O escândalo que fez o Facebook perder US$ 35 bilhõesbet aposta para presidentehoras:bet aposta para presidente

Crédito, AFP
bet aposta para presidente O valor do Facebook na bolsabet aposta para presidentevaloresbet aposta para presidentetecnologia dos Estados Unidos encolheu impressionantes US$ 35 bilhões (ou aproximadamente R$ 115,5 bilhões) entre a manhã e o anoitecerbet aposta para presidentesegunda-feira.
Para efeitobet aposta para presidentecomparação, as ações da rede social caíram, só na segunda, o equivalente ao valorbet aposta para presidentemaisbet aposta para presidente200 mil casas populares no Brasil.
Até o fechamento do dia na Nasdaq,bet aposta para presidenteNova York, as ações do Facebook haviam caído 6,7%.
Esta é a maior redução percentualbet aposta para presidentevalorbet aposta para presidentemercado do Facebookbet aposta para presidenteum só diabet aposta para presidentequatro anos, levando a capitalizaçãobet aposta para presidentemercado da empresabet aposta para presidenteUS$ 537 bilhões (ou R$ 1,77 trilhão), registrados na sexta-feira à noite, para aproximadamente US$ 500 bilhões no fim da segunda.
O resultado teve reflexos nas principais empresas do ramo, que também tiveram resultados negativos nos EUA (enquanto a empresa que controla o Google caiu 3%, outras gigantes como Amazon, Netflix e Apple registraram quedasbet aposta para presidenteaté 1,5%).
A âncora que afundou os papéis da empresabet aposta para presidenteMark Zuckerberg foi lançada durante o fimbet aposta para presidentesemana, quando diferentes reportagens da imprensa internacional denunciaram que uma consultoria teria usado para fins políticos informações privadasbet aposta para presidentemaisbet aposta para presidente50 milhõesbet aposta para presidenteusuários do Facebook.
Os perfis das pessoas que integram a rede social são considerados "moeda valiosa" na guerrabet aposta para presidentemarketing eleitoral. Isto porque as interações no Facebook revelam muito sobre nossa personalidade, interesses, medos e opiniões.
Com base nestas informações, empresas podem desenvolver algorítimos para direcionarbet aposta para presidenteforma personalizada publicidade, artigos ou mensagensbet aposta para presidentecunho político adequados aos interessesbet aposta para presidentecada um ou com maior potencialbet aposta para presidentecausar impacto.
Poderia, por exemplo, direcionar mensagensbet aposta para presidenteum candidato sobre o tema da segurança pública para os usuáriosbet aposta para presidenteredes sociais que mais demonstrem se preocupar com o tema, ou que tenham relatado ter vivido algum tipobet aposta para presidenteviolência. Mas alémbet aposta para presidentematerial com informações verídicas, há evidênciasbet aposta para presidenteque consultorias também façam circular boatos, acusações contra adversários políticos dos clientes e "fake news".

Crédito, Reuters
Procurado pela BBC Brasil, o Facebook nos Estados Unidos não comentou as perdas na bolsa americana, nem o escândalo revelado no fimbet aposta para presidentesemana.
O caso
O pivô do escândalo é a Cambridge Analytica, uma empresabet aposta para presidenteanálisebet aposta para presidentedados que trabalhou com a equipe responsável pela campanhabet aposta para presidenteDonald Trump nas eleiçõesbet aposta para presidente2016, nos Estados Unidos. Na Europa, segundo o Guardian, a empresa foi contratada pelo grupo que promovia o Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia).
A Cambridge Analytica nega que tenha trabalhado para o Brexit e que tenha usado dados do Facebook nos serviços que prestou à campanhabet aposta para presidenteTrump.
A companhia é propriedade do bilionário do mercado financeiro Robert Mercer e era presidida, à época, por Steve Bannon, então principal assessorbet aposta para presidenteTrump.
Segundo os jornais britânicos The Guardian e The Observer, e o americano The New York Times, a consultoria comprou informações pessoaisbet aposta para presidenteusuários do Facebook sem autorização e as usou para criar um sistema que teria permitido predizer e influenciar as escolhas dos eleitores nas urnas.
