Por que o PIB não decolou eo jogo do2019 pode ser pior que o esperado?:o jogo do

A versão mais recente do boletim destaca que o desempenho da economia brasileira continua a frustrar as expectativas e reduz a projeçãoo jogo docrescimentoo jogo do2019o jogo do2,3% para 2,1%. Devido à atividade fraca no fim do ano passado, economistas passaram a esperar um resultado menos positivoo jogo do2019 também - embora melhor queo jogo do2018.

"Tem uma frustração generalizada, mas principalmente na indústriao jogo dotransformação e na construção civil", explicou Silvia Matos,o jogo dorelação aos últimos meses do ano passado.

Economista-chefe da Rosenberg Associados, Thais Zara tem uma previsãoo jogo do2,8% para o PIBo jogo do2019, mas diz que já sabe que teráo jogo dorevisá-lo após analisar o resultadoo jogo do2018. Entre outros fatores, ela destaca que deve haver um impacto negativo no início deste ano decorrente da tragédiao jogo doBrumadinho (MG), onde houve rupturao jogo dobarragem da Vale, que deixou 171 mortos e 139 desaparecidos.

"Isso deve afetar a indústria extrativa mineral e até os serviços relacionados àquela indústria", disse ela.

O economista Marcelo Portugal, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), resume assim a previsão para o ano: "eu não espero nadao jogo dofantástico para 2019". Ele diz acreditaro jogo doum resultado um pouco acimao jogo do2% neste ano e que qualquer crescimento abaixo disso seria desapontador.

Portugal aponta que, além da lentidão, outra característica que pode ser vista na atividade econômica do ano passado é a homogeneidade entre os setores. "Em anos anteriores, tinha a agricultura indo muito bem e outros setores indo muito mal, e o que aconteceu no ano passado é que não teve a mesma disparidadeo jogo doanos anteriores. De forma geral, desta vez foi morno e foi morno pra todo mundo."

A partiro jogo doconversas com economistas, a BBC News Brasil elencou três áreas que devem ser alvoo jogo doatenção durante este ano para entender os rumos e o ritmo da economia brasileira:

1. O cenário externo

A situação econômica dos outros países e a relação comercial do Brasil com eles são fatores importantes para a economia doméstica. Se a economia vai bem para os países que importam produtos brasileiros, a tendência é que eles aumentem o volumeo jogo docompras e que o Brasil consiga aumentar a exportação.

Além disso, quando a economia mundial está aquecida, os investidores tendem a ficar mais animados e confiantes. A forma como esses países, especialmente os Estados Unidos, tocam suas políticas monetárias também interfere na economia brasileira.

"Economias desenvolvidas estão dando sinaiso jogo dodesaceleração, como na Europa e na China. Isso traz um pouco maiso jogo docautela. Os bancos centrais já perceberam isso e já estão se preparando para esses sinaiso jogo doatividade mais morna, mas por enquanto isso não é cenário que traz grande risco. Se a gente tiver recessão mais forte nesse países, aí sim pode ser um risco", disse a economista Thais Zara.

Silvia Matos lembra que a recessão na vizinha Argentina, embora não seja um fator determinante, atrapalha a economia brasileira.

A economista aponta, também, que é necessário ficaro jogo doolho nos termoso jogo dopossível acordo comercial entre China e Estados Unidos. A eventual decisãoo jogo doa China comprar mais commodities dos EUA pode diminuir o volumeo jogo docommodities que os chineses compram do Brasil.

"Estados Unidos e nós, Brasil, competimos no mercadoo jogo docommodities. Pode ser que tenha menos guerra comercial, mas pode ser que China tenha que comprar mais do EUA para ter acordo. Dependendoo jogo docomo for acordo, pode ser ruim para as exportações brasileiras", afirmou Silvia Matos.

Ela diz, ainda, que o Brasil tem poucos acordos comerciais e pondera que ainda não está claro o caminho que o novo governo vai tomar nessa área.

"A sensação que eu tenho é que ainda temos país com espaço muito grande pra ter papel mais relevanteo jogo dorelação à abertura comercial. O mundo hoje depende das cadeias globaiso jogo dovalor."

2. A Reforma da Previdência

Apontada como um grande teste para o novo governo, todos os passos da Reforma da Previdência enviada neste ano ao Congresso Nacional serão acompanhados com atenção pelo mercado financeiro e pela população. Muitos economistas a veem como principal medida para colocar as contas do governoo jogo doordem - embora não seja a única -, e apontam que é muito difícil,o jogo doqualquer lugar do mundo, aprovar mudanças nas regraso jogo doaposentadoria e pensão.

"Temos um elefante enorme na sala, que é a Reforma da Previdência. A solvência fiscal ainda não foi resolvida e há carênciao jogo dorecursos para outras áreas", diz Silvia Matos.

Após a eleição e até o início do ano havia uma expectativao jogo doque a equipe do presidente Jair Bolsonaro pudesse formular uma propostao jogo doReforma da Previdênciao jogo doforma a aproveitar o texto que já estava no Congresso e que já havia sido aprovado.

