ABL: 40 curiosidades sobre instituição fundada por Machadovbet ecuadorAssis há 125 anos:vbet ecuador

Academia Brasileiravbet ecuadorLetras — Machadovbet ecuadorAssis é o segundo à esquerda, sentado

Crédito, Galeriavbet ecuadorFotos da ABL

Legenda da foto, Machadovbet ecuadorAssis — o segundo à esquerda, sentado — fundou a ABLvbet ecuador1897

vbet ecuador 1. Machadovbet ecuadorAssis nasceu no Morro do Livramento (RJ). De origem humilde, o primeiro presidente da ABL era filhovbet ecuadorum pintor, Francisco José, evbet ecuadoruma lavadeira, Maria Leopoldina. Gago e epilético, publicou Três Tesouros Perdidos, o primeirovbet ecuadorseus maisvbet ecuador200 contos, no jornal Marmota Fluminense,vbet ecuador1858. Ao longo da carreira, teve maisvbet ecuador20 pseudônimos, como Victorvbet ecuadorPaula, João das Regras e Boas Noites.

Machadovbet ecuadorAssis

Crédito, Divulgação

vbet ecuador 2. No jardim do Petit Trianon carioca, uma esculturavbet ecuadorbronzevbet ecuadorMachadovbet ecuadorAssis,vbet ecuadorautoriavbet ecuadorHumberto Cozzo (1900-1981), recebe os visitantes. O acervo da academia, conhecida como "Casavbet ecuadorMachadovbet ecuadorAssis", abriga, entre outros objetos pessoais do escritor, o pincenê (óculos sem haste), a escrivaninha, o tabuleirovbet ecuadorxadrez e o famoso fogareiro onde, reza a tradição, ele incinerava os manuscritosvbet ecuadorque não gostava.

vbet ecuador 3. O "Bruxo do Cosme Velho", apelido dado por Carlos Drummondvbet ecuadorAndrade (1902-1987) a Machado, não fundou a ABL sozinho. A ideiavbet ecuadorcriar uma academia literária, nos moldes da francesa, partiu do advogado e jornalista Lúciovbet ecuadorMendonça (1854-1909). Cada fundador escolheu um patrono paravbet ecuadorcadeira. Machadovbet ecuadorAssis, o dono da cadeira 23, optou por Josévbet ecuadorAlencar (1829-1877), e Lúciovbet ecuadorMendonça, da cadeira 11, por Fagundes Varela (1841-1875).

vbet ecuador 4. A obravbet ecuadorMachado, que morreu sem realizar o sonhovbet ecuadorconhecer a Europa, foi traduzida para 35 idiomas. Memórias Póstumasvbet ecuadorBrás Cubas (1881),vbet ecuadorobra-prima, virou Epitaph of a Small Winner (Epitáfiovbet ecuadorUm Vencedor Medíocre)vbet ecuadoringlês, Mémoires d'Outre-Tombevbet ecuadorBraz Cubas (Memóriasvbet ecuadorAlém-Túmulovbet ecuadorBrás Cubas)vbet ecuadorfrancês e En Vranten Herres Betragtninger (Consideraçõesvbet ecuadorUm Rabugento)vbet ecuadordinamarquês.

vbet ecuador 5. Machadovbet ecuadorAssis não é o imortal da ABL com mais livros traduzidos. Esse título pertence, segundo levantamento da Unesco, a Paulo Coelho. Segundo o Index Translationum, o autorvbet ecuadorO Alquimista (1988) ocupa o primeiro lugar no ranking dos autoresvbet ecuadorlíngua portuguesa com 1.098 títulos. Jorge Amado (1912-2001) aparece na terceira colocação, com 421 livros, e Machadovbet ecuadorAssis na 10ª, com 97.

