Tragédia com barragem da Valesistemas de apostasBrumadinho pode ser a pior no mundosistemas de apostas3 décadas:sistemas de apostas

Crédito, Antonio Lacerda/EPA
Em Stava, um memorial com uma estátuasistemas de apostasbronze foi erguidosistemas de apostashomenagem às vítimas. A escultura retrata a cena dramática vista pelas equipessistemas de apostasresgates: dezenassistemas de apostashomens, mulheres e crianças foram encontrados mortos, envoltossistemas de apostaslama, com as mãos erguidas na frente do rosto, numa última tentativasistemas de apostasse proteger.

Crédito, Reprodução/ONU
"Eles não tiveram chancesistemas de apostasescapar quando o tsunamisistemas de apostaslama desceu o vale, na hora do almoço, num dia ensolaradosistemas de apostasjulho", descreve o relatório das Nações Unidas.
Agora, o rompimento da barragemsistemas de apostasBrumadinho caminha para superar a tragédia da Itáliasistemas de apostasperdas humanas. Foram encontrados, até o momento, 65 corpos e pelo menos 279 pessoas continuam desaparecidas.
"A tragédiasistemas de apostasBrumadinho estará, certamente, no topo dos maiores desastres com rompimentosistemas de apostasbarragemsistemas de apostasminério do mundo. Infelizmente, é possível que ultrapasse Stava, que foi a maior tragédia do tipo nos últimos 34 anos", afirmou à BBC News Brasil o geólogo Alex Cardoso Bastos, um dos autores do relatório da ONU sobre barragemsistemas de apostasminério.
'Top 1 e 2' do mundosistemas de apostasdesastre
Se o rompimentosistemas de apostasBrumadinho pode se tornar o pior das últimas décadassistemas de apostasnúmerosistemas de apostasmortos, o da barragem da Samarco - uma joint-venture entre a Vale S.A. e a anglo-australiana BHP Billiton - na regiãosistemas de apostasMariana (MG),sistemas de apostas2015, é o mais grave desastre ambiental da história provocado por vazamentosistemas de apostasminério.
O marsistemas de apostaslama causou destruição à vida marinha no Rio Doce, afetando drasticamente a vida da população local.
"O aniquilamento dos ecossistemassistemas de apostaságua potável, vida marinha e mata ciliar eliminou recursos naturais insubstituíveis para a vida ribeirinha, para pesca, a agricultura e o turismo", diz trecho do relatório da ONU, intitulado Mine Tailing Storage: Safety is no Accident.
Segundo Alex Bastos, que também é professorsistemas de apostasGeologia da Universidade Federal do Espírito Santo, as Nações Unidas utilizam um sistemasistemas de apostasclassificaçãosistemas de apostasgravidadesistemas de apostasdesastres que levasistemas de apostasconta volumesistemas de apostasrejeitos espalhados, tamanho da área afetada e númerosistemas de apostasmortos.
É considerado um "desastresistemas de apostasalta gravidade" um rompimentosistemas de apostasbarragem que provoque vazamentosistemas de apostasmaissistemas de apostas1 milhãosistemas de apostasmetros cúbicos, afetando uma áreasistemas de apostaspelo menos 20 km, e causando cercasistemas de apostas20 mortes.

Crédito, Reuters
A barragemsistemas de apostasFundão,sistemas de apostasMariana, gerou um vazamentosistemas de apostasmaissistemas de apostas40 milhõessistemas de apostasmetros cúbicossistemas de apostasrejeitos, que percorreram maissistemas de apostas600 km. E 19 pessoas morreram.
Já o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão,sistemas de apostasBrumadinho, espalhou 12 milhõessistemas de apostasmetros cúbicos por maissistemas de apostas46 km. O número confirmadosistemas de apostasmortos já chega a 65 e osistemas de apostasdesaparecidos, a 279.
"Osistemas de apostasMariana não é o piorsistemas de apostastermossistemas de apostasfatalidade, massistemas de apostasvolume e distância percorrida, é o maior desastre ambiental por rompimentosistemas de apostasbarragem. E osistemas de apostasBrumadinho deve ser o maior desastresistemas de apostastermossistemas de apostastragédia humana das últimas décadas", afirma Alex Bastos, que integra o comitê da ONU sobre barragenssistemas de apostasminério.
"Ou seja, esses dois casos estão no top 1 e 2 do mundosistemas de apostastermossistemas de apostasgravidade. Infelizmente, os dois maiores rompimentossistemas de apostasbarragem do mundo serão no Brasil. Aliás, no Estadosistemas de apostasMinas Gerais, a menossistemas de apostas150 km um do outro", lamenta.
O barato que sai caro
Atualmente, o Brasil tem 430 barragenssistemas de apostasminério, segundo relatório da Agência Nacionalsistemas de apostasÁguas (ANA). Tanto a barragemsistemas de apostasBrumadinho quanto asistemas de apostasMariana são to tipo "à montante", feitas com os próprios rejeitos.
Neste caso, os detritos minerais, rochas e terras escavadas durante a mineração - e descartados por não terem valor comercial - são depositadossistemas de apostascamadas num vale, formando a barragem.
Esse tiposistemas de apostas"lixãosistemas de apostasminério" é mais barato para as empresas. Mas é, também, o que oferece mais riscos.

