Por que a forma como falamos com as crianças pode afetá-las na vida adulta:bolao copa do mundo bet365

Nos anos 1990, cientistas fizeram uma descoberta preocupantebolao copa do mundo bet365relação à grande diferença no aprendizado da linguagem por crianças. Os pesquisadores Betty Hart e Todd Risley foram para casasbolao copa do mundo bet365famíliasbolao copa do mundo bet365diferentes grupos socioeconômicos e passaram uma hora por mês fazendo gravações. Eles fizeram isso por maisbolao copa do mundo bet365dois anos.

Analisando os dados, eles descobriram que as crianças das famílias mais pobres ouviam, por hora, um terço da quantidadebolao copa do mundo bet365palavrasbolao copa do mundo bet365comparação às crianças das classes mais altas. Segundo a projeção deles, aos 4 anosbolao copa do mundo bet365idade haveria uma diferençabolao copa do mundo bet36530 milhõesbolao copa do mundo bet365palavras entre o que as criançasbolao copa do mundo bet365origem pobre e asbolao copa do mundo bet365origem rica aprenderam.

Esse estudo estava longebolao copa do mundo bet365ser ideal. A amostra era pequena e não está claro se a diferençabolao copa do mundo bet365palavras é tão grande quanto os pesquisadores sugeriram pela primeira vez.

Desde então, outros críticos mostraram, ao considerar o que se escuta dentro e forabolao copa do mundo bet365casa, que criançasbolao copa do mundo bet365baixa renda ouvem muito mais palavras do que Hart e Risley relataram inicialmente. Em resposta a esses críticos, outro grupo destacou que "as crianças pequenas não ganham muito com o que escutam sobre tópicosbolao copa do mundo bet365interesse para adultos".

Se esse "déficitbolao copa do mundo bet365palavras" realmente existe, isso é problemático porque a linguagem é conhecida por ser um dos indicadores mais importantesbolao copa do mundo bet365como serábolao copa do mundo bet365vida, desde seus primeiros anosbolao copa do mundo bet365escola até a universidade e a carreira. Para ler, aprender números e até articular suas memórias, você precisa da linguagem.

"Na corrida, você já começa ficando para trás", diz Kathy Hirsh-Pasek, diretora do Laboratóriobolao copa do mundo bet365Linguagem Infantil da Temple University, na Filadélfia.

Essa defasagem também afeta o cérebro. Os neurocientistas agora são capazesbolao copa do mundo bet365mostrar como o cérebro responde à exposição precoce à linguagem. Um grupo liderado por Rachel Romeo, neurocientista e especialistabolao copa do mundo bet365patologia da fala e linguagem do Hospital Infantilbolao copa do mundo bet365Boston, mostrou que as interações conversacionais podem ter um benefício perceptível no desenvolvimento do cérebro. A equipe gravou conversasbolao copa do mundo bet365casasbolao copa do mundo bet365famílias, monitorando a quantidadebolao copa do mundo bet365idiomas a que foram expostas as crianças e o númerobolao copa do mundo bet365turnosbolao copa do mundo bet365conversa. As crianças que tiveram mais conversas demonstraram melhor desempenho nas tarefasbolao copa do mundo bet365compreensão da linguagem.

Essas crianças também apresentaram conexões mais fortes na substância branca no cérebro,bolao copa do mundo bet365duas áreas importantes para a linguagem — um aumento que pode acelerar o processamento nessas áreas. A chamada substância branca é responsável pela transmissãobolao copa do mundo bet365informações no sistema nervoso.

Isso, segundo Romeo, mostra como as conversas contribuem para o desenvolvimento do cérebro. "Descobrimos que mais conversas se correlacionavam com conexões mais fortes nesse caminho, que porbolao copa do mundo bet365vez estavam relacionadas às habilidadesbolao copa do mundo bet365linguagem das crianças", diz Romeo.

De fato, um grande conjuntobolao copa do mundo bet365evidências mostra que não é a audição passiva — ou mesmo a quantidadebolao copa do mundo bet365palavras a que uma criança é exposta — o que mais importa. É a qualidade da conversa que é importante. Ou seja, a naturezabolao copa do mundo bet365troca, que requer ouvir e responder. É o que Hirsh-Pasek e Roberta Golinkoff chamambolao copa do mundo bet365"duetobolao copa do mundo bet365conversação", porque "você não pode cantar sozinho". Outro estudo aponta que, se uma conversa é interrompida por uma ligaçãobolao copa do mundo bet365telefone, por exemplo, a criança não aprende uma palavra recém-apresentada a ela, mas aprenderá se a conversa não for interrompida.