Paulo Coelho, o acadêmico mais traduzido

Crédito, Richam Samir/Acervo ABL

Legenda da foto, Paulo Coelho é o acadêmico mais traduzido, com 1.098 títulos

vbet ecuador 6. Em 2011, Woody Allen recebeu um pacote enviado pelo correio por um remetente brasileiro. Dentro dele, um exemplarvbet ecuadorMemórias Póstumasvbet ecuadorBrás Cubas: "Você vai gostar disso!", dizia um bilhete. Como o livro tinha poucas páginas, leu. Se fosse grosso, admitiu, teria jogado fora. "Fiquei surpreso com a leitura", declarou o cineasta americano ao jornal britânico The Guardian, "ao mesmo tempo divertida e encantadora".

vbet ecuador 7. A ABL já teve 48 presidentes. O primeiro deles foi Machadovbet ecuadorAssis (entre 1897 e 1908, anovbet ecuadorsua morte) e o atual, Merval Pereira (tomou possevbet ecuador2022). Apenas quatro — Afonso Celso (1860-1938), Fernando Magalhães (1878-1944), Gustavo Barroso (1888-1959) e Marcos Vilaça — ocuparam o postovbet ecuadormaisvbet ecuadoruma ocasião. Duas mulheres presidiram a instituição: Nélida Piñon,vbet ecuador1997, e Ana Maria Machado,vbet ecuador2012 a 2013.

vbet ecuador 8. Austregésilovbet ecuadorAthayde (1898-1993) foi o acadêmico que passou mais tempo no poder: 34 anos,vbet ecuador1959 a 1993. Durantevbet ecuadorgestão foi construído, entre 1958 e 1961, o mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista,vbet ecuadorBotafogo, e inaugurado, no dia 20vbet ecuadorjulhovbet ecuador1979, o prédiovbet ecuador29 andares que leva seu nome, ao lado do Petit Trianon. Por causa do mausoléu da ABL, ganhou o apelidovbet ecuador"Austregésilovbet ecuadorAtaúde".

Austregésilovbet ecuadorAthayde, o presidente da ABL que permaneceu mais tempo à frente da instituição

Crédito, Acervo ABL

Legenda da foto, Austregésilovbet ecuadorAthayde, o presidente da ABL que permaneceu mais tempo à frente da instituição

vbet ecuador 9. Por sugestãovbet ecuadorLúciovbet ecuadorMendonça, o nomevbet ecuadorJúlia Lopesvbet ecuadorAlmeida (1862-1934) foi indicado para fazer parte do quadrovbet ecuadorfundadores da ABL, mas os demais acadêmicos não aceitaram. A cadeira que, por direito, deveria ser dela foi cedida ao marido, o português Filintovbet ecuadorAlmeida (1857-1945). "Não era eu quem devia estar lá", desabafou o imortalvbet ecuadorentrevista ao jornalista João do Rio (1881-1921),vbet ecuador1905. "Era ela."

vbet ecuador 10. A ABL levou 80 anos até elegervbet ecuadorprimeira mulher: Rachelvbet ecuadorQueiroz (1910-2003). Em 1977, ela disputou a cadeira 5 com Pontesvbet ecuadorMiranda (1892-1979) e levou a melhor: 23 votos a 15. Quando lançou seu primeiro romance, O Quinze (1930), Rachelvbet ecuadorQueiroz enfrentou a desconfiançavbet ecuadorcríticos e escritores. "É pilhéria!", desdenhou Graciliano Ramos (1892-1953). "Deve ser pseudônimovbet ecuadorsujeito barbado!"

vbet ecuador 11. Até hoje, a ABL só elegeu nove mulheres, incluindo a pioneira Rachelvbet ecuadorQueiroz: Dinah Silveiravbet ecuadorQueiroz (1980), Lygia Fagundes Telles (1985), Nélida Piñon (1989), Zélia Gattai (2001), Ana Maria Machado (2003), Cleonice Berardinelli (2009), Rosiska Darcyvbet ecuadorOliveira (2013) e Fernanda Montenegro (2022). Considerando o númerovbet ecuadoracadêmicos que já passaram por lá, a presença feminina corresponde a apenas 3,5% do total.

Fernanda Montenegro é aplaudida pelo atual presidente Merval Pereira

Crédito, Dani Paiva/Divulgação

Legenda da foto, Fernanda Montenegro foi eleitavbet ecuador2022 — a presença feminina na ABL corresponde a apenas 3,5% do total

vbet ecuador 12. Nélida Piñon foi a primeira acadêmica a presidir a ABL. E mais: no anovbet ecuadorseu centenário,vbet ecuador1997. Candidata única ao cargo, teve votosvbet ecuador38 dos 39 acadêmicos. A única que, curiosamente, não votou nela foi Rachelvbet ecuadorQueiroz: uma crisevbet ecuadorlabirintite a impediuvbet ecuadorcomparecer à votação. Mas, se dependessevbet ecuadorRachel, o presidente da ABL no anovbet ecuadorseu centenário teria sido José Sarney, o atual decano da instituição.

