'Quarentena para quem?': trabalhadores enfrentam ônibus cheio e proteção precária:download app blaze

Márcia Lima, Rodolfo Pessoa e Tatiana da Silva

Crédito, Arquivo Pessoal

"De duas semanas para cá, as pessoas não estão acumulando coisasdownload app blazecasa. Não nos passam mais reciclagem. Eu entendo que elas podem até ter medo, mas deu uma queda muito brusca", afirma.

Janainadownload app blazeMelo ao ladodownload app blazecaçamba onde junta seus materiais

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Janainadownload app blazeMelo sustenta três filhos e o marido desempregado com dinheiro que ganha como catadoradownload app blazematerial reciclado

E enfatiza que não tem condiçõesdownload app blazeobedecer os recados para ficardownload app blazecasa. O que ela faz é apenas se proteger da maneira que pode, lavando com água e sabão as mãos e a caçamba da carroça que ela usa assim que termina o serviço.

Ela disse que nenhum dos amigos carroceiros dela contraíram o vírus.

"Me vejo fazendo um trabalho essencial, que contribui até com o meio ambiente. Enquanto muitos sujam, eu tiro da rua e faço minha renda. Sei que é pela saúdedownload app blazetodos o isolamento. Mas, se não tiver uma ajuda, quem não tem renda fixa ou dinheiro guardado passará fome. Só quero que tudo se normalize e que a população e o poder público tenham mais respeito pelos catadores", diz Melo.

O Movimento Pimp My Carroça criou um financiamento coletivo para garantir uma renda mínima aos catadores para que eles possam ficardownload app blazecasa e evitem a transmissão do coronavírus. O dinheiro arrecadado será distribuído entre os cercadownload app blaze3 mil catadores cadastrados no aplicativo Cataki, que conecta catadores a pessoas que produzem reciclagem.

Nesta segunda-feira (30/03), o Senado votará o pagamentodownload app blazeum auxílio emergencialdownload app blazeR$ 600 durante três meses para os trabalhadores brasileiros sem carteira assinada.

Preocupação com a mãe

Dentrodownload app blazeuma cabine, o porteiro Rodolfo Pessoa Viana passa o dia vendo pessoas passando, recebendo encomendas e liberando o acessodownload app blazevisitantesdownload app blazeum prédiodownload app blazeMoema, na zona suldownload app blazeSão Paulo. O medodownload app blazecontrair coronavírus o deixa ansioso toda vez que escuta a recomendação para ficardownload app blazecasa.

Rodolfo Pessoa Viana

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, O porteiro Rodolfo Pessoa Viana diz que tem 'preocupação e muito medo' por terdownload app blazetrabalhar durante períododownload app blazequarentena estabelecidodownload app blazeSP.

"Quarentena para quem? Ouvir isso para mim é um desespero, um terror. Toda vez que eu escuto para ficardownload app blazecasa me bate preocupação e muito medo. Eu moro com a minha mãedownload app blaze62 anos e tenho esse sentimentodownload app blazepânico por não poder ficardownload app blazecasa", diz,download app blazeentrevista à BBC News Brasil.

Viana, que trabalhadownload app blazedias intercalados, disse que não conseguiu nem mesmo reduzir a carga horário no trabalho. A maior preocupação dele é o riscodownload app blazese contaminar no trajeto entre a casa dele, na faveladownload app blazeParaisópolis, e o trabalhodownload app blazeMoema, ambos na zona suldownload app blazeSão Paulo. No deslocamento, ele pega um ônibus e um metrô.

"A gente não pode reduzir o trabalho porque os condôminos dependem da gente. Mas eu saio com muito medo. Tenho álcooldownload app blazegel, uso luvas na mãos e máscara. O que mais assusta é que muita gente que está na rua, na verdade, deveria estardownload app blazecasa", afirma.

No trajeto das ruas estreitas da maior faveladownload app blazeSão Paulo até o condomínio no bairrodownload app blazecasasdownload app blazealto padrão onde trabalha, Viana identifica uma clara disparidadedownload app blazecuidados e preocupaçãodownload app blazerelação ao coronavírus.

