'Brasil vive racismo institucional e deve ampliar Leibot spaceman pixbetCotas', defende Anielle Franco:bot spaceman pixbet
Anielle também falou sobre os planosbot spaceman pixbetampliar o alcance da Leibot spaceman pixbetCotas, que completou 10 anosbot spaceman pixbet2022. Ela disse que o tema será estudado e citou a possibilidadebot spaceman pixbetaumentar o númerobot spaceman pixbetvagas para cotistasbot spaceman pixbetcursosbot spaceman pixbetpós-graduação.
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Ela disse temer resistência à essa pauta no Congresso Nacional, marcadamente mais conservador. Ela afirmou que é favorável a debater cotas sociais, mas defendeu a manutenção das cotas raciais.
"Seja ela social ou não, porque a maioria da população pobre é preta, a leibot spaceman pixbetcota racial tem que permanecer. Isso a gente vai defender até o final", disse.
A ministra também disse não temer que manifestaçõesbot spaceman pixbetmatriz africanabot spaceman pixbetórgãos públicos como as danças com as quais foi recebida embot spaceman pixbetposse, no início do mês, acirram os ânimosbot spaceman pixbetum país polarizado.
"Se eu respeito outras religiões, as pessoas também deveriam respeitar todas as outras religiões", disse.
Confira os principais trechos da entrevista a seguir.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - Em seu discursobot spaceman pixbetposse, a senhora disse que vai trabalhar para fortalecer a Leibot spaceman pixbetCotas e ampliar a presençabot spaceman pixbetjovens negros pobres nas universidades. Como a senhora pretende fazer isso com um Congresso marcadamente mais conservador que o anterior?
bot spaceman pixbet Franco - Tem muita coisa que a gente precisa fazer a respeito da Leibot spaceman pixbetCotas. Eu acho que a primeira delas é esse diálogobot spaceman pixbetrelação à políticabot spaceman pixbetcotas. Ela vai continuar vigente, vai continuar existindo. Mas a gente sabe que, infelizmente, dentre uma parcela da população brasileira, existem muitas pessoas que acreditam que ela não deveria nem existir. A gente precisa fortalecê-la, primeiramente, conversando sobre ela, trazendo para dentro do ministério, por exemplo, uma secretaria que vai falarbot spaceman pixbetpolítica e das ações afirmativas. Vamos ter diálogo com pessoas que pesquisam o assunto, que debatem e que tratam disso [...] No Congresso, a gente vai precisar dialogar com todos. Não tem jeito. As cotas não vão ser um assunto que vai somente contemplar pessoas que votaram no atual presidente.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - Há diversos projetosbot spaceman pixbetlei no Congresso para a substituição das cotas raciais por cotas para estudantes que comprovem baixa renda ou algum tipobot spaceman pixbetsituaçãobot spaceman pixbetvulnerabilidade econômica ou social. A senhora concorda com esse tipobot spaceman pixbetproposta?
bot spaceman pixbet Franco - Eu acho que é muito difícil a gente separar cor, etnia, raça e gênero no paísbot spaceman pixbetque a gente vive. Mas se eu disser para você que concordo 100%, (a resposta é) não. Mas eu concordo, sim, que a gente pode discutir sobre as questões sociais que abrangem a leibot spaceman pixbetcotas. [...] A gente precisa fazer [essa discussão] porque é bem diferente você ter [competindo] uma pessoa que teve acesso a educaçãobot spaceman pixbetbase desde sempre, com escolas particulares, porque teve condição para aquilo ali, e pessoas que não tiveram acesso a isso. [...] O que não pode é a gente fomentar um cancelamento à Leibot spaceman pixbetCotas. Seja ela social ou não, porque a maioria da população pobre é preta, a leibot spaceman pixbetcota racial tem que permanecer. Isso a gente vai defender até o final.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - A senhora teme que,bot spaceman pixbetalguma forma, essa agenda possa ser revertida por esse Congresso marcadamente mais conservador?
bot spaceman pixbet Franco - Acho que temer alguma coisa diante do cenário que a gente tem hoje num país tão dividido é até aceitável.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - Essas eleições mostraram que pelo menos quase metade da população brasileira composta pelos eleitores do ex-presidente Bolsonaro, aparentemente, não se identifica com a pautabot spaceman pixbetcotas ou as chamadas pautas identitárias. A senhora fala hojebot spaceman pixbetampliar essa políticabot spaceman pixbetcotas que,bot spaceman pixbetgrande medida, trouxe muitas reações negativas desses setores que apoiaram o ex-presidente Bolsonaro. Em um momentobot spaceman pixbetque o país está tão polarizado, apostar na ampliação da políticabot spaceman pixbetcotas é prudente?
bot spaceman pixbet Franco - Eu acho que se a gente minimizar e dizer que, porque a pessoa votoubot spaceman pixbetfulano não pode falar sobre cotas, eu iria estar entrando num lugar que não é o que eu defendo hoje [...] Muito diálogo vai ter que ser feito, com respeito, porque eu acho que existe uma parcela da população que não pensa como eu, mas também não respeita como eu penso. [...] Acho que não será impossível, mas eu sei que nós teremos resistência, mas a gente está aqui pra isso.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - Por que, nabot spaceman pixbetavaliação, a leibot spaceman pixbetcotas incomoda tanta gente no Brasil?
