Black Friday: por que lojistas preveem faturar menos mesmo com recordereal bets comvendas:real bets com

Isso também representa um aumentoreal bets com3,8%real bets comrelação a 2020.

Mas, quando descontada a inflação acumuladareal bets com12 meses,real bets com10,67% até outubro, conforme o IPCA, a receita líquida com as vendas deve cair 6,5%.

Será a primeira retração do faturamento do comércio na data desde 2016 — anoreal bets comque a crise bateu forte e fez as vendas brutasreal bets comsi recuarem 6%.

Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo levantamento, explica que o crescimento nos últimos anos fez da Black Friday a quinta data mais importante do comércio brasileiro.

Só fica atrás do Natal, do Dias das Mães, do Dia das Crianças e do Dia dos Pais.

Mas essa boa fase deve ser interrompida pelo mau momento que o país atravessa.

Um levantamento da consultoria IDados com basereal bets comdados do Instituto Brasileiroreal bets comGeografia e Estatística (IBGE) aponta que a renda mensal do brasileiro atingiu o menor valor desde 2017.

Os ganhosreal bets comR$ 2.433real bets commédia representam uma quedareal bets comquase 7% na comparação do segundo trimestre deste ano com o mesmo período do ano anterior.

Ao mesmo tempo, o desemprego, apesar da ligeira tendênciareal bets comqueda, se mantém muito alto.

A taxareal bets comdesempregoreal bets com13,2% é a quarta maior entre as 44 principais economias do mundo,real bets comacordo com um estudo da agênciareal bets comclassificaçãoreal bets comrisco Austin Rating.

Esses fatores são historicamente os mais determinantes para o comportamento do consumidor, explica Bentes, porque pouca gente tem outros ganhos além do próprio emprego.

Ao mesmo temporeal bets comque o mercadoreal bets comtrabalho reage muito lentamente, diz o economista, pouca gente conseguiu negociar um aumentoreal bets comsalário capazreal bets comcompensar a inflação.

Para piorar, a alta dos preços é puxada por produtos essenciais, como alimentos básicos, energia elétrica e combustíveis, e isso não é simples do consumidor driblar para ter uma folga no orçamento.

Daí a expectativa negativa para a Black Friday deste ano, diz Bentes. "Mesmo com o fim das restrições impostas pela pandemia", afirma.

Os motivos para comemorar

A crise econômica e social que o Brasil enfrenta deve reduzir ou anular os ganhos que a Black Friday poderia ter com a melhora da crise sanitária.

A esta altura no ano passado, por exemplo, a perspectiva para os shopping centers erareal bets comterra arrasada por causa das medidasreal bets comisolamentoreal bets commeio ao início da segunda ondareal bets comcasosreal bets comcovid-19.

Agora, com o avanço da vacinação, a queda dos índicesreal bets cominfecções e mortes para os patamares do início da pandemia e com o fim da maioria dos controles sobre a circulaçãoreal bets compessoas e aglomerações, a expectiva é outra.

A Associação Brasileirareal bets comShopping Centers (Abrasce) prevê um crescimentoreal bets com19% nas vendas neste ano, para R$ 2,9 bilhões.

Mesmo com a inflação, o crescimento das vendas deve girarreal bets comtornoreal bets com7%,real bets comacordo com a Abrasce.

"A gente está saindo da pandemia, então, está todo mundo na euforiareal bets comvisitar lugares que não dava pra ir antes", avalia Alexandre Marquesi, professor da Escola Superiorreal bets comPropaganda e Marketing (ESPM).

Com muita gente querendo consumir, Marquesi enxerga uma tendência positiva para a Black Fridayreal bets com2021.

"As vendas devem crescer, embora não tanto quanto nos outros anos", diz o especialista.

Marquesi aponta ainda que a Black Friday deste ano vem embalada pelo salto que o comércio eletrônico deu durante a pandemia.

Para um eventoreal bets comque cercareal bets comtrês quartos das vendas acontecem pela internet no Brasil, é um baita ponto a favor.