Crédito, Washington Alves/Reuters
"Quando a gente imagina uma barragem, tende a pensar num murosistemas de apostasconcreto. Mas essas não são feitas com concreto, são feitas com a compactação do próprio rejeito. Isso faz com que a manutenção e monitoramento sejam muito mais importantes, porque essas barragens podem sofrer erosão por fora", diz Alex Bastos.
"Os rejeitos precisam ficar secos e consolidados, por isso é importante haver um sistema eficientesistemas de apostasdrenagem. Em Mariana, a base da barragem começou a solapar, perder estabilidade, e rompeu."
Uma alternativa mais segura a esse tiposistemas de apostasbarragem é a armazenagem a secosistemas de apostasrejeitos minerais. Mas a técnica é mais custosa.
"O benefício é que os rejeitos não ficam confinadossistemas de apostasbarragens que podem romper. Mas o custo para secar os rejeitos e armazená-lossistemas de apostassilos é muito mais alto", diz Bastos.
Os erros mais comuns
O relatório das Nações Unidas elenca as principais causassistemas de apostasrompimentossistemas de apostasbarragens. O documento afirma que chuvas fortes e prolongadas, furacões e abalos sísmicos podem provocar rupturas ou transbordamentos.
Mas, mesmo nesses casos, a ONU considera que houve erro humano, já que o planejamentosistemas de apostasrisco para manutenção e construção da barragem deve levarsistemas de apostasconta as condições climáticas do local.
No caso da barragemsistemas de apostasMariana, as investigações concluíram que houve falhas na construção da barragem, na manutenção e no monitoramento.
"A conclusão do estudo é que existem dois motivos causadoressistemas de apostasrompimentos: erro na análisesistemas de apostasrisco e negligência na manutenção da barragem", resume Alex Bastos.

Crédito, Washington Alves/Reuters
"Ou seja, se teve uma chuva torrencial que causou transbordamento da barragem, houve aí um erro na análisesistemas de apostasrisco. Se a região está sujeita a uma chuva assim, a estrutura da barragem deveria ser outra. A análisesistemas de apostasrisco tem que ser precisa", afirma.
Um problema recorrente mencionado no relatório da ONU é o fatosistemas de apostasbarragens originalmente construídas para armazenar determinado volume serem modificadas ao longo do tempo para guardar quantidades adicionaissistemas de apostasrejeitos.
Nesses casos, nem sempre é feita uma reestruturação adequada para garantir que a estrutura seja capazsistemas de apostassuportar o material descartado das minas.
"Muitas dessas barragens foram crescendo, aumentandosistemas de apostastamanho, e isso não seguiu o planejamento inicial da barragem. É como se você fosse fazendo puxadinhossistemas de apostasvezsistemas de apostasconsertar e refazer o projeto", critica Bastos.
A barragem que rompeusistemas de apostasBrumadinho foi construídasistemas de apostas1976 e tinha volumesistemas de apostas12 milhõessistemas de apostasmetros cúbicos. Ela estava desativada desde 2015, ou seja, não recebia rejeitos desde então.
Em 2018, a Vale recebeu licenciamento para reutilizar parte do rejeito e depois ser "descomissionada"- passar por uma extensa obra para deixarsistemas de apostasser barragem, se tornando, por exemplo, um morro.
Por que Brasil é campeãosistemas de apostasacidentes graves
O Brasil é o país que teve, nos últimos dez anos, o maior númerosistemas de apostascasos gravessistemas de apostasrompimentosistemas de apostasbarragenssistemas de apostasmineração, conforme o relatório da ONU. Outras nações que também tiveram casos recentessistemas de apostasvazamentosistemas de apostasminério são China, Estados Unidos, Israel, Canadá e México.
Por um lado, é importante considerar que o Brasil é o segundo maior exportadorsistemas de apostasminério, atrás apenas da Austrália. Tem mais minas, portanto, estatisticamente a possibilidadesistemas de apostasacidentes é maior.
Por outro lado, segundo a ONU, muitos desses acidentes poderiam ser evitados se as empresas investissemsistemas de apostassistemas mais segurossistemas de apostasarmazenamentosistemas de apostasrejeitos ousistemas de apostasmanutenção eficaz.
O relatório das Nações Unidas aponta que já existem protocolossistemas de apostassegurança e tecnologias alternativas suficientes para evitar acidentes com rejeitos minerais.