Nélida Pinon, primeira mulher a presidir a ABL, sentada logo abaixo do retratovbet ecuadorMachadovbet ecuadorAssis

Crédito, Acervo ABL

Legenda da foto, Nélida Pinon, primeira mulher a presidir a ABL

vbet ecuador 13. O númerovbet ecuadornegros na ABL é ainda menor do que ovbet ecuadormulheres: Domício Proença Filho, eleitovbet ecuador2006, e Gilberto Gil,vbet ecuador2021. Em 2018, Conceição Evaristo tentou, mas não conseguiu se eleger. Teve apenas um voto contra 22vbet ecuadorCacá Diegues. De nada adiantaram, entre outras iniciativas, a campanha no Twitter usando a hashtag #ConceiçãoEvaristonaABL e uma petição com 25 mil assinaturas.

Gilberto Gil

Crédito, Richam Samir/Divulgação

Legenda da foto, Gilberto Gil, eleitovbet ecuador2021, é um dos dois únicos negros na ABL

vbet ecuador 14. "Cadeira 41" é um ciclovbet ecuadorpalestras dedicadas a autores que nunca ingressaram na ABL, como Graciliano Ramos, Carlos Drummondvbet ecuadorAndrade e Clarice Lispector (1920-1977). Em bilhete escrito a Lygia Fagundes Telles, no anovbet ecuadorsua morte, a ucraniana naturalizada brasileira admitiu que, apesar do respeito que tinha pela academia, "jamais aceitaria entrar nela". "A gente dá um espirro, e já pensam que estamos morrendo", explicou.

vbet ecuador 15. A ABL é constituída por 40 membros efetivos e perpétuos. Quando um acadêmico morre,vbet ecuadorcadeira é declarada vaga, e os escritores que quiserem ocupá-la terão dois meses para se candidatar. Primeiro, devem enviar uma carta ao presidente, oficializandovbet ecuadorcandidatura. E, depois, iniciarvbet ecuadorcampanha buscando, voto a voto, a vitória. Os imortais são eleitos mediante votação secreta. Terminada a disputa, as cédulas são incineradas.

vbet ecuador 16. Quem deseja ingressar na ABL precisa ser brasileiro e ter um livro publicado. Contando assim, até parece fácil, mas nomes consagrados como Monteiro Lobato (1882-1948) deram com a cara na porta. Tentou, sem sucesso,vbet ecuador1922 e 1926. Em 1944, foi indagado se teria interessevbet ecuadorser indicado pela instituição. Quando soube da presençavbet ecuadorGetúlio Vargas (1882-1954), que o prenderavbet ecuador1941, retirouvbet ecuadorcandidatura: "É o maior ninhovbet ecuadorintrigalha do mundo".

vbet ecuador 17. Em 1980, Mário Quintana (1906-1994) anunciouvbet ecuadorcandidatura à vaga aberta aberta pela mortevbet ecuadorOtáviovbet ecuadorFaria (1908-1980). Perdeu por 31 a 6 para o ex-ministro da Educação do governo João Figueiredo, Eduardo Portella (1932-2017). Abalado, o poeta gaúcho deu entrada numa clínicavbet ecuadorrepousovbet ecuadorPorto Alegre. O recordevbet ecuadorrecusas, porém, pertence a outro poeta: Jorgevbet ecuadorLima (1893-1953). Quatro vezes candidato e jamais eleito.

vbet ecuador 18. Certa ocasião, um poeta inconveniente visitou o acadêmico Afonso Celso e pediu que, assim que surgisse uma vaga, votasse nele. "Não posso empenhar minha palavra, tal como deseja meu caro amigo", respondeu o imortal. "A futura vaga pode ser a minha, o que me poria na posiçãovbet ecuadornão poder cumprir com minha palavra, coisa a que jamais falteivbet ecuadortoda a minha vida."

