'Sobrevivi a meu marido, e agora?': como violência doméstica marca mulheres para resto da vida:sportingbet apostas esportivas
- Vinícius Lemos
- De Cuiabá para a BBC News Brasil

Crédito, Getty Images
sportingbet apostas esportivas O som das marteladas ainda ecoa na cabeça da donasportingbet apostas esportivascasa Marina Mirtes. Seis anos depois, as agressões praticadas pelo ex-namorado, que quase a levaram à morte, ainda são lembranças constantes na vida da mulher. Além dos traumas psicológicos, ela carrega consigo sequelas físicas que a impedem retornar ao trabalho.
Marina, que atualmente tem 57 anos, era cabeleireira autônoma. Hoje, ela afirma que não tem forças para fazer nenhum tiposportingbet apostas esportivastrabalho.
"Não consigo mais ficar tanto temposportingbet apostas esportivaspé", diz à BBC News Brasil. Ela relata que está com dois aluguéis atrasados, sem dinheiro para pagar contassportingbet apostas esportivaságua e luz e tem apenas arroz e feijão para se alimentar.
A vida da donasportingbet apostas esportivascasa mudou completamente no fimsportingbet apostas esportivassetembrosportingbet apostas esportivas2013. Ela relata que o ex-companheiro, Jefferson Roberto dos Santos, na época com 31 anos, a agrediu com uma chavesportingbet apostas esportivasfenda e um martelo, na residênciasportingbet apostas esportivasque eles moravam,sportingbet apostas esportivasLuziânia (GO).
"Ele disse que iria abrir a minha cabeça", diz. Marina acreditava que não sobreviveria à agressão.
A certezasportingbet apostas esportivasque seria morta enquanto era agredida pelo companheiro também é relatada por Geziane Buriola da Silva,sportingbet apostas esportivas33 anos. Em abrilsportingbet apostas esportivas2017, ela teve as mãos decepadas pelo então namorado, Jair da Costa, nas proximidades da residênciasportingbet apostas esportivasque eles viviam, no municípiosportingbet apostas esportivasCampo Novo do Parecis (MT).
"Ele me atacou com um facãosportingbet apostas esportivasdireção ao meu pescoço. Coloquei as minhas mãos na frente, para me defender", diz Geziane.
Depoissportingbet apostas esportivasperder as mãos, a vida dela mudou completamente. Ela passou a dependersportingbet apostas esportivasparentes até para as necessidades básicas. "Não consigo pentear sozinha o meu cabelo. Com o passar do tempo, aprendi a me virar sozinha, mas ainda precisosportingbet apostas esportivasajudasportingbet apostas esportivasmuitos momentos", relata.
Ela trabalhava como empregada doméstica, mas atualmente não consegue exercer nenhuma profissão,sportingbet apostas esportivasrazão das dificuldades causadas pela ausência das mãos.
As históriassportingbet apostas esportivasMarina e Geziane ilustram as consequênciassportingbet apostas esportivasagressões contra as mulheres. Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, sob encomenda pela ONG Fórum Brasileirosportingbet apostas esportivasSegurança Pública (FBSP), apontou que 536 mulheres foram agredidas fisicamente a cada hora com socos, empurrões ou chutes, no ano passado. Ainda segundo o levantamento, 177 mulheres foram espancadas a cada hora no paíssportingbet apostas esportivas2018.
Na maioria dos casos, conforme o levantamento, a vítima conhecia o agressor —sportingbet apostas esportivasmuitos casos, era marido, namorado, ex-cônjuge ou vizinho. A pesquisa também revelou que a maioria das agressões foram registradas no ambiente doméstico.
Depois das agressões
Em razão das agressões, muitas mulheres passam a ter dificuldades físicas e psicológicas. Muitas começam a ter dificuldades no trabalho. Dados da Pesquisasportingbet apostas esportivasCondições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, divulgados no fimsportingbet apostas esportivas2017, apontaram que vítimassportingbet apostas esportivasagressões têm quedasportingbet apostas esportivasprodutividade. O levantamento foi feito com 10 mil mulheressportingbet apostas esportivasEstados nordestinos.
