'Sopro da morte': as memórias do golpe no Chile por ex-assessorvoj8 betSalvador Allende:voj8 bet

Joan Garcés
Legenda da foto, Joan Garcés foi conselheiro e amigovoj8 betSalvador Allende

Joan Garcés é uma testemunha privilegiada do que aconteceu no Chilevoj8 bet11voj8 betsetembrovoj8 bet1973, dia do golpe militar que depôs Allende.

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O espanhol chegou ao país sul-americano alguns anos antes, atraído pela históriavoj8 betAllende, com quem estabeleceu uma forte amizade.

Em 1970, quando Allende se tornou o primeiro presidente socialista do mundo a chegar ao poder por meios democráticos, Garcés se tornou seu conselheiro mais próximo.

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Três anos depois - e após mesesvoj8 betpolarização e tentativas fracassadasvoj8 betlevantes militares - as Forças Armadas, lideradas por Augusto Pinochet, derrubaram o governo da Unidade Popular (UP), dando origem a um regime militar que durou 17 anos e deixou quase 40 mil vítimas, incluindo maisvoj8 bet3.000 mortos ou desaparecidos.

No dia do ataque, Joan Garcés estava no palácio presidencial com Allende. Ele permaneceu ao seu lado até que o presidente lhe ordenou que deixasse o La Moneda para que pudesse transmitir ao mundo o que ali havia acontecido. Allende morreria pouco depois.

Garcés não só cumpriu a tarefa que lhe foi confiada, publicando livros como Allende e a experiência chilena. Ele também acabou se tornando o arquiteto da histórica prisãovoj8 betPinochetvoj8 betLondres,voj8 bet1998.

Relutantevoj8 betdar entrevistas e, sobretudo,voj8 betrevelar fragmentosvoj8 betsua vida pessoal, Joan Garcés contou à BBC News Mundo, serviçovoj8 betespanhol da BBC, detalhes inéditos sobre o 11voj8 betsetembro e os dias que se seguiram, comovoj8 betcomplexa fuga do Chile.

Também deu especial ênfase à responsabilidade dos Estados Unidos na ruptura democrática no Chile e apela a uma condenação pública da Casa Branca, depoisvoj8 beta desclassificaçãovoj8 betvários registos ter evidenciado o papel do país no golpe do Chile.

Confira abaixo a entrevista que ele deu à BBC.

voj8 bet BBC - Quero partir transportando você para 11voj8 betsetembrovoj8 bet1973. O que você lembra daquele dia?

voj8 bet Joan Garcés - Esse dia foi uma data importante porque ao meio-dia estava previsto que o presidente Allende fizesse um discurso anunciando medidas econômicasvoj8 betemergência ao país, além da convocaçãovoj8 betum referendo para que os cidadãos pudessem escolher o caminho a seguir: o oferecido pelo governo ou o da oposição.

voj8 bet BBC - Pelo que entendi, naquele dia você chegou cedo ao palácio presidencial...

voj8 bet Garcés - Na noitevoj8 bet10voj8 betsetembro houve uma reunião que terminou à 1h30 da manhã com o presidente, o ministro da Defesa (Orlando Letelier), o ministro do Interior (Carlos Briones), o diretor da Televisão Nacional (Augusto Olivares ) e eu.

Preparamos o discurso que Allende faria no dia seguinte.

E passei a noite na residência do presidente porque a reuniãovoj8 bettrabalho ia continuarvoj8 betmadrugada.

Mas o diretor da Televisão Nacional, que também dormira lá, me acordou por volta das 7h15 da manhã contando que havia um levante da Marinha na zona portuáriavoj8 betValparaíso (no litoral chileno, a 117 km da capital, Santiago).

Nesta fotografia inédita, Salvador Allende aparece ao ladovoj8 betJoan Garcés (à esq.) e Óscar Agüero, ex-embaixador do Chile na Espanha,voj8 bet1972.

Crédito, Arquivo Pessoal Joan Garcés

Legenda da foto, Nesta fotografia inédita, Salvador Allende (esq.) aparece ao ladovoj8 betJoan Garcés (ao centro) e Óscar Agüero, ex-embaixador do Chile na Espanha,voj8 bet1972

voj8 bet BBC - E então?

voj8 bet Garcés - Depois fomos ao palácio presidencial, junto com o presidente.

