O que é a bronquiolite, doença que assusta pais e lota UTIs infantis no inverno:baixar aplicativo bet nacional

Bebêbaixar aplicativo bet nacionalincubadora

Crédito, iStock

Legenda da foto, Bebês que são prematuros extremos são os mais vulneráveis aos vírus que causam bronquiolite e devem receber o medicamento contra o VSR

Surtos da doença ocorrem todos os anos nos mesesbaixar aplicativo bet nacionaloutono e inverno no Brasil, principalmentebaixar aplicativo bet nacionalbebêsbaixar aplicativo bet nacionalaté 2 anosbaixar aplicativo bet nacionalidade. Mas, este ano, UTIsbaixar aplicativo bet nacionalhospitaisbaixar aplicativo bet nacionalSão Paulo ebaixar aplicativo bet nacionalCampinas já estão lotadas. Em outras capitais brasileiras, há aumento da procura por assistência médica.

O principal responsável pela doença é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que pode causar desde sintomasbaixar aplicativo bet nacionaluma gripe leve até um quadro gravebaixar aplicativo bet nacionaldificuldade respiratória.

"É um vírus muito, muito comum. Para você ter uma ideia, 100% das crianças vão ter VSR até os dois anosbaixar aplicativo bet nacionalidade. A maioria não fica tão doente como se imagina vendo as notícias", disse à BBC Brasil o pediatra e pneumologista Marcus Jones, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), autorbaixar aplicativo bet nacionalestudos sobre o vírus.

"Geralmente é uma doença muito leve. A criança tem coriza (nariz escorrendo) e um poucobaixar aplicativo bet nacionalchiado no peito, mas fica bembaixar aplicativo bet nacionalsete a 14 dias. Mas cercabaixar aplicativo bet nacional2% delas têm dificuldadebaixar aplicativo bet nacionalrespirar e precisam ser hospitalizadas."

'Velho conhecido'

A bronquiolite não é uma doençabaixar aplicativo bet nacionalnotificação compulsória (obrigatória)baixar aplicativo bet nacionalacordo com o Ministério da Saúde. Como a maior parte dos casos provocados pelo VSR não chega a ser grave, o teste para identificar o vírus também não está disponível na maioria dos hospitais. Por isso, secretarias municipais e estaduais não têm dados que possam confirmar o aumentobaixar aplicativo bet nacionalinternações.

Especialistas entrevistados pela BBC Brasil dizem, no entanto, que os casos mais sérios ainda estão dentro do esperado para a época, ainda que a percepção sejabaixar aplicativo bet nacionalque há mais crianças afetadas do que no ano passado.

"A um anobaixar aplicativo bet nacionalexplosãobaixar aplicativo bet nacionalcasos geralmente se segue um ano com um número menor, e assim por diante. É possível prever que no ano que vem os casos não serão tão numerosos como agora. Esse vírus é conhecido dos pediatras há décadas, e estamos acostumados com essa oscilação", disse à BBC Brasil o pediatra Paulo Augusto Moreira Camargos, presidente do Departamento Científicobaixar aplicativo bet nacionalPneumologia da Sociedade Brasileirabaixar aplicativo bet nacionalPediatria (SBP).

Vírus Sincicial Respiratório

Crédito, CDC

Legenda da foto, O Vírus Sincicial Respiratório é responsável por pelo menos 60% a 75% dos casosbaixar aplicativo bet nacionalbronquiolite viral

"Nos serviçosbaixar aplicativo bet nacionalurgência há mais crianças com bronquiolite viral aguda agora do que tinhabaixar aplicativo bet nacionaljaneiro e vai ter muito mais do quebaixar aplicativo bet nacionaloutubro ou setembro. Isso não é um alerta, é absolutamente previsível e não foge àquilo que se esperava."

O hospital infantil Sabará, entretanto, disse à BBC Brasil ter notado duas diferenças neste anobaixar aplicativo bet nacionalrelação a picos anteriores da doença.

