COP26: Ministro do Meio Ambiente defende mineração e se nega a assumir erros por altaaposta ganha ganhadesmatamento:aposta ganha ganha

Leite chegou a Glasgow na segunda (8/11) para participar das negociações da COP26, que reuniu 200 países na tentativaaposta ganha ganhachegar a um acordo para garantir a metaaposta ganha ganhalimitar a 1,5ºC o aquecimento da Terra até 2100.

Setores econômicos e grandes exportadores brasileiros passaram a pressionar o governo por medidas capazesaposta ganha ganhamelhora a imagem internacional do Brasil. A cada vez mais frequente associaçãoaposta ganha ganhaprodutos do agronegócio brasileiro ao desmatamento já estaria prejudicando negócios. Poraposta ganha ganhavez, o Itamaraty atuou para convencer o governoaposta ganha ganhaque uma guinada na visão ambiental seria necessária para viabilizar parcerias econômicas internacionais, como o acordoaposta ganha ganhacomércio entre Mercosul e União Europeia.

Mas, ao ser perguntado pela BBC News Brasil se o governo reconhece erros na política ambiental e se pretende mudar essa política, Leite se limitou a responder que o "desmatamento é um desafio" e que "todos os países têm desafios" na área do meio ambiente.

"O que Brasil fez foi fazer movimentos claros na direção dessa conferência do clima que falaaposta ganha ganhaemissões. O que nós fizemos? Aumentamos a nossa ambição, antecipamos a nossa metaaposta ganha ganhazerar desmatamento ilegal até 2028 e aderimos ao acordo do metano", disse, sem falaraposta ganha ganhaerros ou mudanças na visão do governo na área do meio ambiente.

"O Brasil é um protagonista desse tema e tem um desafio, como todos os países tem um desafio ambiental. O nosso desafio é, sim, eliminar o desmatamento e o crime ambiental, especialmente na Amazônia."

Dados enfraquecem discurso e 'combo do desmatamento' continuaaposta ganha ganhapé

Mas nesta sexta (12/11), dados do Instituto Nacionalaposta ganha ganhaPesquisas Especiais (Inpe) mostraram que a destruição da floresta continua acelerada. Houve alertasaposta ganha ganhadesmatamentoaposta ganha ganha877 km²aposta ganha ganhaflorestas na Amazônia, 5% a mais queaposta ganha ganha2019 e um recorde da série histórica iniciadaaposta ganha ganha2016 para o mêsaposta ganha ganhaoutubro.

Questionado pela BBC News Brasil se esses dados não vão na contramão das promessas feitas pelo governo brasileiro na COP26, Leite repetiu o que disse sobre o desmatamento ser um "desafio": "Nós temos um desafio ainda, que é o crime ambiental. É um desafio que está sendo endereçado junto ao Ministério da Justiça. Aqui na conferência cada país tem o seu desafio ambiental e o Brasil vai superar esse desafio ambiental junto à Força Nacional e a Polícia Federal".

ONGs internacionais e representantesaposta ganha ganhadelegações estrangeiras receberam com desconfiança compromissos assumidos pelo Brasil na COP26, diante da pioraaposta ganha ganhatodos os indicadores ambientais nos dois primeiros anosaposta ganha ganhagoverno Bolsonaro.

O país apresentou um documento na cúpula do clima no qual se compromete a zerar o desmatamento ilegal até 2028 e reduzir as emissõesaposta ganha ganhagases do efeito estufaaposta ganha ganha50% até 2030.

Mas integrantesaposta ganha ganhaoutras delegações, como os Estados Unidos, pedem "ações concretas" que comprovem a intençãoaposta ganha ganhacumprir com essas metas.

Alémaposta ganha ganhao desmatamento na Amazônia continuar acelerado, uma sérieaposta ganha ganhaprojetosaposta ganha ganhalei que pretendem legalizar o que hoje seria desmatamento ilegal contam com o apoio do governo e avançam no Congresso Nacional.

Uma das propostas é o PL 191/20,aposta ganha ganhaautoria do governo Bolsonaro, que autoriza mineraçãoaposta ganha ganhaterras indígenas; uma outra é o PL 510/21, que regulariza invasões ilegaisaposta ganha ganhaterras ocorridas até 2011; e o PL 490/2007, do chamado "Marco Temporal", só permite demarcaçãoaposta ganha ganhaterras ocupadas por povos indígenas até 1988.

