A agonia da mulher que acordou da anestesia durante uma operação:estrela bet roleta brasileira

Donna Penner
Legenda da foto, Donna Penner passou por momentosestrela bet roleta brasileirapavor durante uma cirurgia exploratória considerada um procedimento simples.

"Me levaram para a mesaestrela bet roleta brasileiraoperação, me conectaram aos monitores, o anestesista injetou alguma coisa na minha veia, colocou a máscaraestrela bet roleta brasileiramim e me mandou respirar fundo".

Anestesia intravenosa

Crédito, Science Photo Library

Legenda da foto, Donna lembra que a anestesia foi injetada naestrela bet roleta brasileiraveia, assim como uma droga paralisante.

Donna obedeceu e foi adormecendo, como eraestrela bet roleta brasileirase esperar.

"Quando acordei, no entanto, podia ouvir todos os sons da salaestrela bet roleta brasileiraoperação, os passos, o som das máquinas, o ruído do movimento dos instrumentos..."

"Pensei: 'Que bom, já acabou'!"

Medicada, mas alerta, ela se entregou à "sensação preguiçosaestrela bet roleta brasileiraacordar, quando se está totalmente relaxada".

"Mas tudo mudou segundos depois quando ouvi o cirurgião dizer uma frase que me aterrorizou: 'Bisturi, por favor'."

Cirurgião com bisturi

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A operação, que durou uma hora e meia, se transformouestrela bet roleta brasileiratormento quando Donna ouviu o cirurgião pedir o bisturi e sentiu que estava sendo cortada.

"Fiquei literalmente gelada".

Donna não podia se mexer, porque junto com a anestesia tinha recebido um bloqueador neuromuscular que provoca paralisia.

"Isso é feito para que os médicos possam explorar o adbômen. O bloqueador relaxa os músculos, para que não haja tanta resistência ao cortá-los", explica.

"Infelizmente, a anestesia geral não funcionou, mas o medicamento paralisante, sim".

Paralisada, mas acordada

"Entreiestrela bet roleta brasileirapânico. Esperei alguns segundos e já senti o primeiro corte, a dor... Não tenho palavras para descrever. Era horrível", lembra.

"Não podia abrir os olhos", afirma.

"A primeira coisa que tentei fazer foi me levantar, mas não conseguia me mexer. Era como se alguém estivesse sentadoestrela bet roleta brasileiracimaestrela bet roleta brasileiramim".

"A dor era tão forte que eu tinha vontadeestrela bet roleta brasileirachorar. Mas não podia, estava tão paralisada que não conseguia ter lágrimas para chorar".

A operação, no entanto, continuava como se nada errado estivesse acontecendo.

"Mas eu ouvia o monitor com as batidas do meu coração cada vez mais rápidas", continua.

"Por três vezes, durante a operação, consegui reunir todas as forças para mexer um pouquinho meu pé, o suficiente para alguém da equipe colocar a mão sobre ele. Mas antes que eu pudesse voltar a movê-lo, tiraram a mão".

O esforço extraordinárioestrela bet roleta brasileiraDonna passou desapercebido durante a hora e meia que durou a cirurgia.

"Fiquei completamenteestrela bet roleta brasileirapânico. E não consigo explicar como a dor era forte", conta.

"Escutei o que eles falavam e o que faziam. Senti quando o cirurgião fez os cortes e quando ele introduziu os instrumentos no meu abdômen. Também senti quando ele movia os meus órgãos para explorar a área".

Arteestrela bet roleta brasileiralaparoscopia

Crédito, Science Photo Library

Legenda da foto, A laparoscopia é uma cirurgia pouco invasiva,estrela bet roleta brasileiraque são feitos pequenos cortes na parede abdominal para a introduçãoestrela bet roleta brasileiracâmeras, pinças e pequenos aparelhos para manipular os órgãos e vísceras.

"Ouvi o cirurgião dizendo coisas como: 'Vejam o apêndice, está bem rosado. Dá para ver bem o cólon e os ovários".

Sete respirações

"Ainda por cima, alémestrela bet roleta brasileiraestar paralisada, eu tinha sido entubada e conectada a um respirador", conta.

A máquina estava programada para fazê-la respirar sete vezes por minuto, mas - naquelas circunstâncias - a frequência cardíacaestrela bet roleta brasileiraDonna chegou a 148 batimentos por minuto.

"Era tudo o que eu tinha: sete respirações por minuto. Ou seja, além da dor, eu estava sufocando".

Por fim, quando a operação estava acabando, Donna percebeu que recuperava os movimentos da língua.

"Comecei a usá-la para mover o tubo do respirador, tentando chamar a atenção da equipe. E consegui. Mas o anestesista pensou que o remédio paralisante já não estava fazendo muito efeito e retirou o tubo que me ajudava a respirar", explica.

"Foi quando pensei: 'Agora sim estouestrela bet roleta brasileiraapuros'", continuou.

"Passei por momentosestrela bet roleta brasileiraque a agonia da dor era tanta que achei que ia morrer. Já tinha me despedido mentalmente das pessoas que amo. Agora, eu não podia respirar".

Enquanto isso, a enfermeira gritava: "Respira Donna, respira!"