Conforme a pesquisa, mulheres que sofreram agressões têm menor capacidadesportingbet apostas esportivasconcentração, redução da capacidadesportingbet apostas esportivasdormir e estresse frequente. Em razão disso, elas costumam durar menos tempo nos empregos. O levantamento revelou que essas mulheres ganham menos. Os menores salários entre as vítimassportingbet apostas esportivasviolência doméstica estão entre as mulheres negras, que também figuram, conforme as pesquisas, entre as mais agredidas no país.
Especialistas afirmam que procurar alternativas para enfrentar a violência contra a mulher é assunto urgente. Segundo os estudos, para que uma vítima possa seguirsportingbet apostas esportivasfrente após ser agredida, é importante que ela rompa com o ciclosportingbet apostas esportivasviolência e compreenda sobre os seus direitos. Denunciar o agressor é uma tarefa fundamental — conforme dados do FBSP, mais da metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda.
Psicóloga e pesquisadora do FBSP, Juliana Martins explica que as agressões podem afetar as mulheressportingbet apostas esportivasdiferentes maneiras. "Não é possível esperar que todas elas reajam da mesma forma à violência sofrida. Mas o que se pode dizer, com certeza, é que a violência vai afetar todas as mulheres que são, foram ou forem vítimassportingbet apostas esportivasviolência, cada umasportingbet apostas esportivasuma maneira."
"Não é possível prever o impacto que vai ter na vidasportingbet apostas esportivascada mulher. Mas, sim, uma mulher gravemente agredida pelo companheiro vai enfrentar dificuldades para recuperarsportingbet apostas esportivasvida, para confiar nas pessoas e até para confiar nela mesma novamente. As consequências dessas agressões podem ser sequelas físicas, emocionais ou psicológicas. E podem ser marcas muito profundas, que podem demorar anos para aparecer", ressalta Juliana.
Representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino ressalta que é fundamental compreender que as agressões podem terminarsportingbet apostas esportivasfeminicídio. "É preciso atuar sobre as causas e os fatores da violência contra a mulher, impedindo que isso aconteça. É urgente garantir ações e investimentossportingbet apostas esportivasprevenção da violênciasportingbet apostas esportivasgênero e para a desconstrução do machismo."
'Se a gente terminasse, ele me mataria'
Assim como muitas mulheres, Marina optou por não denunciar o companheiro nas primeiras agressões. Ela relata que apanhou dele pela primeira vez quando estavam juntos havia seis meses. "Nos conhecemossportingbet apostas esportivasuma festasportingbet apostas esportivasuma chácara. No começo, ele parecia muito legal, mas depois foi demonstrando quem erasportingbet apostas esportivasverdade."

Crédito, Arquivo pessoal
Eles começaram a morar juntos logo nos primeiros mesessportingbet apostas esportivasnamoro. A partirsportingbet apostas esportivasentão, Marina descobriu que ele era extremamente ciumento e possessivo. Segundo ela, o rapaz ficava extremamente agressivo quando consumia bebida alcoólica. A primeira agressão contra ele foi um chute, durante uma discussão. "Naquele momento, eu não quis mais ficar com ele. Fiquei com medo. Ele se mostrou uma pessoa muito perigosa", conta.
Marina relembra que ficou com medosportingbet apostas esportivasterminar e ser perseguida pelo homem. "Ele disse que se eu terminasse, iria me matar", relata. Ela continuou com o rapaz.
Meses depois, segundo Marina, ela estavasportingbet apostas esportivascasa ouvindo música quando o então namorado chegou alcoolizado. "Ele me pegou pelas costas, me jogou no chão e me chutou. Ele estava com ciúmes do cantor que eu estava ouvindo e, por isso, falou que ia me matar com a chavesportingbet apostas esportivasfenda e com o martelo."
