A históriaapostas lucrativasW.T. Stead, jornalista que 'comprou' menina para mudar lei e morreu no Titanic:apostas lucrativas

Exposição da British Library

Crédito, Justine Trickett / British Library

Mas o que William Thomas Stead fezapostas lucrativas1885 para ser preso?

Ele comprou uma menina menorapostas lucrativasidade diretamente da mãe (supostamente por 5 libras) — e para reconstituir o sofrimentoapostas lucrativasuma vítimaapostas lucrativastráfico sexual, a submeteu a um exame feito por uma parteira para atestarapostas lucrativasvirgindade. Depois, ele e outras pessoas a levaram para um bordel drogada com clorofórmio.

Um dos maiores escândalos jornalísticos da era vitoriana estava apenas começando…

Londres e Babilônia

Todo o processo foi relatadoapostas lucrativasuma sérieapostas lucrativasartigos no jornal The Pall Mall Gazette sob o título The Maiden Tribute of Modern Babylon ("O Tributoapostas lucrativasDonzela da Babilônia Moderna"), com o objetivoapostas lucrativasconscientizar a opinião pública sobre os estragos que o tráfico sexualapostas lucrativasmenores provocava nos bairros mais pobres da capital do Império.

"Não estou sem esperançaapostas lucrativasque possa ser colocado um freio neste vasto tributoapostas lucrativasdonzelas, involuntário ou não, que os vícios dos ricos impõem todas as noitesapostas lucrativasLondres às necessidades dos pobres", escreveu Steadapostas lucrativas6apostas lucrativasjulhoapostas lucrativas1885apostas lucrativasseu primeiro artigo.

WT Stead

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, W.T. Stead nasceuapostas lucrativas1849 no norte da Inglaterra

"Sua campanha contra a prostituição infantil tinha vários objetivos, entre eles acabar com a corrupção políticaapostas lucrativashomens muito respeitáveis ​​que iam para partes muito pobresapostas lucrativasLondres para abusarapostas lucrativasmulheres jovens.

Para dificultar esta exploração sexual, ele tentou fazer com que o governo aumentasse a idadeapostas lucrativasconsentimento (sexual) para 16 anos", diz o historiador Martin Conboy, da Universidadeapostas lucrativasSheffield, no Reino Unido, à BBC News Mundo.

As vítimas, como o próprio Stead escreve, eram "órfãs, filhasapostas lucrativaspais bêbados, filhasapostas lucrativasprostitutas, garotas cujos amigos estão longe" e não tinham chanceapostas lucrativasdenunciar seus agressores, como um policial entrevistadoapostas lucrativasuma reportagem disse ao jornalista:

"Quem ela vai acusar? Ela não sabe o nome do seu agressor. Ela pode nem ser capazapostas lucrativasreconhecê-lo se o encontrar na rua. Mesmo se o reconhecesse, quem acreditaria nela? Uma mulher que perdeu a castidade é sempre uma testemunha desacreditada. O fatoapostas lucrativasela estarapostas lucrativasuma casaapostas lucrativasmá reputação poderia ser tomado como provaapostas lucrativasseu consentimento. O dono da casa e todos os criados jurariam que ela consentiu."

Por isso, o aumento da idadeapostas lucrativasconsentimento, que até então era 13 anos, se tornou imprescindível. E o escândalo causado por seus artigos conseguiu que o Parlamento a elevasse para 16 anos.

"O governo da época respondeu que sempre esteve disposto a fazer isso, mas é muito suspeito, porqueapostas lucrativasrepente, meses após o aparecimento destes artigos, com o jornalista preso, a lei muda, como num passeapostas lucrativasmágica", aponta Conboy.

Exposição da British Library

Crédito, Justine Trickett / British Library

Legenda da foto, A exposição da British Library explora 500 anosapostas lucrativasjornalismo britânico, a partir da publicaçãoapostas lucrativas1513apostas lucrativasuma reportagem sobre a Batalhaapostas lucrativasFlodden

Stead foi preso por três meses por acusaçõesapostas lucrativassequestro. A jovem comprada paraapostas lucrativasreportagem, Eliza Armstrong,apostas lucrativas13 anos, foi deixada sob custódia do Exército da Salvação.

