10 números que mostram o que mudou no Uruguai 10 anos após legalização da maconha:new member freebet

Legenda do áudio,

Em 2014, começaram a ser registrados os cultivadores domésticos e clubes com 15 a 45 membros, que podem produzir até 480 gramas anuais por residência ou sócio. Já a vendanew member freebetmaconhanew member freebetfarmácias só começounew member freebet2017.

Crédito, AFP

Legenda da foto, O Uruguai regulamentou a produção, venda e consumonew member freebetcannabisnew member freebet2013.

"A maior conquista foi gerar um mercado legal que antes não existia e, como todo mercado legal, tem suas vantagens", afirma a politóloga Rosario Queirolo, professora da Universidade Católica do Uruguai. Ela estudou o impacto da lei uruguaia sobre a maconha.

Entre suas vantagens, Queirolo destaca que a lei abriu aos usuáriosnew member freebetmaconha a possibilidadenew member freebetabandonar os circuitos ilícitos, frequentemente vinculados ao crimenew member freebetgeral. Agora, eles têm acesso a produtosnew member freebetfarmácias, com maior controlenew member freebetqualidade.

Mas a professora acredita que o objetivo determinado pelo então presidente uruguaio José Mujica,new member freebetconcorrência com o narcotráfico pelo mercado da maconha, foi "ambicioso" demais. E que o mesmo ocorreu com a ideianew member freebetmelhorar a segurança pública que acompanhou a lei.

"Esse mecanismonew member freebetcausa e efeito não funciona", afirmou Queirolo à BBC News Mundo, o serviçonew member freebetespanhol da BBC. "O mercadonew member freebetcannabis foi regulamentado e continuaram crescendo os homicídios e os índicesnew member freebetassaltos, da mesma forma."

De fato, o balanço dos primeiros 10 anosnew member freebetlegalização da maconha no Uruguai é contraditório. Mas existem 10 números que ajudam a entender os resultados.

1º: 86.207

Este é o númeronew member freebetusuáriosnew member freebetmaconha registrados no país, segundo o relatório oficial do Institutonew member freebetRegulamentação e Controle da Cannabis (IRCCA), publicadonew member freebetjunho deste ano.

O número representa cercanew member freebet2,5% do total da população do Uruguai.

Desculpe, mas não é possível exibir esta parte da história nesta páginanew member freebetacesso resumidonew member freebetcelular.

2º: 66%

É o percentualnew member freebetconsumidoresnew member freebetmaconha maioresnew member freebet18 anos no Uruguai que continuam sem se registrar, segundo estimativas oficiais.

Ou seja, doisnew member freebetcada três usuários recorrem ao chamado mercado cinza,new member freebetque a cannabis é produzida legalmente, mas distribuída fora da regulamentação.

Os motivos são vários: desde o medonew member freebetque os dadosnew member freebetregistro sejam divulgados até o repúdio à intervenção do Estado neste tema.

"O objetivo para os próximos anos é aumentar o mercado legal e reduzir o ilegal", indica Queirolo. "Para isso, certamente são necessárias mudanças na formanew member freebetimplementação da política."

3º: 19%

Pule Novo podcast investigativo: A Raposa e continue lendo
Novo podcast investigativo: A Raposa

Uma toneladanew member freebetcocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês

Episódios

Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa

Esta é a parcelanew member freebeturuguaios maioresnew member freebet16 anos que voltaram a consumir maconha depoisnew member freebetprová-la pela primeira vez, segundo uma pesquisa da empresa Cifra, realizadanew member freebetmaionew member freebet2022.

O índice é quase o dobro dos 10%new member freebet2016, mas a empresanew member freebetpesquisas alerta que a alta pode ser devida,new member freebetparte, ao fatonew member freebetque mais cidadãos uruguaios estão dispostos a admitir que consomem cannabis, à medida que seu uso é "normalizado".

"Acredito que exista um aumento do consumonew member freebetdeterminada população, porque é mais fácil, mas também que as pessoas estão declarando o seu uso", afirmou a diretora da Cifra, Mariana Pomiés, à BBC News Mundo.

Outros estudos realizados entre jovens e adolescentes uruguaios concluíram que não foram observados aumentos do consumonew member freebetcannabis nesses grupos após a legalização, exceto por um pico temporárionew member freebet2014. Queirolo participounew member freebetum desses estudos, comparando os dados do Uruguai com o Chile, onde a maconha é ilegal.

4º: 7

São os usuáriosnew member freebetcannabis que compram o produtonew member freebetfarmácias a cada 10 registrados.

Os demais se registraram para cultivar a ervanew member freebetcasa (17%) ounew member freebetclubesnew member freebetprodutores (12%).

O sistemanew member freebetprodução e venda da cannabis nas farmácias uruguaias é controlado pelo Estado.

Crédito, GETTY

Legenda da foto, Setenew member freebetcada 10 usuários registrados no Uruguai compram a cannabisnew member freebetfarmácias.

