O drama das brasileiras que sofrem com violênciasite de aposta bbb 22maridos estrangeiros na Europa:site de aposta bbb 22

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Segundo dados do Itamaraty repassados à BBC News Brasil,site de aposta bbb 22janeirosite de aposta bbb 222019 até novembrosite de aposta bbb 222020 foram relatados 213 episódiossite de aposta bbb 22violência doméstica e tráficosite de aposta bbb 22seres humanos com vítimas brasileiras no exterior. O número verdadeiro pode ser maior, pois há subnotificaçãosite de aposta bbb 22casos dessa natureza.
A cada ano, 50 mil mulheres são assassinadas no mundo, vítimassite de aposta bbb 22violência doméstica. Isso representa aproximadamente uma morte a cada dez minutossite de aposta bbb 22acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Mundialmente, mais da metade dessas vítimas (58%) é morta por homens próximos, como pais, irmãos ou parceiros. Os maridos e ex-companheiros são os principais assassinos e respondem por 1site de aposta bbb 22cada 3 mortes.
Parceiros do mal
Os dados revelam que justamente no núcleo no qual as mulheres deveriam ser mais protegidas é onde acabam por sofrer as violações.
A enfermeira Elaine* sabe bem disso. Ela sobreviveu à violência psicológica e às agressões físicas do ex-marido suíço. Ele era ciumento e a forçava a comer após as brigas como um gestosite de aposta bbb 22paz.
"Ele se desculpava me empanturrandosite de aposta bbb 22comida. Cheguei a comer uma barrasite de aposta bbb 22500gsite de aposta bbb 22chocolate por dia. Só no café da manhã eu engolia (...) maissite de aposta bbb 221 litrosite de aposta bbb 22sucosite de aposta bbb 22laranja", recorda.
"Depoissite de aposta bbb 22cinco anossite de aposta bbb 22casada eu pesava 120kg, quando o meu normal era 65Kg. Era tanto ressentimento, que eu gerei uma segunda pessoa dentrosite de aposta bbb 22mim", relembra Elaine.
Quando a brasileira decidiu fazer uma cirurgia bariátrica,site de aposta bbb 22reduçãosite de aposta bbb 22estômago, teve que agirsite de aposta bbb 22segredo porque o ex era contra. A independência dela gerou fúria nele. O casal buscou aconselhamento, massite de aposta bbb 22novembrosite de aposta bbb 222013 Elaine* desistiu quando, alémsite de aposta bbb 22sofrer agressões psicológicas, apanhou duas vezes.
A enfermeira saiu da casa escoltada pela polícia suíça, que a ajudou a recolher os pertences. A carioca sumiu da vida do ex para salvar a própria vida com dieta e exercícios.
Sete anos depois, 60kg mais magra e esbanjando saúde, Elaine sente que deu a volta por cima. Oficializou o divórcio, fez cirurgias plásticas, dois cursos profissionalizantessite de aposta bbb 22enfermagem e terapia.
"Reconquistei a minha autoestima, a independência financeira e psicológica. Pago as minhas contas, gostosite de aposta bbb 22namorar, viajo e sou muito bem resolvida".
A reportagem tentou contatar o ex-marido, mas não obteve retorno até a publicação. Em documentos, cuja autenticidade foi confirmada pela polícia, consta que a brasileira sofreu agressõessite de aposta bbb 22casa.

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Imigrantes vulneráveis
Nem todas as históriassite de aposta bbb 22violência doméstica tem um finalsite de aposta bbb 22superação como asite de aposta bbb 22Elaine. Brasileirassite de aposta bbb 22relacionamentos com estrangeiros se enquadramsite de aposta bbb 22um grupo particularmente vulnerável e desfavorecido no exterior.
A jornalista e autora Liliana Tinoco Bäckert relatou casos objetossite de aposta bbb 22sua pesquisa no livro Amores Internacionais: Casei com um Estrangeiro e Agora.
"A brasileira ao emigrar perde toda uma redesite de aposta bbb 22proteção que ela tem no seu país, nasite de aposta bbb 22comunidade", diz Bäckert.
"Quando ela perde essa redesite de aposta bbb 22contatos, ela está exposta porque não tem pra quem pedir socorro. Ela não conhece as regras, não sabe se existe uma delegacia da mulher, uma casasite de aposta bbb 22proteção", acrescenta.
Responsáveis por auxiliar os brasileiros no exterior, as representações consulares são recorrentemente confrontadas com casossite de aposta bbb 22imigrantes aflitas, que desconhecem seus direitos.

