Ativista admite presençabbb casa de apostasarmasbbb casa de apostasacampamento bolsonarista: 'Servem para proteção dos membros':bbb casa de apostas

Os "300 do Brasil" são alvobbb casa de apostasinvestigação pela Procuradoria-Geral da República. Na semana passada, deputados do PSOL pediram a aberturabbb casa de apostasum inquérito para apurar a atuaçãobbb casa de apostasSara Winterbbb casa de apostassuposta "formaçãobbb casa de apostasmilícia".

O STF autorizou a abertura do procedimento para apurar quem seriam os financiadores dos movimentos.

À BBC News Brasil, a autoproclamada conferencista internacional diz que defende "métodosbbb casa de apostasação não-violenta" e alega que "absolutamente nenhum dos integrantes dos 300 do Brasil fala sobre 'milícia armada', muito menos sobre invadir o Congresso ou STF".

Em pelo menos uma carreata organizada pelo grupo, no entanto, tais iniciativas foram defendidas por participantes.

'Dar a vida pela nação'

Sara Winter foi candidata a deputada federal pelo DEM do Riobbb casa de apostasJaneiro nas últimas eleições. Com 17.246 votos, não conseguiu ser eleita.

Desde então, ela aposta na radicalizaçãobbb casa de apostasseus canais pelas redes sociais, onde diz andar escoltada por seguranças armados, defende que membros do STF "sejam removidos pela lei ou pelas mãos do povo" e apoia o "extermínio da esquerda".

Entre abril e outubro do ano passado, atuou como coordenadora-geralbbb casa de apostasAtenção Integral à Gestante e à Maternidade do Ministério da Família, Mulheres, e Direitos Humanos, por indicação da ministra Damares Alves, com quem compartilha bandeiras contra o feminismo e o aborto.

No passado, no entanto, foi militante do grupo Femen e chegou a "castrar" um boneco que representava o então deputado federal Jair Bolsonaro.

Agora, seu foco está concentrado na convocaçãobbb casa de apostasmilitantes para que "o povo seja a classe soberana do país".

"Em todos os nossos comunicados dizemos claramente utilizamos técnicasbbb casa de apostasação não violenta e desobediência civil. O que tem a ver ação não violenta com armas? Engraçado como a alcunhabbb casa de apostasmilícia paramilitar foi rapidamente nos atribuída, mas jamais passou perto dos militantes do MST, que carregam armas e facões."

Sara Winter, no entanto, gostabbb casa de apostaspublicar fotos segurando armas e diz nas redes sociais que "atira muito bem".

Agora, ela defende o grupo como "paisbbb casa de apostasfamília, senhoras e jovens unidos, treinados e organizados".

"(Estamos) preparados para dar a vida pela nação, e nossas armas são a fébbb casa de apostasDeus, a esperança neste governo e os métodosbbb casa de apostasação não violenta".

STF

Na autorização para a investigação que inclui o grupo, o STF ressaltou que a Constituição brasileira veda o "financiamento e a propagaçãobbb casa de apostasideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático" e a "realizaçãobbb casa de apostasmanifestações visando ao rompimento do Estadobbb casa de apostasDireito".

Winter se defende, dizendo que ameaças concretas a instituições democráticas teriam vindobbb casa de apostasoutros grupos. Segundo seus cálculos, haveria "maisbbb casa de apostas40 movimentosbbb casa de apostasdireita diferentes"bbb casa de apostasBrasília.

"Alguns são intervencionistas, esse não é o caso dos 300 do Brasil. Se outros coletivos falam isso (invasão do congresso ou da Suprema Corte), não é nossa responsabilidade."

"Nós dos 300 não acreditamosbbb casa de apostasintervenção militar, mas simbbb casa de apostasintervenção popular, ou seja, a ideiabbb casa de apostasque todo poder emana do povo, como prevê o Artigo 1 da Constituição Nacional", diz.

No entanto, quando o assunto é a esquerda, ela não hesitabbb casa de apostasdefender "a criminalização" do que entende como "comunismo".

Em vídeos publicados pelo grupo, Sara e os demais membros cantam palavrasbbb casa de apostasordem como "ministro, você come, o povo passa fome", "queremos trabalhar, deixa o 'mito' governar" ou "STF, preste atenção, abbb casa de apostastoga vai virar panobbb casa de apostaschão".

O grupo também participoubbb casa de apostasprotestos a favor do presidente Jair Bolsonaro e contra medidasbbb casa de apostasisolamento social defendidas por cientistas dos principais institutos e universidades do planeta e membros da Organização Mundial da Saúde.

Bolsonaro

A reportagem pergunta se o presidente ou membros do governo já demonstraram apoio às atividades.

Ela cita três deputadas federais bolsonaristas, mas não comenta sobre o presidente Bolsonaro.