O governo optou, contudo, por enviar um novo texto aos deputados e senadores, o que significa que a tramitação teráo jogo docomeçar do zero. Como se trataro jogo douma propostao jogo doemenda à Constituição, precisa ser aprovadao jogo dodois turnos, com o apoioo jogo do3/5 dos parlamentares, tanto na Câmara quanto no Senado.

Isso pode influenciar, segundo Thais Zara, o momentoo jogo doque a reforma surtirá efeito.

"A percepçãoo jogo doque a Reforma da Previdência levará mais tempo e que demore um pouco mais pra se refletir acaba dilatando um pouco o prazo da recuperação. O adiamento do prazo para aprovação da reforma pode adiar também o investimento, pelo menos do pontoo jogo dovista dos investidores estrangeiros", disse.

Da forma como foi apresentada ao Congresso, a propostao jogo doreforma tem capacidadeo jogo dogerar uma economiao jogo doR$ 161 bilhõeso jogo do4 anos eo jogo doR$ 1,072 trilhãoo jogo douma década,o jogo doacordo com os cálculos da equipe econômica.

Como o tema gera pressãoo jogo dodiversos grupos no Legislativo, é provável que a reforma sofra alterações durante a tramitação, o que altera o valoro jogo doeconomia previsto para os próximos anos.

3. Os investimentos

Ao lembrar que a Reforma da Previdência não resolve todos os problemas, Silvia Matos aponta que o Brasil tem questões estruturais para resolver. "O nosso potencialo jogo docrescimento, que é difícilo jogo doestimar, não é tão alto. Ter mais ofertao jogo doenergia, infraestrutura, isso faria o país deslanchar com eficiência."

A economista diz que, alémo jogo doolhar para o número geral do crescimento da economia, é necessário ter atenção ao desempenho do investimento.

"O investimento caiu 30% durante a recessão e só na guerra isso acontece. É uma queda brutalo jogo dopaís que já tem baixo investimento. O investimento tem a ver com a capacidadeo jogo docrescer sem gerar muita inflação."

O governo quer leiloar, ainda no primeiro semestre, 24 projetoso jogo doinfraestrutura, como aeroportos, terminais portuários e a ferrovia Norte-Sul.

Segundo Marcelo Portugal, os processoso jogo doconcessão na áreao jogo doinfraestrutura são capazeso jogo doinjetar confiança na economia, mas demoram para serem revertidoso jogo doinvestimentos.

"Isso leva tempo para ser revertidoo jogo doinvestimentos e representar crescimento efetivamente. É importante que o calendário comece este ano, mas o efeito seria para o futuro, já que são investimentoso jogo dolongo prazo", disse o economista.

Como ficam o emprego e a taxao jogo dojuros?

O IBGE divulgou nesta semana que a taxao jogo dodesemprego no Brasil aumentou ainda mais e atingiu 12,7 milhõeso jogo dopessoas. O índice passouo jogo do11,6% no trimestre encerradoo jogo dodezembroo jogo do2018 e passou para 12% no trimestre que terminao jogo dojaneiro.

A geraçãoo jogo doemprego, principalmente no mercado formal, normalmente é a forma pela qual a população mede se a economia no país vai bem ou não. Em geral, quando há um crescimento significativo do PIB, os empresários contratam mais gente e isso estimula essas famílias a consumirem mais - o que, poro jogo dovez, também aumenta a demanda por produtos e serviços na economia doméstica.

"O desafio do emprego é muito grande. Com desemprego alto, as famílias ficam cautelosas para consumir. Também tem muito emprego informal ou por conta própria, que geralmente impede a pessoao jogo doconseguir crédito. É um cenárioo jogo dodificuldade para as famílias", disse Silvia Matos.

Em boletim sobre o tema, a Rosenberg Associados aponta que a evolução do mercadoo jogo dotrabalho segueo jogo dolinha com a recuperação da atividade econômica gradual e afirma que está perdendo tração. Diz, ainda, que é possível que o Banco Central tenha que fazer novos corteso jogo dojuros.

"Caso a evolução do mercadoo jogo dotrabalho não se intensifique, novos corteso jogo dojuros poderão ser requeridos a fimo jogo dose garantir a convergência da inflação para a metao jogo do2019 e 2020."

Para Marcelo Portugal, o crescimento baixo desafiará o Banco Central a cortar mais a taxa básicao jogo dojuros, que estáo jogo do6,5%, o menor patamar da história.

"O ponto central é que o dadoo jogo dobaixo crescimento vai colocar desafio ao Banco Central para começar a coçar a cabeça e considerar possibilidadeo jogo doque, mesmo a 6,5%, os juros estão altos", disse.

O economista diz que há chanceso jogo doo novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter "uma visão um pouco diferente".

A próxima reunião do Comitêo jogo doPolítica Monetária (Copom), responsável por fixar a taxa básicao jogo dojuros, seráo jogo domarço.

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