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Segundo dados do Itamaraty,site de aposta bbb 22janeirosite de aposta bbb 222019 até novembrosite de aposta bbb 222020 foram relatados oficialmente 213 episódiossite de aposta bbb 22violência doméstica e tráficosite de aposta bbb 22seres humanos com vítimas brasileiras no exterior.
Katrina* é uma das vítimas que preferiu não denunciar o ex e, portanto, não entrou para as estatísticas. Alémsite de aposta bbb 22ter sido chantageada e agredida, ela sofreu um tipo peculiarsite de aposta bbb 22violência psicológica: "Doxing", que é um crime praticado online.
"Doxing" ocorre quando alguém publica na internet informações pessoaissite de aposta bbb 22terceiros com intenção maliciosa, normalmente insinuando que a dita pessoa está solicitando sexo. Trata-sesite de aposta bbb 22uma violação ao direito à privacidade.
O ex divulgou o endereço, telefone e fotos pessoais dela numa rede social. "Todo dia apareciam homens estranhos no portão da minha casa, perguntado se eu era prostituta. Ele escrevia para eles no chat, se fazendo passar por mim (...). Aí tirava fotos da conversa e mandava para as esposas esperando que elas fossem lá me bater", relembra.
A potiguar Katrina teve um longo históricosite de aposta bbb 22idas e vindas com o companheiro abusivo, mas só tomou coragem para finalmente abandonar o relacionamento quando foi pressionada por ele a se prostituir. "Ele disse que não queria mulher encostada na casa dele."
Ela conheceu um novo companheiro e com a ajuda dele conseguiu se afastar do ex. Atualmente, já falando o idioma alemão, é mãesite de aposta bbb 22um bebê do segundo marido e diz ter finalmente conquistado a paz familiar que sempre sonhou.

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Não são raros os casossite de aposta bbb 22que companheiros europeus tentam forçar esposas brasileiras a se prostituir. Operando há 15 anos no continente, a ONG Projeto Resgate ajuda na repatriaçãosite de aposta bbb 22vítimassite de aposta bbb 22violência e tráficosite de aposta bbb 22seres humanos e já atendeu maissite de aposta bbb 222.000 casos, 178 somente no último ano.
O coordenador do projeto, pastor Marco Auréliosite de aposta bbb 22Souza, explica que já viu muitos casossite de aposta bbb 22que o marido é o opressor e a exploração acontecesite de aposta bbb 22maneira "caseira", sem ter uma máfia envolvida.
"Os aliciadores são homens comuns, que se aproveitam dos sonhos, da fantasia, da ilusão e da paixão delas. Primeiro parecem um príncipe encantado, montado no cavalo branco. A jovem acredita, vai e se casa. Chegando na Europa descobre que se casou com o cavalo e não com o príncipe", lamenta.
Além da violência a privação
Colaboradora da Projeto Resgatesite de aposta bbb 22Zurique e acostumada a lidar com os processossite de aposta bbb 22divórciosite de aposta bbb 22mulheres brasileiras, a advogada Fernanda Pontes explica que a faltasite de aposta bbb 22conhecimento dos seus direitos por parte das vítimas resultasite de aposta bbb 22situaçõessite de aposta bbb 22abuso, inclusive econômico.
"Além da agressão física, sexual e psicológica, a opressão econômica também pode caracterizar violência doméstica, pois com ela o agressor priva ou restringe a vítima dasite de aposta bbb 22liberdade e do seu convívio social", explica.