"Ele tentou quebrar a minha testa com o martelo, mas não conseguiu. Então, ele quebrou parte do meu rosto e do meu nariz com o martelo. Depois, furou meu olho direito com uma chavesportingbet apostas esportivasfenda", narra a donasportingbet apostas esportivascasa. Ela relata ter sentido dores intensas. "Pensei que tinha morrido. Quando acordei, ele havia fugido e eu estava cheiasportingbet apostas esportivassangue."
Ela foi salva por amigos e vizinhos, que chamaram o resgate. No hospital, passou duas semanas na Unidadesportingbet apostas esportivasTratamento Intensivo (UTI). "Fiquei internadasportingbet apostas esportivasestado grave. Os médicos tiveramsportingbet apostas esportivasreconstruir parte do meu rosto, principalmente o meu nariz, com parte da minha costela. Também colocaram uma placa no meu rosto", detalha. Ela ficou cega do olho direito.
Após receber alta hospitalar, a donasportingbet apostas esportivascasa passou a viver com medosportingbet apostas esportivasque o ex-namorado a atacasse novamente. O homem ficou cinco anos foragido. Ele foi preso somente no fim do ano passado,sportingbet apostas esportivasMontes Claros (MG). Segundo Marina, ele foi detido por ter agredido outra mulher e os policiais descobriram, ao investigar as anotações criminais dele, que o homem era foragido. Em razão disso, ele foi encaminhado para Luziânia e o processo por agressão a Marina começou a andar.
De acordo com o Tribunalsportingbet apostas esportivasJustiçasportingbet apostas esportivasGoiás,sportingbet apostas esportivasbreve a juíza deve marcar as audiências sobre o caso.
Marina diz esperar que o ex permaneça preso e seja condenado pelas agressões contra ela. Porém, a donasportingbet apostas esportivascasa frisa que ele causou danos irreparáveis para asportingbet apostas esportivassaúde. "Tenho dificuldades para andar, não posso ficar muito tempo no sol, estou com uma depressão profunda e não consigo trabalhar. Ele destruiu a minha vida. Acho que não tenho mais jeito, não", diz a mulher,sportingbet apostas esportivasmeio a lágrimas.
O maior medo dela é ser despejada da casasportingbet apostas esportivasque vive junto com seu gato e um cachorro. Ela deve R$ 500sportingbet apostas esportivasaluguel. "Todos os dias a dona vem pedir a casa. Eu não tenho dinheiro para pagar, nem para onde ir. É triste. Não tenho nem comida. Hoje mesmo, não tomei café da manhã, porque não tinha nada para comer. Não sei mais o que fazer. Acho que não tenho mais jeito."
Desde que recebeu alta hospitalar, ela vivesportingbet apostas esportivasdoações. "De vezsportingbet apostas esportivasquando, o pessoal da tevê vem aqui e faz reportagem comigo. As pessoas se sensibilizam e doam dinheiro, roupas e comida. Mas faz tempo que não vem alguém aqui fazer reportagem comigo, por isso estou sem nada", diz. A única renda fixa dela vem do dinheiro que junta recolhendo e vendendo recicláveis. "Mas não é muita coisa, porque não é todo dia que tenho disposição para andar pela rua para procurar recicláveis. Consigo, no máximo, R$ 50 com isso por mês."
Um dos principais objetivossportingbet apostas esportivasMarina é conseguir se aposentar por invalidez. "Dia desses, uma advogada levou meus papeis e meus laudos para ver se tenta me aposentar. Mas ela disse que talvez só daqui a dois anos consiga", diz,sportingbet apostas esportivastomsportingbet apostas esportivasdesanimo. "O que eu mais quero é me aposentar, ter uma casa pra morar e ter comida pra mim e para os meus bichinhos, que precisamsportingbet apostas esportivasração."
'Eu achava que ele fosse mudar'
As dificuldades após ser vítimasportingbet apostas esportivasviolência doméstica também fazem parte da rotinasportingbet apostas esportivasGeziane Buriola. Ela se relacionou por um ano e cinco meses com Jair da Costa. Logo nos primeiros meses da relação, segundo a mulher, ele começou a agredi-la.