5º: 10,5

Esta é a quantidade,new member freebettoneladas,new member freebetmaconha vendida nas farmácias uruguaias nos primeiros seis anosnew member freebethabilitação (de julhonew member freebet2017 a junhonew member freebet2023), segundo o IRCCA.

Este volume foi atingido com a vendanew member freebet2,1 milhõesnew member freebetembalagensnew member freebetcinco gramasnew member freebetflores cada uma. É o equivalente à cannabis consumida na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos,new member freebetum ano – ou quase um sexto do consumo anualnew member freebetNova York, segundo registros do Centro para o Avanço da Saúde (CFAH, na siglanew member freebetinglês).

A quantidade médianew member freebetcompra das pessoas registradasnew member freebetfarmácias énew member freebet14 a 15 gramas mensais, segundo indicou o IRCCA. No último verão, essa média atingiu 17 gramas.

Crédito, GETTY

Legenda da foto, Colheitanew member freebetmaconha no Uruguai

6º: 15%

É o percentual máximonew member freebettetra-hidrocanabinol (THC) contido na maconha disponível para venda nas farmácias uruguaias.

O THC é o componente psicoativo da maconha, que age sobre receptores localizadosnew member freebetcélulas nervosas do cérebro. E esta é a concentração da variedade "gama", que começou a ser vendidanew member freebetdezembronew member freebet2022.

Trata-senew member freebetuma variante híbrida com predominância da Cannabis indica. Por ser mais psicoativa do que as outras duas variedades oferecidas inicialmente pelas farmácias, houve um aumento significativo das pessoas registradas para comprá-la. E esta variedade passou a ser a preferida dos clientes.

Mas os clubesnew member freebetcannabis uruguaios costumam colher flores com maior teornew member freebetTHC. Internacionalmente, são conhecidas variedades com concentraçõesnew member freebettetra-hidrocanabinol acimanew member freebet30%.

7º: 460

Este é o preço,new member freebetpesos uruguaios, dos pacotesnew member freebetcinco gramasnew member freebetmaconha variedade "gama" nas farmácias. O valor equivale a cercanew member freebetUS$ 12, ou R$ 59.

Mas as outras duas variedades com menor percentualnew member freebetTHC (uma com predominância sativa e a outra, indica) são um pouco mais baratas.

Crédito, AFP

Legenda da foto, A cannabis é vendida nas farmácias uruguaiasnew member freebetembalagensnew member freebet5 gramas.

Estes preços são significativamente menores que o custo da maconha legal ou ilegalnew member freebetoutras partes do mundo. Uma avaliação recente do CFAHnew member freebet140 cidades do mundo indica Montreal, no Canadá, com o gramanew member freebetcannabis mais barato (US$ 5,90 ou cercanew member freebetR$ 29), enquanto Tóquio, no Japão, aparece com o custo mais alto (US$ 33,80 ou cercanew member freebetR$ 166).

A capital uruguaia, Montevidéu, não foi incluída na pesquisa.

8º: 5,3 milhões

É o valornew member freebetdólares faturado pelas empresas habilitadas no território uruguaio para exportaçãonew member freebetcannabisnew member freebet2022, segundo os dados da agêncianew member freebetpromoçãonew member freebetexportações Uruguay XXI. O montante corresponde a cercanew member freebetR$ 26 milhões.

Foram exportadas 16 toneladasnew member freebetflores para diversos mercados, a grande maioria (83%) para uso medicinal. Os principais destinos foram Portugal, Alemanha, Israel e Canadá.

O Uruguai também começou a exportar cannabis para os Estados Unidos.

9º: 13

São as licenças ativas outorgadas a empresas para cultivonew member freebetcannabis para uso medicinal no Uruguai, segundo dados do IRCCA.

Existe ainda aproximadamente o mesmo númeronew member freebetautorizações vigentes para pesquisas sobre o uso da cannabis com diferentes propósitos, que vão desde o desenvolvimento farmacêutico baseadonew member freebetcanabidiol (CBD) até o uso da substância na terapia ansiolítica e dermatológicanew member freebetcães.

Este é um novo setor da ciência e economia que surgiu após a legalização. Seus resultados ainda são incertos.

10º: 48%

Este é o percentualnew member freebetcidadãos uruguaios que concordam com a lei que regulamentou o mercado da maconha, segundo uma pesquisa da Cifra publicadanew member freebet2022.

O percentual é o dobro do registradonew member freebet2012 pela mesma empresanew member freebetpesquisas. Já o percentual dos que se opõem à lei caiunew member freebet66% para 45%.

Desculpe, mas não é possível exibir esta parte da história nesta páginanew member freebetacesso resumidonew member freebetcelular.

"O que mais colaborou para que as pessoas mudassemnew member freebetopinião foi o transcurso da vida cotidiana sem grandes problemas após a regulamentação", explica a diretora da empresanew member freebetpesquisas, Mariana Pomiés.

"As pessoas que poderiam ter predisposição favorável [à legalização], mas tinham medo, foram perdendo [o temor]", acrescenta ela. Mas Pomiés acredita que "continuará existindo uma parcela importantenew member freebeturuguaios que não estarãonew member freebetacordo".