Mais do que balões: como espionagem chinesa testa novos campos na disputa global com EUA:spaceman realsbet

Wang, porspaceman realsbetvez, afirmou que o episódio é uma "farsa política fabricada pelos EUA" e que são "usados todos os meios para bloquear e suprimir a China".

Pequim, no entanto, tem se preparadospaceman realsbetfato nas últimas décadas para diminuir a distância para Washingtonspaceman realsbettermosspaceman realsbetpoderio militar e inteligência.

Ao fim da Guerra Fria, na décadaspaceman realsbet1990, os EUA se posicionaram bem à frentespaceman realsbetpotenciais rivais.

Mas mesmo nesses temposspaceman realsbetque a disputa pelo poder global arrefeceu com o domínio americano, a espionagem praticada pelos Estados Unidos permaneceuspaceman realsbetação — e incluiu até nações consideradas "amigas".

Basta lembrar que o Brasil teve a ex-presidente Dilma Rousseff e outros membros do seu governo grampeados pela Agência Nacionalspaceman realsbetSegurança (NSA, na siglaspaceman realsbetinglês).

Segundo vazamento do site WikiLeaks, o avião presidencial, residênciasspaceman realsbetdiplomatas e até o Banco Central brasileiro foram alvosspaceman realsbetescutas por agentes americanos. A revelação causou uma crise diplomática entre Washington e Brasília.

O que ocorre agora é que o desenvolvimento econômico e tecnológico da China, além da consolidação do poder e do projeto do presidente Xi Jinping, despertaram ambições para entrar numa disputaspaceman realsbetpoder global com os EUA que passa por espionagem e operações militares.

"O objetivo é superar o poder americano, neutralizar o Ocidente e colocar novamente o foco do mundo na China. Ao longo da história, atravésspaceman realsbetuma clássica percepção estratégica chinesa, o país deve estar unido, unificado e no centro do mundo", diz à BBC News Brasil Emmanuel Véron, especialistaspaceman realsbetChina contemporânea pelo Instituto Nacionalspaceman realsbetLínguas e Civilizações Orientais (Inalco), da França.

"A diferençaspaceman realsbetrelação à história imperial [chinesa] está nos modelosspaceman realsbetgovernança. É o Partido Comunista que está no poder e seu desejospaceman realsbetexpansão é real."

Para Amanda Hsiao, do think tank Crisis Group, "o incidente com o balão demonstra o quão frágil é o relacionamento entre EUA e China e com um pequeno incidente para rapidamente escalar para um evento político que tira dos trilhos qualquer tentativaspaceman realsbetestabilizar a relação".

A guerra pela informação

A coletaspaceman realsbetinformações via objetos voadores como balões seria mais uma fronteira explorada pela inteligência chinesa. Um artigospaceman realsbetmarçospaceman realsbet2018 veiculado por um jornal patrocinado pelo Exércitospaceman realsbetLibertação Popular, o braço militar do Partido Comunista Chinês, já apontava a necessidadespaceman realsbetinvestigar as mais diversas camadas atmosféricas por razõesspaceman realsbetsegurança.

"Com o rápido desenvolvimento da alta tecnologia moderna, o espaçospaceman realsbetconfrontospaceman realsbetinformações não está mais limitado à terra, ao mar e à baixa altitude. O espaço próximo também se tornou um novo campospaceman realsbetbatalha na guerra moderna e um elo importante no sistemaspaceman realsbetsegurança nacional", dizia o artigo.

A publicação acrescentava: "como um elo eficaz que conecte o campospaceman realsbetbatalha aeroespacial, os próximos veículos espaciais desempenharão um papel crucial nas futuras operações integradas do espaço aéreo e serão altamente valorizados por mais e mais países, e seu desenvolvimento e aplicação também terão um impacto importante no futuro para estilosspaceman realsbetcombate."

Mas Pequim disse que o balão abatido no começospaceman realsbetfevereiro pelos EUA tinha propósitosspaceman realsbetuso civil, para monitoramento meteorológico, e que adentrou o território norte-americano "completamente por acidente".

Declarou também estar havendo uma reação exagerada por partespaceman realsbetWashington e que a China teria registrado a presençaspaceman realsbetbalões espiões americanos no seu espaço aéreo maisspaceman realsbet10 vezes desde o começospaceman realsbet2022.

"O caso do balão mostra o quão real é a rivalidade sino-americana e como ela pode ser observadaspaceman realsbetdiversos níveis. Aqui, o interessante é entender que a rivalidade se dáspaceman realsbetuma camada superior da atmosfera, ou seja, a estratosfera", diz Véron.

Espionagem industrial

A maior batalha atual, no entanto, estáspaceman realsbetlimitar o acesso à informaçãospaceman realsbetqualquer campo sensível.