vbet ecuador 19. A ideiavbet ecuadorabrir as portas da ABL para "notáveis" partiuvbet ecuadorJoaquim Nabuco (1849-1910). "Não devem ser muitos, mas alguns devemos ter", justificou. Em 1898, Nabuco sugeriu a Machado o nome do Barão do Rio Branco (1845-1912). "Mas, o barão não tem livro publicado!", argumentou o presidente da Casa. "Rio Branco está escrevendo o mapa do Brasil", rebateu Nabuco. E o chanceler virou imortal.

vbet ecuador 20. Outros "notáveis" que vestiram o fardão da academia: o inventor Santos Dumont (1873-1932), o empresário Assis Chateaubriand (1892-1968) e o cirurgião plástico Ivo Pitanguy (1923-2016). Uma curiosidade: o "pai" da aviação foi eleitovbet ecuador4vbet ecuadorjunhovbet ecuador1931, mas não tomou posse. Suicidou-sevbet ecuador23vbet ecuadorjulhovbet ecuador1932.

vbet ecuador 21. A mais disputada eleição da história da ABL aconteceu no dia 21vbet ecuadoragostovbet ecuador2008. Vinte e um candidatos, como o escritor Antônio Torres, o desenhista Ziraldo, a historiadora Isabel Lustosa e o crítico literário Fábio Lucas, disputaram a cadeira 23, que pertenceu à escritora Zélia Gattai (1916-2008). O escolhido foi o jornalista e críticovbet ecuadormúsica clássica Luiz Paulo Horta (1943-2013).

vbet ecuador 22. Quando Luiz Paulo Horta morreu, cinco anos depoisvbet ecuadortomar posse, quem assumiuvbet ecuadorvaga foi Antônio Torres, que disputou com elevbet ecuador2008. À época, o "sonhovbet ecuadorconsumo" da academia era o crítico literário Antônio Cândido (1918-2017), que não aceitou o convitevbet ecuadorjeito nenhum. "Tenho um grande apreço pela Academia, tenho grandes amigos lá, mas não tenho espírito acadêmico", justificou.

vbet ecuador 23. Antesvbet ecuadoringressar na ABL,vbet ecuador1967, Guimarães Rosa (1908-1967) serviu como cônsul-adjuntovbet ecuadorHamburgo. Tabagista incorrigível, acordou, certa noitevbet ecuador1941, com vontadevbet ecuadorfumar. Como não havia cigarrovbet ecuadorcasa, saiu para comprar. Estava na rua quando ouviu a sirenevbet ecuadorataque aéreo e correu para o abrigo mais próximo. Pela manhã, ao voltar para casa, descobriu que o prédio onde morava havia sido bombardeado.

vbet ecuador 24. Em 8vbet ecuadoragostovbet ecuador1963, Guimarães Rosa foi eleito para a ABL, mas, supersticioso, adiou ao máximovbet ecuadorposse. Achava que morreria tão logo entrasse lá. Em 16vbet ecuadornovembrovbet ecuador1967, durante seu discurso inaugural, declarou: "A gente morre é para provar que viveu". Três dias depois, fumante, cardíaco e sedentário, não resistiu a um infarto. "Viver é muito perigoso: sempre acabavbet ecuadormorte", diria Riobaldovbet ecuadorGrande Sertão: Veredas (1956).

O discursovbet ecuadorpossevbet ecuadorGuimarães Rosa, o acadêmico com mandato mais curto

Crédito, Acervo ABL

Legenda da foto, O discursovbet ecuadorpossevbet ecuadorGuimarães Rosa, o acadêmico com mandato mais curto

vbet ecuador 25. Nenhum acadêmico fez parte por tanto tempo da ABL quanto Carlos Magalhãesvbet ecuadorAzeredo (1872-1963). Entre os fundadores, era o mais jovem: tinha 25 anos,vbet ecuador20vbet ecuadorjulhovbet ecuador1897. E tornou-se, também, o último deles a morrer,vbet ecuador4vbet ecuadornovembrovbet ecuador1963, aos 91 anos. Foi imortal por 66 anos, 9 meses e 7 dias. Quem chegou mais perto dele foi Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000),vbet ecuador1937 a 2000. Ou seja, 63 anos, 2 mesesvbet ecuador18 dias.

