Líder iraniano atribui protestos a 'inimigos externos'; entenda a crise que abala o país há quase uma semana:xbet mobile

xbet mobile O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, acusou os "inimigos do país"xbet mobileserem os responsáveis por trás da ondaxbet mobileprotestosxbet mobilecurso no Irã, que já deixou ao menos 22 mortos.

Foi a primeira declaração públicaxbet mobileKhamenei desde que manifestantes e forçasxbet mobilesegurança começaram a entrarxbet mobilechoque, na última quinta-feira, na cidadexbet mobileMashhad. Os protestos, que a princípio se concentravam na queda do padrãoxbet mobilevida da população e na alta no preçoxbet mobilealimentos, se ampliaram para cercaxbet mobile50 cidades e se converteramxbet mobilemanifestações antigoverno.

Legenda do vídeo, Protestos escalonam e deixam maisxbet mobile20 mortos no Irã; veja imagens

Na noitexbet mobilesegunda-feira, segundo a emissora estatal iraniana, nove pessoas morreram nos confrontos pelo país, incluindo uma criança.

Na provínciaxbet mobileTeerã, onde fica a capital do país, ao menos 450 manifestantes foram detidos nos últimos três dias, segundo a agência Reuters.

A expectativa éxbet mobileque os manifestantes voltem a tomar as ruasxbet mobilemaisxbet mobileuma dezenaxbet mobilecidades na noite desta terça.

Trata-se da maior ondaxbet mobileprotestos registrada no Irã desde 2009, quando a população foi às ruas protestar contra os resultadosxbet mobileuma controversa eleição presidencial.

A seguir,xbet mobileseis pontos, os últimos desdobramentos da crise e por que ela é importante:

Os alvos dos protestos

A raiz dos protestos que eclodiram na semana passada é a percepção popularxbet mobileque há um empobrecimento da população iraniana, após aumento nos preços dos alimentos, alta no desemprego e anosxbet mobilesanções econômicas internacionais, alémxbet mobilecasosxbet mobilecorrupção e má gestão política.

Imagensxbet mobileprotestos
Legenda da foto, Manifestações começaram com críticas à queda no padrãoxbet mobilevida, mas ampliaram seu escopo político | Foto: IRINN

Mas os protestos rapidamente ganharam amplitude política e passaram a focar importantes figuras do regime iraniano, inclusive os clérigos que comandam o país desde a Revolução Islâmicaxbet mobile1979,xbet mobileparticular Ali Khamenei - maior autoridade do país, que tem a palavra finalxbet mobiletodas as decisões políticas.

O presidente Hassan Rouhani, eleito com uma plataforma reformista, é outro dos principais alvos das críticas dos manifestantes, justamente por conta do desapontamento ante anos consecutivosxbet mobilerecessão no país.

O papel do Irãxbet mobileconflitos pelo Oriente Médio - o país tem forte influência nas guerras da Síria e do Iêmen, por exemplo - também tem sido criticado, por incorrerxbet mobilegastos militaresxbet mobileuma épocaxbet mobileque a população iraniana tem empobrecido.

Vale destacar, porém, que também houve manifestações popularesxbet mobileapoio ao governo,xbet mobileredutos conservadores do país.

Quem são os manifestantes

A variedadexbet mobileslogans bradados nas manifestações sugere que distintos grupos estão indo às ruas e que o movimento não tem uma liderança nacional. Acredita-se que a maioria dos manifestantes sejam pessoas pobres, desempregadas e que estão tendo dificuldadesxbet mobileprover o básico a suas famílias.

Uma pesquisa recente da BBC Persa identificou que,xbet mobilemédia, os iranianos ficaram 15% mais pobres na última década e que seu consumoxbet mobilepão, leite e carne vermelha caiu entre 30% e 50%.

A taxa oficialxbet mobiledesemprego éxbet mobile12,4%, mas supera os 60%xbet mobilealgumas partes do país, segundo o ministro do Interior, Abdolreza Rahmani-Fazli. Jovens são os principais atingidos.

Rouhani, que foi reeleitoxbet mobilemaio, prometeu que o acordo nuclear assinado com os EUAxbet mobile2015 reanimaria a economia, graças ao alívio às sanções internacionais a que o país foi submetido. No entanto, a economia não tem crescido o suficiente para compensar os anosxbet mobileausteridade impostos à população.

As reações dos líderes iranianos

Khamenei culpou a influência externa pelos protestos. "Os inimigos se uniram e estão usando todos os seus meios, seu dinheiro, armas, políticas e serviçosxbet mobilesegurança para criar problemas para a República Islâmica", afirmou, via internet.

Ele disse ainda que se pronunciará diretamente aos iranianos "quando chegar a hora certa".

Analistas afirmam que a referênciaxbet mobileKhamenei aos "inimigos do Irã" é direcionada a Israel, aos EUA e à rival regional Arábia Saudita.

