um caso. O Estado não faz nada. É lamentável o ponto a que chegamos", afirma.