O presidente entrou com a informaçãovoj8 betque o Exército era leal e assumiu seu postovoj8 betcomando para dirigir a defesa do sistema constitucional. Com o passar da reunião, chegou a informaçãovoj8 betque o golpe estavavoj8 betandamento.

Às 8h30 da manhã, o primeiro comando da junta pediu a Allende que entregasse avoj8 betlegitimidade como chefevoj8 betEstado à junta militar, algo que ele evidentemente se recusou a fazer.

Por volta das 9h, o presidente fez seu último discurso e, quando terminou, começaram os ataques da infantaria, o ataque blindado e aéreo que durou até por volta das 13h30. O palácio estavavoj8 betchamas, com fumaça, não dava para respirar.

O presidente ordenou aos seus colaboradores que abandonassem o palácio porque era impossível continuar ali devido à fumaça e ao fogo.

voj8 bet BBC - Você ficou ao lado do presidente Allende o tempo todo?

voj8 bet Garcés - Sim, eu estava com ele. Fiquei ao seu lado durante toda a manhã até às 11h15, alturavoj8 betque ele me disse para ir embora, o que salvou a minha vida.

voj8 bet BBC - Como foi esse diálogo quando Salvador Allende ordenou que você saísse do Palácio La Moneda?

voj8 bet Garcés - Foi no horáriovoj8 betque ele reuniu todos os seus colaboradores, por volta das 11h. Explicou que avoj8 betobrigação e dever era defender o que representava como chefevoj8 betEstado e chefe das Forças Armadas. Mas não fazia sentido que o restovoj8 betnós morresse e ele nos liberou.

Naquele momento ele se virou para mim, não sei por que, e me pediu para ir embora. E eu perguntei a ele a razão. E ele me deu motivos.

Um deles era que alguém tinha que contar o que havia acontecido ali.

"E só você pode fazer isso", ele me disse. Porque fui seu colaborador mais direto. Ele olhou para os outros colegas e todos assentiram.

Ele me acompanhou até a porta e eu saí. É por isso que estou vivo.

voj8 bet BBC - No momentovoj8 betque estava na porta do La Moneda, hesitouvoj8 betsair?

voj8 bet Garcés - Hesitei, expressei minha discordância e por isso Allende me deu razões. Porque me opus àvoj8 betdecisão. Mas evidentemente ele estava absolutamente certo.

La Moneda protegida pela polícia chilena, Carabineros, às 8 da manhã do dia 11voj8 betsetembrovoj8 bet1973.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, La Moneda protegido pela polícia chilena às 8 da manhã do dia 11voj8 betsetembrovoj8 bet1973

voj8 bet BBC - Você já se arrependeuvoj8 better saído?

voj8 bet Garcés - Não posso me arrepender, pois foi o que salvou minha vida. Vou te contar uma história.

Dois dias após o golpe, o diretor-geral da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, pertencente à ONU), Enrique Iglesias, dirigiu-se ao almirante (Ismael) Huerta, que chefiava o Ministério das Relações Exteriores dos golpistas, para interceder por mim.

Ele disse que se havia duas pessoas que queriam prender era o secretário-geral do Partido Socialista (Carlos Altamirano) e eu, conselheiro pessoal do presidente.

Evoj8 betfato, na ata secreta da reunião, no número dois, datadavoj8 bet13voj8 betsetembro, há três linhas nas quais os participantes concordamvoj8 betme prender se eu for localizado.

Isto é, Allende salvou a minha vida.

voj8 bet BBC - Voltando ao ataque ao La Moneda: você chegou a duvidar do que estava acontecendo? Pergunto isso por causa do númerovoj8 bettentativasvoj8 betgolpe que ocorreram antes do 11voj8 betsetembro...

voj8 bet Garcés - Eu havia levado um pequeno rádio portátil e às 8h30 da manhã, quando ouvi o lado dos insurgentes pedindo a Allende a transmissão do comando. Naquele momento ficou muito claro para mim que as informações que tínhamos,voj8 betque o Exército era leal, estavam incorretas.

