'Já atingiram meu olho, mas não vão me calar': professora agredida por aluno denuncia mensagensmelhor site de aposta de futebolódio:melhor site de aposta de futebol

melhor site de aposta de futebol O sangue que escorriamelhor site de aposta de futeboluma abertura do supercílio manchava o rostomelhor site de aposta de futebolMarcia Friggi,melhor site de aposta de futebol51 anos. Do olho esquerdo brotavam lágrimas já que o direito, atingido por um soco, estava tão inchado que a professoramelhor site de aposta de futebollíngua portuguesa e literaturamelhor site de aposta de futebolIndaial,melhor site de aposta de futebolSanta Catarina, mal conseguia abri-lo. Era o primeiro diamelhor site de aposta de futebolaulamelhor site de aposta de futebolFriggi para aquela turma. E também o primeiro dia do aluno agressor ali.

Os ferimentos físicos, causados por um alunomelhor site de aposta de futebol15 anos e documentadosmelhor site de aposta de futebolfoto, impressionam. Mas as agressões à professora não se encerraram aí. A exposição do caso nas redes sociaismelhor site de aposta de futebolFriggi desencadeou uma nova ondamelhor site de aposta de futebolataques contra ela, conforme relatou a professora à BBC Brasil:

"Estou estarrecida. Certas pessoas estão escrevendo que eu merecia isso, por meu posicionamento políticomelhor site de aposta de futebolesquerda,melhor site de aposta de futebolfeminista. Já atingiram o meu olho, mas não vão me calar. Na salamelhor site de aposta de futebolaula é uma coisa, mas nas redes sociais tenho todo o direitomelhor site de aposta de futebolme expressar", afirmou a professora, que se desdobramelhor site de aposta de futeboldois empregos, nas redes municipal e estadual, para sustentar a família.

Com a voz embargada, Friggi definiumelhor site de aposta de futebolcondição:

"Exerço uma das profissões mais dignas do mundo, com um salário miserável".

A escola onde Friggi foi agredida, na qual leciona há quatro anos, dedica-se ao ensinomelhor site de aposta de futeboljovens e adultos.

"Somos agredidos verbalmentemelhor site de aposta de futebolforma cotidiana. Fomos [os professores] relegados ao abandonomelhor site de aposta de futebolmuitos governos e da sociedade. Somos refénsmelhor site de aposta de futebolalunos emelhor site de aposta de futebolfamílias que há muito não conseguem educar. Esta é a geraçãomelhor site de aposta de futebolcristal:melhor site de aposta de futebolquem não se pode cobrar nada, que não tem noçãomelhor site de aposta de futebolnada", lamenta.

Socos na escola

Conforme relatoumelhor site de aposta de futeboluma postagem no Facebook, já compartilhada maismelhor site de aposta de futebol321 mil vezes, Friggi foi agredida por um estudante durante a aula.

Ao pedir que o aluno colocasse um livro que estava entre as pernas sobre a mesa, a professora conta que foi xingada. Depois, o aluno jogou o livro emmelhor site de aposta de futeboldireção.

Ao encaminhar o jovem para a direção escolar, Friggi acabou alvomelhor site de aposta de futebolsocos e agressões.

"Ele, um menino fortemelhor site de aposta de futebol15 anos, começou a me agredir. Foi muito rápido, não tive tempo ou possibilidademelhor site de aposta de futeboldefesa. O último soco me jogou na parede", escreveu a professora.

À BBC Brasil, a delegacia da Polícia Civilmelhor site de aposta de futebolIndaial confirmou ter registrado a ocorrência ainda na manhã da última segunda-feira. Por ser menormelhor site de aposta de futebolidade, o adolescente teve a atitude anotadamelhor site de aposta de futebolum ato infracional por lesão corporal e deve ser levado a depor ainda esta semana.

Em 2016, o mesmo jovem já havia sido denunciado por lesão corporal contra a própria mãe e,melhor site de aposta de futebol2017, por ameaça contra um Conselheiro Tutelar, que acompanha o desenvolvimento do rapaz. Na ocasião, o jovem havia afirmado que daria um soco no rosto do profissional, tal como acabou fazendo com Friggi.

O adolescente continua regularmente matriculado na escola. A Prefeituramelhor site de aposta de futebolIndaial informou que a Secretaria Municipalmelhor site de aposta de futebolEducação e o Juizadomelhor site de aposta de futebolInfância e Adolescência vão avaliar como proceder.

Junto com manifestaçõesmelhor site de aposta de futebolsolidariedade, a professora foi alvomelhor site de aposta de futeboluma enxurradamelhor site de aposta de futebolmensagensmelhor site de aposta de futebolódiomelhor site de aposta de futebolpessoas que a culparam pelo incidente. Os internautas acusaram-namelhor site de aposta de futebolter feito comentários elogiosos à uma ovada desferida contra o deputado federal Jair Bolsonaro.

Nos comentários, ela leu que "apanhou pouco" e que "se a senhora e vários outros professores se preocupassemmelhor site de aposta de futebolensinar ao invésmelhor site de aposta de futebolimbecilizar os alunos, cenas como essa não existiriam nas escolas. Você é cupada por incentivar o desrespeito, a faltamelhor site de aposta de futeboleducação, o vitimismo e o coitadismo".

Em resposta, a professora fechou suas páginas nas redes sociais para comentários. Antes disso, no entanto, afirmoumelhor site de aposta de futeboluma mensagem: "dilacerada ainda, masmelhor site de aposta de futebolpaz".

Experiência cotidiana

A situação vivida por Friggi nesta segunda-feira é, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), uma experiência vivida por muitos professores brasileiros. Uma pesquisamelhor site de aposta de futebol2014, feitamelhor site de aposta de futebol34 países, revelou que 12,5% dos educadores brasileiros disseram sofrer agressões verbais ou intimidaçõesmelhor site de aposta de futebolalunos ao menos uma vez por semana. A média entre todos os países foimelhor site de aposta de futebol3,4%.

"Estou dilacerada por ter sido agredida fisicamente. Estou dilacerada por saber que não sou a única, talvez não seja a última. Estou dilacerada por já ter sofrido agressão verbal, por ver meus colegas sofrerem", desabafou Friggi.

Além da faltamelhor site de aposta de futebolsegurança para exercer a profissão, professores brasileiros são comprovadamente mal-remunerados. Outro levantamento da OCDE,melhor site de aposta de futebol2016, mostrou que os docentes dos ensinos fundamental e médio do país recebem menos da metade do que a média dos profissionais da educação dos 35 países membros da organização.