Bramwell Booth, representante da organizaçãoapostas lucrativascaridade, também foi levado a julgamento por ter participadoapostas lucrativasseu sequestro, mas foi absolvidoapostas lucrativastodas as acusações. Rebecca Jarrett, a ex-proprietária do bordel que ajudou a comprar Eliza, foi condenada a seis mesesapostas lucrativasprisão.

Mas embora ele tenha guardado o uniforme da prisão por todo o restoapostas lucrativassua vida e quisesse queapostas lucrativaslápide deixasse claro que era o autorapostas lucrativasThe Maiden Tribute of Modern Babylon, Stead recebeu duras críticas após a publicação do artigo, incluindoapostas lucrativasum dos intelectuais mais importantes da época.

Entrevistas

Como explica Conboy, Stead foi representanteapostas lucrativasum novo jornalismoapostas lucrativasmassa que nasceu no século 19, caracterizado pela busca constante por chamar a atenção daquela massaapostas lucrativaspessoas que comprava o jornal no caminho para o trabalho pela manhã e na volta para casa à tarde.

Nascidoapostas lucrativasuma cidade muito pequena da regiãoapostas lucrativasNorthumberland, perto da Escócia, filhoapostas lucrativasum ministroapostas lucrativasuma congregação religiosa e uma ativista, o jovem viu o jornalismo — nas palavrasapostas lucrativasConboy — "como uma extensão destas profundas crenças religiosas herdadas".

Seu trabalho à frenteapostas lucrativasum jornalapostas lucrativasprovíncia, o Northern Eco, atraiu a atenção dos editoresapostas lucrativasLondres, eapostas lucrativas1880 ele foi contratado pelo The Pall Mall Gazette, onde realizaria um trabalho que revolucionaria não só aquele jornal, mas o jornalismoapostas lucrativasgeral, desde a inclusãoapostas lucrativasilustrações, legendas e, sobretudo, entrevistas.

"Hoje parece óbvio que você tem que entrevistar para escrever uma matéria, mas naquela época no jornalismo britânico não era tão comum, o jornalista encontrava coisas e escrevia. Ele introduziu estas entrevistasapostas lucrativasprofundidade com pessoas importantes, como o general (Charles George) Gordon, uma espécieapostas lucrativasherói nacional que morreria no Sudão", diz Conboy, autorapostas lucrativasJournalism in Britain: A Historical Introduction ("Jornalismo na Grã-Bretanha: Uma Introdução Histórica",apostas lucrativastradução literal), entre outros livros.

Uniformeapostas lucrativasWT Steadapostas lucrativasexposição na British Library

Crédito, Justine Trickett / British Library

Legenda da foto, O uniforme está sob os cuidados da organização Exército da Salvação, que o emprestou à British Library para a exposição

Gretchen Soderlund, professoraapostas lucrativashistória da mídia na Universidadeapostas lucrativasOregon, nos Estados Unidos, concorda com a visão. Para ela, Stead é mais influente na história do jornalismo do que outras figuras mais conhecidas no mundo da mídia anglo-saxônica, como William Randolph Hearst ou Joseph Pulitzer.

"Ele foi um dos primeiros jornalistas a usar a entrevista, ferramenta que hoje consideramos essencial no método jornalístico, mas naapostas lucrativasépoca teve que demonstrar que era útil e crível, como documentos e provas", diz a autora do livro Sex Trafficking, Scandal, and the Transformation of Journalism, 1885-1917 ("Tráfico sexual, escândalo e a transformação do jornalismo, 1885-1917",apostas lucrativastradução literal).

Mas o que mais atrai Soderlundapostas lucrativasrelação a Stead éapostas lucrativasrelação com o jornalismoapostas lucrativastabloides:

"Eu o considero o grande teórico do sensacionalismo e um mestreapostas lucrativassua prática, porque ele não só o usouapostas lucrativasforma muito estratégica, como também pensou e escreveu sobre o que era o sensacionalismo e por que era importante para o jornalismo."

O sensacionalismo era importante para chamar a atenção dos compradoresapostas lucrativasjornais, mas também era fundamental para um homem com uma agenda moral como aapostas lucrativasStead mudar a realidade, não apenas contá-la.

