Por que algumas pessoas parecem ser mais 'imunes' a ressacas do que outras:betano palmeiras
- David Robson
- Da BBC Future

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Quase 25% das pessoas jura que nunca acordou deste jeito
betano palmeiras Todos nós conhecemos uma dessas pessoas que parecem ser capazesbetano palmeirasbeber o quanto quiserem sem sofrer a principalbetano palmeirassuas consequências: a ressaca. Enquanto a maioria das pessoas passa o dia seguinte sofrendo debaixo dos lençóis, outras despertam sem que nada pareça ter acontecido. É como se tivessem "enchido a cara" com vitaminasbetano palmeirasvezbetano palmeirasuísque.
Essas pessoas à provabetano palmeirasressaca não são tão raras assim. Estudos mais recentes argumentam que quase 25% das pessoas parece ser imune aos efeitosbetano palmeirasuma noitebetano palmeirasexcessos etílicos, mesmo quando bebem demais. Mas qual será o segredo deste sucesso? Bons genes, a escolha da bebida ou alguma cura milagrosa?
Química
Há até cinco anos, os cientistasbetano palmeirascerta forma ignoravam essas questões. "A ressaca era vista com algo que encorajava as pessoas a não beber demais. Então, a opinião comum era deixar as coisasbetano palmeiraspaz", explica Richard Stephens, da Universidade Keele, na Inglaterra. O resultado, porém, era uma imensa quantidadebetano palmeirasfolclore e poucas evidências científicas.
Agora, Stephens quer atacar mitos com seu Grupobetano palmeirasEstudos sobre a Ressaca.
Mesmo as causas da ressaca têm,betano palmeirascerta forma, cercadasbetano palmeirasmistério. Até recentemente, a culpada principal era a desidratação – como diurético, o álcool nos faria perder mais fluidos –, mas a evidência até hoje sugere que o papel da desidratação é pequeno na ressaca.

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Fermentação do álcool produz resíduos tóxicos, que dão cor mais escura a algumas bebidas
Em vez disso, o problema parece residir na química dos drinques. O processobetano palmeirasfermentação do álcool resultabetano palmeirasresíduos tóxicos chamados congêneres. São eles que dão a algumas bebidas uma cor mais escura, o que explicaria a razãobetano palmeiraso uísque causar uma ressaca pior que a vodca – e também explicaria por que misturar drinques é uma péssima ideia, já que quanto mais variado é um coquetel, maior é a quantidadebetano palmeirascongêneres ingeridos.
Algumas horas depoisbetano palmeirasingerido, o álcool se transformabetano palmeirasacetaldeído e depoisbetano palmeirasacetato. São esses metabólitos (compostos orgânicos produzidos ao metabolizarmos certas substâncias) que causam náusea, suores, e pulso acelerao.
O álcool e seus derivados também causam problemas ao sistema imunológico e provocam inflamações. "Quando temos uma ressaca forte, sentimos um inchaço, e isso tem a ver com a inflamação", diz Stephen.
A inflamação também ocorre no cérebro e contribui para a dorbetano palmeirascabeça. Combinada com a baixa glicose e o cansaço, ela resulta no mau humor que costuma acompanhar uma ressaca.
Pelo menos é o que acontece com a maioria das pessoas. Um dos maiores mistérios que desafiam os cientistas é o porquêbetano palmeirasquarto das pessoas dizer que nunca sofre deste mal.
Talvez elas se beneficiem da genética: estudosbetano palmeirasgêmeos mostram que a tendência é transmitida por gerações, e que uma constelaçãobetano palmeirasgenes pode estar envolvida. Cientistas já identificaram algumas das variantes que ajudam a expulsar o álcool e seus metabólitos do sangue e a reduzir a inflamação que resulta da intoxicação.
'Problemabetano palmeirasgente jovem'
Sofrerbetano palmeirasressaca pode também ser uma questãobetano palmeiraspersonalidade: um estudo descobriu que pessoas neuróticas têm mais tendência a sofrerbetano palmeirasressacas do que pessoas relaxadas. Isso não significa dizer que a agonia é exagerada, apesarbetano palmeirasestar comprovado que emoções modulam a experiência da dor.
Se para algumas pessoas os fatores genéticos têm influência, Stephen alega que evitar a ressaca ainda é um casobetano palmeirasbeberbetano palmeirasmaneira inteligente. "Pode ser que elass adotem um ritmo mais brando", diz.
O pesquisador menciona um estudo recente que entrevistou pessoas sobre a quantidadebetano palmeirasálcool ingerida no mês anterior e severidade das ressacas. Os pesquisadores concluíram que,betano palmeirascasosbetano palmeirasvolumesbetano palmeirasconsumo similares, pelo menos 80% das pessoas "resistentes a ressacas", bebeubetano palmeirasmaneira moderada e a concentraçãobetano palmeirasálcoolbetano palmeirasseu sangue jamais passoubetano palmeiras0,1g/l%.

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Comidas gordurosas podem ajudar a repor glicose no organismo após bebedeira
Stephens também trabalhou para derrubar outros mitos sobre ressacas, incluindo a ideiabetano palmeirasque elas pioram com a idade. "Há uma percepçãobetano palmeirasque as ressacas pioram à medida que envelhecemos, mas não há evidência disso. Ressacas são um problemabetano palmeirasgente jovem".
Umabetano palmeirassuas pesquisas revelou que uma pessoabetano palmeiras20 anosbetano palmeirasidade é sete vezes mais propensa a ter uma ressaca do que uma pessoabetano palmeiras60 após um períodobetano palmeirasconsumo intensobetano palmeirasálcool.
Stephens acredita que isso tem a ver com moderação. "As pessoas mais velhas sabem o que lhes dá uma ressaca e, por isso, aprenderam a beber bem."
Moderação
Em termosbetano palmeirascura, a resposta do pesquisador é previsível. Há poucas evidênciasbetano palmeirasque misturas mágicas funcionam. Temperos picantes servem como distração e placebos. E como a desidratação somente tem um papel secundário, beber água tampouco ajudará a diminuir a dor.
"A melhor maneirabetano palmeirasevitar uma ressaca é beberbetano palmeirasforma moderada", diz Stephens. Mas se já for tarde demais, um analgésico e uma omelete podem ajudar a diminuir a inflamação e restaurar os níveisbetano palmeirasglicose no sangue. No entanto, pesquisas médicas estão estudando drogas que podem contrabalançar os efeitos do álcool, e já houve algum sucesso.
Algumas origens são surpreendentes – há uma década, um estudo descobriu que um tipobetano palmeirascacto combate os efeitos tóxicos do uísque ebetano palmeirasoutros líquidos escuros. Mas até hoje, a pesquisa não teve desdobramentos.
Stephens lembra, no entanto, que a ressaca é um lembrete útil dos danos potenciais que estamos causando a nossos organismos com o consumobetano palmeirasálcool.
Seu principal conselho é o mesmo que nossos pais nos dariam: divirta-se, mas beba devagar e aprenda a respeitar os limites. Seja você mais resistente às ressacas ou não, a longo prazo você ficará grato pela moderação.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.




