Mapeamento genético revela novas origenssite de apostas para menorescravizados no Brasil:site de apostas para menor

Maissite de apostas para menor12 milhõessite de apostas para menorafricanos foram transportados à forçasite de apostas para menorum lado ao outro do Atlântico para trabalhar como escravos nas Américas

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Maissite de apostas para menor12 milhõessite de apostas para menorafricanos foram transportados à forçasite de apostas para menorum lado ao outro do Atlântico para trabalhar como escravos nas Américas

site de apostas para menor Um estudosite de apostas para menorDNA com descendentessite de apostas para menorafricanos escravizados nas Américas evidencia como aspectos desumanos da escravidão - desde maus-tratos e práticas racistas até estupros - ocorridos entre os séculos 16 e 19 tiveram consequências genéticas duradouras, alémsite de apostas para menortrazer à tona novas informações sobre a origem desses pessoas.

Com basesite de apostas para menoramostrassite de apostas para menorDNAsite de apostas para menor50,2 mil pessoas nas Américas e na África, coletadassite de apostas para menorum bancosite de apostas para menordadossite de apostas para menormilhõessite de apostas para menoramostrassite de apostas para menorempresas e projetos genômicos, pesquisadores da companhia 23andMe e da Universidadesite de apostas para menorLeicester (Reino Unido) traçaram um paralelo entre o perfil genéticosite de apostas para menordescendentessite de apostas para menorescravizados e os documentos históricos disponíveis sobre a escravidão.

Os resultados foram publicados no periódico American Journal of Human Genetics. Muitas das conclusões dos pesquisadores se aplicam à população afrodescendente do Brasil.

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A maioria das conclusões é consistente com o que historiadores já sabiam a partir dos registros históricos dos navios que transportavam os escravizados, mas a análise genética traz novidades.

"O deslocamento forçadosite de apostas para menormaissite de apostas para menor12,5 milhõessite de apostas para menorhomens, mulheres e crianças da África para as Américas entre 1515 e 1865 teve um significativo impacto social, cultural,site de apostas para menorsaúde e genético ao redor das Américas", diz o estudo.

Quase 2 milhões dessas pessoas vieram para o Brasil.

Naviosite de apostas para menortransportesite de apostas para menorescravos

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Legenda da foto, Estima-se que cercasite de apostas para menor2 milhõessite de apostas para menorhomens, mulheres e crianças escravizados tenham morrido nas viagens entre os continentes africano e americano

"Embora os registros transatlânticos tenham nos contado uma ampla parte da história, informações deste estudo,site de apostas para menorcombinação com outros relatos históricos, jogam luz sobre detalhes do impacto genético do comércio transatlânticosite de apostas para menorescravos na população atual das Américas", diz o texto.

Uma origem improvável

Uma das descobertas mais importantes é que os pesquisadores encontraram, na população dos EUA e da América Latina (Brasil incluído), uma sériesite de apostas para menortraços genéticos típicos da região onde hoje ficam Nigéria e Benin - embora registros transatlânticos não indicassem um alto fluxo entre essas regiões.

Os pesquisadores sugerem que isso possa ser explicado pelo tráficosite de apostas para menorpessoas escravizadas dentro do continente americano,site de apostas para menoruma épocasite de apostas para menorque o comércio transatlântico (entre África e Américas) já era alvosite de apostas para menorproibições internacionais.

Ou seja, para escapar das sanções, os traficantes levavam pessoas do Caribe (onde era mais comum a procedência da Nigéria) para os EUA e para a América Latina.

"Essas viagens teriam espalhado a ancestralidade comum no Caribe britânico para outras regiões das Américas que não estavamsite de apostas para menorcomércio direto com regiões específicas da África", aponta o estudo.

No caso do Brasil, a maioria das conexões genéticas é com as populações do centro-oeste da África, particularmente a região do Congo, "o que não surpreende, uma vez que os dados estimam que quase 2 milhõessite de apostas para menorafricanos escravizados foram transportados diretamente (dali) para o Brasil", disseram, por e-mail à BBC News Brasil, os pesquisadores Steven Micheletti e Joanna Mountain, da empresa 23andMe.

No entanto, há diferenças entre o Nordeste e o Sudeste do Brasil.

"Afro-brasileiros do Nordeste têm ancestralidade tanto do Congo quanto da região da Nigéria. No Sudeste, afro-brasileiros têm ancestralidade sobretudo congolesa", afirmou, também por e-mail, a pesquisadora Sandra Beleza, da Universidadesite de apostas para menorLeicester.

Estudosite de apostas para menorDNA aponta como práticas subumanas e rotas internassite de apostas para menortráfico moldaram o perfil genético dos descendentessite de apostas para menorpessoas escravizadas

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Os impactos genéticos das más condiçõessite de apostas para menorvida

Em contrapartida a esses fenômenos, também chamou a atenção dos pesquisadores o fatosite de apostas para menorhaver, entre descendentessite de apostas para menorescravizados, poucos traços genéticos da região onde ficam Senegal e Gâmbia.

