Os hábitos malvistos que estimulam a criatividade:arbety partners

E não foi apenas Mozart que viveu esse fenômeno.

O matemático francês Henri Poincaré (1854-1912) relatou como fez descobertas durante viagensarbety partnersônibus ou caminhadas à beira-mar, enquanto a escritora inglesa Agatha Christie (1890-1976) teve muitas ideias para suas históriasarbety partnerscrime enquanto lavava a mão ou tomava banho.

"Não acho que a necessidade seja a mãe da invenção", escreveu ela emarbety partnersautobiografia. "A invenção, na minha opinião, surge diretamente do ócio, possivelmente também da preguiça."

Os psicólogos parecem concordar. Há fortes evidênciasarbety partnersque os arroubosarbety partnerscriatividade têm muito mais probabilidadearbety partnersocorrer após um períodoarbety partners"incubação" — no qual você se concentraarbety partnersalgo totalmente diferente do trabalhoarbety partnersquestão, enquanto seu cérebro trabalha nos bastidores.

Isso pode incluir dar um passeio, fazer tarefas domésticas ou tomar um banho. Até mesmo nossa procrastinação no trabalho — como assistir a vídeos engraçados no YouTube — pode ser útil para a solução dos nossos problemas, desde que seja feita com moderação.

Pensamento livre

Há muitas razões pelas quais um períodoarbety partnersincubação pode levar a ideias inovadoras e criativas.

De acordo com uma das principais teorias, depende do poder da mente inconsciente: quando deixamos nossa tarefaarbety partnerslado, o cérebro continua a procurar soluções inconscientemente, até que uma solução apareça.

Além do que, um períodoarbety partnersincubação nos permite obter um distanciamento psicológica da tarefaarbety partnersquestão.

Quando você passa muito tempo se concentrandoarbety partnersum problema, pode acabar focandoarbety partnerssoluções óbvias.

O períodoarbety partnersincubação ajuda a ampliar seu foco mental para que você seja capazarbety partnersfazer conexões e voltar ao problema com uma nova perspectiva.

Curiosamente, a incubação pode funcionar melhor quandoarbety partnersmente está distraída com uma tarefa envolvente, mas relativamente fácil,arbety partnersmodo que tenha espaço suficiente para vagar livremente.

Em 2012, o psicólogo Benjamin Baird e seus colegas colocaram essa ideia à prova com um experimento engenhoso.

Os participantes foram primeiramente solicitados a fazer um teste clássicoarbety partnerscriatividade chamado "Tarefaarbety partnersUsos Incomuns".

Como o nome sugere, o objetivo é encontrar o maior número possívelarbety partnersusos surpreendentes para um objeto comum, como um tijolo ou um cabide.

Depoisarbety partnersalguns minutosarbety partnersbrainstorming, era chegada a horaarbety partnersum períodoarbety partnersincubação. Alguns estudantes tiveram permissão para descansar por 12 minutos.

Outros foram submetidos a um teste pouco exigente, no qual foram apresentados a uma sériearbety partnersdígitos e tiveram que dizer,arbety partnersforma intermitente, se o número era par ou ímpar.

Isso é semelhante a fazer uma tarefa doméstica, como lavar a louça — requer um poucoarbety partnersfoco, mas ainda permite muito espaço para a mente divagar.

Um terceiro grupo recebeu uma tarefa mais difícil,arbety partnersque os participantes tiveram que manter os números na memória por um curto período, antesarbety partnersdar suas respostas.

Em termos do esforço mental exigido, esta última atividade está mais próxima do pensamento concentrado que normalmente temos no trabalho; não deixa muito espaço mental para divagações.

Depois que o períodoarbety partnersincubaçãoarbety partners12 minutos terminou, todos os participantes voltaram ao testearbety partnerscriatividadearbety partnersusos incomuns — e receberam pontuações pela originalidadearbety partnerssuas soluções.

Os benefíciosarbety partnersrealizar uma tarefa pouco exigente durante o períodoarbety partnersincubação foram impressionantes — esses participantes apresentaram um aumentoarbety partners40% na criatividadearbety partnerssuas ideias para as questões que haviam considerado anteriormente.

É importante ressaltar que não houve benefícios para os participantes que não fizeram nada durante o períodoarbety partnersincubação, tampouco para aqueles cujas mentes estavam mais ocupadas com o desafioarbety partnersmemória operacional.

Pode parecer surpreendente que o períodoarbety partnerspuro descanso não tenha estimulado mais a criatividade, mas Baird suspeita que precisamosarbety partnersalguma distração para provocar a quantidade idealarbety partnersdivagação mental.

Segundo ele, se não tivermos literalmente nada para fazer, nossos pensamentos podem se tornar logicamente sequenciais demais (já que você pode pensararbety partnersum determinado assuntoarbety partnersdetalhes).

Para a criatividade, o que você realmente precisa éarbety partnersum pensamento mais solto e menos focado — e isso parece vir com um leve envolvimentoarbety partnersuma tarefa pouco exigente.

Procrastinação produtiva

Essa é uma boa notícia para os procrastinadores, uma vez que muitas das atividades que são consideradas uma "perdaarbety partnerstempo" podem oferecer o nível idealarbety partnersdistração para aguçar a criatividade.