vbet ecuador 26. Medeiros e Albuquerque (1867-1934) foi o criador,vbet ecuador1910, do famoso fardão verde-oliva da academia. O dinheiro para bancar o trajevbet ecuadorgala da instituição, usado nas cerimôniasvbet ecuadorposse, não sai do bolso do novo acadêmico. É doado, segundo a tradição, pelo governo do estado natal do imortal eleito e custa algovbet ecuadortornovbet ecuadorR$ 70 mil. Alguns imortais, como Assis Chateaubriand, o Chatô, foram sepultados com seus fardões.

vbet ecuador 27. Eleitovbet ecuador7vbet ecuadormaiovbet ecuador1910, João Paulo Alberto Coelho Barreto, o João do Rio (1881-1921), foi o primeiro acadêmico a tomar posse usando o famoso "fardão dos imortais". Quando Rachelvbet ecuadorQueiroz venceu a eleiçãovbet ecuador4vbet ecuadoragostovbet ecuador1977, os acadêmicos polemizaram: calça ou vestido? A própria Rachel pôs fim às especulações. "Decidi usar longo", mandou avisar.

vbet ecuador 28. Ao longo das décadas, poucos acadêmicos ousaram pedir desligamento da ABL. Rui Barbosa (1849-1923) foi um deles. O motivovbet ecuadorsua saída teria sido a anulaçãovbet ecuadorseu voto na eleiçãovbet ecuadorDom Silvério Gomes Pimenta (1840-1922). Impossibilitadovbet ecuadorcomparecer à votação, Rui enviou seu voto por carta. Como não residia fora do Rio, não foi computado. Além disso, contrariou o estatuto que defende o voto secreto. Magoado, pediu para sair.

vbet ecuador 29. Por duas vezes, a ABL se posicionou contra a ditadura militar. Na sessãovbet ecuador2vbet ecuadorjaneirovbet ecuador1969, apenas 20 dias depois da instituição do AI-5, Alceu Amoroso Lima (1893-1983) deixou consignadovbet ecuadorata que "não é possível haver cultura sem liberdadevbet ecuadorimprensa". "A censura é um contrassenso que contraria profundamente todo o desenvolvimento cultural do Brasil", declarou.

vbet ecuador 30. Na sessãovbet ecuador19vbet ecuadoragostovbet ecuador1976, foi a vezvbet ecuadorBarbosa Lima Sobrinho (1897-2000) protestar contra as bombas deixadas nas sedes da Associação Brasileiravbet ecuadorImprensa (ABI) e da Ordem dos Advogados do Brasil (ABI), no Centro do Rio. "Se isso visa intimidar, creio que o tempo é perdido, porque a nossa tarefa é continuar a exercer a defesa dos direitos humanos", afirmou.

vbet ecuador 31. A ABL tem duas bibliotecas: a Lúciovbet ecuadorMendonça e a Rodolfo Garcia. Juntas, totalizam 90 mil volumes, inclusive os 720 livros da coleçãovbet ecuadorMachadovbet ecuadorAssis, doadosvbet ecuador1965 pela sobrinha-neta do autor, Ruth Leitãovbet ecuadorCarvalho Lima. Entre outras "relíquias", a instituição abriga a escrivaninhavbet ecuadorOlavo Bilac, o tinteiro portátilvbet ecuadorEuclides da Cunha (1866-1909) e as estantes giratóriasvbet ecuadorManuel Bandeira (1886-1968).

vbet ecuador 32. "Hora do recreio". É assim que alguns acadêmicos se referem ao chá da academia. Toda quinta-feira, às 15h, eles se reúnem para trocar amenidades e saborear quitutes, como pãovbet ecuadorqueijo, pastelvbet ecuadorcarne e bolovbet ecuadoraipim. Para beber, café, suco e vinho, além do chá. A cabeceira da mesa, por via das dúvidas, permanece vazia. Há quem diga que ela traria má sorte para quem a ocupasse. Temas políticos são proibidos.

vbet ecuador 33. A ABL já teve 263 membros. Foram eleitos jornalistas, filólogos e escritores, mas, também, médicos, diplomatas, cineastas, historiadores, advogados e até religiosos. Três ex-presidentes chegaram à academia: Getúlio Vargas (1883-1954), José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Juscelino Kubitschek (1902-1976) entrou na disputavbet ecuador1975, mas perdeu a vaga para o escritor Bernardo Élis (1915-1997). O placar, aliás, foi apertadíssimo: 20 a 19.