"Muitos deputados da base aliada tem nos prestado apoio, sempre moral, nenhuma doaçãobbb casa de apostasdinheiro e nem comida, nem ajuda jurídica, pois tampouco aceitamos. Mas sempre nos visitam, nos dão força moral."

Questionada sobre os objetivos do acampamento, ela cita tópicos como resgate da Soberania Nacional, respeito à repartiçãobbb casa de apostaspoderes e plena execução do pacto federativo, governabilidade do Poder Executivo.

A reportagem questiona o que o grupo entende por "respeito a tripartição dos poderes".

Winter então mira a Suprema Corte e critica o que aponta como "interferência do STF na governabilidade do executivo", pede a abolição do "ativismo judicial" da suprema cortebbb casa de apostastomas como gênero ou aborto e ameaça:

"Que o STF saiba qual seu papel na República Federativa Brasileira e quebbb casa de apostasnenhuma hipótese tente desafiar o povo brasileiro, desgraçando a vidabbb casa de apostasmilhões com a fome, julgando serbbb casa de apostascompetência municipal e estadual decidir sobre aberturabbb casa de apostascomércio e circulaçãobbb casa de apostaspessoas, ou no âmbito da segurança pública, extinguindo a prisãobbb casa de apostas2 instância".

A BBC News Brasil lembra que a tripartiçãobbb casa de apostasPoderes existe justamente como um sistemabbb casa de apostaspesos e contrapesos, para que nenhum poder possa agirbbb casa de apostasmaneira absoluta.

Para a ativista, os demais Poderes atuariam para impedir que Bolsonaro seja reeleito.

"O executivo não tem qualquer governabilidade pois os presidentes da Câmara e Senado, junto com o STF não têm qualquer interessebbb casa de apostasum Brasil próspero. Eles só querem impedir Bolsonarobbb casa de apostasgovernar para que não seja reeleito."

'Motivobbb casa de apostaspreocupação'

À BBC News Brasil, historiador Federico Finchelstein, professor da New School,bbb casa de apostasNova York e especialistabbb casa de apostasradicalismo e populismo, afirma que o grupo é motivobbb casa de apostaspreocupação.

"Eles não são necessariamente importantes ou relevantesbbb casa de apostassi, mas são um sintoma do ímpeto antidemocrático do próprio presidente Bolsonaro", avalia.

"O grupo mostra o espectro que fanáticos que segue este tipobbb casa de apostaslíder: eles soam extremos, defendem o militarismo, atacam instituições e mostram desprezo a minorias", continua.

Autorbbb casa de apostassete livros sobre fascismo e populismo na América Latina, Finchelstein chama atenção para a simbologia por trás do nome do grupo.

Os 300 do Brasil se inspiram na história narradabbb casa de apostas300,bbb casa de apostasZack Snyder, filmebbb casa de apostas2006 baseado numa sériebbb casa de apostasquadrinhosbbb casa de apostasFrank Miller, porbbb casa de apostasvez inspirada na história real da batalha das Termópilas,bbb casa de apostas480 a.C. — quando um pequeno grupobbb casa de apostassoldados gregos, liderados pelo rei Leônidas,bbb casa de apostasEsparta, impediu,bbb casa de apostasum desfiladeiro, o avançobbb casa de apostascerca 300 mil soldados persas do rei Xerxes.

Em vídeos, eles usam o mesmo gritobbb casa de apostasguerra mostrado no filme. "Esse nome mostra uma dimensão importante: a do sacrifício. A história dos 300 mostra que eles estão dispostos a morrerbbb casa de apostasnomebbb casa de apostasseu líder. Há essa ideiabbb casa de apostassacrifício,bbb casa de apostasque a morte das pessoas individualmente não é tão importante para estes grupos", afirma.

"Em paralelo, enquanto as pessoas estão morrendo aos milhares no Brasil, o líder do país está andandobbb casa de apostasjet-ski."

'Fundamentalismo religioso'

Em um vídeo recente, a militante afirma que a polícia teria pedido o desmonte do acampamento.

"A tropabbb casa de apostaschoque ameaçou e então as mulheres se prostrarambbb casa de apostasjoelhos a clamar a Deus que não avançassem. Eles não deram um passo", diz Winter nas imagens.

À BBC News Brasil, ela comenta a cena. "A única coisa que fiz foi enfileirar homens e fazê-los gritar gritosbbb casa de apostasguerra, posteriormente defender 20 barracas da polícia militar, coordenando 20 mulheres ajoelhadas no gramado no congresso para comover a polícia."

A cena das mulheres ajoelhadas na Esplanada dos Ministérios foi descrita por muitos como um episódiobbb casa de apostasfanatismo ou fundamentalismo religioso.

A reportagem questiona a ativista sobre esta visão. "Não nos importa a opinião dos críticos, nos importa a eficiência do ato e realizar nossos objetivos. Somos técnicos", limita-se a responder.

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