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"Infelizmente, esse tiposite de aposta bbb 22violência pode não ser identificada inicialmente pela vítima. Muitas vezes o agente a proíbesite de aposta bbb 22trabalhar,site de aposta bbb 22forma a impossibilitarsite de aposta bbb 22independência financeira, ou simplesmente "confisca" o seu salário. Nesse tiposite de aposta bbb 22violência, o agressor tem o intuitosite de aposta bbb 22ser o único detentor do poder econômico da relação", explica.
Ariadne*, paulista formadasite de aposta bbb 22Relações Públicas, foi casada com um rico financista suíço e sofreu violência psicológica e econômica. Apesarsite de aposta bbb 22eles terem uma filha juntos, o marido não a deixava estudar, nem ter acesso ao dinheiro da família, ocultando o patrimônio.
"Ele só me dava 200 francos por mês para fazer as compras do supermercado. Tive que usar dinheirosite de aposta bbb 22economias que eu trouxe do Brasil para comprar roupasite de aposta bbb 22inverno pra mim", recorda.
Foi com a ajuda da advogada Fernanda que Ariadne conseguiu se divorciar, mas não obteve pensão coerente com seu nível educacional. O juiz ainda negou a ela a liberdadesite de aposta bbb 22poder voltar ao Brasil, onde esperava retomar a bem-sucedida carreira corporativa. O regimesite de aposta bbb 22guarda compartilhada a impedesite de aposta bbb 22sair da Suíça sem a permissão do ex-marido.
Como às vezes o ex-marido atrasa a pensão, ela precisa fazer bicossite de aposta bbb 22faxineira para sobreviver. Apesar da nova realidade profissional, Ariadne não desiste. "Estou fazendo cursos e vou me reposicionar", planeja.
Dependência e vulnerabilidade
Valentina Volpe, especialista baseadasite de aposta bbb 22Bangcoc atuando no programa das Nações Unidas que lida com migração e violência contra as mulheres, aponta semelhanças nas experiências que estrangeirassite de aposta bbb 22todos os níveis sociais e educacionais compartilham.
Sejam documentadas (na condiçãosite de aposta bbb 22esposas) ou indocumentadas (como trabalhadoras informais), mulheres imigrantes sofrem com o isolamento que experimentam longesite de aposta bbb 22suas culturas.
"Para muitas delas essa é a maior questão, que elas não têm uma estrutura socialsite de aposta bbb 22apoio. Basicamente não sabem onde pedir por ajuda. Não tem maneirassite de aposta bbb 22comparar o que é normal, o que deveria ser feito, qual é a lei, como podem ser protegidas", afirma.

Crédito, Acervo pessoal
Inkeri Von Hase, especialista da ONU para políticas focadas na migração, concorda que mulheres imigrantes estão igualmente vulneráveis.
"Muitas vezes são as desigualdades profundamente arraigadas que motivam as mulheres a deixarem seus países (...) Elas tentam escapar relaçõessite de aposta bbb 22abuso quando deixam os seus paísessite de aposta bbb 22origem, mas acabam se encontrando muito mais suscetíveis à violência, especialmente se não estão documentadas", pondera Von Hase.
Segundo Von Hase, as políticas migratórias restritivassite de aposta bbb 22muitos casos deixam as mulheres condicionalmente dependentes dos maridos e deveriam ser liberalizadas.
"Muitas vezes se uma mulher imigra pelo marido, o direito delasite de aposta bbb 22permanecer no local depende do tiposite de aposta bbb 22permissãosite de aposta bbb 22residência dele. Se há abuso nessa relação, é muito improvável que a mulher busque ajuda ou abandone essa relação abusiva, porque ela sabe que isso pode resultarsite de aposta bbb 22ela ser deportada", diz Von Hase.
"A mulher imigrante não encontra ajuda porque não tem os mesmos direitos das cidadãs na prática. Se ela tem filhos com o marido, ela não consegue simplesmente deixá-lo. Essa mulher se submete a muitas coisas porque não tem como ir embora. Ela está praticamente amarrada a esse homem, enquanto não obtiver a própria independência financeira", conclui Liliana Tinoco Bäckert.
*Os nomes das entrevistadas foram alterados a fimsite de aposta bbb 22evitar que elas fossem identificadas.

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