Como fotos e vídeos roubadoscaça níquel pachinkobrasileira enganaram homenscaça níquel pachinkotodo mundo:caça níquel pachinko

A enxurradacaça níquel pachinkomensagens contendo históriascaça níquel pachinkodinheiro perdido e vidas arruinadas teve um impacto na vida da brasileira.

"Comecei a ficar deprimida e a me culpar - talvez se minhas fotos não estivessem por aí, esses homens não estariam sendo enganados", diz Vanessa - não usamos seu sobrenome para protegercaça níquel pachinkoidentidade.

Por cercacaça níquel pachinkooito anos, Vanessa trabalhou como "camgirl" - transmitindo material explícito ao vivo na internet via webcam. Por ser um pouco tímida quando começou, decidiu criar um alter ego chamado Janessa Brazil. "Na verdade não sou eu, é a Janessa, então não vou ter vergonha", pensou ela.

Ela escolheu o sobrenome Brazil não só porque é onde ela nasceu, mas também porque é um dos termoscaça níquel pachinkobusca mais populares na internet. Foi uma decisão inteligente. "Eu odeio esse nome", diz ela agora. "Mas isso me ajudou a ficar popular rapidamente."

Por um tempo, tudo funcionou muito bem. Vanessa gostou do relacionamento com seus fãs, que pagavam até US$ 20 (cercacaça níquel pachinkoR$ 100) por minuto para assistir e interagir com ela. "Queria agradá-los. Queria me divertir com eles. E eles ficavam viciados", lembra.

No augecaça níquel pachinkosua carreira, ela diz que ganhava cercacaça níquel pachinkoUS$ 1 milhão por ano. Janessa tinha seu próprio site, uma marcacaça níquel pachinkosucesso e uma forte presença online. Mascaça níquel pachinko2016 seu perfil online sumiu.

Levamos nove meses para encontrá-la para a produção do podcast Love, Janessa. Quando finalmente conversamos com Vanessacaça níquel pachinkoseu modesto apartamento na costa leste dos Estados Unidos, ela nos disse que parte do motivo pelo qual paroucaça níquel pachinkoproduzir conteúdo online foi para tentar impedir golpes. "Não quero mais dar a eles o podercaça níquel pachinkousar nada meu nunca mais", diz ela.

Vanessa percebeu que os golpistas estavam fingindo ser ela quando um homem comentou no chat, durante um show ao vivo, que ele era seu marido e ela havia prometido a ele que parariacaça níquel pachinkofilmar. Ela pensou que era uma pegadinha, mas pediu que ele enviasse um e-mail para ela.

Mais vítimas apresentaram histórias semelhantes, postando comentários durante seus shows e pedindo que ela provassecaça níquel pachinkoidentidade. Os golpistas também apareceram com pedidos estranhos- como colocar um chapéu vermelho - imagens que eles usaram para enganar vítimas.

Os constantes comentários, e-mails e clima tenso começaram a afetar seus negócios. "Foi um pesadelo", diz Vanessa. "Mas eu me senti mal por esses caras. O que devo fazer?"

No começo, ela tentava responder a todos os e-mails, o que levava horas todos os dias. Ela conta que o então marido, que era seu empresário, também começou a monitorar as mensagens. Ele disse às vítimas do golpe que ele e Vanessa não eram responsáveis pelo dinheiro que os homens haviam perdido.

"Se eu ganhasse todo o dinheiro que esses caras enviaram para os golpistas, eu seria uma bilionária hoje, não estaria sentada aqui no meu pequeno apartamento", diz ela.

Vanessa acha que é da naturezacaça níquel pachinkomuitos homens querer cuidarcaça níquel pachinkomulheres, o que explicaria por que eles enviavam dinheiro para alguém que não conheciam pessoalmente.

"Mesmo que não tenham dinheiro, eles ainda estão dispostos a doá-lo, apenas para se sentirem amados", diz ela.

