Bianca Devins: como o assassinatobetboo gratisuma adolescente foi usado para ganhar cliques e seguidores nas redes sociais:betboo gratis

Retratobetboo gratisBianca Devins

Crédito, @Escty

Legenda da foto, Bianca Devins tinha 17 anos e queria estudar psicologia

O que se sabe sobre o assassinato

"Lá vem o inferno, isso é a redenção, certo?" Brandon Andrew Clark publicou este trecho da música Black Cadillac, do grupobetboo gratisrock Hollywood Undead, para seus seguidores no Instagram.

Depois, compartilhou uma imagem perturbadora: uma foto com a frase "desculpa, Bianca", na qual era possível reconhecer o torso ensanguentadobetboo gratisuma mulher. A vítima era Bianca Devins.

A polícia acredita que Clark e Devins se conheceram por meio do Instagram há alguns meses e haviam se encontrado pessoalmente desde então.

Capturasbetboo gratistela da contabetboo gratisAndrew Clark com a frase 'Lá vem o inferno, é a redenção, certo?'
Legenda da foto, Uma frase do grupobetboo gratisrockbetboo gratisHollywood Undead foi usada por Andrew Clarkbetboo gratissuas redes sociais

Naquele sábado, Clark levou Devinsbetboo gratisseu carro da cidadebetboo gratisUtica, onde morava, para Nova York, para assistir à apresentação da cantora canadense Nicole Dollanganger.

Autoridades dizem que, no caminhobetboo gratisvolta, o casal teria travado uma forte discussão por ciúmes - possivelmente, ela teria beijado outro homem na ocasião - e, como resultado, Clark teria atacado Devins com uma faca e a matado.

A polícia diz que o suspeito compartilhou uma imagem ainda mais explícita do corpobetboo gratisDevins na Discord, uma plataformabetboo gratismensagens amplamente usada por jogadoresbetboo gratisgames,betboo gratisque apareciam as feridas que ele teria causado no pescoço da adolescente.

As capturasbetboo gratistela da foto - que já foram apagadas da Discord - mostram que Clark compartilhou a imagem às 6h do domingo no horário local. Os amigosbetboo gratisDevins que viram a imagem começaram a perguntar, bastante preocupados, se era real, enquanto Clark continuava a publicar conteúdo agressivo e frases ofensivas para os outros usuários.

Os membros da plataforma começaram alertaram outros usuários não apenas na Discord, mas também na rede Snapchat. A políciabetboo gratisUtica disse ter recebido "numerosas" ligações, algumasbetboo gratisoutros estados dos Estados Unidos, sobre as publicações perturbadoras. As autoridades dizem que Clark também ligou para a polícia e fez "declarações incriminatórias".

Selfiebetboo gratisBianca

Crédito, @beegtfo

Legenda da foto, Autoridades dizem que a jovem pode ter conhecido Andrew Clark, o suspeitobetboo gratismatá-la, no Instagram

Quando um policial, depoisbetboo gratisrastrear a chamada, o encontroubetboo gratisuma área arborizada, Clark começou a se esfaquear no pescoço enquanto tirava fotos e as publicava na internet.

Clark foi preso e transferido para um hospital. Um dia depois, após uma cirurgiabetboo gratisemergência, ele foi acusadobetboo gratismatar Devins.

Como as fotos se espalharam

Até agora, o Instagram não confirmou quando recebeu as primeiras denúncias sobre as imagens que Clark publicou.

As fotos começaram a se espalhar além do círculobetboo gratisamigosbetboo gratisDevins no dia 14 por meiobetboo gratisoutras redes, geralmente acompanhadasbetboo gratisinformações erradas ou incompletas. Na tarde daquele domingo, a imagem chegou ao Twitter, onde também foi amplamente compartilhada. Usuários na rede social denunciaram quem compartilhou as imagens.

Vários usuários do Instagram dizem que suas queixas feitas a esta rede social foram rejeitadas porque Clark supostamente não teria violado as regrasbetboo gratisuso da rede social.

