Quem são os amigosbet million cassinoTemer presos e quais acusações enfrentam:bet million cassino

Michel Temer

Crédito, Presidência da República

Legenda da foto, Há investigações para apurar suposto envolvimentobet million cassinoTemer com irregularidades no setorbet million cassinoportos desde os anos 1990

bet million cassino O inquérito que apura suposto pagamentobet million cassinopropina na edição do chamado decreto dos portos e tem o presidente Michel Temer entre os investigados teve novos desdobramentos nesta quinta-feira.

Em uma operação cobertabet million cassinosigilo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso mandou prender temporariamente alguns dos investigados, inclusive pessoas próximasbet million cassinoTemer.

Entre os detidos estão os amigos do presidente José Yunes, advogado e empresário, e João Batista Lima Filho, coronel da reserva da Polícia Militarbet million cassinoSão Paulo. Ambos são suspeitosbet million cassinooperar propinas para Temer.

Além deles, foram presos também ao menos mais três pessoas: o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB), que foibet million cassino1999 a 2000 diretor da Companhia Docas do Estadobet million cassinoSão Paulo (Codesp), estatal administradora do portobet million cassinoSantos, assim como o empresário Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, e Celina Torrealba, uma das donas do grupo Libra, empresas que operambet million cassinoSantos.

As prisões foram confirmadas pela imprensa brasileira com os advogados dos investigados. O STF não se pronunciou, e a Polícia Federal, que realizou as prisões, disse que estava impedidabet million cassinodar informações por determinaçãobet million cassinoBarroso.

No finalbet million cassinofevereiro, o ministro já havia decretado a quebra do sigilo bancáriobet million cassinoTemer. Segundo a revista Veja, a medida atingiu também João Baptista Lima Filho, José Yunes e Rodrigo da Rocha Loures, ex-deputado federal também próximo ao presidente.

Na ocasião, o ministro da Secretariabet million cassinoGoverno, Carlos Marun, classificou a medidabet million cassino"abusiva e desnecessária". Dias depois afirmou que entraria com pedidobet million cassinoimpeachment contra o ministro que, segundo ele, estaria "abusandobet million cassinosua autoridade e sendo parcial nas suas ultimas decisões".

Entenda melhor quem são os amigosbet million cassinoTemer presos e quais as acusações contra eles.

Portobet million cassinoSantos

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Há suspeitasbet million cassinoenvolvimentobet million cassinoTemerbet million cassinoirregularidades ligadas ao Portobet million cassinoSantos

Portobet million cassinoSantos, história antiga

O decreto assinado pelo presidentebet million cassinomaiobet million cassino2017 ampliou o prazobet million cassinoconcessão dos portos no paísbet million cassino25 anos para 35 anos, prorrogáveis até o limitebet million cassino70 anos. O inquéritobet million cassinoandamento investiga se a Rodrimar teria buscado intervir no decreto, com auxíliobet million cassinoRocha Loures, para ampliarbet million cassinooperação no Portobet million cassinoSantos. Segundo o jornal Valor Econômico, os contratos da empresa, com datasbet million cassino1991, 1993 e 1999, estão vencidos e operam sob liminar. O presidente nega que o grupo tenha sido beneficiado pelas alterações aprovadas.

Já O Estadobet million cassinoS. Paulo reveloubet million cassino2016 que o grupo Libra foi o único beneficiáriobet million cassinouma brecha criada pela nova Lei dos Portos, aprovadabet million cassino2014, quando Temer era candidato a vice-presidente na chapabet million cassinoDilma Rousseff. O Libra tinha uma dívida milionária com o governo federal - o que o impediriabet million cassinoobter novos contratos públicos. Mas, graças à mudança na legislação, pode ganhar novos contratosbet million cassinoconcessões para gerenciamentobet million cassinoPortos. O conglomeradobet million cassinologística doou,bet million cassino2014, R$ 1 milhão para a contabet million cassinocampanha do vice.

As suspeitasbet million cassinoenvolvimentobet million cassinoTemer com irregularidades ligadas ao Portobet million cassinoSantos, no litoralbet million cassinoSão Paulo, no entanto, não vêmbet million cassinoagora. Há investigações apontando supostas propinas desde os anos 90. Segundo a imprensa brasileira, a história foi revelada inicialmente por Érika Santos, quando ela se separoubet million cassinoMarcelo Azeredo, que dirigiu a Codesp, órgão que administra o portobet million cassinoSantos, entre 1995 e 1998, supostamente por indicaçãobet million cassinoTemer.

