Por que Bolsonaro cita ex-presidente da Bolívia Jeanine Añez ao expressar preocupação com seu futuro:jogos divertidos grátis

Jeanine Áñez com faixa presidencial com as cores da Bolívia

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Jeanine assumiu presidência após renúnciajogos divertidos grátisEvo Morales e acabou condenada por "golpejogos divertidos grátisEstado"

Bolsonaro acompanhou com atenção o processo judicialjogos divertidos grátisAñez e chegou a oferecer asilo político para ela no Brasil, o que Añez recusou.

Sem reconhecer textualmentejogos divertidos grátisderrota nas urnas e diantejogos divertidos grátismanifestaçõesjogos divertidos grátisapoiadores que pedem por um "golpe militar" e têm causado caos para a população ao bloquear maisjogos divertidos grátis400 pontosjogos divertidos grátisrodovias, Bolsonaro poderia estar tentando driblar qualquer possibilidadejogos divertidos grátisresponsabilização legal pelos atos sem, no entanto, frustrarjogos divertidos grátisbase popular, segundo analistas.

"Bolsonaro participoujogos divertidos grátisuma forma oujogos divertidos grátisoutra na consolidação do poderjogos divertidos grátisAñez, que agora já foi indiciada, presa e condenada, tanto por questõesjogos divertidos grátisdireitos humanos quanto por golpe. Até que ponto Bolsonaro teme que algo parecido aconteça com ele? Acho que provavelmente bastante", afirma Guillaume Long, analista político do Center for Economic and Policy Research e ex-ministro das Relações Exteriores do Equador, que atuou como observador das recentes eleições no Brasil e estudoujogos divertidos grátisdetalhes o caso boliviano, que emjogos divertidos grátisavaliação tratou-sejogos divertidos grátisum golpejogos divertidos grátisEstado contra Morales.

Para Long, as preocupaçõesjogos divertidos grátisBolsonaro e o paralelo que ele traça fazem sentido.

"Até porque a Justiça brasileira, enquanto Bolsonaro esteve no poder, já o contrariou algumas vezes, o que não foi o caso na Bolívia,jogos divertidos grátisque o Judiciário sob Añez mostrou pouca independênciajogos divertidos grátisrelação ao Executivo. E o fatojogos divertidos grátisele ter governadojogos divertidos grátismaneiras que são problemáticasjogos divertidos grátistermos jurídicosjogos divertidos grátisvárias áreas, com uma sériejogos divertidos grátisinvestigações já abertas contra si, e para adicionar a isso, um certo comportamento antidemocrático, acaba por gerar uma situação ameaçadora para ele", analisa Long.

Mas afinal,jogos divertidos grátisque maneiras, as históriasjogos divertidos grátisJair Bolsonaro e Jeanine Añez se parecem?

Bolsonaro X Jeanine

A política conservadora ejogos divertidos grátisdireita Jeanine Añez ocupou a presidência da Bolívia entre 2019 e 2020 após a renúncia do então presidente Evo Moralesjogos divertidos grátismeio a uma crise política.

O processojogos divertidos grátisconvulsão social e política que levou Jeanine ao poderjogos divertidos grátisnada lembra a chegadajogos divertidos grátisBolsonaro ao Palácio do Planalto.

O atual presidente brasileiro foi democraticamente eleitojogos divertidos grátis2018, ao derrotar no segundo turno o candidato petista Fernando Haddad, que publicamente reconheceu a derrota um dia após a proclamação dos resultados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Já Jeanine chegou ao poder depois que o presidente Evo Morales, seu vice-presidente, o presidente da Câmara e o do Senado renunciaram coletivamente,jogos divertidos grátisnovembrojogos divertidos grátis2019, e deixaram o país sob explícita determinação das Forças Armadas bolivianas para que abdicassem do poder.

