Crise na Venezuela separa milharescasa de aposta brasileiracriançascasa de aposta brasileiraseus pais:casa de aposta brasileira

Crédito, Manu Quintero/BBC
Outro garotos chegam acompanhadoscasa de aposta brasileiraseus pais, mães, irmãos e amigos. Já Rubén não tem ninguém para torcer por ele.

Crédito, Manu Quintero/BBC
Sua mãe, que antigamente o levava ao futebol, foicasa de aposta brasileirabuscacasa de aposta brasileiratrabalho para o país vizinho.
A Colômbia é o principal destino dos venezuelanos que fogem da pior crise econômica da história do país e buscam oportunidadescasa de aposta brasileiraoutros lugares.
Uma análise recente do Acnur, o comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para refugiados, estimacasa de aposta brasileira1,5 milhões o númerocasa de aposta brasileirapessoas que saíram da Venezuela nos últimos anos.
O país ocupa o quarto lugar entra as nacionalidades que mais pedem asilo no mundo, atrás apenas do Afeganistão, da Síria e do Iraque.
O Brasil e a Colômbia já tratam a situação como um crise migratória, mas ela também tem efeitos internos na Venezuela. Alguns são positivos, como o enviocasa de aposta brasileiradinheiro dos imigrantes para a sobrevivência da família que fica no país. Outro são negativos, como a ruptura familiar: o abandonocasa de aposta brasileiracrianças que ficam a cargocasa de aposta brasileiraavós, tias, vizinhos... Oucasa de aposta brasileiraninguém.
'Ela foi por nós'
Rubén se lembra vividamente do momentocasa de aposta brasileiraquecasa de aposta brasileiramãe deu a notíciacasa de aposta brasileiraque estava indo embora.
"Ela me disse e eu entendi: ela foi para lutar por uma vida melhor para ela, para mim e para meu irmão. Não foi por ela, mas por nós", diz ele, repetindo a fala dos adultos.

Crédito, Manu Quintero/BBC
Seu quarto, com uma televisão com pouca definição, é seu refúgio.
Ali, ele assiste aos jogos da Copa do Mundo e se lembracasa de aposta brasileirasua mãe ecasa de aposta brasileiraseu irmãocasa de aposta brasileiraoito anos. Depois que a mãe foi embora, o irmãocasa de aposta brasileiraRubén começou a se comportal mal, o que fez com quecasa de aposta brasileiramãe o levasse embora antes.
O plano é quecasa de aposta brasileirajulho, depois do fim do semestre escolar, seja a vezcasa de aposta brasileiraRubén. "Vai ser uma nova experiência, muito emocionante", diz o menino.
"A mãe dele vendia café e não ganhava o suficiente para manter os meninos", explicacasa de aposta brasileiratia Leivis, mãecasa de aposta brasileirauma garotinhacasa de aposta brasileira3 anos que às vezes fica sob o cuidadocasa de aposta brasileiraRubén.
Seu pai o abandonou faz tempo, algo que é bem comum na Venezuela, principalmente nas classes mais baixas. Comocasa de aposta brasileiratoda a América Latina, os bairros pobrescasa de aposta brasileiraCaracas estão cheioscasa de aposta brasileiramãe, tias e avós que sustentam sozinhas famílias numerosas.
Consequências psicológicas
Ainda que Rubén tenha suas necessidades materias atendidas, o exôdo gera outras consequências.
"Tem implicações para as crianças mais fortes do que imaginamos", diz o psicoterapeuta Óscar Misle à BBC News. Misle é fundador da Cecodap, uma entidadecasa de aposta brasileiradireitos humanos que promove o cuidados com a infância e a adolescência na Venezuela.

Crédito, Manu Quintero/BBC
As consequências também são sentidas na escola.
A rede beneficentecasa de aposta brasileiraescolas jesuitas Fé e Alegria registroucasa de aposta brasileiracercacasa de aposta brasileira3,7 mil alunos que ficaram sob os cuidadoscasa de aposta brasileiraterceiros neste ano por causa da migração dos pais, entre os maiscasa de aposta brasileira100 mil casos semelhantes no país todo.
"As crianças podem entender que os pais têm que ir. Mas no fundo não estão preparadas para lidar com o abandono", explica Noelbis Aguilar, diretora nacional do programa escolar da entidade.
"Sentir-se sozinho, triste e sem orientação afeta as crianças física e psicologiamente, o que vai se refletircasa de aposta brasileiraseu desenvolvimento", diz Aguilar. Ela afirma que as crianças podem se tornar violentas ou retraídas.
Isso tudo sem contar as dificuldades econômicas que passamcasa de aposta brasileiraum país com hiperinflação e desabastecimentocasa de aposta brasileiraalimentos e outros produtos básicos.
Cada vez pior
Óscar Misle diz que a separaçãocasa de aposta brasileirafamílias por causa da migração tem se tornado cada vez mais frequente.
É uma situação nova sobre a qual não há dados oficiais. Mas pouco a pouco surgem números que a confirmam.
"Todo dia aparecem entre 30 e 40 pessoas pedindo ajuda porque vão sair do país e querem saber como transferir a guarda ou como obter autorização para levar os filhos junto", diz Nelson Villasmil, conselheirocasa de aposta brasileiraproteçãocasa de aposta brasileiracrianças e adolescente da cidade da Sucre, na religião metropolitanacasa de aposta brasileiraCaracas.