E foi isso o que aconteceu comapostas lucrativascampanha contra a prostituição infantil, embora nem todos concordassem com seus métodos.

George Bernard Shaw

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para Bernard Shaw, o jornalista WT Stead exagerouapostas lucrativasforma imperdoável a história da garota Armstrong

Umapostas lucrativasseus principais detratores, como indicado por J.W. Robertson Scottapostas lucrativasseu livro The Life and Death of a Newspaper ("A vida e a morteapostas lucrativasum jornal",apostas lucrativastradução literal), foi o dramaturgo e crítico cultural George Bernard Shaw, que ficou indignado ao descobrir que o jornalista, para demonstrar o terrível destinoapostas lucrativascentenasapostas lucrativasjovens sem recursos, havia submetido uma destas jovens a uma situação tão traumática.

"Ninguém confiou nele novamente depoisapostas lucrativasdescobrir que o caso Eliza Armstrong no Maiden Tribute foi montado, e que ele mesmo o montou. Todos pensávamos que se um homem merecia seis mesesapostas lucrativasprisão, Stead o merecia por trair nossa confiança", disse Shaw.

Mas não é tão verdade que ninguém tenha confiadoapostas lucrativasStead novamente, embora o que aconteceu com este jornalista depois que ele saiu da prisão siga sendo objetoapostas lucrativasvárias interpretações.

Jornalismo e ativismo

"Infelizmente para ele, a partir deste momentoapostas lucrativascarreira começou a declinar. Ficou no jornal por mais alguns anos, mas depois saiu, relativamente jovem. E alémapostas lucrativasperderapostas lucrativasnotoriedade, nunca mais foi a mesma pessoa. Tornou-se, como se diz por aí, famoso por ser famoso. Quando deveria estar vivendo seus melhores anos como editor, estava editando uma publicação mensal ("The Review of Reviews") desesperado para voltar às notícias diárias", diz Martin Conboy.

"Mas para além do fatoapostas lucrativassempre ter muito orgulho do que conquistou, ele efetivamente pagou por uma jovem, a sequestrou, colocou um lenço com clorofórmio na boca dela para sedá-la e, quando ela acordou, começou a gritar. Imagine você fazer isso agora com uma meninaapostas lucrativas13 anos, imagino que nunca mais poderia trabalhar para a BBC", acrescenta o historiador.

Pergunto a Convoy se aconteceu com Stead o mesmo que com Truman Capote, que atingiu o augeapostas lucrativassua carreira com A Sangue Frio, a reportagemapostas lucrativas1966 sobre o assassinatoapostas lucrativasuma família na zona rural dos Estados Unidos (curiosamente, tanto o trabalhoapostas lucrativasStead quanto oapostas lucrativasCapote foram classificados — cada uma naapostas lucrativasépoca —como "novo jornalismo").

"Acho que há um paralelo. Se você produzir algo tão inovador, tão brilhante, surgirão suspeitas sobre suas motivações, e isso aconteceu com os dois. É a suspeita por trásapostas lucrativastodo bom jornalismo investigativo. As pessoas se perguntam se você transformou issoapostas lucrativasalgo tão sensacional apenas para chamar atenção para si mesmo. E não há como provar ou refutar essa suspeita."

WT Stead

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Stead escreveu, entre outros livros, 'If Christ Came to Chicago' (Se Cristo viesse a Chicago',apostas lucrativastradução literal)

Mas Gretchen Soderlund acha que Stead não teria se visto através desta lente.

"Stead foi uma figura que mudou o jornalismoapostas lucrativasmuitos continentes, porqueapostas lucrativashistória percorreu o mundo. Houve campanhas para aumentar a idadeapostas lucrativasconsentimento sexualapostas lucrativastodo o Império Britânico. Houve campanhas contra o tráfico sexual nos EUA. Mesmo que seu statusapostas lucrativasjornalista possa ter declinado,apostas lucrativasreputação nesses círculos puritanos globais aumentou."

"Ele viajou para os Estados Unidos, escreveu um livro sobre Chicago e continuou a trabalhar como jornalista para uma publicação mensal. Não consigo imaginá-lo se vendo como alguémapostas lucrativasdeclínio", conclui Soderlund.