"Notamos que os casosbaixar aplicativo bet nacionalquadros respiratórios causados pelo VSR começaram a aparecer mais cedo", afirmou o hospital,baixar aplicativo bet nacionalnota.

"Outra diferença está também na gravidade dos casos:baixar aplicativo bet nacional2017, o nosso volumebaixar aplicativo bet nacionalpacientes graves está acima do habitual, o que demanda maior tempobaixar aplicativo bet nacionalinternação das crianças e, na maioria das vezes, UTI."

O hospital diz estar estudando "os possíveis fatores que podem estar causando essa maior gravidade dos casos".

Onze vírus

Segundo Camargos, o VSR é responsável por cercabaixar aplicativo bet nacional60% dos casosbaixar aplicativo bet nacionalbronquiolite agudabaixar aplicativo bet nacionalcrianças, mas pelo menos outros dez vírus podem causar a mesma doença, com exatamente os mesmos sintomas e a mesma possibilidadebaixar aplicativo bet nacionalevolução para um caso grave.

O tratamento, seja qual for o vírus, é o mesmo, e dependerábaixar aplicativo bet nacionalcomo a infecção evoluibaixar aplicativo bet nacionalcada criança. "Em quase 98% dos casos, a família nem vai saber que a criança teve um desses vírus. Elas adoecem apenas como uma gripe e mesmo tendo bronquiolite, não precisambaixar aplicativo bet nacionalinternação."

No entanto, o pediatra diz que a faltabaixar aplicativo bet nacionaldados sobre os vírus dificulta a compreensão do alcance da doença.

"Os sistemasbaixar aplicativo bet nacionalsaúde público e privado no Brasil deveriam estar mais equipados para identificar os vírus respiratórios, e para que a gente entenda o que está acontecendo no país", afirma.

O Ministério da Saúde afirmou que o país registrou 314 mortesem 2015 pela infecção com VSR no país - os dados mais recentes disponíveis.

"O VSR é um dos principais agentes das infecções que acometem o trato respiratório inferior entre lactentes e crianças menoresbaixar aplicativo bet nacional2 anos, podendo ser responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante os períodosbaixar aplicativo bet nacionalsazonalidade", disse,baixar aplicativo bet nacionalnota à BBC Brasil.

Marina Faleiros com as filhas

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, As duas filhasbaixar aplicativo bet nacionalMarina Faleiros tiveram o VSR nos primeiros mesesbaixar aplicativo bet nacionalvida; vírus que causam bronquiolite atacam mais nos mesesbaixar aplicativo bet nacionaloutono e inverno

Anticorpo

Para a psicóloga Olga Machado,baixar aplicativo bet nacional48 anos, a infecção pelo VSR foi uma novidade assustadora, mas a movimentaçãobaixar aplicativo bet nacionalfamílias no Hospital Sabará mostrou que a doençabaixar aplicativo bet nacionalseu filho Matheus,baixar aplicativo bet nacionaltrês meses, era mais comum do que imaginava.

"Já tinha ouvido falarbaixar aplicativo bet nacionalum sobrinho com bronquiolite, mas nada tão agressivo, com internação. Quando ouvi as palavras 'grave', 'UTI' e 'entubar', achei que ia perdê-lo. Matheus foi frutobaixar aplicativo bet nacionalmuitas tentativasbaixar aplicativo bet nacionalfertilização in vitro", disse à BBC Brasil.

"Até que fui percebendo que não é só com você, está acontecendo com outros bebês. Nas poucas vezesbaixar aplicativo bet nacionalque eu saía da UTI para tomar café via a recepção lotadabaixar aplicativo bet nacionalcrianças."

Matheus ficou 14 dias internado e voltou para casa, com a mãe, na última terça-feira.

Assim como ele, a pequena Laila, filha da jornalista Marina Faleiros, nasceu na data prevista e saudável. Por isso, nenhum dos dois bebês foi considerado para receber o único medicamento disponível contra o VSR, o palivizumabe.