A equipebolao copa do mundo bet365Romeo deu um passo alémbolao copa do mundo bet365um estudobolao copa do mundo bet365acompanhamento que ajudou os pais a entender a importânciabolao copa do mundo bet365conversas com "turnos". Nesse grupo, eles descobriram aumentos na substância cinzenta nas regiões social ebolao copa do mundo bet365linguagem do cérebro das crianças.

"Isso não é coincidência", diz ela. Faz sentido que as áreas sociais ebolao copa do mundo bet365linguagem do cérebro estejam "andando juntas" nessas relações pais e filhos, pois a linguagem está na basebolao copa do mundo bet365nossas relações sociais e ambas são fundamentais para a maneira como aprendemos.

"Temos esse desejo humanobolao copa do mundo bet365nos comunicarmos", diz ela. "Além disso, desenvolvemos nossas habilidadesbolao copa do mundo bet365linguagem e essas habilidadesbolao copa do mundo bet365linguagem constróem uma base para um nível superiorbolao copa do mundo bet365cognição."

Enquanto isso, outro grupo, este no Laboratóriobolao copa do mundo bet365Bebêsbolao copa do mundo bet365Princeton, monitorava os cérebrosbolao copa do mundo bet365bebês para descobrir que, quando eles se envolviambolao copa do mundo bet365brincadeiras interativas, como cantar ou ler, seus padrõesbolao copa do mundo bet365ativação cerebral começavam a convergir. Em outras palavras, seus cérebros "se unem", explica Elise Piazza, do Institutobolao copa do mundo bet365Neurociências da Universidadebolao copa do mundo bet365Princeton, a principal autora do trabalho. Outras vezes, quando participambolao copa do mundo bet365atividades separadas, a "sincronia neural" entre seus cérebros desaparece, diz ela.

"É como se você estivesse tão sintonizado que não está operando como duas pessoas, mas como uma. É aí que acreditamos que o aprendizado se intensifica e ocorre, e é isso que a conversa traz", diz Hirsh-Pasek.

Status socioeconômico

Dada a importância das conversas desde a infância, quão preocupados deveríamos estar com o "déficitbolao copa do mundo bet365palavras" — ebolao copa do mundo bet365onde ele vem?

Mesmo que o estudobolao copa do mundo bet365Hart e Risley não tenha sido perfeito, a ideiabolao copa do mundo bet365que existe uma lacuna socioeconômica significativa foi replicada por dezenasbolao copa do mundo bet365estudos. Em 2008, por exemplo, Meredith Rowe, da Universidadebolao copa do mundo bet365Harvard, descobriu que os tiposbolao copa do mundo bet365conversas diferem significativamente entre famíliasbolao copa do mundo bet365baixa e alta renda —bolao copa do mundo bet365parte, devido aos diferentes níveisbolao copa do mundo bet365educação alcançados pelos pais nesses grupos.

Em outras palavras, o "conhecimento dos pais" contribui positivamente para o desenvolvimento do vocabulário, diz Rowe. Neste estudo, os paisbolao copa do mundo bet365maior renda usaram frases mais longas e mais vocabulário do que os paisbolao copa do mundo bet365menor renda. "A principal descoberta aqui foi que a influência da pobreza na maneira como os pais se comunicavam com os filhos era explicada pelo quanto os pais sabiam sobre desenvolvimento infantil", diz ela.

Se existe alguma associação entre status socioeconômico e habilidades verbais, pode ser porque a pobreza esteja ligada tanto aos níveis mais baixosbolao copa do mundo bet365educação quanto a um maior estresse. Ambos os fatores significam que a qualidade das conversas pode ser afetada.

Mas o status socioeconômico não é determinístico.

Em um estudobolao copa do mundo bet3652015, Hirsh-Pasek e colegas analisaram o discursobolao copa do mundo bet36560 crianças, todasbolao copa do mundo bet365famíliasbolao copa do mundo bet365baixa renda, aos dois anosbolao copa do mundo bet365idade. Eles voltaram um ano depois para ver como essas crianças haviam se desenvolvido. Como previsto, as crianças que estavam participandobolao copa do mundo bet365mais conversas aos dois anos demonstraram um domínio do idioma mais avançado um ano depois. Aqueles que tiveram menos conversas tiveram pior desempenho na linguagem.

Como essas crianças eram todasbolao copa do mundo bet365famíliasbolao copa do mundo bet365baixa renda, os resultados mostram que a pobreza por si só não é o que predispõe uma criança a uma pior habilidadebolao copa do mundo bet365linguagem.