Tamara Tubb na exposição da British Library
Legenda da foto, Tamara Tubb na exposição da British Library

Para Tamara Tubb, é tudo uma questãoapostas lucrativaspersonalidade, e aapostas lucrativasStead era a personalidadeapostas lucrativasalguém inquieto que precisavaapostas lucrativasnovos desafios.

"Ele estava sempre explorando novas oportunidades e trabalhandoapostas lucrativasdiferentes áreas, então talvez ele estivesse satisfeito com o que havia conquistadoapostas lucrativasLondres e logo seguiu adiante, se mudou para Chicago por um tempo e depois se envolveu com outros movimentos, como a causa pacifista, e escreveu — embora talvez não da mesma forma (como no jornal) — contra o governo britânico na Guerra dos Bôeres, que seguem sendo questões importantes".

Espíritos e transatlânticos

Outro tema que fascinou Stead, assim como Arthur Conan Doyle — autorapostas lucrativasSherlock Holmes — e muitos outrosapostas lucrativasseu tempo, foi o espiritismo: a possibilidadeapostas lucrativasentrarapostas lucrativascontato com os mortos.

"Para aquela sociedade, quando alguém morria, ia —fisicamente — para outro lugar. Para o Paraíso. Ou para outro destino. E as pessoas pensavam: 'Se estáapostas lucrativasoutro lugar, por que não posso falar com ele?'. Isso depoisapostas lucrativasmil anosapostas lucrativasum folclore que falavaapostas lucrativasfantasmas,apostas lucrativasaparições", lembra Conboy.

Conforme registra Owen Mulpetre em um site que resume o legado da vidaapostas lucrativasStead,apostas lucrativas1891 o jornalista publicou o texto Real Ghost Stories ("Histórias Reaisapostas lucrativasFantasmas") na "Review of Reviews" e um ano depois More Ghost Stories ("Mais Históriasapostas lucrativasFantasmas"), emboraapostas lucrativaspaixão por este tema remonte a seus dias no jornal Northern Eco.

"Acredito que a abordagem destes fenômenos por homens como Stead ou Conan Doyle, quando se lê a literatura sobre o espiritismo naqueles anos, é científica. É uma épocaapostas lucrativasque as pessoas experimentam ondasapostas lucrativasrádio, imagens fotográficas. Há um monteapostas lucrativascoisas estranhas e assustadoras por aí", conclui Conboy.

WT Stead

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A fotoapostas lucrativasStead no topo da notícia sobre os mortos no Titanic

Para Soderlund, "ele acreditava no espiritismo, como muitos outros vitorianos, assim como na possibilidadeapostas lucrativaster visões do futuro. E se via como uma espécieapostas lucrativasfigura profética".

Entre tantas profecias e tantas visões, dizem que Stead previu que teria uma morte violenta, e intuiu que seria no mar, o que aconteceuapostas lucrativas15apostas lucrativasabrilapostas lucrativas1912 quando afundou com o navioapostas lucrativasque viajava: o famoso Titanic.

"De uma forma ouapostas lucrativasoutra, ele previuapostas lucrativasmorteapostas lucrativasum desses cruzeiros transatlânticos. Mas a ideiaapostas lucrativasque estes cruzeiros poderiam ser perigosos e que um dia um acidente poderia acontecer rondava no ar. Sua ideia não veio do nada. Mas é algo interessante, assim como a históriaapostas lucrativasque enquanto o Titanic estava afundando, ele se sentou calmamente aceitando seu destino", diz Soderlund.

Curiosamente,apostas lucrativasexibição na British Library, logo atrás do uniformeapostas lucrativaspresidiárioapostas lucrativasWT Stead, está uma cópia da notícia do naufrágio do Titanic, publicada no The Westminster Gazette.

O jornal britânico anuncia que não há mortes no acidente, já que todos os passageiros haviam sido resgatados (mas, na verdade, cercaapostas lucrativas1,5 mil pessoas perderam a vida, incluindo Stead).

Este erro terrível também faz parte dos 500 anosapostas lucrativashistória do jornalismo britânico.

- Este texto foi originalmente publicadoapostas lucrativashttp://roberthost1.accountsupport.com/curiosidades-61804919

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