Placas tectônicas, a grande descoberta que permitiu responder intrigantes mistérios da natureza:bitpoker

Dan McKenzie
Legenda da foto, Dan McKenzie: os jovens cientistas dos anos 1960 buscaram respostas para perguntas que intrigavam as gerações anteriores | Foto: The Geological Archive, Mckenzie Archive)

Elas nos explicam por que os Himalaias são tão altos; por que o México sofre tanto com terremotos; por que a Austrália desenvolveu um grupo diversobitpokermarsupiais; por que a Antártica teve um congelamento profundo.

Mas quando você está no interior da bolha, tentando juntar todos os pedaçosbitpokerprovabitpokeruma narrativa coerente, a solução parece muito longe do óbvio.

artigobitpokerMcKenzie publicado na Nature
Legenda da foto, Artigo "O Pacífico Norte: Um ExemplobitpokerPlacas Tectônicasbitpokeruma Esfera" foi publicado na Naturebitpoker1967

"Nós não tínhamos ideia sobre qual era a causa dos terremotos e vulcões ou sobre qualquer coisa assim", lembra Dan McKenzie, um dos pioneiros nos estudos e descobertas sobre as placas tectônicas.

McKenzie é lembrado hoje como um dos arquitetos da teoria moderna das placas tectônicas.

Em 1967, ele publicou um artigo na revista científica Nature chamado "O Pacífico Norte: Um ExemplobitpokerPlacas Tectônicasbitpokeruma Esfera", ao ladobitpokerRobert Parker, outro estudante da UniversidadebitpokerCambridge, no Reino Unido, à época.

Esse material desencadeou uma sériebitpokerdescobertas sobre como o chão do oceano naquela parte do planeta era capazbitpokerse mover mais ou menos como uma pedrabitpokerpavimento curva, propiciando a formaçãobitpokerterremotos nas partes onde ele interagia com outras placas sólidasbitpokerrocha que cobriam a Terra.

Apesarbitpokerser visto como um pontobitpokerinflexão nas descobertas científicas sobre esse assunto, tratou-se apenasbitpokeruma partebitpokerum longo períodobitpokerpesquisas, que envolveu cientistas bastante comprometidos mergulhando no tema entre 1966 e 1968.

Mapa das placas tectônicas

Antecedentes

A história remete a 1915, com Alfred Wegener, exploradorbitpokerregiões polares e meteorologista alemão que normalmente associamos com a teoria da deriva continental.

Wegener via que os continentes não estavam estáticos, que devem ter se movido ao longo do tempo e que as costas da América do Sul e da África pareciam ter um bastante suspeito ajuste quase perfeito, como se tivessem sido unidas um dia. Mas ele não conseguiu desenvolver um mecanismo convincente que explicasse esse movimento.

Foi necessário esperar pela Segunda Guerra Mundial terminar e tecnologias que trouxe, como as ecossondas e os magnetômetros.

Desenvolvidas para perseguir submarinos e encontrar minas, essas duas invenções foram usadas com outra função nos temposbitpokerpaz: para investigar as propriedades do solo marinho. E foram essas pesquisas que revelaram como as placas são formadasbitpokercristas no meio do oceano e destruídasbitpokersuas margens, ao ficarem sob os continentes.

"As placas tectônicas vêm dos oceanos. Foi quando descobrimos os cumes oceânicos, as zonasbitpokersubdução e as falhasbitpokertransformação, e assim por diante ", disse John Dewey, da UniversidadebitpokerOxford, outro cientista que participou das pesquisas. "Na décadabitpoker1960, avançou-se bastante nesse conhecimento por meiobitpokerexpedições oceanográficas."

"Até aquele período, nós estávamos observando pedaços pequenos da rochabitpokermicroscópios, vendo falhas e afloramentos no solo. Ebitpokervezbitpokerquando nós teríamos sorte o suficiente para encontrar algum componente das placas tectônicas, mas não sabíamos que eram placas tectônicas porque não tínhamos os oceanos. Sem os oceanos, você não tem nada", disse à BBC.

Uma das observações principais nesse sentido foi sobre como o solo marinho se espalhou - o processo que cria novas cristas e dorsais oceânicas formadas a partir da ascensão do magma.

