'Ele está incentivando a baderna': o desabafocomo apostaenfermeira após Bolsonaro pedir que seguidores invadam hospitais:como aposta

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A profissionalcomo aposta45 anos, sendo 22 deles atuando na enfermagem, classifica o momento como a situação mais vergonhosa e desrespeitosa que viveu na linhacomo apostafrente do combate ao novo coronavírus.
Ela confessa que teme passar por situação semelhante nos próximos dias, após ler uma declaração que o presidente Jair Bolsonaro deu na noite da quinta-feira (11). Durante uma live, ele incentivou seus seguidores a invadirem hospitais e filmarem o que encontrarem no interior.
"Tem hospitalcomo apostacampanha pertocomo apostavocê, hospital público, arranja uma maneiracomo apostaentrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não. Se os gastos são compatíveis ou não", disse Bolsonaro, sem acrescentar qualquer provacomo apostaque os recursos tenham sido mal utilizados.
Também sem apresentar qualquer prova, o presidente insinuou que os números da covid-19 estão sendo manipulados por prefeitos e governadores para "ganho político".
Em nota, a Associação Paulistacomo apostaMedicina criticou o incentivocomo apostaBolsonaro para que as pessoas invadam e filmem unidadescomo apostasaúde. "Hospitais são áreascomo apostacirculação restrita, com fluxocomo apostapessoas orientadas para garantir rapidez, eficiência, segurança e privacidade dos pacientes assistidos. Todas as informações necessárias ao acompanhamento dos casos internados é sempre imediatamente disponível às autoridadescomo apostasaúde", diz a entidade.
A invasãocomo apostaSP

Crédito, REUTERS/ADRIANO MACHADO
Carla considera que a declaraçãocomo apostaBolsonaro pode dificultar ainda mais a batalha contra o novo coronavírus no Brasil, que tem maiscomo aposta41 mil mortes. "Ele está incentivando a baderna, o desrespeito ao próximo e ao profissionalcomo apostasaúde", diz.
Ela afirma que as apurações sobre supostas fraudes nas gestõescomo apostahospitais devem ser feitas por autoridades responsáveis, como a Polícia Federal. "As pessoas não podem invadir um hospital, sem qualquer permissão para filmar o local e os pacientes", declara a enfermeira, que ressalta que não é permitida a entradacomo apostapessoas sem autorizaçãocomo apostahospitais.
"Um dos grandes problemas é que muitas pessoas podem, como no caso dos deputados, filmar e mostrar apenas o que lhes interessa. Eles filmaram os rostos dos pacientes e causaram muito constrangimento. Depois, foram para áreas desabilitadas e compartilharam como se o hospital estivesse vazio", diz.
A invasão ao hospital foi feita pelos deputados Marcio Nakashima (PDT), Adriana Borgo (Pros), Coronel Telhada (PP), Leticia Aguiar (PSL) e Sargento Neri (Avante) — os quatro últimos são apoiadores do presidente. Pessoas ligadas a eles também participaram da ação.
"Estávamos trabalhando normalmente e,como apostarepente, chegaram essas pessoas como se estivesse acontecendo uma guerra mundial. Eles invadiram, falaram alto e desrespeitaram a todos. Foi uma situação muito ruim. Eles pensam que podem fazer isso por conta dos cargos que possuem. É assustador isso", afirma.
Os parlamentares afirmavam que o hospital estaria "vazio" e disseram que precisavam fiscalizar supostas irregularidades. A unidadecomo apostasaúde é administrada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e pelo Institutocomo apostaAtenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS).
O IABAS é investigado por supostas irregularidadescomo apostacontratos para administrar hospitaiscomo apostaSão Paulo e no Riocomo apostaJaneiro, onde também era responsável por hospitaiscomo apostacampanha. A Organização Social (OS) é um dos alvoscomo apostauma apuração sobre desviocomo apostadinheiro da saúde, no âmbito do Superior Tribunalcomo apostaJustiça (STJ). Os representantes do instituto negam qualquer irregularidade.
"Eles (os deputados) viram pacientescomo apostadiversas áreas. Mas há partes do hospitalcomo apostaque não há pacientes, pois a capacidade é para 1,8 mil leitos. As áreas são abertas conforme a chegadacomo apostapacientes, porque buscamos otimizar o local", explica Carla.
"Os leitos ficam vazios e sem colchão quando não há muitos pacientes. Caso necessário, colocamos o colchão e colocamos as roupascomo apostacama. O que alguns deles mostraram nos vídeos foi o esqueletocomo apostaum setor que estava sem pacientes naquele momento e disseram que todo o hospital estava vazio", critica ela.
Depois da ação no Anhembi, os deputados criticaram o hospitalcomo apostacampanha. "O governo quer alugar leitoscomo apostahospitais privados e vemos esta estrutura inoperante", disse Nakashima. Ele classificou a unidadecomo apostasaúde como "um exemplocomo apostamá gestão dos recursos públicos".