Quando começou o ataque, que foi meu batismovoj8 betfogo, foi realmente impressionante. Quando você vê que eles estão metralhando, atacando com tirosvoj8 betcanhão...

Nós, colaboradores do presidente, ficamos muito chocados com o que estava acontecendo. O que contrastava com a absoluta serenidade e tranquilidade do presidente.

Naquele dia, ele estava muito sereno e controlado.

voj8 bet BBC - E como você estava?

voj8 bet Garcés - Eu senti que poderia morrer. Nesse momento você pensa na morte.

Peguei um telefone e liguei para um amigo. Dei o endereço e o telefone dos meus pais na Espanha para que ele explicasse por que eu havia morrido.

Eu estava me despedindo da vida.

voj8 bet BBC - Vocês estava disposto a morrer ali?

voj8 bet Garcés - Não só eu.

Quando o presidente reuniu todos os seus colaboradores civis, dizendo-lhes que estavam livres para partir, nenhum deles saiu.

Todos ficaram com ele.

Após a agressão, todos foram presos, a maioria foi torturada, assassinada e alguns desapareceram.

A equipe pessoal do presidente do Chile foi exterminada exatamentevoj8 bet48 horas.

voj8 bet BBC - O que mais você lembra daquele dia?

voj8 bet Garcés - Me lembro que, naquela manhã, cheguei ao La Moneda com a minha pasta com os documentosvoj8 bettrabalho, com o discurso que estava previsto para esse dia.

Quando eu ia sair, o presidente me acompanhou até a porta da frente e me perguntou: "O que você tem nessa pasta?"

"Bem, os documentos com os quais estamos trabalhando." E ele me disse: "É melhor você deixar isso".

Deixei a pasta com o assessorvoj8 betimprensa dele, que se chamava Jorquera Negro porque era muito moreno. Mas notei que a tez do rosto dele estava verde… Ou seja, o sopro da morte foi soprado naquele momento dentro do Palácio.

voj8 bet BBC - Durante o ataque ao La Moneda, você teve que portar armasvoj8 betalgum momento?

voj8 bet Garcés - Não.

O riscovoj8 betum golpevoj8 betEstado já existia antesvoj8 betAllende assumir o poder. Houve uma dezenavoj8 bettentativasvoj8 betgolpe reprimidas pela hierarquia constitucionalista das Forças Armadas.

Se Allende conseguiu assumir a Presidênciavoj8 betnovembrovoj8 bet1970, é porque nas Forças Armadas havia oficiais constitucionalistas, um Exército republicano.

E isso esteve presente durante os primeiros três anos e foi o que sustentou o governo contra a conspiração promovida pelos Estados Unidos.

Até o finalvoj8 betagostovoj8 bet1973 ocorreu a traição.

Tal como o comandante-em-chefe (René Schneider),voj8 betoutubrovoj8 bet1970, se recusou a seguir as ordensvoj8 betWashington e a executar o golpe, que lhe custou a vida*, o general que comandou o Exército no finalvoj8 betagosto (Augusto Pinochet) levou à traição.

Consequentemente, desde outubrovoj8 bet1970, Allende formou guarda-costas pessoaisvoj8 betjovens militantes do Partido Socialista que foram identificados com o programavoj8 betgoverno.

E aqueles jovens, cercavoj8 bet15 ou 20 anos, estavam dentro do palácio (no dia 11voj8 betsetembro), eram seus guarda-costas pessoais, e todos tinham treinamento no manejovoj8 betarmas.

Foram eles que enfrentaram o ataque. Eles são os heróis, juntamente com o presidente,voj8 betuma batalha que militarmente não teve um resultado positivo.

Para o presidente, foi uma batalhavoj8 betnatureza política e moral, diante da traição evoj8 betum ataque tão brutal às instituições do Estado.

E Allende travou essa batalha pelo significado político. Ele era um político. E foivoj8 betúltima batalha política. E se falamos desse dia hoje, 50 anos depois, é porque política e moralmente ele venceu essa batalha à custa davoj8 betvida.

