O que as bebidas energéticas prometem e como realmente impactam a saúde:724 freebet

Topo724 freebettrês latas724 freebetenergéticos

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Dois dos principais componentes dos energéticos preocupam especialmente: a cafeína e o açúcar

"Todos temos a responsabilidade724 freebetproteger as crianças724 freebetprodutos que afetam724 freebetsaúde e educação, e sabemos que bebidas repletas724 freebetcafeína e, muitas vezes, açúcar, estão se tornando um item comum na dieta delas", argumentou na época Steve Brine, subsecretário para Saúde Pública no Reino Unido.

Ao mesmo tempo, representantes da indústria reclamam que uma medida do tipo discrimina um único produto, entre muitos que também carregam esses ingredientes.

Em dezembro724 freebet2018, uma avaliação técnica do Comitê724 freebetCiência e Tecnologia do Parlamento britânico relatório concluiu não haver evidências científicas suficientes para sustentar um banimento.

"O consumo724 freebetbebidas energéticas tem correlação com pessoas jovens adotando comportamentos724 freebetrisco, como beber álcool e fumar, mas não é possível determinar se há uma causalidade nisso", diz o relatório da comissão. "Do nosso ponto724 freebetvista, não há evidências suficientes sobre se os hábitos724 freebetconsumo das crianças são significativamente diferentes para bebidas energéticas724 freebetcomparação com outros produtos com cafeína, como chá e café."

No Brasil, segundo dados da consultoria Kantar, do volume724 freebetenergéticos consumidos724 freebet2019, 1% ficou na faixa dos 11 a 17 anos; 26%724 freebet18 a 29 anos; 18%724 freebet30 a 39 anos; 28%724 freebet40 a 49 anos; e 28% na parcela724 freebetpessoas com mais724 freebet50 anos.

Com o carnaval se aproximando no país, a reportagem consultou especialistas e levantou dados sobre os efeitos para a saúde dos energéticos — que724 freebetacordo com levantamento da consultoria Kantar, é o terceiro tipo724 freebetbebida que mais cresce724 freebetpenetração (percentual724 freebetindivíduos que consomem o produto) no consumo fora do lar no Brasil, atrás da cerveja e água724 freebetcoco.

Spoiler: com doses relativamente altas724 freebetaçúcar e cafeína, é o consumo excessivo destas bebidas — como várias latas724 freebetuma noite ou latas contendo quantidades grandes724 freebetlíquido — que mais preocupa, e isso para pessoas mais velhas também. A realidade724 freebetingestão dos energéticos também acende o alerta: eles muitas vezes são combinados com o álcool, cenário que gera preocupações extras (entenda abaixo).

Confira também, no final da matéria, o posicionamento da associação que representa as marcas724 freebetbebidas energéticas no Brasil.

O papel724 freebetvelhos conhecidos: açúcar e cafeína

Foto724 freebetuma lata724 freebetRed Bull e outra724 freebetCoca-Cola com suas medidas: 250 ml724 freebetRed Bull têm 80 mg724 freebetcafeína e 27 g724 freebetaçúcar; 350 ml724 freebetCoca têm 35 mg724 freebetcafeína e 27 g724 freebetaçúcar

Tecnicamente, a "energia" prometida por estas bebidas, como724 freebetqualquer alimento, viria das calorias — ou seja, dos chamados macronutrientes, como as gorduras, os açúcares e proteínas, que são como combustível para o nosso corpo. Portanto, nos energéticos, a principal fonte724 freebetenergia é mesmo o açúcar, explicou à BBC News Brasil Ellen Cristini724 freebetFreitas, pós-doutora724 freebetciências médicas e professora da Universidade724 freebetSão Paulo (USP)724 freebetRibeirão Preto na área724 freebetnutrição e educação física.

O açúcar normalmente está nestas bebidas724 freebetdoses724 freebet10 a 30 g por cerca724 freebet250 ml, a depender da marca — a reportagem consultou os rótulos724 freebetvárias delas comercializadas no Brasil, considerando as do tipo padrão, ou seja, excluindo as versões com redução724 freebetaçúcar ou sugar free.

Em geral, um produto com mais724 freebet15 gramas724 freebetaçúcar por 100 gramas é considerado como724 freebetalto teor724 freebetaçúcar.

Em 2015, a Organização Mundial724 freebetSaúde (OMS) estabeleceu a recomendação724 freebetconsumo diário724 freebetaçúcar para uma dieta saudável a 5% do total724 freebetcalorias ingeridas. O limite máximo é724 freebet10%. Assim, considerando também a recomendação genérica724 freebetque uma pessoa adulta consuma aproximadamente 2 mil calorias por dia, o limite máximo724 freebet10% corresponde a 50 g724 freebetaçúcar diários; e o limite considerado ideal,724 freebet5%, a 25 g. O açúcar que está presente naturalmente724 freebetfrutas, verduras, legumes e leite fresco não deve ser considerados nestes números.