bot spaceman pixbet Franco - Honestamente? Porque quanto menos pretos estiverembot spaceman pixbetlugaresbot spaceman pixbetprotagonismo, quanto menos pretos com entendimento do que acontecebot spaceman pixbetracismo cultural no país, para eles [contrários às cotas], melhor [...] A gente tem um racismo muito estrutural, mas que não é só estrutural no país. Ele é institucional e é óbvio que quanto mais a gente tem pessoas negras que estão galgando e chegando a espaçosbot spaceman pixbetprotagonismo, mais as pessoas querem fazer com que isso não aconteça.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - Parte significativa da população brasileira associa manifestações religiosasbot spaceman pixbetmatriz africana a entidades demoníacas ou supostos demônios. Nabot spaceman pixbetposse, a senhora foi recebida por tambores e houve uma dançabot spaceman pixbetmatriz africana no Palácio do Planalto. A senhora teme que esse tipobot spaceman pixbetmanifestação acirre os ânimosbot spaceman pixbetum país que já está polarizado?
bot spaceman pixbet Franco - Acho que não. Eu entendo que o país hoje está muito dividido, está muito polarizado, mas eu acho que isso passa pela questão do respeito. Se eu respeito outras religiões, as pessoas também deveriam respeitar todas as outras religiões. Naquela demonstração cultural, com aquelas mulheres, o afoxé veio, mas ao lado dele tinha um padre, também. Nós somos criados na Igreja Católica, a gente frequenta tudo aquilo que nos faz bem e eu acho que ébot spaceman pixbetboa praxe a gente respeitar as pessoas que pensam diferente. Assim como eu vou à missa, assim como eu piso no terreiro, assim como as pessoas vão à igreja, ao culto, eu acho que a gente precisa entender que, independentebot spaceman pixbetem quem eu vote, a minha religião ou o meu voto têm que ser respeitados.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - Durante o governo Bolsonaro,bot spaceman pixbetfamília foi contra a federalização da investigação sobre a morte dabot spaceman pixbetirmã, Marielle Franco. E agora a senhora afirma que a tendência é ser favorável. O que mudoubot spaceman pixbetlá pra cá? E senhora hoje é parte do governo. Como garantir uma investigação imparcial sobre esse assunto, que é um assunto tão importante, mas ao mesmo tempo politicamente tão usado?
bot spaceman pixbet Franco - Após a fala do Flávio Dino (que disse que avaliava a federalização da investigação), ficou muita coisa no ar [...] Mas eu sei também que a fala dele tem um peso muito mais simbólico do que simplesmente o da gente pegar e trazer isso para o âmbito federal. Por quê? Porque a gente sabe que não é tão simples assim. Existe uma investigaçãobot spaceman pixbetcurso. Federalizar agora significa tirar do zero e trazer pra cá. Então tem que entender quanto tempo [levaria], o que isso acarreta, o que é que isso implica. Eu não decido pela família inteira [...] Mas eu não descarto nem que fique [no Riobot spaceman pixbetJaneiro] nem federalize.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - O que a senhora prefere?
bot spaceman pixbet Franco - Eu não acho que é sobre preferência. É sobre eficácia. O que for mais eficaz, acho que é o que vai acontecer.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - Na medidabot spaceman pixbetque a senhora é parte do governo, se essa investigação for federalizada, há como garantir que ela vai ser,bot spaceman pixbetfato, imparcial?
bot spaceman pixbet Franco - Acho que sim, com certeza. Até porque eu não sou o ministro da Justiça. Eu vou estar apenas enquanto familiar, mesmo que compondo o governo. E eu tenho que acreditar tantobot spaceman pixbetquem está hoje com o caso, quanto acreditar nas mãosbot spaceman pixbetquem vier a recebê-lo. A gente está há cinco anos com o caso passandobot spaceman pixbetmãobot spaceman pixbetmão e eu estou dando credibilidadebot spaceman pixbetque a gente vai ter uma resposta.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - Uma das suspeitas ébot spaceman pixbetque Anderson ebot spaceman pixbetirmã teriam sido mortos por milicianos do Riobot spaceman pixbetJaneiro. Nos últimos dias, surgiram indíciosbot spaceman pixbetque a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, foi apoiada por milicianos. A senhora se sente constrangidabot spaceman pixbetfazer parte da mesma equipebot spaceman pixbetgovernobot spaceman pixbetalguém supostamente apoiar milicianos?
bot spaceman pixbet Franco - Eu não nomeei a Daniela e eu nunca tive contato com a Daniela antesbot spaceman pixbetestar compondo o mesmo governo com ela. Mas respeito muito tanto o presidente Lula quanto a trajetória da Daniela. Não posso nem dizer que eu me sinto desconfortável ou confortável. Ainda estou entendendo um pouco do que está acontecendo. Já houve associações, por exemplo,bot spaceman pixbetuma foto minha com a Danielabot spaceman pixbetuma das posses[de ministros e ministras]. Ela é uma pessoa que me trata educadamente. É uma pessoa que está compondo o governo comigo. Não cabe a mim nem julgá-la, nem investigá-labot spaceman pixbetnenhum precedente antesbot spaceman pixbetela ser ministra ou não [...] É como muito bem disse o presidente Lula: se houver alguém dentro do governo que vai agirbot spaceman pixbetforma ilegal oubot spaceman pixbetforma que ele não concorde, ele mesmo vai pedir para se retirar. Como não cabe a mim, eu respeito a posição dele e respeito também o fatobot spaceman pixbetas pessoas poderem falar. Falambot spaceman pixbetmim e falambot spaceman pixbettodos. Mas até que se prove o contrário, eu não tenho muito o que dizer contra ela e nem contra o fatobot spaceman pixbetela estar no governo.
bot spaceman pixbet BBC News Brasil - A senhora é a favor ou contra a permanência dela no governo?
bot spaceman pixbet Franco - De novo: não sou que nomeio e não sou eu que retiro. Eu acho que isso cabe ao presidente.