Allende cercado por seguranças armados

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Esta é a última fotografia que mostra Salvador Allende vivo no meio do ataque

voj8 bet BBC - Onde você se refugiou depoisvoj8 betsair do La Moneda?

voj8 bet Garcés - Quando saí do La Moneda fui à residênciavoj8 betuma pessoa (Joaquín Leguina), amigo do meu irmão, com quem nunca estive e que não fazia parte do meu círculo pessoal e, embora estivessem me procurando, não me procuraram lá.

voj8 bet BBC - E o que aconteceu lá?

voj8 bet Garcés - Não podíamos sair porque havia toquevoj8 betrecolher.

Ele (Leguina) é escritor evoj8 betumvoj8 betseus livros conta sobre aquelas 72 horasvoj8 betque estive na casa dele. Ele tremia...

Pelo que significou naquele momento, no meiovoj8 betuma ditadura brutal , onde assassinaram e mataram, onde seu nome está na televisão e no rádio... Ele sabia que se me encontrassem emvoj8 betcasa, ele próprio poderia ser preso e assassinado.

Naquele momento, a vida não valia nada.

voj8 bet BBC - E você estava tremendo também?

voj8 bet Garcés - Não, tenho um temperamentovoj8 betque diantevoj8 betum desafio me acalmo.

Quando o toquevoj8 betrecolher acabou, recebi a informaçãovoj8 betque os três corpos diplomáticos espanhóis, o núncio do Vaticano, o representante da Cepal e o embaixador (espanhol) me ofereceram avoj8 betresidência. Um gesto muito simpático.

Depoisvoj8 betuma análise política e militar, decidi ir à residênciavoj8 betquem tinha um exército atrás dele, ou seja, o embaixador espanhol. E foi uma escolha decisiva.

voj8 bet BBC - Como você saiu do Chile?

voj8 bet Garcés - Na semana seguinte ao golpe, a Espanha enviou ao Chile um avião fretado, daqueles que são fornecidosvoj8 betsituaçõesvoj8 betcatástrofe, com cobertores, medicamentos, etc.

E a junta militar convocou o embaixador para agradecer a Espanha pelo gesto que fez ao enviar aquele avião.

Naquele momento, numa situaçãovoj8 betque o chefe da junta militar lhe agradecia, o embaixador pediu um favor: um salvo-conduto para Joan Garcés.

"Mas como é possível que você, embaixador do general Francisco Franco (ditador que comandou a Espanhavoj8 bet1936 a 1973), me peça salvo-conduto para um conselheiro pessoal socialistavoj8 betSalvador Allende?", questionou ele.

E o embaixador respondeu: "Na verdade, as ideias do general Franco são muito diferentes, mas ele é espanhol e estávoj8 betterritório espanhol. E nessas questões a honra e a bandeira estão no meio. A Espanha não vai entregá-los a você".

"Mas é uma decisão que não posso tomar, a diretoria já decidiu impedir."

E então o embaixador falou: "Mas e se você for o chefe da junta?". "O comandante-em-chefe do Exército não tem autoridade para emitir um salvo-conduto?". O comandante era vaidoso.

A conversa terminou com ele dizendo: "Bem, farei o que puder".

E ele realmente levou o assunto para a junta militar e o general (Gustavo) Leigh (comandante-em-chefe da Aeronáutica) recusou, ele argumentou contra, dizendo que se eu saísse do país poderia causar muitos danos à junta, mas o chefe do conselho se comprometeu com o embaixador espanhol e o salvo-conduto foi aprovado.

Então voltei no mesmo avião fretado, naturalmente vazio.

Éramos quatrovoj8 betum avião para 150 pessoas. Fui eu, meu irmão, um ex-ministro chamado Ernesto Torrealba, e outro cidadão espanhol cujo nome não lembro.

A junta militar composta por Gustavo Leigh, Augusto Pinochet, José Toribio Merino e César Mendoza.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A junta militar composta por Gustavo Leigh, Augusto Pinochet, José Toribio Merino e César Mendoza

voj8 bet BBC - Quando você descobriu que o presidente Salvador Allende havia morrido?

voj8 bet Garcés - A rádio transmitia apenas música militar. Quando entrei na residência do embaixador, não sei se já tinha sido divulgado que ele havia morrido.

Mas para mim não havia dúvida. Em seu último discurso, ele fez aquela reflexão: "pagarei com a vida". Ele disse aquele manifesto no rádio. E eu conhecia perfeitamente a mentalidade dele, sabia que ele ia morrer lutando.

