Quem é Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara que chamou o presidente Bolsonaro265 bet'vagabundo':265 bet

Delegado Waldir é descrito pelos pares como um deputado265 betpostura independente, autônoma, isolada, imprevisível e até mesmo "sem noção". Ainda na CPI da Petrobras, ele foi acusado265 better sido cúmplice da soltura265 betcinco roedores na sala durante o depoimento do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ato que ele nunca chegou a admitir abertamente.

Pelo estilo, sempre foi considerado um parlamentar isolado. Acabou deixando o PSDB265 bet2016, depois265 betser preterido na disputa pela candidatura à Prefeitura265 betGoiânia.

Migrou para o PR, onde tampouco obteve muito espaço. A sigla era grande aliada265 betMichel Temer — já Waldir votava contra as principais medidas do governo, como a reforma da Previdência e a reforma trabalhista.

Por isso, não houve muito drama quando,265 bet2018, ele decidiu migrar para o PSL junto com o então pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro, durante a janela265 bettransferências na Câmara.

Era improvável, na cabeça da maioria265 betseus pares, que Waldir se tornasse,265 bet2019, o líder da segunda maior bancada na Câmara, a do PSL, hoje com 53 deputados.

A escolha como líder

No início265 betseu terceiro mandato, o parlamentar265 bet56 anos não pode ser considerado um veterano absoluto na Casa, mas diante da bancada recheada265 betnomes265 betprimeira legislatura, foi relativamente fácil que ele conseguisse se sobrepor aos colegas inexperientes na disputa política.

Além disso,265 betacordo com fontes ouvidas pela BBC News Brasil, presidente Bolsonaro chancelou a escolha do líder há alguns meses. Waldir cumpriria dupla função: preservaria o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente,265 betexposição ao tiroteio político diário da Câmara e, ao mesmo tempo, seria um símbolo265 betque o mandatário não iria com "muita sede ao pote".

Mais tarde, eles até poderiam se alternar na liderança, já que Waldir planejava tentar concorrer à prefeitura265 betGoiânia265 bet2020 e, nesse caso, acabaria por renunciar à cadeira na Câmara.

A crise dentro do PSL, no entanto, derrubou esses acordos e, diante da aproximação entre o atual presidente do partido, Luciano Bivar, e Waldir, Bolsonaro patrocinou uma tentativa265 betdestituir o líder para tentar debelar movimentos265 betexpulsão265 betdeputados bolsonaristas da sigla. Em jogo, estão as cifras265 betcentenas265 betmilhões265 betreais a que o PSL tem direito265 betfundo eleitoral e partidário.

Diante da investida do próprio presidente para colocar o filho265 betseu lugar, Waldir se enfureceu e acabou sendo gravado265 betáudio chamando o presidente265 bet"vagabundo" durante reunião com outros deputados da legenda. O áudio foi vazado à imprensa nesta quinta-feira (17/10).

"Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol265 bet246 cidades para defender o nome desse vagabundo", gritava Waldir,265 betfúria.

Do romance ao litígio

O episódio marca o fim265 betum casamento não só por interesses políticos, mas por afinidade. A confluência265 betestilo e agenda265 betWaldir com Bolsonaro é inegável.

Além265 betser delegado, a pauta policial e265 betsegurança pública sempre foi uma prioridade pra ele. Waldir se elegeu com o slogan que adora repetir: "45 do calibre e zero zero da algema no bandido",265 betreferência ao seu número265 beturna. Pelos corredores e no plenário ele sempre aparece com um coldre vazio à vista, preso à cintura. Costuma deixar a arma no gabinete ou no carro.

É265 betautoria265 betWaldir o projeto265 betlei para obrigar presos a pagarem as próprias despesas no presídio durante o cumprimento da pena. Ou ainda um outro para proibir pagamento265 betfiança ao criminoso reincidente. Ele ainda foi um dos responsáveis pela aprovação265 betlegislação que converteu265 betcrime hediondo o assassinato265 betpoliciais.

Além disso, Waldir investiu cedo na comunicação com o eleitorado via redes sociais, uma das marcas da atuação política265 betBolsonaro. Já265 bet2014, quando muitos deputados mal mantinham perfis265 betmandato no Facebook, ele se orgulhava265 betregistrar 328 mil seguidores.

Cinco anos mais tarde, são quase 800 mil usuários que acompanham a página do delegado, cujas postagens se alternam entre vídeos265 betcâmeras265 betsegurança com assaltos e assassinatos e divulgação da agenda e das ações do parlamentar. Para engajar ainda mais a audiência,265 bet2015, ele chegou a abrir uma espécie265 betconcurso em265 betpágina265 betFacebook para saber como deveria usar os R$ 10 milhões265 betreais265 betemendas parlamentares a que teria direito.

Outra semelhança com o presidente Bolsonaro é a265 betvirulência265 betdiscursos contra o PT. Em diversas ocasiões ele chamou o ex-tesoureiro do partido, João Vaccari,265 beto "maior corrupto e ladrão da história do país" e acusou o PT265 bet"patrocinar a corrupção" no Brasil.

Os embates eram tensos entre ele e os petistas. Em uma dessas ocasiões, a deputada Maria do Rosário chegou a debochar265 betWaldir: "O senhor passou no psicotécnico? Como passou no concurso para delegado?"

'Tratado que nem cachorro'

A pecha265 bet"maluco" que a oposição tentou pregar265 betWaldir pode sugerir que ele seja um mau articulador político. Não é o caso. Atento e rápido, ele foi capaz265 betdesarmar a bomba plantada pelo Planalto rapidamente.

"Ele cumpre acordos e compromissos. É mais tarimbado que o pessoal do Bolsonaro, sabe fazer política e já vinha enfrentando maus bocados porque o presidente deixou o PSL à mingua", diz um deputado que falou reservadamente à BBC News Brasil.

Waldir vinha enfrentando a insatisfação da bancada, a quem não foram destinados recursos ou cargos. À guisa265 betcombater a velha política, Bolsonaro não destinou quase nenhum espaço à legenda no gabinete265 betcomparação a concessões que fez a outros partidos, como o DEM. Além disso, se viu forçado a defender pautas contra as quais votou historicamente — como a reforma da Previdência.

No áudio vazado da reunião265 betWaldir e outros membros do PSL, o deputado Felipe Francischini, presidente da Comissão265 betConstituição e Justiça, resume a insatisfação: "A gente foi tratado que nem cachorro desde que ele ganhou a eleição. Nunca atendeu a gente265 betporra nenhuma. (…) Só liga na hora que precisa para foder com alguém".

A interferência265 betBolsonaro na escolha da liderança no partido gerou um forte ruído e acendeu o espírito265 betcorpo dos deputados. Muitos lembravam que o início do calvário político265 betDilma Rousseff aconteceu quando ela decidiu interferir na escolha do presidente da Câmara.

"Se meter na escolha da liderança da sigla... Bolsonaro tem tantos recursos265 betgovernabilidade, e vai querer descer pra bater boca com deputado? Ele se apequenou e aumentou o tamanho do delegado Waldir", resume um deputado experiente à reportagem.

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