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Após a invasão dos parlamentares, a Prefeituracomo apostaSão Paulo disse,como apostanota, que os deputados filmaram áreas desativadas, que estão prontas para serem colocadascomo apostafuncionamento quando necessário. A gestão criticou a postura dos deputados e afirmou que eles filmaram pacientes sem autorização prévia, muitos durante o períodocomo apostaque estavam sendo higienizadoscomo apostaseus leitos.
Na datacomo apostaque os deputados foram ao local, segundo a Prefeitura, 397 dos 1,8 mil leitos disponíveis no hospital estavam ocupados.
Riscoscomo apostainvasões
Os profissionaiscomo apostasaúde temem que a práticacomo apostainvadir hospitais para filmar os locais se torne comum, após as declaraçõescomo apostaBolsonaro. Nesta sexta-feira, segundo relatos do jornal O Globo, houve uma invasão no hospital Ronaldo Gazolla,como apostaAcari, no Riocomo apostaJaneiro.
"Essa fala dele faz com que muitas pessoas deixemcomo apostaacreditar nos profissionaiscomo apostasaúde. Quando o mandatário do país, que teoricamente teria as melhores informações, pede para as pessoas invadirem os hospitais, gera desconfiançacomo apostamuitos. Muitos podem acabar acreditando nessa bobagem que ele fala", afirma o médico intensivista José Albanicomo apostaCarvalho, que atuacomo apostaUTIscomo apostaquatro hospitais públicoscomo apostaSão Paulo.
Albani frisa que há grandes riscoscomo apostacontaminação para as pessoas que entramcomo apostahospitais sem os devidos equipamentoscomo apostaproteção. "Para uma pessoa entrar na UTI oucomo apostaenfermarias para pacientes com a covid, é preciso saber que todos os pacientes estão infectados. Os profissionaiscomo apostasaúde têm contato com esses pacientes estão devidamente paramentados com óculos, proteção facial, máscaras específicas e roupas adequadas", ressalta.
"Uma pessoa que entra sem a devida proteção pode ser infectada e sair disseminando ainda mais o vírus", acrescenta o especialista. Ele classifica a declaraçãocomo apostaBolsonaro como uma "tremenda imbecilidade".
Carla também cita os riscos sanitários ao invadir uma área destinada a pacientes com a covid-19 sem os devidos aparatos. "Os deputados, por exemplo, queriam entrar sem proteção. Foi necessário muita discussão até que eles usassem algo. O hospital é o localcomo apostaque as pessoas estãocomo apostaestado grave e a disseminação do vírus é muito grande, por isso muitos profissionais da saúde estão sendo infectados", diz.
Ela admite que está com medocomo apostaque o hospitalcomo apostacampanha seja alvocomo apostanova invasão nos próximos dias. "Com o incentivo do presidente, essa situação pode se repetir. É assustador pensar nisso. É como se todos os dias houvesse o riscocomo apostavivermos aquela situaçãocomo apostanovo. Não queria ter passado por um momento tão constrangedor como aquele. Nos sentimos desrespeitados. Foi totalmente desagradável. Ficamos sem saber o que fazer", declara.
"Os profissionaiscomo apostasaúde estão lá para cuidar dos pacientes. As questões políticas não devem ser tratadas dentro do hospital", diz Carla.
*Nome alterado para preservar a identidade da enfermeira.

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