Crédito, Manu Quintero/BBC
Segundo ele, as consequências desse fenômeno são difíceiscasa de aposta brasileiramensurar e ficarão mais evidentes no longo prazo. Uma delas é a chamada "infância perdida".
É o casocasa de aposta brasileiraLuiz,casa de aposta brasileira11 anos, que tevecasa de aposta brasileiraassumir o cuidadocasa de aposta brasileiraseu irmão Alonzo,casa de aposta brasileira8 anos.
A mãe dos dois foi para a Colômbia e eles ficaram com o pai. Não falta comida, mas a vida dos dois mudou.
Comocasa de aposta brasileiramãe não os acompanha mais, eles andam uma hora sozinhos todos os dias para chegar à escola. E mais uma hora na volta. Quando chegamcasa de aposta brasileiracasa à tarde, Luiz esquenta a comida feita por seu pai, que trabalha o dia todo.

Crédito, Manu Quintero/BBC
Luiz também lava a louça, varre o chão e vai comprar água, e ajuda o irmão mais novo com as tarefascasa de aposta brasileiracasa. Os dois passam quase a tarde toda sozinhos.
"Queria ir com a minha mãe porque sinto falta dela e não é igual", diz Luiz.
Culpa
Outro efeito da separação é a culpa que as mães e os pais sentem ao ir buscar oportunidades melhores.
É o casocasa de aposta brasileiraVanessa Uribe, que não volta à Venezuela faz cinco meses. Ela está na Colômbia tentando ganhar dinheiro suficiente para recuperar os filhos, que deixou voluntariamentecasa de aposta brasileirauma entidadecasa de aposta brasileiraproteçãocasa de aposta brasileiracriançascasa de aposta brasileiraCaracas.
"Estava trabalhando muito e não tinha como cuidar deles", diz ela por telefonecasa de aposta brasileiraValledupar, uma cidade no norte da Colômbia.

Crédito, Manu Quintero/BBC
"Me arrependo", diz a mãe, que envia dinheiro para seus pais toda semana. Ela quer que os filhos voltem morar com os avós logo, senão a entidade terá que encontrar uma nova família para eles.
O sonhocasa de aposta brasileiraUribe é se estabelecer na Colômbia e levar os filhos com ela.
Fome
As avós são quem, tradicionalmente, cuida das crianças.
Maria Meza,casa de aposta brasileira54 anos, está criando as três netascasa de aposta brasileira8, 7 e 3 anos. Sua filha também está na Colômbia. "Chegou um diacasa de aposta brasileiraque ela já não tinha mais como alimentar as meninas", explica Meza sobre os motivos da viagemcasa de aposta brasileirasua filha.
A jovem agora trabalhacasa de aposta brasileiraum restaurante e envia toda semana o dinheiro à família, com quem conversa todos os dias.

Crédito, Manu Quintero/BBC
"Ela me disse que foi trabalhar para comprar nossa casa, roupas e comida para que eu engorde", diz Alexandra Valentina,casa de aposta brasileira7 anos.
Apesarcasa de aposta brasileiratudo, a situação delas não é das piores. As meninas ainda têm comidacasa de aposta brasileiracasa e não precisam jantar na escola que frequentam,casa de aposta brasileiraumas das áreas mais perigosascasa de aposta brasileiraCaracas.
As crianças que estãocasa de aposta brasileirasituação pior jantam na escola, que recebe doações para conseguir alimentar os alunos mais necessitados. Desde o fimcasa de aposta brasileira2017, 50 alunos foram retirados por seus pais para irem morar no exterior. E outros 66 tiveram pelo menos um dos pais indo morarcasa de aposta brasileiraoutro país.
A rua
O Idenna, uma entidade governamental para auxílio a crianças sem teto, tem registrado cada vez mais casoscasa de aposta brasileirameninos e meninas que vivem na rua.
E muitos deles estão relacionados com a imigração.
É o casocasa de aposta brasileiraIsmael,casa de aposta brasileira11 anos, que ficou com seu pai quando a mãe migrou, mas acabou indo morar na rua.
Ele fugiu duas vezes do centrocasa de aposta brasileiraacolhida que o abrigoucasa de aposta brasileiraCaracas. Na segunda vez, foi encontrado perto da fronteira com a Colômbia.
"Estava procurando minha mãe", conta ele.








