Crise na Venezuela: Brasil deveria liderar busca por solução no lugar dos EUA, diz professorhacker betOxford:hacker bet

Crédito, Edilzon Gamez/Getty Images
Maduro já declarou que aceitaria sentar à mesahacker betnegociações, mas que não aceitaria ultimatos.
Para Doyle, as negociações sobre Venezuela poderiam representar uma oportunidade para o Brasil retomar um papelhacker betliderança na América do Sul, após quase dez anoshacker betuma política externa obscurecida por problemas internos. Seria também, segundo o professor, uma chance para o presidente Jair Bolsonaro se promover internacionalmente.

Crédito, Arquivo pessoal
Mas o presidente americano, Donald Trump, vem demonstrando cada vez maior interessehacker better um papel ativo na resolução da crise na Venezuela. Em várias ocasiões, ele repetiu que uma intervenção armada não está descartada.
Enquanto isso, Brasil e outros países da América do Sul rejeitam a possibilidadehacker betusar a força contra Maduro e enxergam uma possível ação militar dos Estados Unidos como precedente para futuras ingerênciashacker betsuperpotências na região.
Veja os principais trechos da entrevista:
hacker bet BBC News Brasil - Nos últimos anos, os Estados Unidos demonstraram pouco interesse na América Latina, toleraram Hugo Chávez e os primeiros anoshacker betgoverno Maduro. Por que Donald Trump passou a se empenhar pessoalmentehacker betresolver a crise venezuelana?

Crédito, EPA/MICHAEL REYNOLDS
hacker bet David Doyle - A resposta está relacionada à política interna dos Estados Unidos. Trump, eu suspeito, não tinha grande conhecimento sobre a Venezuela anteshacker betse tornar presidente ou mesmo depois, até a crise surgir. Eu presumo que isso tenha a ver com grupos conservadoreshacker betMiami, aliadoshacker betexilados cubanos e venezuelanos, e com a ideia - sempre levantada por Trump - da ameaçahacker betgovernos socialistas.
É uma formahacker betse aproximarhacker betsua base eleitoral ehacker betatender às demandashacker betparcela do eleitorado- aqueles que sãohacker betsegunda ou terceira geraçãohacker betamericanoshacker betorigem latina. Esses grupos têm sido cruciais apoiadores do Partido Republicano na Flórida.
hacker bet BBC News Brasil - Os EUA têm repetido que uma interven hacker bet ção militar na Venezuela não está descartada. É uma ameaça real hacker bet ?
hacker bet Doyle - É muito difícil saber o que é real ou não. Na eleição, Trump prometeu retirar tropas americanashacker betsolo estrangeiro. Esse foi um dos pilares da plataformahacker betcampanha. Ele dizia que os EUA não seriam mais a polícia global, que tropas americanas não seriam mais expostas a ameaçashacker betguerras pelo mundo. Então, é contraditório até que ele considere algum tipohacker betintervenção na Venezuela. Portanto, embora haja pressões domésticas, acho que é difícil saber se essa ameaça é real. Eu ficaria muito surpreso se os EUA mandassem tropas para a Venezuela.
hacker bet BBC News Brasil - Vários atores internacionais estão se envolvendo na crise venezuelana. O que esse envolvimento revela sobre as disputas por poder entre Rússia, China e EUA?
hacker bet Doyle - Acho que estamos vendo, mas eu hesitohacker betdizer, uma nova formahacker betdivisãohacker betGuerra Fria. Há uma divisão cada vez maior entre os Estados Unidos e Rússia. E a China operando uma estratégia até certo ponto independente. Acho que a Venezuela está se tornando um palcohacker betdisputa entre duas grandes potências (EUA e Rússia). É uma formahacker betVladimir Putin demonstrar ahacker betvontadehacker betse opor aos poderes do Ocidente,hacker betconstruir alguma formahacker betapoio político e demonstrar musculatura.
Mas, na América Latina, o que a gente tem visto é uma relutância entre países da regiãohacker betpermitir que forças estrangeiras interfiram nos seus processos democráticos. O fatohacker beto Grupohacker betLima ter rejeitado interferência externa na Venezuela mostra que ele quer lidar com o problema no contexto da América Latina.

Crédito, Carlos Garcia/Reuters
hacker bet BBC News Brasil - Quais as possíveis saídas para o impasse na Venezuela?
hacker bet Doyle - Nessas circunstâncias, os líderes fazem um cálculo racionalhacker betcusto e benefício. Qual seria o custohacker betrenunciarhacker betrelação aos benefícios? O custohacker betdeixar o poder, para Maduro, envolve principalmente a possibilidadehacker betser preso e processado. Por causa dos mortoshacker betmanifestações e da detençãohacker betmembros da oposição, ele e seus apoiadores certamente enfrentariam algum processo judicial. Portanto, considerando esse cálculohacker betcusto e benefício, só vejo dois caminhos para o desfecho dessa crise:
Um deles seria a remoção à força, por meiohacker betuma guerra civil - o que seria terrível -, ou por uma intervenção liderada por países da América Latina. A segunda forma seria mudar essa equaçãohacker betcusto-benefício, garantindo que, se Maduro permitir uma transição, o custo para ele não seja tão alto. Para que a crise acabehacker betforma pacífica, Maduro e seus apoiadores precisam ter algum mecanismohacker betsaída que garanta que eles renunciem com algum dinheiro e segurançahacker betestar imune a processos judiciais ou que possam ir a algum lugar onde seriam imunes.
hacker bet BBC News Brasil - Essa anistia não pode causar revoltar entre os que se sentiram perseguidos ou oprimidos por Maduro?
hacker bet Doyle - Sim, embora essa solução permita algum tipohacker bettransição, você vai ter uma sociedade muito polarizada e dividida. O núcleo duro dos apoiadoreshacker betMaduro ainda sentiriam que sofreram um golpe ou que tiveramhacker betliderança roubada. E, obviamente, teríamos membros da oposição que defendem algum tipohacker betjustiça restaurativa pelos danos da administraçãohacker betMaduro. Então, é muito difícil saber como isso vai se resolver.
hacker bet BBC News Brasil - Quem deveria liderar as negociações para a ofertahacker betuma saída a Maduro?