Quando a BBC consultou o Instagram sobre a questão, a empresa disse que não sabia por quanto tempo a postagem originalbetboo gratisClark ficou no ar, mas capturasbetboo gratistela indicam que elas permaneceram acessíveis por maisbetboo gratis20 horas.

Fotografiabetboo gratisBianca Devins

Crédito, Utica Observer-Dispatch

Legenda da foto, Várias pessoas fizeram vigíliabetboo gratishomenagem à adolescente

James Densley, professorbetboo gratisJustiça Criminalbetboo gratisMinnesota, diz que esse exposição públicabetboo gratisatosbetboo gratisviolência pode gerar traumasbetboo gratisquem vê essas imagens e, ao mesmo tempo, revitimiza Devins.

"Geralmente, queremos que as pessoas descansembetboo gratispaz. Ela não pode fazer isso, porque está no centro dessa infâmia virtual que se perpetua sempre quebetboo gratisfoto é compartilhada", explica Densley.

Violência e extremismo na internet

As primeiras pessoas a falar do assassinato foram os usuários da plataforma 4chan, uma redebetboo gratisque é possível postar anonimamente. Tanto este site quantobetboo gratisversão mais extrema, o 8chan, se tornaram notórios nos últimos anos por causa da retórica cada vez mais radical usada por algunsbetboo gratisseus membros e ligações com uma sériebetboo gratisatos violentos.

Por exemplo, antes dos atentadosbetboo gratisduas mesquitasbetboo gratisChristchurch, na Nova Zelândia,betboo gratismarço deste ano,betboo gratisque 51 pessoas foram mortas, o manifesto do suposto agressor foi publicado no 8chan. Ele próprio transmitiu o tiroteio ao vivo, por meio do Facebook.

E, antes do massacre, enviou uma mensagem: "Inscreva-se no PewDiePie", referindo-se a uma popular conta do YouTube. Essa mesma mensagem irônica foi usada por Clark depoisbetboo gratispostar fotos da mortebetboo gratisDevins na Discord.

Para Robert Evans, um jornalista especializadobetboo gratisextremismo na internet, essa mensagem e outros comentários que o suspeito teria feito ecoam a linguagem violenta usada nessas comunidades online radicais.

Tanto o suspeito quanto Devins usaram o 4chan no passado. De fato, naquele domingo, os usuários deste fórum comemoraram "outro assassinato no 4chan". Discutiram a mortebetboo gratisDevinsbetboo gratistermos ofensivos e misóginos e transformaram imagensbetboo gratisseu corpobetboo gratismemes.

Desenhobetboo gratisBianca Devins

Crédito, @bt.artistry

Legenda da foto, As pessoas também usaram a hashtag #RIPBianca para compartilhar conteúdo positivo sobre a jovem

Evans ressalta que imagens violentas e esse tipobetboo gratislinguagem são "extremamente comuns" nessas plataformas. E compara a forma como os jovens são radicalizados nestes sites com o método empregado por grupos extremistas para recrutar novos membros.

"Tudo o que você tembetboo gratisfazer é colocar propaganda no ar na esperançabetboo gratisque, algumas vezes por ano, isso leve alguém com ódio e comprometimento suficientes a agir", diz Evans.

Ele acredita que as autoridades devem levar mais a sério a radicalização que ocorre nesses espaços virtuais. "O Estado Islâmico não deveria sair impune ao tentar se proliferar no 8chan", afirma Evans.

"Mas, ao mesmo tempo, não sei como uma autoridade pode ser exercida nos cantos obscuros da rede. Esse é um grande problema, típico do século 21, e que não sabemos ao certo como resolver."

Para Densley, esses lugares se tornaram espaços onde "almas perdidas" podem se reunir. "Seu modobetboo gratispensar é ofensivobetboo gratisuma sociedade politicamente correta. Mas esses ambientes funcionam como uma salabetboo gratiseco, onde alguém fala e os outros amplificam a mensagem", explica.

Das profundezas da internet para as redes sociais mais populares

Na segunda-feira, 15betboo gratisjulho, quando a polícia confirmou que as imagensbetboo gratisDevins eram reais, o caso saltou das profundezas da internet para as redes sociais mais conhecidas. Por horas, a hashtag #RIPBianca foi uma das mais compartilhadas nos Estados Unidos.