Sempre me perguntaram como o presidente morreu. Eu digo que não sei. Porque tenho duas versões, mas ambas as versões são indistintas para mim.

A partir do momentovoj8 betque ele se dispõe a morrervoj8 betcombate, quem dispara a bala que o mata é irrelevante. O que importa é avoj8 betdecisãovoj8 betlutar até a morte.

voj8 bet BBC - Como você se lembravoj8 betSalvador Allende?

voj8 bet Garcés - Sigmund Freud possui um segmento para classificar as pessoas entre dois extremos: o necrófilo e o biófilo.

Allende estava claramente no extremo dos biófilos.

Ele era um homem que amava a vida, as coisas boas e os prazeres da vida. Esse foi Allende. Era um homem afável,voj8 betdiálogo fluente.

Costumava fazer piadas e ao mesmo tempo era uma pessoavoj8 betconvicções extraordinárias.

(Em Allende houve) um pensamento e uma análise da realidade e dos valores que foram constantes emvoj8 betvida. Valores da Revolução Francesa liberal-democrata que começou no século do Iluminismo.

Uma visão do socialismo que incorpora raízesvoj8 betliberdades, racionalidade e humanidade.

Allende era uma pessoa verdadeiramente humana. E no último diavoj8 betsua vida ele demonstrou isso quandovoj8 betpreocupação era salvar vidas.

Salvador Allende

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Salvador Allende morreuvoj8 bet11voj8 betsetembrovoj8 bet1973, no palácio La Moneda

voj8 bet BBC - Você conheceu Pinochet? Qualvoj8 betopinião sobre ele?

voj8 bet Garcés - Conheci o general (Carlos) Prats. Pinochet assumiu o comando por acaso.

Porque no momentovoj8 betque o general Prats apresentou avoj8 betdemissão, o Allende perguntou: "Que outro general pode garantir a lealdade do Exército?"

E Prats recomendou Pinochet ao seu chefevoj8 betgabinete. Se Prats tivesse recomendado outra pessoa, Pinochet teria se retirado silenciosamente e ninguém saberiavoj8 betsua existência.

Prats estava convencidovoj8 betque ele era um homem leal. Caso contrário, eu não teria recomendado.

E a tal ponto é a vilania desta pessoa (Pinochet), que um ano depois ordenou o assassinatovoj8 betPrats, que estava refugiadovoj8 betBuenos Aires, tendo sido seu superior e seu companheirovoj8 betarmas.

voj8 bet BBC - O que você sentiu no minutovoj8 betque Pinochet foi presovoj8 betLondres? Você sentiu uma espécievoj8 betacertovoj8 betcontas com a história?

voj8 bet Garcés - Bem, eu senti como se tivesse conseguido.

Na Espanha, o juiz não pode ordenar a detençãovoj8 betninguém se o procurador ou o Ministério Público não o solicitar.

O Ministério Público sempre foi a favorvoj8 betPinochet. O juiz não podia fazer nada a respeito. Só se o Ministério Público, que representei e com a minha assinatura, o pedisse.

Em outras palavras, se Pinochet foi preso foi porque eu, com todas as provas que reuni das vítimas chilenas e não chilenas que representei, soliciteivoj8 betprisão.

Quando ocorreu a prisão, eu estava muito tranquilo. E aí começou outra fase que foi a extradição e que termina com a decisão do juiz Roland Bartle,voj8 betoutubrovoj8 bet1999, onde concedeu a extradição para a Espanha.

Tínhamos ganho o caso judicialmente, tantovoj8 betEspanha como no Reino Unido.

O que vem a seguir são os enxágues políticos para neutralizar a ação da justiça. Mas como jurista, meu trabalho estava cumprido.

*O ex-comandante-em-chefe do Exército, René Schneider, faleceuvoj8 bet25voj8 betoutubrovoj8 bet1970 após sofrer um atentado que buscava impedir a ratificaçãovoj8 betSalvador Allende como presidente da República. Documentos desclassificados dos Estados Unidos, recolhidos pelo Arquivovoj8 betSegurança Nacional daquele país, provam que a CIA estava por trás da conspiração contra Schneider.