Crédito, REUTERS/Adriano Machado
hacker bet Doyle - Acho que seria apropriada uma negociação liderada por países da América Latina, sem participação dos Estados Unidos. Nas últimas duas décadas, as maiores ameaças à democracia -hacker betHonduras, no Paraguai, nos atritos entre Colômbia e Equador, ou no Peru após Fujimori - foram gerenciadas por países da América Latina. Seria mais fácil para os venezuelanos - e até para Rússia e China - aceitarem uma negociação liderada internamente, entre países latino-americanos.
Se os Estados Unidos se envolvem, isso pode gerar resistênciahacker betMaduro e levantar questionamentoshacker betRússia e China. A melhor solução, na verdade, envolveria uma negociação liderada pelo Brasilhacker betbuscahacker betuma saída pacífica e isso exigiria entregar algo a Maduro.
hacker bet BBC News Brasil - Mas Maduro aceitaria uma negociação liderada pelo Brasil sob o governo Bolsonaro, que teve como uma das principais plataformashacker betcampanha criticar o regime atual na Venezuela?
hacker bet Doyle - Se o presidente fosse Lula ou Dilma, certamente seria mais fácil para o Brasil assumir essa liderança, porque Maduro aceitaria essa intermediação. O risco é Maduro dizer que Bolsonaro é muito similar a Trump ou que age conforme os interesses dos Estados Unidos. Mas o Brasil é o país mais poderoso da América do Sul e é vizinho, faz fronteira com a Venezuela. Então, teria todas as justificativas para exercer essa mediação diplomática.
hacker bet BBC News Brasil - Seria uma oportunidade para o Brasil retomar liderança e influência na região?
hacker bet Doyle - Definitivamente é uma oportunidade para Bolsonaro, se ele quiser demonstrar suas credenciaishacker betpolítica externa. Elas já estão sendo questionadas, especialmente depoishacker betDavos, quando ele usou apenas sete minutos para falar quando tinha 45 minutos. A suposição que se faz éhacker betque ele não tem uma verdadeira estratégiahacker betpolítica internacional. Lula tinha uma políticahacker betrelações exteriores clarahacker betque o Brasil deveria assumir uma liderança ideológica, numa épocahacker betque havia muitos governoshacker betesquerda na América do Sul. Mas as crises internas do Brasil apagaram a política externa do país nos últimos anos.

Crédito, NELSON ALMEIDA/AFP
Eu acredito que essa é uma oportunidade para Bolsonarohacker betdois sentidos: primeiro, para mostrar ao mundo que ele tem algum tipohacker betpolítica externa; segundo, para mitigar temoreshacker betpaíses vizinhoshacker betrelação a ele, demonstrando que pode ser uma liderança internacional e não algum tipohacker betpopulista demagogo. Acho que seria também uma formahacker betdemonstrar legitimidade perante grupos no Brasil que ainda se opõem fortemente ao seu governo.
hacker bet BBC News Brasil - A Venezuela vive uma crise econômica gravíssima e depende da importação atéhacker betprodutos básicos, como alimentos. Ainda que Maduro caia, que perspectiva o país temhacker betvoltar a ter uma economia minimamente saudável?
hacker bet Doyle - Essa é a grande questão. Todos estão muito focados na transição,hacker betacabar com o regime Maduro. Mas ignoram as realidades política e econômica que surgirão após essa queda. A (realidade) política é a que teremos uma população extremamente polarizada. Ao mesmo tempo, teremos um país totalmente dependente da exportaçãohacker betpetróleo, com uma moeda quase sem valor algum.
O que deve acontecer é o lançamentohacker betalgum pacotehacker betestabilização econômica, com algum tipohacker betinjeçãohacker betcapital no país, talvez via Fundo Monetário Internacional. E será preciso um enfoque significativohacker betmudar o modelohacker betprodução, reduzindo a dependência na exportaçãohacker betpetróleo e estimulando a produçãohacker betalimentos no interior do país. O desafio econômico é enorme, mas pode ser resolvido.
Outros países da América Latina passaram por isso após a hiperinflação dos anos 80. Mas certamente a Venezuela vai vivenciar uns bons anoshacker betsofrimento econômico até começar a se estabilizar.
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