Hassan Rouhani

Crédito, AFP

Legenda da foto, O presidente Hassan Rouhani é um dos principais alvos dos manifestantes

O presidente Hassan Rouhani foi mais moderado. Ele chamou os protestosxbet mobile"uma oportunidade, e não uma ameaça", reconheceu que há um descontentamento popular com a situação econômica do país e disse que a população tem o direito a ocupar as ruas.

Parlamentares reformistas e moderados emitiram um comunicado instando as autoridades a serem abertas a críticas e tolerantes ao direito da populaçãoxbet mobileprotestar. Mas também acusaram os EUAxbet mobiletentar tirar vantagem da situação.

As reações internacionais

Nos EUA, o presidente Donald Trump, que tem feito tuítes diáriosxbet mobileapoio aos manifestantes, afirmou nesta terça que "o povo do Irã está finalmente agindo contra o regime brutal e corrupto. Todo o dinheiro que o presidente (Barack) Obama tão tolamente lhes deu foi para o terrorismo e para seus 'bolsos'. A população tem pouca comida, inflação alta e nenhum direito humano. Os EUA estãoxbet mobileolho!".

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Em resposta, Hassan Rouhani afirmou que "esse homem nos EUA que hoje quer mostrar simpatia a nosso povo esqueceu que há apenas alguns meses chamou o Irãxbet mobile'país terrorista'".

O porta-voz da Chancelaria iraniana, Bahram Ghasemi, também respondeu, afirmando que Trump deveria "focar nas questões domésticasxbet mobileseu próprio país, como as mortes diáriasxbet mobiledezenasxbet mobilepessoas e a existênciaxbet mobilemilhõesxbet mobilesem-teto e famintos".

Em outras reações internacionais, a União Europeia pediu que o Irã garanta o direitoxbet mobileseus cidadãos se manifestarem pacificamente. Autoridades europeias afirmaram estarxbet mobilecontato com seus pares iranianos para monitorar a situação.

A França, porxbet mobilevez, destacou o alto númeroxbet mobilevítimas exbet mobiledetenções decorrente da repressão aos protestos. E a Turquia, importante ator político no Oriente Médio, expressou preocupação quanto à possibilidadexbet mobileas manifestações continuarem a crescer.

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Quais podem ser as consequências dos protestos?

Os protestos atuais chamam a atenção por serem os maiores no país desde 2009. Uma parcela dos manifestantes pede, inclusive, o retorno da monarquia, derrubadaxbet mobile1979 pela revolução islâmica.

Mas não se pode dizer que estamos diantexbet mobileuma nova revolução. Outro ponto importante é que, diferentementexbet mobilemanifestações prévias, as que estãoxbet mobilecurso atualmente não parecem ter líderes claros, com alcance nacional.

Além disso, a elite da República Islâmica estava divididaxbet mobile2009, o que não é o caso agora. Tudo isso pode fazer com que os protestos acabem por faltaxbet mobilecombustível.

Ainda assim, é bastante significativo o mero fatoxbet mobileas manifestações estarem ocorrendoxbet mobileum regime fechado como o iraniano - e são um indicativo do tamanho do descontentamento popular ante à percepçãoxbet mobileaumento da pobreza.

Há também temorxbet mobileque a repressão oficial aumente. Um porta-voz da Guarda Revolucionária iraniana disse à agência Isna que "se a situação continuar, as autoridades vão tomar decisões para pôr fim à situação".

Protestos na Universidadexbet mobileTeerã

Crédito, AFP

Legenda da foto, Protestos na Universidadexbet mobileTeerã; onda atualxbet mobilemanifestações é comparável à ocorridaxbet mobile2009

O chefe da Corte Revolucionáriaxbet mobileTeerã, Musa Ghazanfarabadi, advertiu que os líderes dos protestos serão punidos com severidade. "Não estamos mais considerando-nos como manifestantes exigindo direitos, mas sim como pessoas que estão alvejando o regime", afirmou.

Debate-se ainda o quanto a ondaxbet mobileprotestos pode impactar a relação com os EUA - e o acordo nuclear assinado entre Washington e Teerã ainda no governoxbet mobileBarack Obama.

Políticos conservadores, assim como Trump, têm aproveitado as manifestações para questionar o acordo.

O senador republicano Lindsey Graham, por exemplo, queixou-se que o dinheiro que fluiu ao Irã após o alívio das sanções internacionais não teria beneficiado a população, "mas sim (teria sido) destinado à reconstrução do Exército iraniano, que está desestabilizando o Oriente Médio".

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Por que os protestosxbet mobile2009 foram tão marcantes?

As manifestaçõesxbet mobilequase nove anos atrás se tornaram um marco por terem reunido milhõesxbet mobilepessoas nas ruas, que protestavam contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad - pleito envoltoxbet mobilesuspeitasxbet mobilefraude.

Os protestos culminaramxbet mobileao menos 30 mortes e milharesxbet mobilepessoas detidas. Foi a maior ondaxbet mobilemanifestações populares desde a Revolução Islâmicaxbet mobile1979.

Uma diferença, porém, é que os levantesxbet mobile2009 foram concentradosxbet mobileTeerã. Agora, as manifestações estão espalhadas por todo o país.