Quem é o jornalista 'assassinado' que apareceu vivo - e está no centro da disputa entre Rússia e Ucrânia:conta da betano

conta da betano Quando a Ucrânia anunciou, na terça-feira, que o jornalista russo Arkady Babchenko havia sido assassinado a tiros nas escadas do prédio onde morava,conta da betanoKiev, desencadeou uma ondaconta da betanocomoção, protestos e tensões diplomáticas - afinal, Babchenko era conhecido por suas críticas ao Kremlin e havia se mudado para a capital ucraniana para escapar da perseguiçãoconta da betanoseu país.
Não foi pouca a surpresa, então, causada pela apariçãoconta da betanoBabchenkoconta da betanouma entrevista coletivaconta da betanoKiev menosconta da betano24 horas depoisconta da betanoseu "homicídio", nesta quarta-feira, explicando ao público queconta da betanoprópria morte foi forjadaconta da betanouma tentativaconta da betanoexpor um suposto plano do governo russo para matá-lo.
Para completar, a morte foi forjada com a ajuda direta dos serviçosconta da betanosegurança da Ucrânia. Segundo informou o próprio oficial ucraniano Vasyl Hrytsak, o objetivo era flagrar o trabalhoconta da betanoassassinosconta da betanoaluguel supostamente financiados pela Rússia.
"Graças a essa operação conseguimos frustrar um plano cínico e documentar como o serviço secreto russo planejava esse crime", disse Hrytsak aos jornalistas.
A polícia ucraniana afirmou ter detido um homemconta da betanoconexão com o suposto plano.
Trata-se, também,conta da betanomais um capítulo das tensas relações entre Rússia e Ucrânia. Antes parte do bloco soviético, a Ucrânia viveu uma guerra sangrentaconta da betanoanos recentes entre grupos pró-Europa e grupos aliados ao governoconta da betanoVladimir Putin, que culminou,conta da betano2014, com a anexação russa da península da Crimeia - oficialmente parte da Ucrânia, mas com população majoritariamenteconta da betanoorigem étnica russa.
Como o caso se desenrolou?
A notícia da "morte"conta da betanoBabchenko veio a público quandoconta da betanomulher relatou ter encontrado o marido no chão da portaconta da betanoentradaconta da betanoseu prédio, com ferimentosconta da betanotiros nas costas. Ele "morreu" na ambulância a caminho do hospital, disse ela.

Crédito, EPA
Pouco depois, o premiê ucraniano, Volodymyr Groysman, acusou a Rússia. "Tenho certezaconta da betanoque a máquina totalitária russa não perdoou (Babchenko) porconta da betanohonestidade e seus princípios", afirmou.
Moscou respondeu pedindo uma investigação, mas agregando que "crimes sangrentos" se tornaram rotineiros no "regimeconta da betanoKiev".
A apariçãoconta da betanoBabchenko na entrevista coletiva desta quarta-feira provocou espanto entre os jornalistas. "Fiz o meu trabalho. Ainda estou vivo", disse ele.
Babchenko agradeceu aos serviçosconta da betanosegurança ucranianos por "salvarem aconta da betanovida"conta da betanosupostos assassinos a mando da Rússia e afirmou que não teve alternativa senão fingir a própria morte.
"Enterrei muitos amigos e colegas e conheço o sentimentoconta da betanodor", disse. "Sinto muito ter causado isso. Mas não havia alternativa."
A operação
Babchenko afirmou ter sido informado há cercaconta da betanoum mês sobre um plano russo para matá-lo e manteve contato constante com as forçasconta da betanosegurança ucranianas desde então.
Segundo Hrytsak, chefe dos serviços ucranianos, o governo russo havia recrutado um cidadão ucraniano para encontrar um assassinoconta da betanoaluguel que aceitasse US$ 30 mil para matar Babchenko. Um dos homens abordados nessa busca teria dado a pista a Hryrsak.
Daí surgiu o planoconta da betanofingir a morteconta da betanoBabchenko.
Não está claro se a mulher do jornalista, Olechka, estava ciente da farsa. Na entrevista coletiva, ele pediu desculpas a ela: "Olechka, eu sinto muitíssimo, mas não havia outra opção."
As reações
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a morte forjada foi uma "farsa com objetivos propagandísticos" e se disse feliz pelo fatoconta da betanoo jornalista estar vivo.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, porconta da betanovez, afirmou que seu país cuidará da segurançaconta da betanoBabchenko. "É improvável que Moscou descanse (deconta da betanosuposta tentativaconta da betanodar cabo do jornalista). Dei uma ordem para prover proteção a Arkady econta da betanofamília", disse no Twitter.
A redeconta da betanoemissoras Radio Free Europe/Radio Liberty postou um vídeo da reação dos jornalistas ao descobrir que seu colega estava vivo:
Este item inclui conteúdo extraído do Twitter. Pedimosconta da betanoautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaconta da betanousoconta da betanocookies e os termosconta da betanoprivacidade do Twitter antesconta da betanoconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueconta da betano"aceitar e continuar".
Finalconta da betanoTwitter post
Mas muitos expressaram reservas à tática usada pelo serviço ucranianos. A ONG Repórteres Sem Fronteiras condenou a falsa morte como uma "artimanha patética".
"É lamentável que a polícia ucraniana tenha brincado com a verdade, por qualquer que seja o motivo", disse Christophe Deloire, chefe da ONG, à agência France Presse.
E o Comitêconta da betanoProteção a Jornalistas exigiu que as autoridades ucranianas expliquem "o que exigiu essa medida extrema".
conta da betano Contra o Kremlin
Babchenko é um dos mais conhecidos jornalistas críticos do governoconta da betanoPutin. Ele concorreuconta da betanoeleições não oficiais organizadas pela oposiçãoconta da betano2012 e criticou a participaçãoconta da betanotropas russasconta da betanoconflitos na Síria e no leste da Ucrânia.
Em dezembroconta da betano2016, ele escreveu um post no Facebook a respeito do avião militar Tu-154, que afundou no mar a caminho da Síria, carregando militares russos e jornalistasconta da betanoemissoras pró-Kremlin. "Não tenho pena ou simpatia (pelos mortos no acidente)", disse ele no post. "Não expresso condolências a seus entes queridos."
A postagem gerou forte reação na Rússia. Babchenko disse ter recebido ameaçasconta da betanomorte e decidiu deixar seu país. Mudou-se para a Ucrânia no ano seguinte.

Crédito, AFP
Babchenko também escreveu para a BBC, relatando o casoconta da betanoum helicóptero do Exército ucraniano que fora derrubado no leste do paísconta da betano2014.
Kiev tem registrado, nos últimos anos, um aumento no númeroconta da betanoatentados fatais contra personalidades como políticos e jornalistas. Na maioria dos casos, as vítimas eram contrárias ao Kremlin.
Um exemplo é o do jornalista bielorusso Pavel Sheremet, críticoconta da betanoPutin, que foi morto por uma bomba colocada dentroconta da betanoseu carro na capital ucraniana,conta da betanojulhoconta da betano2016.
Outra explosãoconta da betanocarro matou o oficialconta da betanointeligência ucraniano coronel Maxim Shapoval,conta da betanojunhoconta da betano2017,conta da betanoato considerado "terrorista" pelas autoridades ucranianas.
Em março do ano passado, o ex-parlamentar russo Denis Voronenkov foi alvejado a tiros na saídaconta da betanoum hotelconta da betanoKiev.