Capturabetboo gratistela da contabetboo gratisBianca Devins no Instagram

Crédito, Instagram

Legenda da foto, O númerobetboo gratisseguidoresbetboo gratisDevins no Instagram deu um salto

À medida que a história se espalhou, alguns inevitavelmente tentaram encontrar as contasbetboo gratisque as fotos haviam sido originalmente publicadas. Com isso, o perfilbetboo gratisDevins no Instagram começou a acumular mais e mais seguidores.

A adolescente tinha uma vida muito ativa na internet, mas alguns portaisbetboo gratisnotícias exageraram seu númerobetboo gratisseguidores. Alguns começaram a chamá-labetboo gratis"influenciadora do Instagram".

Na verdade, Bianca tinha cercabetboo gratis2 mil seguidores nesta rede social antes que a notíciabetboo gratissua morte chegar à mídia. Mas,betboo gratismenosbetboo gratisuma semana, esse número havia passadobetboo gratis160 mil.

O relatobetboo gratisClark também atraiu alguma atenção. Embora seu perfil tivesse manifestaçõesbetboo gratisdesejos suicidas feitos durante o ataque, o Instagram não desativou a conta até a polícia confirmarbetboo gratisidentidadebetboo gratis15betboo gratisjulho, maisbetboo gratisum dia após o assassinato.

A essa altura, seus seguidores haviam se multiplicado, e ele tinha recebido milharesbetboo gratismensagensbetboo gratissuas publicações. Mas isso não foi tudo: alguns aproveitaram a oportunidade para capitalizar o assassinatobetboo gratisDevins e criaram uma estratégia para conquistar seguidores.

Selfiebetboo gratisBianca Devins

Crédito, @Escty

Legenda da foto, Bianca Devins era bastante ativa nas redes sociais, mas veículos da imprensa exagararam ao caracterizá-la como uma influenciadora

Dezenasbetboo gratisusuários prometeram mostrar imagens do corpo Devinsbetboo gratissuas contas privadas. Outros enganaram as pessoas ao enviar com memes cruéis ou até mesmo tentar vender produtos.

Houve também quem mudou seu nomebetboo gratisusuário ou criou uma nova conta com nomes semelhantes aos da vítima e do suspeito, a fimbetboo gratisatrair seguidores entre quem estavabetboo gratisbusca das imagens. Uma pessoa por trásbetboo gratisuma dessas "novas contas" diz que se sentia "um pouco culpado pela vítima ebetboo gratisfamília".

Outro usuário que emulou o nome do suspeito afirma que fez isso para conquistar "influência nas redes sociais". "As pessoas fazembetboo gratistudo para ganharem seguidores e serem populares", explica ele, que diz ter recebido maisbetboo gratismil pedidosbetboo gratisnovos seguidores e até mesmo considerado solicitar pagamentos onlinebetboo gratistroca das imagens.

O Instagram disse à BBC estar revisando as contas que teriam compartilhado o material. No momento da publicação desta reportagem, a maioria destes perfis havia sido removida da rede social.

Os problemas das redes sociais

Fotobetboo gratisBianca combetboo gratismãe

Crédito, Beegtfo

Legenda da foto, A mãebetboo gratisDevins disse que estava 'devastada por perderbetboo gratismelhor amiga'

Para Densley, casos como obetboo gratisDevins expõem as "estruturasbetboo gratisincentivo" das redes sociais usadas por nós todos os dias. "Tudo é construído sobre o númerobetboo gratiscurtidas, republicações, amigos e seguidores que você acumula. E as pessoas que propagam a violência na internet veem o valor que isso agrega às suas contas."

Ele diz que quem se depara com conteúdo violento online enfrentam um dilema: "Denuncio isso? Ignoro e finjo que nunca vi? Ou também compartilho esse conteúdo?"

A proliferação das fotosbetboo gratisDevins reascendeu o escrutínio sobre os mecanismosbetboo gratiscontrole das redes sociais apenas quatro meses após estes mesmos serviços reconhecerem publicamente problemas para conter a propagação do vídeo do massacrebetboo gratisChristchurch.