As informações foram coletadas por um aplicativo chamado thisisyourdigitallife (essa ébet aposta para presidentevida digital,bet aposta para presidenteportuguês), que pagou centenasbet aposta para presidentemilharesbet aposta para presidenteusuários pequenas quantias para que eles fizessem um testebet aposta para presidentepersonalidade e concordassembet aposta para presidenteter seus dados coletados para uso acadêmico - o app foi desenvolvido por Aleksandr Kogan, um pesquisador da Universidadebet aposta para presidenteCambridge, no Reino Unido (a universidade não tem ligações com a Cambridge Analytica).
Além da óbvia questãobet aposta para presidenteque muitos usuários não leem os longos termos e condições e mal sabem que estão dando suas informações, o grande problema foi que o aplicativo também coletou as informações dos amigosbet aposta para presidenteFacebook das pessoas que fizeram o teste, sem autorização.
À época, a política do Facebook permitia a terceiros a coletabet aposta para presidentedadosbet aposta para presidenteamigos, mas apenas para melhorar a experiência do próprio usuário no aplicativo. Era proibido que os dados fossem vendidos ou usados para propaganda.

Crédito, AFP
De acordo com a imprensa americana, 270 mil pessoas fizeram o quiz - mas os termosbet aposta para presidenteuso, que costumam ser ignorados pela maioria, permitiam que desenvolvedores tivessem acesso aos dadosbet aposta para presidenteamigos deles também.
Isso teria feito o númerobet aposta para presidentepessoas com dados coletados saltar para a casa dos 50 milhões. As informações obtidas por meio do testebet aposta para presidentepersonalidade foram vendidas à Cambridge Analytica, segundo contou o ex-funcionário da empresa Christopher Wylie, que é um pesquisador canadense na áreabet aposta para presidenteciência da computação, aos jornais The New York Times e The Guardian.
Segundo as publicações, os dados obtidos pela consultoria incluem detalhes da identidadebet aposta para presidenteusuários do Facebook, publicações, curtidas e redebet aposta para presidenteamigos.
"Ao coletar dados das pessoas e categorizar o perfil delas, isso te permite segmentar a população, para direcionar mensagens sobre questões que interessam (a cada grupo), usando linguagem e imagens que as possam gerar engajamento. Fazemos isso na Ásia, nos Estados Unidos...", explicou Alex Tyler, gerentebet aposta para presidentedados da Cambridge Analytica, a um repórter do Channel 4, emissora britânica, que se fez passar por um potencial cliente.
Na mesma gravação, executivos da empresa dizem que pretendem começar a atuar no Brasil. "Nós fizemos isso no México, na Malásia, e agora estamos indo para o Brasil", completou o diretorbet aposta para presidentegestão da consultoria, Mark Turnbull.
A Cambridge Analytica atuaria na eleiçãobet aposta para presidente2018, no Brasil, por meiobet aposta para presidenteuma parceria com a empresa Ponte CA. Mas o dono desta empresa brasileira, André Torretta, informou que rompeu o acordo, após as denúncias.
O Facebook demorou para agir?
Entre as provas do acesso irregular dos perfis apresentadas por Christopher Wylie, ex-funcionário da Cambridge Analytica, estão uma cartabet aposta para presidenteadvogados do Facebook enviada a elebet aposta para presidenteagostobet aposta para presidente2016, pedindo para que destruísse os dados coletados por meio do testebet aposta para presidentepersonalidade criado pelo acadêmico Aleksandr Kogan.
A carta foi enviada alguns meses depoisbet aposta para presidenteuma reportagem do The Guardian apontar possíveis irregularidades no acesso a perfisbet aposta para presidenteusuários da rede social e dias antes da Cambridge Analytica passar a atuar na campanhabet aposta para presidenteTrump.
"Porque os dados foram obtidos e usados sem permissão e porque a GSR (empresa criada por Kogan para obter os perfisbet aposta para presidentequem fez o quiz) não estava autorizada a compartilhar ou vender o material a você, ele não pode ser usado legitimamente no futuro e deve ser deletado imediatamente", diz a carta do Facebook.
Segundo Wylie, o Facebook não foi atrás para se assegurar que as informações foram deletadas.