Bolsonaro durante discursojogos divertidos grátisque pede liberaçãojogos divertidos grátisrodovias

Crédito, Reprodução/ Facebook

Legenda da foto, Jair Bolsonaro fez um discurso para pedir que manifestantes que não aceitam resultado das eleições desobstruam rodovias

Desfeita a ordem sucessória, Jeanine, então vice-líder do Senado, anuncioujogos divertidos grátislágrimas que estava disposta a atuar como presidente interina, segundo ela, "para acabar com o vandalismo e as mortes (nas ruas) ".

Foi o desfecho para uma crise que durou três semanas, iniciada com a reeleiçãojogos divertidos grátisMorales para seu quarto mandato e que arrastou o país para violentos conflitos civis nas ruas.

Para concorrer, Morales contrariou o resultadojogos divertidos grátisum referendo popularjogos divertidos grátis2016, no qual a maioria da população votou contra a reforma da Constituição para possibilitar que o líder cocaleiro voltasse a disputar a presidência. Morales já estava há 14 anos no poder. Uma decisão da Corte Constitucional do país, no entanto, revogou os limites do mandato, o que assegurou a possibilidadejogos divertidos grátisque Evo concorresse. Ao fim do pleito, ele foi proclamado o vencedor.

Porém, inúmeras acusaçõesjogos divertidos grátisfraude eleitoral contra Morales pipocaram pelo país e ganharam força quando a Organização dos Estados Americanos (OEA), que atuou como observadora eleitoral, as endossou, citando inclusive um servidor secreto supostamente programado para fazer Morales vencer.

As conclusões deram força a manifestações da oposição na rua que receberia o endosso decisivo dos militares. E também minaram o apoio internacional a Morales. O governo Bolsonaro, a gestão dos EUA sob Trump e outras administraçõesjogos divertidos grátisdireita na América Latina apoiaram as denúncias da OEA. O então ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, disse que a fraude na eleição boliviana foi "clara como a água".

Evo Morales sempre repetiu que o processo era um golpejogos divertidos grátisEstado. Meses apósjogos divertidos grátisrenúncia, um estudojogos divertidos grátispesquisadores do Institutojogos divertidos grátisTecnologiajogos divertidos grátisMassachusetts (MIT), outro do do Center for Economic and Policy Research e um terceiro feito por acadêmicos da Universidade da Pensilvânia com dados eleitorais da Bolívia obtidos pelo jornal americano The New York Times desmentiram os achados do relatório da OEA. A organização, porém, manteve suas conclusões iniciais.

Quase um ano após a renúnciajogos divertidos grátisMorales, novas eleições presidenciais sacramentaram seu candidato, Luis Arce, como vencedor aindajogos divertidos grátisprimeiro turno.

A partir daí, se iniciam os processos judiciais que prenderam Jeanine Añez — encontrada pela polícia escondida dentrojogos divertidos grátisuma cama box emjogos divertidos grátiscasa — e a condenaram.

Jamais uma Jeanine

"Tenho certeza: eu jamais serei uma Jeanine. Jamais. Porque, primeiro, eu acreditojogos divertidos grátisDeus e, depois, eu acreditojogos divertidos grátiscada umjogos divertidos grátisvocês que estão aqui. A nossa liberdade não tem preço. Digo mais, como sempre tenho dito: ela é mais importante que a nossa própria vida", disse Bolsonaro,jogos divertidos grátisBrasília,jogos divertidos grátisabriljogos divertidos grátis2022, quando Jeanine já estava presa, mas ainda faltavam dois meses parajogos divertidos grátiscondenação final.

Quando um veredito contra Jeanine foi alcançado na Justiça boliviana, Bolsonaro se pronunciou publicamente sobre a tentativajogos divertidos grátistrazê-la ao Brasil, o que estremeceu a relação com o governo do país, que considerou o esforçojogos divertidos grátisBolsonaro uma ingerênciajogos divertidos grátisassuntos domésticos da Bolívia.