Jorge Amado,vbet ecuadorfardão

Crédito, Acervo ABL

Legenda da foto, A vagavbet ecuadorJorge Amado foi ocupada porvbet ecuadorfilha Zélia Gattai

vbet ecuador 34. Dos 39 membros da ABL — a cadeira 13, até 3vbet ecuadorjulho ocupada por Sérgio Rouanet (1934-2022), está vaga —, 16 são octogenários; 12, septuagenários; 7, nonagenários e 2, Eduardo Gianetti,vbet ecuador65 anos, e Jorge Caldeira,vbet ecuador66, sexagenários. Marco Lucchesi, o mais novo da turma, tem 58 anos, e Cleonice Berardinelli, a mais experiente, 105.

vbet ecuador 35. Uma piada, duas versões. Atrasado para uma cerimôniavbet ecuadorposse, Aurélio Buarquevbet ecuadorHolanda (1910-1989) pediu ao taxista que se apressasse. Ao ver o passageirovbet ecuadorfardão, o motorista teria dito: "Do jeito que o senhor está vestido, a cerimônia não vai começar enquanto o senhor não chegar". Em outra versão, o sujeito, ao olhar o autor do dicionário mais famoso do Brasil, teria indagado: "Sois rei?".

vbet ecuador 36. Em 1989, Ariano Suassuna (1927-2014) recebeu um telefonema do alfaiate "oficial" da ABL, o italiano Francesco Rosalba. O autorvbet ecuadorO Auto da Compadecida (1955) agradeceu a ligação, mas disse que preferia confiar a confecçãovbet ecuadorseu fardão a uma costureira do Recife chamada Edith Minervinavbet ecuadorLima. "Não vou dizer que eu era o mais bonito que tinha lá porque, na Academia, só tem gente feia. Mas, era o menos feio", brincou.

vbet ecuador 37. Volta e meia, um visitante ilustre assina o livro da ABL. Já passaram por lá, entre outros figurões, o francês Anatole France (1844-1924),vbet ecuador1910; o alemão Albert Einstein (1879-1955),vbet ecuador1925; o britânico Rudyard Kipling (1865-1936),vbet ecuador1927; o austríaco Stefan Zweig (1881-1942),vbet ecuador1936; o espanhol Carlos Fuentes (1928-2012),vbet ecuador1997...

vbet ecuador 38. Desde 2005, a tarefavbet ecuadorconfeccionar os fardões da ABL passou a ser do alfaiate Diógenes Cardoso. O convite partiu do então presidente da casa, Ivan Junqueira (1934-2014). À época, Diógenes trocou a lã por cambraia, um tecido mais leve e menos calorento. Os fiosvbet ecuadorouro, bordados sob o formatovbet ecuadorramosvbet ecuadorcafé, continuam sendo importados da França. Cada peça leva cercavbet ecuadordois meses para ficar pronta.

vbet ecuador 39. Cada acadêmico ganha, como se fosse um "salário", um valor estimadovbet ecuadorR$ 3 mil por mês. Além disso, embolsa cachês semanaisvbet ecuadorR$ 750 evbet ecuadorR$ 1,5 mil pela participaçãovbet ecuadorconferências e reuniões. O montante pode chegar a R$ 12 mil. A academia ainda oferece, entre outros benefícios, planovbet ecuadorsaúde. Boa parte dos recursos vem do aluguel das 300 salas comerciais do Palácio Austregésilovbet ecuadorAthayde, ao lado do Petit Trianon.

vbet ecuador 40. Por duas vezes, uma mesma cadeira da ABL foi ocupada por dois membrosvbet ecuadoruma mesma família. No dia 10vbet ecuadoragostovbet ecuador1944, Rodrigo Octavio Filho (1892-1969), segundo ocupante da cadeira 35, foi eleito para ocupar a vagavbet ecuadorseu pai, Rodrigo Otávio (1866-1944). Em 7vbet ecuadordezembrovbet ecuador2001, Zélia Gattai (1916-2008) substituiu o próprio marido, Jorge Amado (1912-2001), na cadeira 23.

- Texto originalmente publicadovbet ecuadorhttp://roberthost1.accountsupport.com/brasil-62224349

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