Crédito, Arquivo pessoal
"Eu era muito apaixonada por ele e achava que pudesse mudar", diz.
As agressões, segundo Geziane, eram constantes. Ela chegou a registrar denúncias contra ele.
"Mas todas as vezes, eu pensava que ele pudesse mudar, retirava a queixa e voltávamos a ficar juntos. Eu era cegasportingbet apostas esportivasamor por ele. Esse era o meu maior problema."
Geziane era empregada doméstica. As agressões passaram a prejudicar o trabalho dela. "Por diversas vezes, deixeisportingbet apostas esportivastrabalhar por vergonha, porque estava com hematomas por causa das agressões", relata.
Um mês antessportingbet apostas esportivasser atacada, ela havia terminado o relacionamento e se mudou para a casa da mãe. Porém, ela conta que o homem insistiusportingbet apostas esportivasretomar o namoro e disse que tinha mudado. "Acabei voltando com ele, por acreditar nessa mudança. Mas depois, descobri que ele já estava planejando me matar."
Ela relata que Jair tinha um facão, que amolava diariamente desde a última vezsportingbet apostas esportivasque voltaram. "Eu perguntava para ele o motivosportingbet apostas esportivasficar amolando aquela faca, mas ele dizia que uma hora eu descobriria. Nunca desconfiei que fosse para me atacar."
Na noitesportingbet apostas esportivas10 abrilsportingbet apostas esportivas2017, ela estavasportingbet apostas esportivascasa quando foi atacada pelo homem. "Ele tinha bebido muito. Passou o dia inteiro amolando o facão, mas eu não desconfiavasportingbet apostas esportivasnada. A gente estava no sofásportingbet apostas esportivascasa, quando,sportingbet apostas esportivasrepente, ele me puxou pelo cabelo, ergueu a mão e pegou o facão."
"Percebi que ele queria cortar meu pescoço. Eu o joguei pra trás e corri. Caí no portão da casa da vizinha, porque estava chovendo. Ele veio atrássportingbet apostas esportivasmim. O primeiro golpe dele com o facão foi na cabeça e o segundo foi no ombro. Ele se sentou nas minhas pernas, porque eu não consegui me levantar, e direcionou o facão para o meu pescoço. A minha defesa foi colocar minhas mãossportingbet apostas esportivasfrente", relata.
Geziane define o momento como um filmesportingbet apostas esportivasterror. "É uma imagem que nunca vou esquecer na vida", diz. Em seguida, o homem fugiu. "Ele acreditou que tinha me matado e correu pela rua, porque os vizinhos foram atrás dele quando ouviram os meus gritos."
Ela foi levada ao hospitalsportingbet apostas esportivasestado grave e teve as mãos e os punhos amputados. "Passei 25 diassportingbet apostas esportivascoma. Os médicos não acreditavam que eu fosse sobreviver."
O ex-namorado dela foi preso no dia do crime. Ele alegou que estava revoltado porque teria sido traído por ela. O homem permaneceu preso na cadeia públicasportingbet apostas esportivasCampo Novo do Parecis até o dia do julgamento,sportingbet apostas esportivasjulho deste ano. O homem foi condenado a 15 anos e seis mesessportingbet apostas esportivasprisãosportingbet apostas esportivasregime fechado pela tentativasportingbet apostas esportivasfeminicídio.
De acordo com o Tribunalsportingbet apostas esportivasJustiçasportingbet apostas esportivasMato Grosso, até o momento não foi protocolado nenhum recurso da defesa do ex-namoradosportingbet apostas esportivasGeziane após a condenação. O agressor não pode recorrersportingbet apostas esportivasliberdade,sportingbet apostas esportivasrazão da gravidade do crime.