O que explica isso, se a chamada Senegâmbia também era a origemsite de apostas para menorum número significativosite de apostas para menorafricanos escravizados levados às Américas - inclusive ao Brasil, durante um período do século 16?

Para os estudiosos, os motivos dessa subrepresentação genética parecem ser sombrios.

Primeiro,site de apostas para menorlá saiu, a partir dos anos 1700, grande quantidade das crianças escravizadas, que muitas vezes não resistiam às terríveis condições sanitárias esite de apostas para menordesnutrição nos navios negreiros.

No total, estima-se que cercasite de apostas para menor2 milhõessite de apostas para menorhomens, mulheres e crianças escravizados tenham morrido nas viagens entre os continentes africano e americano.

Outra possível razão é que "uma grande proporção dos escravos da Senegâmbia trabalhavasite de apostas para menorplantaçõessite de apostas para menorarroz nas Américas, onde havia geralmente (contaminação) desenfreada por malária", diz o estudo.

Dessa forma, as pessoas escravizadas dessas regiões teriam sido expostas a "condiçõessite de apostas para menortrabalho que ameaçavam suas vidas", diminuindo suas chancessite de apostas para menorperpetuar seus traços genéticos.

Estupro e 'branqueamento'

Apesarsite de apostas para menormaissite de apostas para menor60% dos escravizados trazidos para as Américas terem sido homens, as análises genéticas apontam que uma grande parte dos genessite de apostas para menordescendência africana vêm das mulheres.

Isso é ainda mais forte na América Latina: segundo a pesquisa, para cada homem, entre 4 e 17 mulheres contribuíram para o conjunto genético dos descendentes.

Gravurasite de apostas para menor1881site de apostas para menorum 'navio negreiro'

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Legenda da foto, O tráficosite de apostas para menorpessoas da África para as Américas durou maissite de apostas para menortrês séculos

Mais uma vez, os motivos por trás disso são subumanos. Primeiro, isso é atribuído à práticasite de apostas para menorestuprosite de apostas para menormulheres africanas escravizadas, tanto por seus "senhores" quanto por outras formassite de apostas para menorexploração sexual.

Em segundo lugar, verificou-se uma "mortalidade mais altasite de apostas para menorescravos homens na América Latina".

O terceiro motivo, dizem os pesquisadores, é a prática conhecida como "branqueamento" racial, "que envolvia mulheres se casando com a intençãosite de apostas para menorproduzir criançassite de apostas para menorpele mais clara. Políticas nacionaissite de apostas para menorbranqueamento foram implementadassite de apostas para menormúltiplos países latino-americanos, financiando e subsidiando imigrantes europeus com a intençãosite de apostas para menordiluir a ancestralidade africana por meio da reprodução com europeussite de apostas para menorpele clara".

Estudossite de apostas para menorhistoriadores e antropólogos afirmam que esse fenômeno ocorreu também no Brasil.

Essas práticas teriam feito com que genes femininos africanos se perpetuassem mais do que os masculinos.

Na contramão disso, os pesquisadores identificaram uma menor prevalênciasite de apostas para menorgenessite de apostas para menororigem femininasite de apostas para menorantigas colônias britânicas, por exemplo nos EUA.

Uma causas disso pode ser "a práticasite de apostas para menorcoagir africanos a terem filhos, como formasite de apostas para menormanter (um número maior de) trabalhadores escravizados, já perto da abolição do tráfico transatlântico". Essa prática pode ter aumentado a participaçãosite de apostas para menorhomens negros na formação genéticasite de apostas para menorseus descendentes.

"Em alguns locais, como os EUA, mulheres escravizadas eram incentivadas a reproduzir, sob a promessasite de apostas para menorlibertação após o nascimentosite de apostas para menormuitos filhos. Mais tarde, ideologias racistas nos EUA levaram à segregaçãosite de apostas para menordescendentes africanos,site de apostas para menoroposição à promoção da miscigenação com europeus", diz a pesquisa.

No geral, porém, "as práticas desumanas associadas à escravidão institucional, embora divirjam entre as Américas, todas resultaramsite de apostas para menoruma propensão (à predominância genética) africana feminina".

Migrações entre as Américas

A análise genética também mostrou que a ancestralidade africana não variava,site de apostas para menorgrande escala, entre as diferentes partes dos continentes americanos. Isso é atribuído pelos cientistas ao transporte internosite de apostas para menorescravos entre uma região e outra e à extensa migração interna dessa população.

"Por exemplo, o comércio domésticosite de apostas para menorescravos nos EUA entre 1790 e 1860 levaria ao transportesite de apostas para menor1 milhãosite de apostas para menorpessoas escravizadas pelo sudeste americano", dizem os pesquisadores, citando também os movimentos migratórios da população negra do Nordeste ao Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

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