Crédito, EPA/ANTONIO LACERDA
O problema, ressalta a ONU, é que as empresas, ao investiremsistemas de apostasbarragens "à montante", avaliam segurançasistemas de apostasconjunto com custo. E, não raro, optam por procedimentos mais baratos, porém menos seguros.
"É preciso que as empresas coloquem segurançasistemas de apostasprimeiro lugar, priorizando a proteção ambiental e humana. As agências reguladoras, as indústrias e as comunidades devem adotar um objetivosistemas de apostasfalha-zero no armazenamentosistemas de apostasrejeitos", diz o relatório das Nações Unidas.
Para isso, a recomendação é que "questõessistemas de apostassegurança sejam avaliadas separadamentesistemas de apostasconsiderações econômicas". "Custo não pode ser um fator determinante."
Na noitesistemas de apostassábado, o ministro-chefe do Gabinetesistemas de apostasSegurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse que o governo pretende realizar vistoriassistemas de apostastodas as barragens do país que "ofereçam maior risco".
"É importante e urgente que aquelas barragens, no Brasil inteiro, que ofereçam maior risco sejam submetidas a uma nova vistoria, para que nós possamos nos antecipar, na medida do possível, a novos desastres", declarou.
Segundo Relatóriosistemas de apostasSegurança da Agência Nacionalsistemas de apostasÁguas, 45 barragens apresentam alto risco atualmente no país. A barragem da Valesistemas de apostasBrumadinho era classificada comosistemas de apostas"baixo risco" e "alto potencialsistemas de apostasdanos".
Só a segunda avaliação se confirmou.
Outros casos graves pelo mundo
O relatório das Nações Unidas afirma que, nas últimas três décadas, o númerosistemas de apostasfalhassistemas de apostasbarragens diminuiu, mas os casossistemas de apostasrompimento foram mais graves.
Entre os piores desastres ambientais, depoissistemas de apostasMariana, está o rompimento da barragem da minasistemas de apostasouro Mount Polly,sistemas de apostasBritish Columbia, no Canadá,sistemas de apostas2014.
A barragem se rompeu liberando 25 milhõessistemas de apostasmetros cúbicossistemas de apostasrejeitos. O acidente ocorreu numa área pouco populosa, portanto, não houve mortes. Mas a destruição da fauna e flora locais foi grave.

Crédito, REUTERS/FUNAI
O acidente no Canadá pode ser considerado um caso típico da prática do "puxadinho" mencionado por Alex Bastos. Segundo o relatório das Nações Unidas, a barragem aumentou nove andaressistemas de apostastamanho após entrarsistemas de apostasoperação, alcançando 40 metrossistemas de apostasaltura, além do que previa o projeto original. Pouco antessistemas de apostasromper, a mina ainda tentava conseguir aprovação para aumentar mais um andar.
O marsistemas de apostaslama invadiu uma áreasistemas de apostaspreservação ambiental e o lago Quesnel, um dos mais profundos lagos glaciais do mundo, e importante fontesistemas de apostassubsistência para a população indígena da região, que costumava pescar lá.
O lago possuia uma grande quantidadesistemas de apostassalmões, trutas e outras espéciessistemas de apostaspeixe. As investigações revelaram falhas no projeto da barragem, que não levousistemas de apostasconsideração características geológicas da região.
Também foram encontrados erros nas avaliaçõessistemas de apostasrisco e nos relatóriossistemas de apostasinspeção, que não levaramsistemas de apostasconta as possibilidadessistemas de apostaserosão e transbordamento. O Ministériosistemas de apostasMinas e Energia também foi responsabilizado por falhar na fiscalização.
Filipinas
Outro desastre ambiental com consequências sérias para a população ribeirinha foi o colapsosistemas de apostasuma barragem da Marcopper Mining Corporation, no Monte Tapian, nas Filipinas.
Rejeitos da minasistemas de apostasouro foram acumulados num poçosistemas de apostasconcreto. Após quatro anos da prática,sistemas de apostas1996, um dos túneis do poço cedeu, liberando até 4 milhõessistemas de apostastoneladassistemas de apostasmetal no rio Boac e matando o seu ecossistema.
"Esse foi um dos mais catastróficos desastres com mina da história", diz o relatório da ONU. Mais uma vez erros no manuseio da barragem, na manutenção e no projetosistemas de apostasavaliaçãosistemas de apostasrisco foram citados como causa do desastre.
'Pior desastre ambiental na Europa desde Chernobyl'
Na Europa, o pior desastre causado por rompimentosistemas de apostasmina foi na Romênia, no ano 2000. Metais pesados da minasistemas de apostasouro Baia Mare, no condadosistemas de apostasMaramures, invadiram o rio Tisza, um dos maiores afluentes do rio Danúbio.
"De 50 a 100 toneladassistemas de apostascianeto e cobre foram liberados, fazendo desse acidente o pior desastre ambiental desde Chernobyl", diz o relatório das Nações Unidas,sistemas de apostasreferência ao acidente nuclear ocorridosistemas de apostas1986, na Ucrânia.
De acordo com a ONU, os rejeitos passaram da Romênia para Hungria, Sérvia e Bulgária até chegar ao Mar Negro, matando maissistemas de apostas1.240 toneladassistemas de apostaspeixes.
"A falha foi causada por uma combinaçãosistemas de apostaserros no projetosistemas de apostasconstrução, falhas na avaliação das condiçõessistemas de apostasoperação e fortes chuvas e nevascas que resultaram no transbordamento", diz o documento das Nações Unidas.
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