Roberto Marini, um italianocaça níquel pachinko30 e poucos anos, foi fisgado por uma falsa Janessa. Tudo começou com uma mensagem no Facebookcaça níquel pachinkouma jovem atraente chamada Hannah, que o elogiou por seu negócio inicial - uma fazenda sustentável na ilha da Sardenha.

Depoiscaça níquel pachinkotrês meses trocando fotos e mensagens carinhosas, ela começou a pedir dinheiro. No começo era para pequenas coisas, como um telefone quebrado, mas logo ela precisavacaça níquel pachinkomais. Ela disse a ele que teve uma vida difícil - quando não estava cuidandocaça níquel pachinkoparentes doentes, ela tinha que ganhar a vida com entretenimento adulto.

Roberto queria salvá-la, sentindo uma "energia paterna"caça níquel pachinkorelação a ela. Mas ele estava frustrado por eles nunca conseguirem se falar pessoalmente - toda vez que marcavam uma ligação, o telefone dela quebrava ou outra coisa acontecia.

Ele acabou descobrindo milharescaça níquel pachinkofotos e vídeoscaça níquel pachinkoHannah online. As imagens eram, no entanto, da estrela do entretenimento adulto Janessa Brazil - e muitos eram mais explícitos do que os que Hannah já havia enviado a ele.

Para ele, o amor entre os dois parecia real. Ele então se perguntou se ela teria decidido não revelarcaça níquel pachinkoverdadeira identidade para preservar o relacionamento.

Confuso, Roberto entroucaça níquel pachinkoum dos shows online ao vivocaça níquel pachinkoJanessa Brazil. "É realmente você?" ele digitou no chat. Ele conta que não obteve as respostas que queria, que estava pagando por minuto, então, não permaneceu por muito tempo.

Emcaça níquel pachinkobusca para descobrir a verdade, Roberto também enviou um e-mail para Vanessa.

"Oi. Preciso falar com a verdadeira Janessa Brazil", escreveu elecaça níquel pachinko2016. Ela respondeu uma hora depois: "Sou a verdadeira Janessa Brazil".

Ele fez mais algumas perguntas tentando descobrir se eles já haviam se falado antes. Essa trocacaça níquel pachinkoe-mail foi o primeiro e único contato que eles já tiveram.

Mas, para Roberto, a história não acabou aí. Ele diz que enviou aos golpistas um totalcaça níquel pachinkoUS$ 250.000 (R$ 1,2 milhão) ao longocaça níquel pachinkoquatro anos, drenando suas economias e pedindo dinheiro emprestado a amigos e parentes, alémcaça níquel pachinkocontrair empréstimos.

Encontramos Roberto por meiocaça níquel pachinkosuas postagens online alertando outras pessoascaça níquel pachinkoque contas falsas estavam usando as imagens roubadascaça níquel pachinkoJanessa. Mas, mesmo depoiscaça níquel pachinkotudo o que aconteceu com ele, parte dele ainda acreditava ter uma ligação profunda com a verdadeira Janessa.

Esse é o sinalcaça níquel pachinkoum golpe bem-sucedido, diz Aunshul Rege, especialistacaça níquel pachinkojustiça criminal da Filadélfia que estudou golpes amorosos online.

Ela diz que as mensagens costumam ser enviadas por redes criminosas que trabalhamcaça níquel pachinkoequipe para aliciar as vítimas, compartilhando imagens e informações. Ela até encontrou um exemplo dos manuais que eles usam - guias práticoscaça níquel pachinkocomo agir que também listam desculpas para evitar um telefonema que possa expô-los.

Os golpes seguem um padrão - muito amor, ameaçascaça níquel pachinkoseparação e,caça níquel pachinkoseguida, pedidoscaça níquel pachinkoajuda financeira, supostamente para permitir que o casal finalmente fique junto. As táticas são tão estereotipadas que são terrivelmente familiares para qualquer um que já tenha recebido, mas funcionam.