"No meu bairro, acham que não está acontecendo nada, não estão nem aí. A rua está cheia e os moradores ainda falam que (o vírus) é uma mentira. Isso aumenta meu medo. Mas quando eu chego na Estação João Dias do metrô, vejo todo mundodownload app blazeluvas e máscara", diz.

O porteiro conta à reportagem que não anda com luvas porque não encontrou nenhuma à venda.

download app blaze ' download app blaze Os outros dependem da gente download app blaze '

Já a cobradoradownload app blazeônibus Márcia Cristina Chaves Lima passa o dia com luvas e máscaras e muito tensa ao presenciar centenasdownload app blazepessoas girando a catraca àdownload app blazefrente. O medo, não sódownload app blazepegar o vírus, mas também transmiti-lo para a mãe,download app blaze77 anos, é tão grande que Lima deixou o sobrado onde mora com a família há uma semana e passou a dormir na casa do noivo.

Márcia Cristina Chaves Lima

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Cobradoradownload app blazeônibus Márcia Cristina Chaves Lima passa o dia com luvas e máscaras por medodownload app blazecoronavírus

A irmã mais novadownload app blazeLima trabalhadownload app blazeum hospital e, por ter mais chancesdownload app blazeentrardownload app blazecontato com o vírus, passou a dormir isoladadownload app blazeum cômodo na partedownload app blazebaixo do sobrado da família.

"Minha mãe pergunta: 'Você vai vir aqui hoje? Vem aqui.' Mas eu respondo que não posso e só converso com ela por telefone. Eu trabalho muito exposta. Estamos fazendo a nossa parte para cuidardownload app blazequem a gente ama, mas ainda tem muitos idosos na rua. Muita gente não está levando a sério", afirma.

Ela conta que a empresa tomou diversas medidasdownload app blazesegurança, como ter adotado uma limpeza especial dos ônibus e a distribuiçãodownload app blazeálcool gel para os funcionários. Mesmo com tantos cuidados, diz que tem medodownload app blazeser contaminada. Mas reconhece que precisa trabalhar porque oferece um serviço essencial à população.

"Se pudéssemos ficardownload app blazecasa, ficaríamos. Transportamos pessoas da áreadownload app blazesaúde, postodownload app blazegasolina, supermercado e não podemos ficar sem eles. A gente não pode parardownload app blazetrabalhar", afirma.

A cobradora diz que nenhum funcionário acimadownload app blaze60 anos está trabalhando e que os ônibus estão circulando com frota reduzida e, mesmo assim, vazios.

Já a faxineira Tatiana Aparecida da Silva trabalha na linhadownload app blazefrente do riscodownload app blazecontaminação. Ela é uma das responsáveis pela limpezadownload app blazeum hospitaldownload app blazeSão Paulo.

Em meio à pandemiadownload app blazecoronavírus, ela precisa tomar cuidados redobrados. Isso porque trabalha não só nas áreas comuns, como corredores e salasdownload app blazeespera, mas também faz a limpeza dos quartos do hospital.

Tatiana Silva

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Faxineiradownload app blazehospital Tatiana Silva avalia como incoerente o discursodownload app blazeJair Bolsonarodownload app blazeque isolamento deveria ser flexibilizado.

Ela avalia como incoerentes as críticas do presidente Jair Bolsonaro contra o isolamento socialdownload app blazetodos os brasileiros.

"Não pareidownload app blazetrabalhar um só dia, mas seguindo todas as orientações e acreditando na minha fé. Mas achar que todos devem sairdownload app blazecasa e contar com a sorte? Acho que vivemosdownload app blazeuma democracia, então quem quiser assuma os riscos", afirma.

Ela diz que tenta se manter calma porque disse não poderdownload app blazetrabalhar.

"Quem cuidadownload app blazequem precisa não pode ficar doente. A gente tem que blindar a nossa mente. Tive colegas que saíram com medodownload app blazeestar muito vulnerável e entrar nas estatísticas. Mas tem que encarar. Eu assisto todos os noticiários, mas não deixo o pânico entrar na minha mente. Eu sigo todas as técnicasdownload app blazesegurança e tenho fé".

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