No processobet million cassinoseparação, Érika Santos acusou o maridobet million cassinoter mais bens do que dizia, que seriam frutobet million cassinopropina. Na ocasião, apresentou uma planilha que sugere pagamentosbet million cassinoempresas do Portobet million cassinoSantos ao presidente e aliados. Segundo o jornal Folhabet million cassinoS.Paulo, esse documento está anexado ao inquérito que hoje investiga o decreto dos portos. A planilha traz siglas associadas a valoresbet million cassinopropinas: MT, por exemplo, seria Michel Temer, e L representaria o coronel Lima. Ainda segundo o jornal, a planilha cita também as empresas Rodrimar, Libra e Argeplan Arquitetura e Engenharia, essa últimabet million cassinopropriedadebet million cassinoLima.

Segundo o jornal O Globo, a investigação acabou arquivada depois que Érika Santos mudoubet million cassinoversão.

A Delação da JBS,bet million cassinomaiobet million cassino2017, acabou reabrindo essa história. O grupo comprou um terminalbet million cassino2014 da Rodrimar. Em depoimentobet million cassinomaio passado, o ex-executivo da JBS Ricardo Saud disse que Rocha Loures sugeriu o nomebet million cassinoRicardo Mesquita, diretorbet million cassinorelações institucionais do grupo portuário Rodrimar, para receber propina que seria destinada a Temer.

Loures é também ex-assessor do presidente e foi filmado no ano passado recebendo uma mala da JBS com R$ 500 milbet million cassinoação controlada pela Procuradoria Geral da República (PGR).

Já o delator Lúcio Funaro, tido como operadorbet million cassinopropinas do PMDB e próximo ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, dissebet million cassinoagosto passado,bet million cassinodepoimento à PGR, que Temer teria pedido a Cunha para defender interessesbet million cassinoempresas, entre elas a Rodrimar e o grupo Libra, durante a tramitação da Medida Provisória dos Portos,bet million cassino2013. Cunha, na ocasião deputado federal, foi relator da medida na Câmara, atuação que lhe rendeu fortes embates com a presidente Dilma Rousseff na época.

"Essa MP foi feita para reforma do setor portuário e ela ia trazer um grande prejuízo para o grupo Libra, que é um grupo aliadobet million cassinoCunha e, por consequência,bet million cassinoMichel Temer, porque é um dos grandes doadores das campanhasbet million cassinoMichel Temer", disse Funaro no depoimento, segundo o jornal Folhabet million cassinoS.Paulo.

Temer nega ter recebido propinas e agido para beneficiar empresas.

José Yunes

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Yunes foi assessor especialbet million cassinoMichel Temerbet million cassino2016, mas deixou o cargo depoisbet million cassinoser citadobet million cassinodelação da Odebrecht

Quem é José Yunes

A amizade entre José Yunes e Temer começou na faculdadebet million cassinoDireito da Universidadebet million cassinoSão Paulo (USP), onde ambos estudaram entre o final dos anos 50 e início dos anos 60. Yunes inclusive foi diretor do Centro Acadêmico XIbet million cassinoAgosto, entre 1958 e 1961, segundo informações do Centrobet million cassinoPesquisa e Documentaçãobet million cassinoHistória Contemporânea do Brasil da FGV. Já Temer foi segundo-tesoureiro do centro acadêmico e chegou a concorrer a presidênciabet million cassino1962, mas não foi eleito.

Depois, no final dos anos 70, Yunes entrou no MDB, partidobet million cassinooposição à ditadura pelo qual foi eleito deputado estadualbet million cassinoSão Paulobet million cassino78. Temer, porbet million cassinovez, se filiou à legendabet million cassino1981. Ambos atuaram na Assembleia Constituinte que elaborou a Constituiçãobet million cassino1988, Yunes por um períodobet million cassinopoucos meses, já que havia sido eleito suplente pelo MDB (na época chamado PMDB).

Depois disso, o advogado não concorreu mais a cargos públicos, mas voltou à Brasília após o impeachment,bet million cassino2016, para assumir a funçãobet million cassinoassessor especialbet million cassinoMichel Temer.

Durou pouco no cargo. Após três meses, se demitiu ao ter seu nome envolvido no escândalo da delação da Odebrecht. O ex-vice-presidentebet million cassinoRelações Institucionais da empreiteira Cláudio Melo Filho disse que entregou dinheiro para campanhas do então PMDB no escritóriobet million cassinoYunesbet million cassinoSão Paulo. Na ocasião, ele disse à Rede Globo que foi usado como "mula" por Edson Padilha, ministro-chefe da Casa Civilbet million cassinoTemer, e quem deixou a encomenda, um suposto documento, foi Lúcio Funaro, tido como operadorbet million cassinopropinas do MDB pela Operação Lava Jato. Funaro fez acordobet million cassinodelação e cumpre prisão domiciliar.