Como se tratabaixar aplicativo bet nacionalum anticorpo que é transferido para a criança, ele é diferente das vacinas normais. De acordo com determinação do Ministério da Saúde, o palivizumabe só deve ser administradobaixar aplicativo bet nacionalbebês que estão mais vulneráveis à doença: prematuros extremos (que nascem após 28 semanas ou menosbaixar aplicativo bet nacionalgestação) e crianças com até 2 anosbaixar aplicativo bet nacionalidade que tenham doença pulmonar crônica ou doença cardíaca congênita.

Os médicos pediatras ou neonatologistas que acompanham os bebês devem indicá-los para receber o medicamento.

"A discussão sobre a possibilidadebaixar aplicativo bet nacionalampliar a imunização ocorrebaixar aplicativo bet nacionaltodo o mundo, mas é um medicamento caro, porque é produzido por apenas uma empresa, com uma tecnologia muito sofisticada", diz Marcus Jones, da PUC-RS.

"Mas esse é um vírus que matabaixar aplicativo bet nacional70 mil a 200 mil crianças no mundo, principalmente na África e no sul da Ásia. Por isso, há muitos órgãos e empresas envolvidos na produçãobaixar aplicativo bet nacionalvacinas. Certamente teremos mais nos próximos anos."

Segundo o Ministério da Saúde, até abril deste ano, já foram distribuídos 14.486 frascosbaixar aplicativo bet nacional50 mg e 35.280 frascosbaixar aplicativo bet nacional100 mg do palivizumabe para o serviço público. A imunização das crianças acontecebaixar aplicativo bet nacionaljaneiro a agosto, a depender do períodobaixar aplicativo bet nacionalmaior incidência do VSR nas diferentes regiões do Brasil.

Olga Machado e seu filho Matheus

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Matheus,baixar aplicativo bet nacionaltrês meses, ficou 14 dias internado na UTIbaixar aplicativo bet nacionalSão Paulo por causa do VSR; a maioria das crianças se recupera da doença sem necessidadebaixar aplicativo bet nacionalinternação, segundo médicos

Prevenção

Se a criança adoecer, é importante ficar atento a uma possível dificuldadebaixar aplicativo bet nacionalrespirar, que sinaliza o agravamento da doença.

"O quadro começa com resfriado comum, com o nariz obstruído e coriza, evolui para tosse, que inicialmente é seca e depois fica úmida e, por fim, se percebe que a respiração está difícil. O bebê começa a respirar mais rápido e, se colocarmos o ouvido no peito dele, veremos que há uns barulhinhos diferentes, que não existiam antes, o que chamamosbaixar aplicativo bet nacionalsibilância", explica Jones.

"Isso é um sinalbaixar aplicativo bet nacionalque o bebê está começando a ter dificuldadebaixar aplicativo bet nacionalrespirar. Isso pode ou não evoluir para uma insuficiência ventilatória, que requer internação."

Com a doençabaixar aplicativo bet nacionalLaila, Marina Faleiros teve abaixar aplicativo bet nacionalsegunda passagem pela UTI por causa da bronquiolite. Sua primeira filha, que hoje tem 4 anos, chegou a ficar internada por causa da doença aos 2 mesesbaixar aplicativo bet nacionalidade.

"Não sei por que, se esse vírus é tão comum, ouvimos falar dele tão pouco. Devia ter uma campanha mais forte nessa época do ano. Se as crianças que não são prematuras não recebem o remédio, a gente fica sem saber", diz.

De acordo com os médicos, evitar aglomeraçõesbaixar aplicativo bet nacionalpessoas, manter os ambientes com ventilação adequada e lavar as mãos são as medidas mais importantes para prevenir a infecçãobaixar aplicativo bet nacionalbebês e crianças pelo vírus.

"A contaminação é principalmente por beijo e toque com as mãos. Então os pais devem lavar as mãos sempre e não deixar que qualquer pessoa toque nas crianças ou dê beijo na mão do bebê", explica Jones.