Os problemas para a saúde do excesso724 freebetaçúcar são bem sabidos: danos aos dentes, sobrepeso e obesidade, problemas cardíacos, alguns tipos724 freebetcâncer e diabetes.

Se o açúcar dá "energia", a cafeína é a responsável pelo "estímulo" trazido por estas bebidas, explica Ellen Cristini724 freebetFreitas. Há também a taurina (um aminoácido naturalmente presente no nosso corpo e724 freebetpeixes e frutos do mar ingeridos) — mas724 freebetquantidades (nos energéticos) que, para Freitas, não são relevantes o suficiente para gerar os efeitos positivos ou negativos tipicamente associados a ela.

"Tanto a taurina quanto a cafeína são conhecidas como drogas psicoativas, ou seja, estimulantes diretos do sistema nervoso central — especialmente a cafeína. Nos 45 minutos iniciais, há um pico (da substância) na circulação, deixando o indivíduo mais alerta, atento, concentrado. Reduz-se o cansaço, a fadiga mental. Depois, o efeito da cafeína começa a cair e vem o efeito do açúcar", explica a pesquisadora.

Nos energéticos, há aproximadamente 80 a 90 mg724 freebetcafeína para cada 250 ml724 freebetbebida. O consumo recomendado724 freebetcafeína para adultos é724 freebetaté 400 mg por dia. Já crianças com menos724 freebet12 anos não devem consumir cafeína; e, dos 12 e 18 anos, o consumo não deve passar724 freebet100 mg por dia,724 freebetacordo com a Academia Americana724 freebetPediatria.

Assim, mais uma vez, é a dosagem ingerida que preocupa — principalmente por seus efeitos724 freebetcurto prazo, como irritabilidade, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca e piora no sono. Já o impacto da cafeína724 freebetproblemas crônicos, como a hipertensão, ainda não têm tanta sustentação científica assim.

O cardiologista Roberto Kalil, professor da Faculdade724 freebetMedicina da USP e diretor do Centro724 freebetCardiologia do Hospital Sírio-Libanês, destaca que ainda é preciso entender melhor os desdobramentos da combinação entre taurina e cafeína, "combo" que alguns estudos já mostraram potencializar os efeitos da última.

"Sabemos que o excesso destes estimulantes promove a liberação724 freebethormônios724 freebetexcitação, como a adrenalina e noradrenalina, que favorecem o aumento da pressão arterial, da frequência cardíaca e promovem a vasoconstricção dos vasos", escreveu à BBC News Brasil Kalil, que também é presidente do Instituto do Coração (inCor/HCFMUSP).

"Assim, as principais complicações cardiovasculares decorrentes do uso724 freebetexcesso dos energéticos são as arritmias (aumento desordenado da frequência cardíaca) e os picos hipertensivos. Em casos extremos, podem causar infarto agudo do miocárdio."

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Quanto há724 freebetcafeína em:

- Uma caneca724 freebetcafé solúvel: 100 mg

- Uma caneca724 freebetcafé filtrado: 140 mg

- Uma caneca724 freebetchá preto: 75 mg

- Uma lata724 freebetCoca-Cola: 35 mg

- Uma lata724 freebet250ml724 freebetenergético: entre 80 e 90 mg

- Uma barra724 freebetchocolate puro: cerca724 freebet25 mg

- Uma barra724 freebetchocolate ao leite: menos724 freebet10 mg

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A mistura com o álcool

Se a cafeína nos energéticos tem o papel724 freebetcolocar o pé no "acelerador", o álcool, que muitas vezes se junta na forma724 freebetvodca ou uísque, por exemplo, seria como colocar o pé no "freio" ao mesmo tempo.

Essa é a analogia escolhida por Erica Siu, coordenadora do Centro724 freebetInformações sobre Saúde e Álcool (CISA), para falar dos problemas724 freebetse misturar energético com álcool, combo frequente nas noites.

Ela explica que as drogas são classificadas724 freebettrês grupos: as depressoras do sistema nervoso central (cujo principal órgão é o cérebro); as estimulantes; e as perturbadoras. As primeiras reduzem funções cognitivas como memória e concentração; as estimulantes, o contrário. Já as perturbadoras alteram a percepção dos sentidos e produzem alucinações.

"A cafeína é um estimulante e o álcool, um depressor. E é justamente esse contraponto que as pessoas tentam fazer: tomar um estimulante para contrapor os efeitos depressores do álcool, como o sono, para, por exemplo, durar mais na noite", aponta Siu, com formação724 freebetbiomedicina e especialização724 freebetdependência química.

"Você pode até mascarar os efeitos depressores do álcool, o problema é que a mistura não corta os efeitos do álcool724 freebetsi, mas sim a percepção da embriaguez. Tem vários estudos mostrando que a mistura leva a comportamentos724 freebetrisco mais intensos, como beber maior quantidade724 freebetálcool e ter comportamento sexual724 freebetrisco."