"O volumereal bets comvendas do e-commerce cresceu 40%real bets com2020, mas não foi só isso. Aumentou o valor médio gasto por cada pessoa e a frequência das compras. Hoje, existe um mercado muito mais consolidadoreal bets comconsumo digital", afirma o professor da ESPM.

Uma pesquisa da empresareal bets comanálisereal bets commercado NielsenIQ|Ebit com 2,72 mil pessoas aponta que 89% pretendem fazer compras online na Black Friday.

É um percentual ligeiramente mais baixo dos 91% do ano passado, mas ainda assim fica no mesmo patamar dos últimos quatro anos.

A questão é saber se essa disposiçãoreal bets comir às comprar vai se transformarreal bets comvendasreal bets comfato.

"É um desejo que está na cabeça do consumidor, que pode se efetivar ou não, a depender do que os varejistas vão oferecer", diz Marcelo Osanai, executivoreal bets come-commerce da NielsenIQ|Ebit.

Ele concorda que a pandemia provocou uma "mudança fundamental" nos hábitos dos brasileiros e trouxe muita gente para as lojas digitais.

Também fez as empresas investirem na infraestruturareal bets comvendas pela internet, o que as deixou melhor preparadas para uma data como a Black Friday.

Mas isso não é uma garantiareal bets comsucesso.

"As restrições no orçamento familiar podem tornar os descontos ainda mais atraentes, mas também podem fazer as pessoas optarem por gastar menos neste ano por causa da inflação e do desemprego altos", diz Osanai.

Os motivos para se preocupar

Os rumos da economia ditam se o comércio vai bem ou mal, explica Ricardo Teixeira, coordenador do MBAreal bets comGestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas.

"Ao comprar, as pessoas pensam no hoje e no amanhã. Na medidareal bets comque a situação futura parece ser confortável, as famílias tendem a consumir. Se houver incerteza, a tendência é segurar", diz Teixeira.

E, neste momento, não apenas o Brasil, mas o mundo enfrenta um cenárioreal bets comincerteza.

Os preços aumentaramreal bets comvários países por contareal bets comum aumento na procura por produtos e serviços e as dificuldades que o mercado tem enfrentado para atender essa demanda por faltareal bets commatéria-prima e mãoreal bets comobra.

Isso bem na horareal bets comque as pessoas podem circular mais livremente e querem desfrutar dessa liberdade.

Mas elas muitas vezes não sabem se continuarão empregadas no curto prazo e como a economia deve se comportar no próximo ano.

"É uma situação antagônica", reconhece Teixeira, que diz que,real bets comum cenário assim, a capacidade dos varejistasreal bets comconvencer o consumidorreal bets comque ele está fazendo um bom negócio vai ser ainda mais importante.

O problema é que as próprias lojas estão com dificuldades para oferecer descontos maiores como fizeramreal bets comoutros anos.

Fábio Bentes, da CNC, explica que, se a inflação está pesando para os consumidores, os preços subiram ainda mais para os lojistas. No atacado, a alta ficoureal bets comtornoreal bets com22%, calcula o economista.

"Os varejistas estão repassando uma parte disso para o consumidor e retendo uma parte, diminuindoreal bets commargem, para ganhar na quantidadereal bets comvendas. Aí o varejo não consegue dar descontosreal bets com30%, 40%", diz Bentes.

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central tem aumentado os juros. A taxa Selic começou o anoreal bets com2% e já estáreal bets com7,75%.

É outra má notícia para quem quer aproveitar a Black Friday, porque isso torna as vendas parceladas mais caras.

E 50% dos consumidores ouvidos pela Nielsen|Q|Ebit pretendem pagar a prazo no cartão neste ano.

Se o consumidor encontrar um númeroreal bets comprestações menor ou um valorreal bets comparcela mais caro, isso pode ser um desestímulo às compras, diz Bentes.

"Vai ser uma Black Friday desafiadora", resume o economista.

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