Da parte dos Estados Unidos, o governo Joe Biden vem proibindo recentemente a vendaspaceman realsbettecnologia americana para companhias chinesas. Há pouco maisspaceman realsbetdez dias foi anunciada a inclusãospaceman realsbetmais cinco empresas e um institutospaceman realsbetpesquisa da Chinaspaceman realsbetuma listaspaceman realsbetvetos.

A preocupação é que negócios privados chineses vêm sendo incentivados a trabalhar com mais proximidade e sinergia com os militares desde a ascensãospaceman realsbetXi ao poder. Por sinal, um modelo baseado nas parcerias estabelecidas entre o Pentágono e companhias privadas americanas.

Mesmo com esses canais oficiais e legais agora travados pela Casa Branca, a coletaspaceman realsbetinformação sensível pode ocorrer por meiospaceman realsbetespionagem industrial.

O engenheiro Zheng Xiaoqing, um cidadão americano que trabalhava na General Electric Power, foi preso após codificar e esconder dados sensíveis relacionados ao design e a produçãospaceman realsbetturbinasspaceman realsbetgás e vapor e avaliadosspaceman realsbetmilhõesspaceman realsbetdólares.

Os dados, que poderiam ser úteis para o desenvolvimento da indústria da aviação, eram enviados para uma pessoa na China. Zheng foi condenado a dois anosspaceman realsbetprisão no começo deste ano.

Atualmente, a espionagem industrial chega a outras áreas importantes como o setor farmacêutico, a nanotecnologia e a bioengenharia.

"No geral, todo o espectro da espionagem chinesa está mobilizado: do ciberespaço ao espaço, incluindo equipamento militarspaceman realsbetterra ou no mar. Tudo é partespaceman realsbetuma perspectivaspaceman realsbetintimidação e pressão", afirma Véron, especialista do Inelco.

O exércitospaceman realsbethackers chineses

Outra frente importante desenvolvida nos últimos anos está exatamente no espaço cibernético. Hackers chineses têm empregado táticas ousadas para explorar vulnerabilidades online.

Em depoimento ao Congresso americano no ano passado, Winnona DeSombre, pesquisadoraspaceman realsbetHarvard, disse que as capacidades da China na área rivalizam ou já superam as dos EUA.

De acordo com DeSombre, o presidente Xi ordenou a partirspaceman realsbet2015 uma mudançaspaceman realsbetprioridades militares com focospaceman realsbetinformação.

Outro participante da audiência congressual sobre segurança nas relações entre EUA e China, o pesquisador Dean Cheng, afirmou que o Exército para a Libertação Popular chinês analisa que "vitória ou derrotaspaceman realsbetguerras futuras ocorrerãospaceman realsbetfunção da habilidadespaceman realsbetexplorar informação".

Segundo Cheng, inteligência artificial e machine learning serão aplicados a um grande escopospaceman realsbetoperações militares.

"O desenvolvimento sustentado e colocadospaceman realsbetprática da tecnologia da informação, incluindo inteligência artificial, big data e computaçãospaceman realsbetnuvem, tudo isso foi combinado para criar 'novas circunstâncias'spaceman realsbetoperações militares."

Uma pesquisa da empresaspaceman realsbetsegurança online Mandiant disse que a açãospaceman realsbethackers chineses comprometeu as redesspaceman realsbetcomputadoresspaceman realsbetao menos seis Estados americanos entre 2021 e 2022.

A preocupação com as habilidades da China no ciberespaço foi manifestada tambémspaceman realsbetuma inédita declaração conjunta no ano passado dos chefes do FBI, a polícia federal americana, e o MI5, do serviço secreto britânico.

Segundo Christopher Wray, diretor do FBI, o programa chinêsspaceman realsbethackers é maior do que todos os similaresspaceman realsbetgrandes potências combinados.

Wray também disse que o desafio lançado pela China é "imenso" e o classificou como "a maior ameaçaspaceman realsbetlongo prazo a economia e segurança nacional" dos Estados Unidos.

O Ministério das Relações Exteriores da China declarou que essas afirmações querem "promover a teoria da ameaça chinesa" e aconselhou "deixarspaceman realsbetlado os demônios imaginários".

"A China se tornouspaceman realsbetpoucos anos o principal temaspaceman realsbetreflexão nos círculos políticos, financeiros e estratégicos dos Estados Unidos. Isso não significa que uma guerra vá acontecer amanhãspaceman realsbetmanhã", diz Véron.

"Entretanto, os Estados Unidos estão atentos à situação na Ásia e a possibilidadespaceman realsbetXi Jinping ordenar um ataque contra Taiwan. Militares americanos e, mais recentemente, o diretor da CIA lembraram que o cenáriospaceman realsbetguerra é real e pode ocorrer dentrospaceman realsbetalguns anos. Isso não é uma simples postura alarmista, mas uma formaspaceman realsbetalerta para políticos e para a opinião pública", acrescentou.