Ela destaca também que a mistura muitas vezes é feita para adocicar o gosto do álcool — não à toa,724 freebetuma pesquisa724 freebetmercado da Kantar, os consumidores apontaram o sabor dos energéticos como o principal motivador para seu consumo.

Além disso, tanto a cafeína presente nos energéticos quanto o álcool são diuréticos, ou seja, aumentam o fluxo urinário e, com isso, podem levar mais facilmente à desidratação. Por isso, Siu recomenda, primeiro, que não se faça a mistura álcool e energéticos; e, quando houver o consumo desses produtos, que seja acompanhado da hidratação e alimentação.

Kalil também alerta para os efeitos da combinação na saúde cardiovascular.

"A associação da cafeína com bebida alcoólica pode se tornar uma bomba relógio no sistema cardiovascular, mesmo nos mais jovens. Se a pessoa já tem doença cardiovascular, como arritmias cardíacas e doença das coronárias, o cuidado tem que ser redobrado", alerta.

"O álcool724 freebetexcesso, por si só, já acelera o coração e faz subir a pressão arterial. Logo, com energético, os efeitos são potencializados. Sintomas como tremores e dor724 freebetcabeça também podem acontecer."

Como produto ultraprocessado, energéticos deveriam sofrer restrições, diz organização

Prateleiras724 freebetsupermercado com várias bebidas

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Legenda da foto, Por seu alto teor724 freebetaçúcar e quantidade724 freebetingredientes, energéticos são considerados ultraprocessados, afirma Paula Johns, diretora da ACT Promoção da Saúde

Para além dos impactos fisiológicos, Paula Johns, diretora da organização ACT Promoção da Saúde — que nasceu motivada pela agenda antitabaco — alerta também para as ações publicitárias e724 freebetmarketing desses produtos.

"Eles são propagandeados como bons para a saúde, associados a atividades esportivas... Mas os energéticos trazem mais danos do que benefícios. Eles estão absolutamente dentro da categoria724 freebetultraprocessados", afirmou Johns à BBC News Brasil, referindo-se ao grupo724 freebetalimentos cujo consumo não é recomendado por ter altos níveis724 freebetsal, açúcar e gordura, além724 freebetuma lista724 freebetmuitos ingredientes, boa parte deles artificiais.

"Sendo uma bebida açucarada, os energéticos devem estar submetidos às políticas que defendemos para os ultraprocessados: primeiro, serem sobretaxados; segundo, não deveria ser permitida724 freebetpublicidade; terceiro, deveriam vir com rótulos frontais informando sobre a quantidade724 freebetaçúcar e outros componentes nocivos", defende.

Hoje, as latas724 freebetenergéticos trazem724 freebetseu verso a recomendação724 freebetque "crianças, gestantes, nutrizes, idosos e portadores724 freebetenfermidades" devem "consultar o médico antes724 freebetconsumir o produto". Além disso, há a advertência724 freebetque "não é recomendado o consumo com bebida alcoólica".

Mas as restrições pelo poder público mais explícitas talvez se limitem a regras da Agência Nacional724 freebetVigilância Sanitária (Anvisa) que determinam as quantidades724 freebetcafeína e taurina nestas bebidas — respectivamente 35 mg por 100 ml; e 400 mg por 100 ml.

O que dizem os produtores724 freebetenergéticos

Em documento enviado à BBC News Brasil, a Associação Brasileira das Indústrias724 freebetRefrigerantes e724 freebetBebidas não Alcoólicas (ABIR), que representa o segmento, afirmou que a "venda724 freebetbebidas energéticas ocorre724 freebetmais724 freebet165 países, estando724 freebetconformidade com as melhores e mais aprimoradas regulações internacionais".

"A ABIR informa ainda que diversas pesquisas e literaturas nacionais e internacionais comprovam e atestam que as bebidas energéticas não são prejudiciais à saúde e/ou relacionadas a ocorrências724 freebetdoenças, se consumidas com segurança".

"Além disso, importante frisar que a quantidade dos componentes presentes nessas bebidas não tem qualquer efeito maléfico à saúde, podendo, inclusive, serem encontrados724 freebetalimentos habitualmente consumidos pela população724 freebetgeral."

A associação cita ainda pareceres da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e do Committee on Toxicity of Chemicals in Food, Consumer Products and the Environment (COT) afirmando que não há indicação724 freebetque as bebidas energéticas tenham qualquer efeito específico, positivo ou negativo, quando combinadas com bebidas alcoólicas.

A ABIR evoca ainda uma pesquisa do Hospital724 freebetClínicas724 freebetPorto Alegre, publicada724 freebet2016 no periódico Jama Internal Medicine, que descartou os efeitos nocivos da cafeína para pacientes que sofrem724 freebetarritmia.

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