"Foi então que me aconteceu a coisa mais impressionante: Saí do meu corpo."

Donna com o marido
Legenda da foto, Donna se despediu mentalmente do marido e dos filhos durante a operação: a dor era tão grande que ela achou que ia morrer.

"Sou cristã e não digo que estive no céu, mas também não estava na Terra. Eu estavaestrela bet roleta brasileiraoutro lugar", disse Donna.

"Era silencioso, mas com os sons da salaestrela bet roleta brasileiraoperações ao fundo. Eu conseguia ouvi-los, mas muito distante", explicou.

"O medo e a dor passaram. Senti calor, conforto e segurança. E instintivamente sabia que não estava sozinha. Havia uma presença comigo. Digo sempre que era Deus, porque não tenho nenhuma dúvidaestrela bet roleta brasileiraque Ele estava ali, ao meu lado".

"Depois, escutei uma voz me dizendo: 'Haja o que houver, você vai ficar bem'".

Experiência fora do corpo

Crédito, Science Photo Library

Legenda da foto, Donna conta que sentiu a sensaçãoestrela bet roleta brasileiraabandonar o próprio corpo e sair da Terra: "Eu estavaestrela bet roleta brasileiraoutro lugar. Havia uma presença comigo".

"Para manter a minha mente ocupada, fiquei rezando, cantando, pensando no meu marido e nos meus filhos o tempo todo. Mas quando senti aquela presença, disse: 'Me leva para casa, por favor, me deixa morrer porque não aguento mais".

'Senti quando você me cortava'

Assim,estrela bet roleta brasileirarepente, do mesmo modo como tinha "partido", Donna voltou.

"Como se alguém tivesse estalado os dedos, voltei ao centro cirúrgico. A enfermeira gritava e o anestesista disse: 'Vamos ressuscitá-la!'".

Quando o ar entrou nos seus pulmões, Donna sentiu um "alívio enorme".

Em seguida, o anestesista lhe deu um medicamento para cortar o efeito da droga paralisante e, logo depois, ela pôde começar a falar.

Balãoestrela bet roleta brasileiraressuscitação

Crédito, Science Photo Library

Legenda da foto, "Quando senti aquela presença, disse: 'Me leva para casa, por favor, me deixa morrer porque não aguento mais"", lembra a canadense, que teve que ser ressuscitada.

Mais tarde, o cirurgião foi visitá-la no quarto do hospital, segurou suas mãos e disse: "Me contaram que houve um problema, senhora Penner".

E ela respondeu que tinha sentido quando o médico a cortara.

"Os olhos dele se encheramestrela bet roleta brasileiralágrimas e, apertando a minha mão, ele disse que sentia muitíssimo".

Donna contou tudo o que havia escutado e o cirurgião confirmou: "Sim, eu disse isso".

"E ele terminou me dizendo: 'Donna, não tenho dúvidasestrela bet roleta brasileiraque você estava acordada durante toda a operação".

Aprender com lágrimas nos olhos

Recuperar-seestrela bet roleta brasileirauma experiência tão difícil não é fácil.

Ela sofreuestrela bet roleta brasileiraestresse pós-traumático, transtorno comumestrela bet roleta brasileirasoldados ou feridosestrela bet roleta brasileiraguerras, fenômenos naturais como terremotos ou vítimasestrela bet roleta brasileiraacidentes graves.

No seu caso, o que a ajudou foi falar sobre o que lhe aconteceu. "Isso foi o que o terapeuta me recomendou: falar, falar e depois, falar mais ainda".

Médico

Crédito, PIXABAY

Legenda da foto, O casoestrela bet roleta brasileiraDonna Penner tem auxiliado anestesistas e outros profissionaisestrela bet roleta brasileirasaúde a ficarem mais alertas durante cirurgias aparentemente simples.

Assim, Donna começou a contar aestrela bet roleta brasileirahistória para desconhecidos, especialmente estudantesestrela bet roleta brasileiramedicina, para que saibam do que pode acontecer com seus pacientes sem que percebam.

"Fui ao departamentoestrela bet roleta brasileiraAnestesiologia da Universidadeestrela bet roleta brasileiraManitoba para falar com os médicos residentes. Quando eles me ouvem, geralmente ficam horrorizados. Muitos ficam com lágrimas nos olhos".

Mas, certamente, esta não é a intençãoestrela bet roleta brasileiraDonna.

"Não conto minha história para culpar ninguém. Quero que as pessoas aprendam com ela", conclui.

Casos com oestrela bet roleta brasileiraDonna são raros, mas ocorrem - e servemestrela bet roleta brasileiraalerta, especialmente para que anestesistas presentem atenção a sinais do paciente.

Um estudo divulgadoestrela bet roleta brasileira2014 constatou que maisestrela bet roleta brasileira150 pessoas por ano no Reino Unido e na Irlanda relataram ter recuperado a consciência durante uma cirurgia, apesarestrela bet roleta brasileiraterem recebido anestesia geral.

A pesquisa sugere que isso ocorre uma vez a cada 19 mil operações.

Os casos relatados mais comuns eramestrela bet roleta brasileiramulheres que receberam anestesia geral para cesarianas.