O segredo é usar a distração com moderação, como mostrou um estudo recente dos professoresarbety partnersadministração americanos Jihae Shin e Adam Grant.

Os pesquisadores pediram primeiramente aos participantes que refletissem sobre as melhores maneirasarbety partnersum estudante empreendedor gastar US$ 10 mil para abrir uma nova empresa, que eles teriam que redigir como uma propostaarbety partnersnegócio.

Para induzir a procrastinação, os participantes também receberam links para vídeos engraçados do YouTube do programa Jimmy Kimmel Live, que eles poderiam acessar facilmente durante o exercício.

Os pesquisadores compararam então o quanto eles procrastinaram com a originalidadearbety partnerssuas propostas.

O gráfico resultante parecia com um 'U'arbety partnerscabeça para baixo.

As pessoas que fizeram algumas pausas curtas para assistir aos vídeos tendiam a ter ideias muito mais criativas do que aqueles que procrastinaram muito ou quase nada, reforçando a ideiaarbety partnersque níveis moderadosarbety partnersdistração podem desencadear pensamentos inovadores.

Ao testar o princípioarbety partnersum ambientearbety partnerstrabalho, Grant e Shin questionaram funcionários e supervisoresarbety partnersuma empresaarbety partnersdesign sul-coreana sobre seus hábitosarbety partnerstrabalho e performance criativa.

Em consonância com os resultados do experimentoarbety partnerslaboratório, os procrastinadores moderados tiveram ideias mais originais do que os colegas, que permaneceram concentrados nas tarefas do dia.

Como 'perder tempo' criativamente

Quer você seja um escritor iniciante, um publicitário da áreaarbety partnerscriação, um estrategista ou um professor que espera criar planosarbety partnersaula mais originais, vale a pena terarbety partnersmente esses resultados.

Diantearbety partnersum prazo iminente, podemos temer perder tempo ao nos afastar da tarefaarbety partnersquestão.

Mas isso vai ser contraproducente, e você não deve se culpar por ter alguns momentosarbety partnersdistração agradáveis ou deixar a tarefaarbety partnerslado por completo enquanto permite que uma solução apareça.

Os gestores também podem tomar nota. Em vezarbety partnersrepreender os funcionários por fazerem uma pausa no diaarbety partnerstrabalho, devem incentivá-los ativamente.

Há muitas maneirasarbety partnersfazer isso. Por exemplo, os pesquisadores Marily Oppezzo e Daniel Schwartz, da Universidadearbety partnersStanford, nos EUA, descobriram que caminhar estimula o chamado pensamento divergente (processoarbety partnerspensamento que busca o maior número possívelarbety partnerssoluções para um problema), fornecendo novas perspectivas sobre quaisquer questões que ocupem a mente.

Curiosamente, os efeitos da caminhada que instigam a criatividade são semelhantes, sejaarbety partnersambientes internos ou externos.

As lideranças podem, portanto, projetar um espaçoarbety partnerstrabalho que estimule os funcionários a dar mais caminhadas.

A nova sede da Apple, inaugurada no Vale do Silício, na Califórnia,arbety partnersmaioarbety partners2017, pode ser o exemplo perfeito disso.

O Apple Park é circular — tem 1,6 kmarbety partnerscircunferência e 461 marbety partnersdiâmetro; e engloba um parque paisagísticoarbety partners12 hectares onde os funcionários podem passear quando não estão caminhando até o café, o centroarbety partnersbem-estar ou o teatro.

Como bônus, esse tipoarbety partnerslayout promove encontros e conversas casuais com colegas, que podem servir como uma distração criativa, e que também podem levar à trocaarbety partnersideias complementares e projetosarbety partnerspesquisaarbety partnersenriquecimento mútuo.

Sem fazer nenhum pedido explícito, a empresa está incentivando a adoçãoarbety partnerscomportamentos que são conhecidos por aumentar a criatividade — uma meta que era fundamental para a visãoarbety partnersSteve Jobs do parque.

E parece funcionar: a Apple é a empresa mais valiosa do mundo, com valorarbety partnersmercadoarbety partnersUS$ 2 trilhões, e é constantemente citada como a companhia mais inovadora do planeta.

É claro que nem todas as empresas podem bancar um espaço assim — e muitos funcionários agora estão trabalhando remotamente.

Mas os gestores podem promover a procrastinação moderadaarbety partnersoutras maneiras, como agendando intervalos regulares para café durante reuniões ou até mesmo investindoarbety partnersespaços para tirar um cochilo, como pode ser visto nos escritórios do Google.

Há boas evidênciasarbety partnersque períodos curtosarbety partnerssono também podem aumentar a criatividade quando você está pensandoarbety partnersum problema, da mesma forma que a procrastinação.

No mínimo, as lideranças devem evitar repreender os funcionários pelos momentosarbety partnersdistração.

Em um ambientearbety partnerstrabalho cada vez mais competitivo, precisamos mais do que nuncaarbety partnerspensamento inovador.

Mas isso só será possível se permitirmos que nossa mente consciente se distraia e vagueie livrementearbety partnersvezarbety partnersquando.

arbety partners Leia a versão original arbety partners desta reportagem (em inglês) no site BBC Work Life arbety partners .

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