"Continuamos a conversar. O que for possível eu farei para que ela (Jeanine) venha para o Brasil caso assim o governo da Bolívia concorde. Estamos prontos para receber o asilo dela, como desses outros dois (aliadosjogos divertidos grátisJeanine) que foram condenados a 10 anosjogos divertidos grátiscadeia", disse Bolsonaro. A própria Jeanine recusou a oferta por se dizer "inocente" e querer permanecerjogos divertidos grátisseu país.

Em junho,jogos divertidos grátisvisita a Orlando, nos Estados Unidos, Bolsonaro traçou claros paralelos entre Jeanine e ele próprio.

"A turma dela perdeu (as eleições), voltou a turma do Evo Morales. O que aconteceu um ano atrás? Ela foi presa preventivamente. E agora foi confirmado dez anosjogos divertidos grátiscadeia para ela. Qual a acusação? Atos antidemocráticos. Alguém faz alguma correlação com Alexandrejogos divertidos grátisMoraes e os inquéritos por atos antidemocráticos? Ou seja, é uma ameaça para mim quando deixar o governo?", questionoujogos divertidos grátisjunhojogos divertidos grátis2022,jogos divertidos grátisvisita a Orlando.

Bolsonaro colecionou embates com o Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a participarjogos divertidos grátisatos que pediam o fechamento daquele Poder e viu aliados investigados, denunciados e presos por atos antidemocráticosjogos divertidos grátisprocessos liderados pela corte.

Ao ficar sem mandato,jogos divertidos grátis1ºjogos divertidos grátisjaneiro, o presidente perderá também o foro privilegiado que possui há décadas e, portanto, passará a responder a processos na Justiça comum.

Jeanine Áñez assumiu a presidência da Bolícia logo após a saídajogos divertidos grátisMorales

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Jeanine Áñez assumiu a presidência da Bolícia logo após a saídajogos divertidos grátisMorales

Atualmente, há quatro inquéritos autorizados pelo STFjogos divertidos grátisque Bolsonaro é investigado por suspeitasjogos divertidos grátisdiferentes crimes, como a divulgaçãojogos divertidos grátisnotícias falsas sobre a vacina contra covid-19 (INQ 4888), o vazamentojogos divertidos grátisdados sigilosos sobre ataque ao TSE (INQ 4878), o espalhamento coordenadojogos divertidos grátisnotícias falsas e a possível interferência na Polícia Federal (INQ 4831).

Há ainda as acusaçõesjogos divertidos grátiscrimes feitas pela CPI da Covid, que estãojogos divertidos grátisapuração pela Procuradoria Geral da República.

Três semanas

O que acontecer com os manifestantes pró-Bolsonaro nas ruas até o fim do atual mandato presidencial também poderá ser determinante para o futuro do capitão reformado.

Nas redes sociais, seus apoiadores têm relembrado a renúnciajogos divertidos grátisMorales como uma espéciejogos divertidos grátisexemplo motivacional do que suas ações poderiam gerar. "Em três semanas derrubaram Evo Morales, os protestos não podem serjogos divertidos grátisum único dia…", postou um perfiljogos divertidos grátisapoio a Bolsonaro no Twitter com dezenasjogos divertidos grátismilharesjogos divertidos grátisseguidores.

"Lula e o STF não têm o apoio dos militares, os movimentos se avolumam no Brasil e força humana nenhuma será capazjogos divertidos grátisconter. Me lembra a quedajogos divertidos grátisMorales", postou outro usuário, que se identifica como pastor evangélico.

Para Long, no entanto, as situações são muito diferentes. Primeiro, porque a própria OEA já publicou um relatório preliminarjogos divertidos grátisobservação eleitoral no Brasiljogos divertidos grátisque descarta a possibilidadejogos divertidos grátisfraude na eleiçãojogos divertidos grátisLula, assim como já fizeram outros observadores internacionais, o Tribunaljogos divertidos grátisContas da União e até mesmo as Forças Armadas. Na Bolívia, a denúnciajogos divertidos grátisfraude eleitoral pela OEA foi determinante para a renúnciajogos divertidos grátisMorales.