"Na verdade, eu fui um 'mula' involuntário. Por quê? Eu contei a história que é a minha versão dos fatos e real. O Padilhabet million cassino2014 pediu se poderia uma pessoa entregar um documento no meu escritório que uma outra pessoa iria pegar. Falei: 'sem problema nenhum'", contou à Rede Globo.

"Foi o que ocorreu. Agora, quem levou o documento, que eu não conhecia a pessoa, é o talbet million cassinoLúcio Funaro. Ele levou o documento. Eu não o conhecia. Ele deixou lá envelope e falou: 'uma outra pessoa vai falarbet million cassinonome do Lúcio e vai pegar o documento'. Uma pessoa foi no escritório e pegou o documento que era um envelope, né? Essa é a realidade dos fatos", disse ainda Yunes, segundo a redebet million cassinotelevisão.

Funaro, porbet million cassinovez, acusou Yunesbet million cassinoser administrador da propinabet million cassinoTemer,bet million cassinodepoimento à Procuradoria Geral da República, no ano passado. "José Yunes, alémbet million cassinoadministrar, investia a propina porque ele era donobet million cassinouma empreiteira,bet million cassinouma incorporadorabet million cassinoSão Paulo", disse, segundo reportagem da Folhabet million cassinoS.Paulo.

Sede da Argeplanbet million cassinoSão Paulo

Crédito, Reprodução/Google Street View

Legenda da foto, Suposto repasse da JBS para campanhabet million cassinoTemer à vice-presidência teria sido entregue na sede da Argeplan, empresa do Coronel Lima

E o Coronel?

O coronel reformado da Polícia Militarbet million cassinoSão Paulo João Baptista Lima Filho é apontado por delatores da Operação Lava Jato como operadorbet million cassinopropina bastante próximo a Temer.

A amizade entre os dois teve início nos anos 80, quando o presidente foi nomeado secretáriobet million cassinoSegurança Públicabet million cassinoSão Paulo. O cargo foi ocupado três vezes por Temer, primeiro entre 1984 e 1896 e depois por períodos mais curtos na primeira metade dos anos 90.

Temer sucedeu na pasta Miguel Reale Júnior, que veio a ser um dos autores do pedidobet million cassinoimpeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo reportagem do El País, o coronel Batista era assessor do gabinetebet million cassinoReale Júnior e permaneceu ali quando Temer o sucedeu.

Já após a saídabet million cassinoTemer, Lima passou a atuar no setorbet million cassinoobras da Polícia Militar. Hoje, o coronel é dono da Argeplan, empresabet million cassinoarquitetura e engenharia que tem entre seus clientes órgãos e empresas públicos como Petrobras, Infraero, governobet million cassinoSão Paulo, Dnit (Departamento Nacionalbet million cassinoInfraestruturabet million cassinoTransportes), entre outros citados no site da companhia.

Entre as acusações que pesam contra o coronel estão o suposto repassebet million cassinoR$ 1 milhão pela JBS pelo contador Florisvaldo Caetanobet million cassinoOliveira, a pedido do ex-diretorbet million cassinoRelações Institucionais do grupo, Ricardo Saud,bet million cassinoacordo com delação dos dois. O dinheiro seria destinado à campanhabet million cassino2014bet million cassinoTemer à vice-presidência e teria sido entregue na sede da Argeplan, empresabet million cassinoLima.

Essas acusações deram origem à Operação Patmos, deflagradabet million cassino17bet million cassinomaio do ano passado, que encontrou na casa do Coronel notas fiscais indicando que ele pagou por reformas na casabet million cassinouma das filhasbet million cassinoTemer, Maristela.

Além disso, o coronel foi acusadobet million cassinoter recebido R$ 1 milhão da construtora Engevix pelo empresário José Antunes Sobrinho, durante negociaçãobet million cassinoque tentou fechar acordobet million cassinodelação.

O valor seria propina destinada a Temer como recompensa por um contratobet million cassinoR$ 162 milhões da empreiteira com a Eletronuclear. Lima admitiu ter recebido o dinheiro da Engevix à revista Época, mas disse que se tratoubet million cassinopagamento por serviços prestados porbet million cassinoempresa.