O relato do paiesporte bet brAnne Frank sobreesporte bet brfilha: 'Só aprendi a conhecê-la realmente por meio do diário':esporte bet br

Mas Anne quase imediatamente decidiu usá-lo como um diário e começou a registrar seus pensamentos mais íntimos, escrevendo como se estivesse revelando segredos para um amigo próximo.

"Espero poder confiar totalmenteesporte bet brvocê, como nunca pude fazer com ninguém antes”, leu Otto na primeira anotação do diárioesporte bet brAnne no programa infantilesporte bet brTV. "E espero que você seja um grande apoio e conforto para mim."

Otto fugiu com a família para Amsterdãesporte bet br1933, saindoesporte bet brFrankfurt, onde Anne nasceu, após o sucesso do Partido Nazista nas eleições federais alemãs e a nomeaçãoesporte bet brAdolf Hitler como chanceler do Reich.

Mas a segurança que a capital holandesa parecia oferecer diante da ameaça iminente dos nazistas foi apenas um alívio temporário para a família.

Em 1940, Hitler, tendo agora tomado o poder e se declarado führer, invadiu a Holanda.

Com a ocupação alemã surgiu uma ondaesporte bet brmedidas antissemitas. Os judeus foram proibidosesporte bet brmanter negócios, forçados a usar estrelas amarelasesporte bet bridentificação e tiveramesporte bet brobedecer a um toqueesporte bet brrecolher.

Otto, como muitos judeus, vinha tentando emigrar para os EUA desde 1938. Mas a faltaesporte bet bruma políticaesporte bet brasilo e o longo processo para obter um visto fizeram com que toda a burocracia não pudesse ser concluída antes que os nazistas fechassem os escritórios consulares dos EUAesporte bet brtodos os territórios ocupados pelos alemãesesporte bet brjulhoesporte bet br1941.

Um mês depois do aniversárioesporte bet brAnne,esporte bet br1942, a filha mais velhaesporte bet brOtto, Margot, recebeu uma convocação para se apresentar num campoesporte bet brtrabalhos forçados alemão.

Para fugir das autoridades, a família toda se mudou para um anexo secreto que Otto descobrira por cima das suas instalações comerciaisesporte bet brAmesterdã.

Nos dois anos seguintes, a família Frank ficou escondida naquele espaço, juntamente com outra família e um amigo. No ambiente sufocante, todos eram forçados a permaneceresporte bet brsilêncio durante o dia e, por medoesporte bet brserem ouvidos, não podiam usar o banheiro até que a noite chegasse, quando o escritório ficava vazio.

Alimentos e suprimentos foram contrabandeados por um pequeno grupoesporte bet brajudantesesporte bet brconfiança.

Durante todo esse tempo, Anne continuou rabiscando seus pensamentosesporte bet brsegredoesporte bet brseu diário. Sentindo faltaesporte bet bramigos daesporte bet bridade, ela inventou personagens fictícios como Kitty, para quem começou a escrever.

Sua ansiedade, aspirações e tédio, juntamente com as frustrações rotineirasesporte bet brviver tão confinada com outras pessoas, estavam todas expostas nas páginasesporte bet brseu diário.

A última dataesporte bet brregistros éesporte bet br1ºesporte bet bragostoesporte bet br1944. Na manhãesporte bet br4esporte bet bragosto, a Gestapo invadiu o esconderijo e todos os ocupantes foram presos. A razãoesporte bet brsua descoberta ainda é contestada.

Os Franks foram levados para o campoesporte bet brconcentraçãoesporte bet brAuschwitz-Birkenau, onde Otto foi separadoesporte bet brsua esposa Edith e das filhas Margot e Anne. Ele nunca mais as veria — as três morreriam nos campos.

Anne, que junto comesporte bet brirmã acabou sendo transferida para o campoesporte bet brconcentraçãoesporte bet brBergen-Belsen, morreuesporte bet brtifoesporte bet brmarçoesporte bet br1945, poucas semanas antesesporte bet bro campo ser libertado.

Coragem e humanidade extraordinárias

Otto foi o único membro do anexo que sobreviveu. Após a guerra, ele retornou a Amsterdã para procuraresporte bet brfamília, ficando arrasado ao saberesporte bet brseu destino.