Conforme a rocha esfria e vai se distanciando da dorsal, ela prende seus minerais na direção do campo magnético da Terra. E conforme esse campo é invertido, como acontece a cada centenasbitpokermilharesbitpokeranos, isso acontece também com a polaridade das rochas, que apresentam um padrão listrado, como obitpokeruma zebra, que atravessa naviosbitpokerpesquisa e seus magnetômetros.

Monopólio

Em 1967, todos os caminhos levavam para a conferência da União Geofísica Americana.

Boa parte dos 70 trabalhos apresentados lá eram sobre expansão do solo marinho.

Pedidobitpokerpublicaçãobitpokerartigo na Naturebitpoker1967
Legenda da foto, Artigo publicado na Nature deu início a uma sériebitpokerestudos sobre as placas tectônicas

A narrativa mais coerente que explicaria as placas tectônicas estava prestes a ser descoberta - o artigobitpokerMcKenzie foi publicadobitpokerdezembro daquele ano. Concomitantemente, outros pesquisadores começaram a expandir o modelo para descrever o comportamentobitpokeroutras placas.

Quanto ao mecanismo que escapou a Wegener, os cientistas hoje conseguem ver como o peso das placas sobrepostas tem um papel importante na movimentaçãobitpokertodo o sistema - a rochabitpokerbaixo parece ter um impulso irrefreável.

Tony Watts, um geólogo presente na Conferênciabitpoker50 anos das Placas Tectônicas, explica:

"Nós sabemos que as placas tectônicas mais rápidas, aquelas que se separambitpokermaneira mais rápida, têm superfícies maiores, pedaços maioresbitpokerlitosfera e estão indo para baixo das fossas oceânicas", diz.

"Então, parece que essa região chamada fossa oceânica é uma força muito importante e,bitpokergeral, costuma ter um impulso maior do que a do dorso oceânico. Claro que tudo está conectado no manto profundo, mas o 'empurrão' da fossa oceânica parece ser o mais importante."

Conclusões

Nada é esgotado na ciência. Ainda há um debate grande, por exemplo, sobre quando e como as placas tectônicas começaram na Terra.

A resposta para isso seria: há maisbitpokerquatro bilhõesbitpokeranos, como resultado dos impactosbitpokerasteroides, conforme argumentou um artigo recente da publicação científica Nature Geoscience.

Rochas magnetizadas
Legenda da foto, O padrão listradobitpokerrocha magnetizada espalhando-se na Cordilheira do Atlântico Médio | Imagem: WDMAM

Hojebitpokerdia, temos ferramentas extraordinárias, como GPS e interferometriabitpokerradarbitpokersatélite, que nos permitem assistir à marcha das placas milímetro por milímetro. Ainda mais importante é a técnica da tomografia sísmica, que usa os sinaisbitpokerterremotos para construir visualizaçõesbitpoker3Dbitpokersuperfíciesbitpokerrocha afundadas.

"As placas tectônicas foram uma revolução. Sou um geólogo e posso dizer isso", afirmou Tony Watts. "Olhando para trás, a história da geologia é bem longa. A Sociedade Geológica foi fundadabitpoker1807, então as placas tectônicas vieram bem tarde nessa história. Mas elas precisavam das tecnologias certas ebitpokerum grupobitpokerpesquisadoresbitpokergrandes instituições para aparecerem."

Ilustração das rochas oceânicas
Legenda da foto, A nova rocha oceânica é formadabitpokercumes/dorsais centrais (seta vermelha). Isso leva ao espalhamento do fundo do mar (setas amarelas) e ao distanciamento dos continentes: à dir., há uma margem ativa do continente, onde a rocha oceânica desce para o interior da Terra

"Outra coisa importante para lembrar é quão jovens esses pesquisadores eram. Dan McKenzie tinha acabadobitpokerterminarbitpokertesebitpokerpós-doutorado."

A Sociedade GeológicabitpokerLondres criou um site que arquiva boa parte das informações sobre a teoria das placas tectônicas e as descobertasbitpokerDan McKenzie (em inglês): https://www.mckenziearchive.org

Placas tectônicasbitpoker3D
Legenda da foto, Os cientistas agora usam ondas sísmicas para fazer visualizaçõesbitpoker3D das placas | Imagem: Karin Sigloch