Sites como Instagram, Twitter e Facebook têm pessoas que trabalham como moderadoresbetboo gratisconteúdo, mas contam combetboo gratistecnologiabetboo gratisinteligência artificial para ajudar nesta missão. E, por causa do seu grande númerobetboo gratisusuários - por exemplo, o Instagram tem 1 bilhãobetboo gratismembros ativos por mês -, isso é um grande desafio.

"Eles usam uma técnica chamada hashing, que basicamente cria uma impressão digitalbetboo gratiscada vídeo ou imagem", explica a jornalistabetboo gratistecnologia da BBC Zoe Kleinman.

Bianca embetboo gratisfestabetboo gratisformatura

Crédito, GoFundMe

Legenda da foto, A jovem tinha se formado recentemente no ensino médio.

"Isso significa que qualquer coisa que contenha essa impressão digital será identificada e removida. Ou até bloqueada antesbetboo gratisser enviada à rede. Mas só funciona se todo o conteúdo for compartilhado integralmente. Se for editado, a impressão digital se quebra, e é mais difícilbetboo gratisidentificá-lo."

O casobetboo gratisDevins não contribui para aliviar a pressãobetboo gratisalguns governos sobre as redes sociais. Austrália e Reino Unido anunciaram novas medidas, entre as quais estas empresas podem ser multadas ou até mesmo processadas se falharem na moderaçãobetboo gratisconteúdo.

Até agora, o Facebook adotou novas restriçõesbetboo gratisseu serviçobetboo gratistransmissões ao vivo. Porbetboo gratisvez, o Instagram lançou uma iniciativa contra bullying e conteúdos que incentivam pessoas a cometerem atos violentos contra si mesmas, após o suicídiobetboo gratisum adolescente britânico.

Mas, apesar destes esforços, a BBC encontrou, uma semana após o assassinatobetboo gratisDevins, fotos explícitasbetboo gratissua morte no Twitter.

Fotosbetboo gratisgatos com a hashtag #PinkForBianca

Crédito, Instagram

Legenda da foto, A hashtag #PinkForBianca foi criada para combater a propagação das fotosbetboo gratisDevins

Muitos usuários repudiaram o uso das fotos. A madrastabetboo gratisDevins publicou uma mensagem fortebetboo gratisredes sociais. "Essas fotos vão sempre vir à minha mente quando pensar nela. Ao fechar os olhos, essas imagens vão me perseguir", disse ela.

Vários usuários na internet criaram imagens positivas com as cores pastel que Devins usavabetboo gratissuas publicações. "Ver essas imagens na internet partiu meu coração. Quero fazer o que for preciso para proteger ela ebetboo gratisfamília", disse Taylor, uma adolescente que criou uma sériebetboo gratisimagens semelhantes às publicadas por Devinsbetboo gratisseu perfil para homenageá-la.

Também foi criada a hashtag #PinkForBianca (#RosaPorBianca), que foi compartilhada até mesmo pela mãe da adolescente, que afirmou: "Meu coração está partido. Perdi minha melhor amiga. Sempre nos lembraremosbetboo gratisseu belo sorriso. Seu espírito nos fortalecerá e viverá para semprebetboo gratisnós".

Línea.

betboo gratis Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube betboo gratis ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbetboo gratisautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabetboo gratisusobetboo gratiscookies e os termosbetboo gratisprivacidade do Google YouTube antesbetboo gratisconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebetboo gratis"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobetboo gratisterceiros pode conter publicidade

Finalbetboo gratisYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbetboo gratisautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabetboo gratisusobetboo gratiscookies e os termosbetboo gratisprivacidade do Google YouTube antesbetboo gratisconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebetboo gratis"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobetboo gratisterceiros pode conter publicidade

Finalbetboo gratisYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbetboo gratisautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabetboo gratisusobetboo gratiscookies e os termosbetboo gratisprivacidade do Google YouTube antesbetboo gratisconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebetboo gratis"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdobetboo gratisterceiros pode conter publicidade

Finalbetboo gratisYouTube post, 3