"Não é apenas se você nasceubolao copa do mundo bet365um ambiente com poucos recursos, mas é como você interage com seu filho nesse ambiente que parece fazer a diferença", diz Hirsh-Pasek.

Embora um déficitbolao copa do mundo bet365palavras possa ter consequências duradouras, a boa notícia é que todos os pais conversam com os filhos pelo menos uma parte do tempo. Se os pais entenderem que as interaçõesbolao copa do mundo bet365qualidade são mais importantes que a quantidade, todas as crianças podem se beneficiar.

Quanto mais experiências sociais eles tiverem, seja com os pais ou com outros cuidadores ao seu redor, mais eles aprenderão, ela diz.

Existem outras maneirasbolao copa do mundo bet365ajudar a acelerar esse processo também. O treinamento dos pais é eficaz, mas é demorado e caro. Felizmente, existem outros modos simples e testados, que ajudam a incentivar mais conversasbolao copa do mundo bet365qualidade.

Hirsh-Pasek e colegas mostraram que,bolao copa do mundo bet365comunidades com poucos recursosbolao copa do mundo bet365alguns dos bairros mais pobres da Filadélfia, colocar avisos nos supermercados aumentou as conversas significativasbolao copa do mundo bet365até 33%. Podem ser tão simples quanto pôsteres coloridos, com perguntas como "De onde vem o leite?" e "Qual é o seu vegetal favorito?".

Visitei vários locais na Filadélfia — inclusive um pontobolao copa do mundo bet365ônibus, um playgroundbolao copa do mundo bet365uma biblioteca e jogosbolao copa do mundo bet365tabuleirobolao copa do mundo bet365tamanho humano no museu infantil Please Touch da Filadélfia, onde Hirsh-Pasek ebolao copa do mundo bet365equipe estão tentando outra abordagem. Aqui eles usam jogos para incentivar vários aspectos importantes da aprendizagem, do social ao cognitivo, do controlebolao copa do mundo bet365impulsos à função executiva (jogosbolao copa do mundo bet365soluçãobolao copa do mundo bet365problemas). Eles foram cuidadosamente colocadosbolao copa do mundo bet365áreas onde as pessoas já se reúnembolao copa do mundo bet365grupos. E, embora os jogos sejam voltados para crianças, eles também foram extremamente divertidos para nós, adultos.

O projeto, chamado "Playful Learning Landscapes" (Paisagensbolao copa do mundo bet365Aprendizagem Lúdica,bolao copa do mundo bet365tradução livre), envolveu a colaboração com prefeituras e arquitetos para "transformar locais do cotidianobolao copa do mundo bet365oportunidadesbolao copa do mundo bet365aprendizagem". Além disso, o monitoramento cuidadosobolao copa do mundo bet365pesquisadores mostrou que alguns desses projetos ajudaram a aumentar as conversasbolao copa do mundo bet36530% a 55%.

"Quando você torna esses ambientes interessantes, é mais provável que os pais larguem os celulares, olhem nos olhos dos filhos e tenham uma conversa significativa", diz Hirsh-Pasek. "Imagine o que poderíamos fazer se tornássemos o mundo um pouco mais divertido".

Com vontade suficiente, os pesquisadores dizem que seria fácil recriar espaços semelhantesbolao copa do mundo bet365muitas outras cidades.

No Reino Unido, o governo lançou um projeto online,bolao copa do mundo bet365que simples alertas incentivam os pais a conversar mais com seus filhos. "Hungry Little Minds" é uma campanhabolao copa do mundo bet365três anos com o objetivobolao copa do mundo bet365"incentivar os pais a se envolverembolao copa do mundo bet365atividades que apoiam a aprendizagem precocebolao copa do mundo bet365seus filhos e ajudam a prepará-los para a escola e além".

Para alguns, o estresse do dia a dia pode deixar menos tempo para conversar e brincar com as crianças. Mas agora está claro que ajustes sutis na maneira como falamos com crianças — e como ouvimos — podem estimular o cérebro delas.

Sabendo disso, agora me pego pensando nos padrões cerebrais do meu bebê enquanto falo com ele, contando trechos do meu dia, mas também fazendo perguntas para ver como ele responde. Muitas vezes, sou recebida com um sorriso sem dentes. Outras vezes, ele não responde nada. Mas mesmo assim, agora eu sei que seu cérebro pode estar se desenvolvendo por causa disso — algobolao copa do mundo bet365que todos nós, pais ou cuidadores, podemos desempenhar um papel crucial.

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