Apesarsportingbet apostas esportivaso homem estar na cadeia, Geziane confessa que teme que ele volte a atacá-la. "Ainda tenho essa sensaçãosportingbet apostas esportivasinsegurança, mesmo com ele preso", revela. Para ela, a pena aplicada ao ex foi insuficiente. "Daqui a uns dois ou três anos, se ele tiver bom comportamento, vai estarsportingbet apostas esportivasliberdade. Queria que ele permanecesse preso por toda a vida, para pagar pelo que fez comigo", diz.
Depoissportingbet apostas esportivasmaissportingbet apostas esportivasum mês internada, após o ataque, ela foi para a casa da família. Alémsportingbet apostas esportivasperder as mãos, as agressões do ex-companheiro também deixaram cortes na cabeça, no rosto e no abdômen da vítima.
O padrasto e a mãe dela a ajudaram a se restabelecer. "Eles me auxiliaram a trocar fraldas e nas atividades do cotidiano, porque eu não conseguia", conta.
Atualmente, Geziane ainda tem dificuldades. "Mas tento me virar sozinha, porque não gostosportingbet apostas esportivasficar dando trabalho para os outros", revela. O maior sonho dela atualmente é conseguir as próteses. "Quero conquistar ainda mais a minha independência."
Para ajudá-la a conseguir próteses para as mãos, um site criou uma vaquinha online para arrecadar R$ 112 mil, que devem ser utilizados para comprar equipamentos modernos que que possuem abertura e fechamento das mãos por meio da ação muscular. Até esta segunda-feira (25), já haviam sido arrecadados R$ 96,2 mil.
A renda mensalsportingbet apostas esportivasGeziane corresponde a um salário mínimo, após conseguir um benefício temporário por invalidez. Ela afirma que seu objetivo é voltar a trabalhar. "Quero ser cada vez mais independente. Mas sei que terei dificuldades e a minha vida nunca mais será como antes."
Maria da Penha
Em meio às inúmeras históriassportingbet apostas esportivasmulheres agredidas, uma costuma ser lembrada com frequência: a da ativista Maria da Penha, que inspirou a Leisportingbet apostas esportivascombate à violência doméstica contra a mulher no Brasil.
Penha, hoje com 74 anos, sofreu grave violência do então marido, o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. Ela conta que vivia um casamento infeliz e afirma que o marido costumava ser agressivo. Em maiosportingbet apostas esportivas1983, a ativista foi baleada pelo homem.
O tiro deixou Penha na cadeirasportingbet apostas esportivasrodas. Ela conta que tevesportingbet apostas esportivasreaprender a viver. A ativista era servidora pública e se aposentou por invalidez.
Por 19 anos e seis meses, período que faz questãosportingbet apostas esportivasfrisar, a ativista buscou por justiça. "Ele foi julgado e condenado por duas vezes (no início dos anos 90), mas saiu do Fórumsportingbet apostas esportivasliberdade, porque os advogados logo entravam com recursos", explica à BBC News Brasil.
Nos anos 90, ela escreveu asportingbet apostas esportivashistória no livro Sobrevivi. Posso contar. "No livro, contei toda a história, incluindo as contradições dele. Eu dizia que se a Justiça não o condenasse, ao menos quem lesse o livro saberia que ele teve culpa", relata.

Crédito, Maria da Penha Institute
A históriasportingbet apostas esportivasPenha chegou à Corte Interamericanasportingbet apostas esportivasDireitos Humanos,sportingbet apostas esportivas1998, após ser encaminhada por duas entidades internacionaissportingbet apostas esportivasdireitos humanos que haviam tido acesso ao livro dela - Cejil (Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional) e Cladem (Comitê Latino-Americanosportingbet apostas esportivasDefesa dos Direitos da Mulher).
Em abrilsportingbet apostas esportivas2001, a Corte condenou o Brasil e determinou que o país prendesse o ex-maridosportingbet apostas esportivasPenha e recomendou que fossem garantidas mais proteções legais às mulheres no país. Viveros foi julgado novamente e condenado a oito anossportingbet apostas esportivasprisão. Ele ficou dois anossportingbet apostas esportivasregime fechado e outros seis entre o semiaberto e aberto.