Os diários e cartasesporte bet brAnne foram resgatadosesporte bet brseu esconderijo saqueado por seus amigos Miep Gies e Bep Voskuijl, que puderam entregá-los a Otto quando ele voltou. Mas, devido a tanta dor, era insuportável olhar para eles.

"Não tenho forças para lê-los", escreveu ele à mãe na Suíça,esporte bet br22esporte bet bragostoesporte bet br1945.

Quando Otto finalmente conseguiu abrir os diários, os escritos foram uma revelação para ele.

Ofereceram-lhe uma janela para a mente daesporte bet brfilha adolescente inteligente, vulnerável e expressiva, enquanto ela navegava pelas complexidades da adolescência nas circunstâncias mais aterradoras.

Em tom simples, eles detalhavam seus conflitos com a mãe e seus ressentimentosesporte bet brrelação à irmã, suas preocupações comesporte bet brreputação e a mudançaesporte bet brseu corpo.

Também revelaram o quão opressivo ela considerava o confinamento e o silêncio do anexo, e aesporte bet brirritação palpável com as pessoas com quem vivia.

Ela escreveu sobre seu isolamento e a ameaça constante e aterrorizanteesporte bet brsua descoberta. Como ela se sentia como "um pássaro canoro que teve suas asas cortadas e que se atira na escuridão total contra as gradesesporte bet brsua gaiola".

Mas Otto também teve pôde ter uma ideia dos pequenos momentosesporte bet bralegria da filha: a natureza que ela vislumbrou pela janela e seu romance com Peter van Daan, o garoto que também morava no anexo.

Ela escreveu sobre seus sonhosesporte bet brpatinar na Suíça e suas ambiçõesesporte bet brser publicada; seus pensamentos sobreesporte bet bridentidade e seus relacionamentos com amigos, reais e imaginários.

Ele começou a compreender a mente complexa e imaginativaesporte bet brAnne à medida que ela mudava e amadurecia.

"Eu não seria mais capazesporte bet brescrever esse tipoesporte bet brcoisa", escreveu ela sobre umaesporte bet brsuas primeiras anotaçõesesporte bet brseu diário.

"Agora que estou relendo meu diário, depoisesporte bet brum ano e meio, estou surpresa com minha inocência infantil. No fundo, sei que nunca mais poderia ser tão inocente, por mais que quisesse."

Acimaesporte bet brtudo, Otto apreciou o domesporte bet brAnne como escritora e a extraordinária coragem e humanidade que ela tinha diante do terror implacável das circunstâncias.

"Depoisesporte bet brler o diário, fiz algumas cópias e dei a amigos da família", disse ele à BBCesporte bet br1976.

"Um deles trabalhavaesporte bet bruma editora e me disse 'você não tem o direitoesporte bet brmanter o diário como propriedade privada, é um documento humano e você deveria publicá-lo'."

Em 25esporte bet brjunhoesporte bet br1947, O Anexo Secreto, um livro compilado a partir das anotações e escritos do diárioesporte bet brAnne, foi publicado.

Alémesporte bet brcorrigir algunsesporte bet brseus errosesporte bet brlinguagem, Otto fez uma certa limpeza, editando algumas das impressões críticasesporte bet brAnne sobre seu casamento, passagens sobreesporte bet brsexualidade e suas representações às vezes selvagensesporte bet brpessoas que ela conhecia.

O livro foi um sucesso instantâneo, uma garota dando uma cara ao horror e à magnitude quase incompreensíveis do genocídio nazista.

Em 1952 foi publicadoesporte bet bringlês com o título Anne Frank: The Diary of a Young Girl. Foi transformadaesporte bet bruma peçaesporte bet brteatro ganhadora do Prêmio Pulitzeresporte bet br1956 eesporte bet brum filme três anos depois.

As palavrasesporte bet brAnne sobreviveramesporte bet brmuito àesporte bet brcurta vida; elas foram traduzidas para maisesporte bet br70 idiomas e continuam a repercutir entre leitoresesporte bet brtodo o mundo.

Questionado se ele tinha alguma reserva sobre publicar e revelar os pensamentos mais íntimosesporte bet brsua filha, Otto Frank disse: "Não me arrependi porque Anne escreveuesporte bet brumesporte bet brseus diários: 'Quero continuar vivendo depois da minha morte', e,esporte bet brcerta forma, atravésesporte bet brseu diário ela está vivendoesporte bet brmuitos corações."