Segundo porque a comunidade internacional imediatamente reconheceu a vitória do petista, demonstrando que não há apoio para questionamentos sobre a lisura do pleito.

"No caso da Bolívia, Evo estava sendo visto como alguém com um comportamento antidemocrático, por tentar um novo mandato, e isso o enfraqueceu politicamente internacionalmente. Obviamente, isso não justificaria um golpejogos divertidos grátisEstado como o que ocorreu contra ele. No Brasil, quem é visto como antidemocrático é Bolsonaro".

A atuação dos bolsonaristas pró-intervenção militar podem, no entanto, trazer implicações criminais para Bolsonaro caso fique provado que ele teve alguma atuação para a promoçãojogos divertidos grátistais atos. Segundo Long, a condiçãojogos divertidos grátisBolsonaro nesse caso poderia ser análoga àjogos divertidos grátisTrump, que enfrenta investigações por seu papel na invasão do Congresso dos EUA,jogos divertidos grátis6jogos divertidos grátisjaneirojogos divertidos grátis2021.

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O atojogos divertidos grátisestimular comportamento golpista éjogos divertidos grátissi um crime. O artigo 286 do Código Penal brasileiro também prevê detençãojogos divertidos grátistrês a seis meses, ou multa pra "quem incita, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade".

A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e os Sindicatos dos Policiais Rodoviários Federais divulgaram uma nota antes dos pronunciamentosjogos divertidos grátisBolsonaro no qual afirmaram que o silêncio do presidente estaria "estimulando uma partejogos divertidos grátisseus seguidores a adotar açõesjogos divertidos grátisbloqueios nas estradas brasileiras".

Bolsonaro e seus aliados têm tentado desvincular o presidente das manifestações. "Aplausosjogos divertidos grátispé a todos os brasileiros que estão nas ruas protestando, espontaneamente, contra a falência moral do nosso país! Confiem no Capitão!", postou o senador Flávio Bolsonaro, caracterizando as ações como orgânicas.

"Eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias, isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Outras manifestações vocês estão fazendo pelo país todo,jogos divertidos grátispraças, faz parte. E, deixo claro, vocês estão se manifestando espontaneamente", afirmou o próprio Bolsonaro no vídeo que postou no dia 2. O post do presidente nas redes sociais foi inundado por comentários com fotosjogos divertidos grátiscamas box,jogos divertidos grátisreferência ao esconderijojogos divertidos grátisJeanine.

"Suspeito que Bolsonaro está buscando ser legalmente cauteloso para não ser acusadojogos divertidos grátisser golpista, o que contraria a Constituição e poderia ter fortes repercussões legais contra ele. Creio que o exemplojogos divertidos grátisTrump deve estar na cabeça dele. Então, ele está tentando legalmente se proteger ao não convocar explicitamente uma insurgência. Mas, por outro lado, ele está dizendo àjogos divertidos grátisbase 'estou com você, apenas não bloqueie as estradas'. Ele está sendo muito ambíguo emjogos divertidos grátislinguagem. Está preocupadojogos divertidos grátisperder o apoiojogos divertidos grátissua base popular, que ficará desapontada com seu líder, que não está lutando o suficiente aos olhos deles. Mas, ao mesmo tempo, ele está preocupado com essas consequências legais que ele pode enfrentar", resume Long.

Cumprindo a pena, Jeanine reconheceu a vitória eleitoraljogos divertidos grátisLula ainda na segunda-feira, 1/11, antesjogos divertidos grátisqualquer pronunciamentojogos divertidos grátisBolsonaro. E pediu que o governo Lula "condene abusos políticos" na Bolívia, na Nicarágua e na Venezuela.

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