Questionado pela BBC News Brasil se o governo retiraria apoio a esses três projetos para cumprir os compromissosaposta ganha ganharedução do desmatamento que assumiu na COP26, Leite ignorou a pergunta e começou a falar sobre economia verde.

"O governo vai atuar para incentivar uma nova economia verde. Mineração, quando bem feita, pode proteger florestas. Você pega vários exemplosaposta ganha ganhamineração sustentávelaposta ganha ganhaque não existe desmatamento ilegal. Tem projetosaposta ganha ganhamineração que protegem floresta", disse.

Mineração como projeto 'sustentável'

A BBC News Brasil insistiu mais duas vezes na pergunta sobre esses três projetosaposta ganha ganhalei. Mas Leite continuou a discorrer sobre os benefícios da mineração, uma das atividades que mais degradam o meio ambiente, mesmo quando exercidas legalmente.

O desastre ambientalaposta ganha ganhaMariana (MG), que poluiu o Rio Doce com rejeitos, e o desastre humanoaposta ganha ganhaBrumadinho (MG), que matou maisaposta ganha ganha250 pessoas, ocorreramaposta ganha ganhaatividadesaposta ganha ganhamineraçãoaposta ganha ganhagrandes empresas nacionais e internacionais.

"O senhor está dizendo que mantém apoio ao projeto que libera mineraçãoaposta ganha ganhaterra indígena?", perguntou a BBC News Brasil.

"Não estou falando isso, estou falando que mineração quando bem feita consegue usar racionalmente recursos naturais e proteger floresta nativa. O Brasil lançou as basesaposta ganha ganhaum programaaposta ganha ganhacrescimento verde para gerar emprego verde. Qual o desafio? Ter uma mineração verde, que seja sustentável, que proteja floresta", respondeu, sem confirmar se apoia ou não o projeto que libera mineraçãoaposta ganha ganhaterras indígenas.

Cobrançaaposta ganha ganhadinheiroaposta ganha ganhapaíses ricos

Durante as negociações da COP26, o Brasil cobrou que nações ricas ampliassem o valoraposta ganha ganhaUS$ 100 bilhões (cercaaposta ganha ganhaR$ 545 bilhões) que prometeram repassaraposta ganha ganhafinanciamento anual a paísesaposta ganha ganhadesenvolvimento entre 2020 e 2025.

Até agora, nações desenvolvidas não cumpriram o valoraposta ganha ganhaUS$ 100 bilhões e o rascunho do documento final não inclui uma nova cifra nem especifica a quantia que deverá ser dadaaposta ganha ganhafinanciamentoaposta ganha ganhaações climáticasaposta ganha ganhapaíses mais pobres a partiraposta ganha ganha2025.

Na entrevista à BBC News Brasil, Leite acusou países ricosaposta ganha ganha"não terem se preparado" para a COP26. Segundo ele, naçõesaposta ganha ganhadesenvolvimento saem "frustradas" com a faltaaposta ganha ganhadinheiro na mesa.

"Infelizmente, os países desenvolvidos não vieram preparados para essa COP. É frustrante ver o movimento real dos países desenvolvidos. Que eles tivessem se preparado para essa COPaposta ganha ganhaforma clara, que eles já tivessem reservadosaposta ganha ganhaseus orçamentos recursos relevantes para fazer uma transição justa", criticou. "Em relação a financiamento, todos aqui da COP saem frustrados que não tenhamos chegado a um valor maior que os US$ 100 bi. Os US$ 100 bi já não são suficientes para uma transição justa."

De fato, nações ricas não cumpriram com os US$ 100 bilhões que prometeram pagar anualmente,aposta ganha ganhafinanciamento climático, entre 2020 e 2025. E países pobres e mais vulneráveis às mudanças climáticas precisam dos recursos.

Mas, segundo ambientalistas, o Brasil não estáaposta ganha ganhaboa posição para requisitar financiamento, diante dos recordesaposta ganha ganhataxasaposta ganha ganhadesmatamento.

"O que o Brasil mostra aqui realmente é descompassado com o que acontece domesticamenteaposta ganha ganhacasa", disse à BBC News Brasil Fernanda Carvalho gerenteaposta ganha ganhaPolítica Global e Clima da WWF (World Wide Fund for Nature), uma das maiores ONGs ambientais do mundo.

"Para convencer, o governo precisa reverter a tendênciaaposta ganha ganhadesmatamento, retomar o planoaposta ganha ganhacombate ao desmatamento, prometer desmatamento zero, não só o fim do desmatamento ilegal e reabilitar o Fundo Amazônia", listou.

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