"O que mais me impressionou foi isso. Eles esperaram dois anos e não fizeram absolutamente nada para checar se os dados foram apagados. Eles só me pediram para preencher com x uma pergunta e postarbet aposta para presidentevolta o documento", contou o ex-funcionário da Cambridge Analytica.
O que diz o Facebook?
O Facebook diz que havia sido informadobet aposta para presidenteque os dados dos usuários seriam usados para fins acadêmicos. Conforme a rede social, Kogan obteve acesso aos dados dos usuáriosbet aposta para presidenteforma legítima, mas depois quebrou as regras ao repassá-los a terceiros.
O Facebook também afirmou que apagou o aplicativo com o testebet aposta para presidentepersonalidadebet aposta para presidente2015 e pediu para que as informações dos usuários fossem deletadas. Mas a carta a Wylie solicitando a eliminação dos dados só chegou na segunda metadebet aposta para presidente2016.
Já a Cambridge Analytica nega que tenha usado os dados e afirma que apagou todas as informações assim que soube que elas foram colhidas irregularmente.
Mas o The New York Times afirma que, com basebet aposta para presidenteentrevistas com ex-funcionários da empresa ebet aposta para presidenteemails e documentos, a Cambridge Analytica não apenas usou os dados do Facebook para fazer marketing político, mas ainda mantém a maioria dessas informações.
Desde que o escândalo veio à tona, o cofundador do Facebook Mark Zuckerberg perdeu, sozinho, quase US$ 5 bilhões.
Em que pé estão as investigações?
A senadora americana Amy Klobuchar chegou fazer pressão para que Mark Zuckerberg deponha ao Senado para dar explicações. No Reino Unido, o deputado conservador Damian Collins disse que também pretende chamar Zuckerberg ou outro alto executivo para depor.
Parlamentares americanos querem mais informações do diretor-executivo da Cambridge Analytica, Alexander Nix, sobre a atuação da empresa na campanhabet aposta para presidenteDonald Trump. O promotor que investiga o possível involvimento da Rússia na eleição presidencial já pediu acesso aos emails dos funcionários da consultoria que trabalharam para o time do atual presidente.
No Reino Unido, onde a Cambridge Analytica foi contratada pela campanha "pró-Brexit", autoridades dizem que pedirão à Justiça um mandadobet aposta para presidentebusca e apreensão nos escritórios da empresabet aposta para presidenteLondres.
Novo escândalo
Além do escândalo envolvendo o uso irregularbet aposta para presidentedadosbet aposta para presidenteusuários do Facebook, a Cambridge Analytica se viu envolvida esta semanabet aposta para presidenteuma nova polêmica.
O diretor-executivo da empresa, Alexander Nix, foi filmado pelo Channel 4 News, canalbet aposta para presidenteTV britânico, sugerindo táticas questionáveis para desacreditar candidatosbet aposta para presidentecampanhas.
Um repórter que se apresentou como potencial cliente da Cambridge Analytica se reuniu com Nix e gravou as informações. O jornalista disse que trabalhava para um cliente rico que desejava eleger um candidato no Sri Lanka.
Na filmagem, o executivo é perguntado sobre que tipobet aposta para presidente"investigação aprofundada" poderia ser feita contra adversários políticos. "Ah, nós fazemos bem mais do que isso", respondeu Nix.
Ele, então, sugere que uma formabet aposta para presidenteatingir um indivíduo é "oferecer um acerto que é bom demais para ser verdade e filmar isso". Nix ainda acrescentou que poderia "enviar algumas garotas para a casa do candidato". Ele comentou que "meninas ucranianas são muito bonitas e que funcionariam bem".
"Só estou te dando exemplos do que pode ser feito e do que já foi feito antes", concluiu o executivo, nas imagens gravadas pela TV britânica.
A Cambridge Analytica se defendeu dizendo que a reportagem "interpretou errado" a conversa registrada pelas câmeras.
Nix diz que se engajou na conversa apenas para poupar o "clientebet aposta para presidenteconstrangimentos". "Nós apresentamos uma sériebet aposta para presidentecenários hipotéticos absurdos", afirmou.
"A Cambridge Analytica não compactua ou participabet aposta para presidentearmadilhas ou pagamentosbet aposta para presidentepropina", completou.









