Por que o cientista chinês que diz ter editado genespoker officebebê causou revolta entre pesquisadores:poker office

Futuras gerações

A ediçãopoker officegenes poderia,poker officetese, evitar a transmissãopoker officedoenças hereditárias ao deletar ou modificar conjuntospoker officegenes problemáticospoker officeembriões.

Mas especialistas temem que as modificações no genomapoker officeembriões humanos possam causar problemas - não só para o indivíduopoker officequestão, mas também para seus descendentes.

Muitos países, inclusive o Reino Unido e o Brasil, proíbem a edição do genoma humano para finspoker officereprodução assistida.

No caso britânico, cientistas podem pesquisar a edição genéticapoker officeembriões descartados durante o processopoker officereprodução in vitro - desde que o embrião seja destruídopoker officeseguida, e não dê origem a um bebê.

No Brasil, a Leipoker officeBiossegurança,poker office2005, proíbe qualquer experimento envolvendo edição genéticapoker officeembriões humanos, independentementepoker officeserem descartados ou não. A lei proíbe completamente a "engenharia genéticapoker officecélula germinal humana, zigoto humano e embrião humano".

'Projetando bebês'

He Jiankui estudou na universidadepoker officeStanford, nos EUA, e trabalhapoker officeum laboratório na cidade chinesapoker officeShenzhen, no sul do país. Ele alega ter usado as ferramentaspoker officeedição genética nos embriões das duas meninas gêmeas, chamadaspoker officeLulu e Nana.

No vídeo, ele alega ter eliminado um gene chamado CCR5, para tornar as garotas resistentes ao vírus HIV, caso algum dia elas entrempoker officecontato com ele.

Ele diz que o objetivopoker officeseu trabalho é criar crianças que não sofrerão com doenças, e não produzir bebês "projetados" para ter olhospoker officedeterminada cor ou alto quocientepoker officeinteligência (QI).

"Eu entendo que meu trabalho é controverso - mas acredito que as famílias precisam desta tecnologia e estou disposto a aceitar as críticas que receberei por isto", diz ele na gravação.

'Altamente tratável'

Apesar disto, várias organizações, inclusive um hospital ligado ao caso, negaram qualquer envolvimento no experimento.

A Universidade do Sulpoker officeCiência e Tecnologia,poker officeShenzhen, disse desconhecer o projetopoker officepesquisapoker officeHe, e afirmou que conduzirá uma investigação a respeito.

Outros cientistas da área disseram que, se a alegação for verdadeira, He foi longe demais ao realizar experimentospoker officeembriões saudáveis sem uma justificativa plausível.

"Se a alegação for falsa, é um erropoker officeconduta científico, profundamente irresponsável. E se for verdadeira, continua sendo um erropoker officeconduta", diz o Robert Winston, professor emérito do Imperial Collegepoker officeLondres (Reino Unido).

"Se isso for considerado ético, é porque a percepção deles (chineses)poker officeética é muito diferente daquela do resto do mundo", diz Dusko Ilic, especialistapoker officecélulas-tronco do King's Collegepoker officeLondres.

Ilic argumenta que a infecção por HIV hoje é tratável - e se for mantida sob controle com o usopoker officemedicação, a probabilidadepoker officeser transmitida ao bebê pela mãe é quase nula.

Arriscado demais

Para Julian Savulescu, especialistapoker officeética da Universidadepoker officeOxford, o experimento é "monstruoso". "Se for verdade, trata-sepoker officeuma experiência monstruosa. Os embriões eram saudáveis, não tinham qualquer doença conhecida".

"A edição genética ainda é uma técnica experimental, e é bem comum que provoque mutações 'colaterais', capazespoker officegerar problemas genéticos ao longo da vida, inclusive câncer", diz ele.

"Este experimento expôs crianças saudáveis aos riscos da edição genética sem trazer qualquer benefício real", avalia Savulescu.

A edição genéticapoker officebebês humanos pode ser justificada algum dia, dizem cientistas, mas são necessários mais testes e comprovações antes que seja permitida.

"Nós sabemos ainda muito pouco sobre os efeitospoker officelongo prazo. E a maioria das pessoas concordaria que fazer experimentos deste tipopoker officehumanos, com a finalidadepoker officeevitar uma doença tratável, só para aumentar nosso conhecimento sobre o assunto, é moralmente e eticamente inaceitável", diz Yalda Jamshidi, uma especialistapoker officegenética humana da Universidadepoker officeSt. George,poker officeLondres.

"Independentemente dos resultados obtidos por ele sobreviverem ou não ao escrutínio da comunidade científica, nós, como sociedade, precisamos pensar seriamente e rapidamente sobre se e quando estamos dispostos a aceitar os riscos que vêm com qualquer nova terapia. Particularmente com aquelas que podem afetar as futuras gerações", diz ela.

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