"Como seres humanos, estamos programados para ajudar uns aos outros. É assim que fomos construídos", diz a especialista.

Vanessa afirma odiar essas táticas cruéis. "Eles demonstram amor e, depois, dão um passo atrás. Os caras ficam desesperados e dispostos a fazercaça níquel pachinkotudo para recuperá-lo", diz ela.

Aunshul Rege acha que é provável que o golpecaça níquel pachinkoRoberto tenha sido executado por um grupo organizado. Ela diz que existem grandes redes que operamcaça níquel pachinkotodo o mundo, com números expressivos originários da Turquia, China, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Nigéria e Gana.

Um dos lugares para onde Roberto foi solicitado a enviar dinheiro foi Gana, larcaça níquel pachinkoum grupocaça níquel pachinkogolpistas online chamado Sakawa Boys. Rastreamos alguns delescaça níquel pachinkoAccra. "Ofa", um jovemcaça níquel pachinkofala mansa, nos disse que se passar por pessoas online é demorado e envolve muita administração - nem que seja para manter o controle das mentiras. Ele admitiu que o trabalho o fez "se sentir mal", mas que ganhou maiscaça níquel pachinkoR$ 50.000 (R$ 260.000).

Ao ver as imagenscaça níquel pachinkoJanessa, Ofa disse que nunca as usou, mas entendia por que elas seriam as favoritas entre os golpistas. Ele também disse que, para um golpe funcionar, ele precisariacaça níquel pachinkouma variedadecaça níquel pachinkofotos mostrando as mulherescaça níquel pachinkosituações cotidianas - como cozinhando ou na academia.

Vanessa acha que suas fotos foram usadascaça níquel pachinkoparte porque ela compartilhou tantos momentos sinceroscaça níquel pachinkosua vida diária. "Eu me dediquei completamente, então eles tinham muito com o que trabalhar", diz ela.

Mas ela traça uma linha clara entre seu alter ego profissional e seu verdadeiro eu. "Vanessa tem ataquescaça níquel pachinkopânico. Janessa não", diz ela.

Com o tempo, a marécaça níquel pachinkovítimascaça níquel pachinkogolpes se transformoucaça níquel pachinko"um monstro" que traumatizou Vanessa.

Ter que se apresentar todos os dias diante das câmeras começou a afetarcaça níquel pachinkosaúde mental e seu casamento. Exausta, ela contou que começou a beber antes dos shows. Ela diz que odeia assistir aos vídeos daquela época porque consegue enxergarcaça níquel pachinkoprópria infelicidade.

Em 2016, Vanessa diz que não aguentou mais e decidiu desistir. Ela diz que arrumou o carro, deixou a casa e o marido e partiu para uma nova vida. Agora, ela está estudando para ser terapeuta e escrevendo um livrocaça níquel pachinkomemórias - retomando o controlecaça níquel pachinkosua própria história.

Vanessa nunca foi às autoridades para denunciar os golpistas que usamcaça níquel pachinkoimagem. Ela não acha que eles levariam suas reclamações a sério. "Eles vão olhar para mim como, 'Você é uma estrela pornô', e rir da minha cara", diz ela.

Com o passar dos anos, ela se tornou mais forte emocionalmente. Ela sabe que os golpistas podem nunca pararcaça níquel pachinkofingir ser ela e entende por que algumas vítimas caem na armadilha.

"Quando se tratacaça níquel pachinkoamor, podemos ser muito burros", diz. "Eu sei, já passei por isso. É como, 'Droga! Como eu caí nisso!' É o que pode acontecer com todos nós."

Reportagemcaça níquel pachinkoHannah Ajala, Laura Regehr, Katrina Onstad e Simona Rata

Artes por Jenny Law

Esta história é contada no podcast Love, Janessa, produzido por BBC World Service e CBC Podcasts. Ouça Love, Janessacaça níquel pachinkoinglês.

- Este texto foi publicado originalmentecaça níquel pachinkohttp://roberthost1.accountsupport.com/brasil-64772071