A Lei 11.340, que seguia a orientação da Corte Interamericanasportingbet apostas esportivasDireitos Humanos para maior proteção às mulheres, foi aprovada pelo Congresso somentesportingbet apostas esportivasagostosportingbet apostas esportivas2006. Em homenagem à responsável pela medida, tornou-se conhecida como Lei Maria da Penha.
Maissportingbet apostas esportivas35 anos após ser baleada e ter que reaprender sobre a vida, Penha afirma que o período mais difícil foi superado.
"Procuro pensar que foi ruim, mas estou colaborando para uma sociedade mais justa", diz. Ela se tornou ativista e criou o Instituto Maria da Penha, que tem o objetivosportingbet apostas esportivasconscientizar sobre os direitos das mulheres.
"Nós levamos orientações aos lugares, comosportingbet apostas esportivasfábricas e empresas, sobre como reconhecer quando uma mulher é vítimasportingbet apostas esportivasviolência doméstica e como ajudá-la a superar essa situação."
As agressões contra as mulheres
A Lei Maria da Penha é considerada um marco importante para enfrentar a violência contra as mulheres no Brasil. Ela elevou as penas e determinou as criaçõessportingbet apostas esportivasinfraestruturasportingbet apostas esportivasatendimento às agredidas, como a criaçãosportingbet apostas esportivasdelegaciassportingbet apostas esportivasmulheres. Além disso, também estabeleceu instrumentos legais para que juízes tomassem medidas urgentes, como determinar o afastamento físico do agressor.
Posteriormente, houve outras alterações consideráveis na legislaçãosportingbet apostas esportivasrelação à violência contra a mulher, como a Lei do feminicídio,sportingbet apostas esportivas2015, e asportingbet apostas esportivasimportunação sexual, sancionada no ano passado.
"Essas leis são importantes. Mas somente elas não bastam", afirma a psicóloga Juliana Martins, do Fórum Brasileirosportingbet apostas esportivasSegurança Pública. Ela considera que é fundamental que haja mais políticas públicas para acolher e proteger as mulheres vítimassportingbet apostas esportivasviolência.
"A redesportingbet apostas esportivasproteção para essas mulheres não é simples, pois é preciso resgatarsportingbet apostas esportivasautoestima, autoconfiança e capacidadesportingbet apostas esportivasse ver capaz novamente, para que possa ter acesso a maneirassportingbet apostas esportivaster autonomia financeira."
"Fazer uma redesportingbet apostas esportivasproteção funcionar não é fácil. Demanda entendimento do poder público, que precisa compreender que isso é importante e prioritário. Depois, demanda uma disposição das instituições para conversarem e trabalharem conjuntamente. Para isso, é preciso, entre outras coisas, investimento e capacitação", acrescenta.
Segundo especialistas, há iniciativas pontuais que auxiliam as mulheres vítimassportingbet apostas esportivasviolência física ou psicológica, por meiosportingbet apostas esportivasprojetos apoiados por alguns gestores públicos ou pela iniciativa privada. Porém, tais medidas são consideradas insuficientes,sportingbet apostas esportivasrazão do grande númerosportingbet apostas esportivasmulheres que sofrem violência no Brasil.
"É fundamental ampliar a redesportingbet apostas esportivasenfrentamento à violência contra as mulheres. É preciso alcançar mais mulheressportingbet apostas esportivasdiferentes localidades do país", declara Ana Carolina Querino, da ONU Mulheres Brasil.
Para as mulheres que sofrem violência doméstica, Marina Mirtes pede para dar um recado. "Conhecia várias mulheres que foram vítimassportingbet apostas esportivasfeminicídio. Com o meu caso e com tudo o que tenho acompanhado, digo que é fundamental que a mulher vá embora na primeira agressão. Ela não deve acreditar que ele vai mudar", diz.

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