Moradores fazem 'carreata da Paz'brabet grátisPacaraima, mas tensão entre brasileiros e venezuelanos continua:brabet grátis

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A polícia chegou para evitar que o bate-boca degringolasse. A cidade passara uma segunda-feira calma depoisbrabet grátisum fimbrabet grátissemana tenso entre brasileiros e venezuelanos - mas não precisou muito para expor a ferida, como constatou a reportagem da BBC News Brasil logo embrabet grátischegada a Pacaraima, cidade fronteiriça 215 km ao nortebrabet grátisBoa Vista.

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O episódio se deu na noitebrabet grátissegunda-feira, após a realização da chamada "Carreata da Paz". Cercabrabet grátis25 carros circularam pela cidade escura no início da noite, por voltabrabet grátisuma hora, promovendo um buzinaço e sacudindo bexigas brancas para fora da janela, um carrobrabet grátissom à frente, tocando o hino nacional. A maioria era brasileira, mas alguns venezuelanos participaram.
A professora e organizadora do evento Neura Costa puxava a fila no primeiro carro, discursando no microfone: "Os venezuelanos têm, sim, lugar aqui no Brasil. Eles merecem oportunidadesbrabet grátisrecomeçar abrabet grátisvida. É muito triste o que está passando na Venezuela. Vocês são seres humanos como nós. E nós vamos ajudar. Mas não à violência. Não vamos aceitar. Brasileiros e venezuelanos! Vamos vigiar o nosso município, vamos vigiar o nosso Estado, vamos ser felizes, vamos criar a nossa família com dignidade e respeito."
Neura proclamou que "Pacaraima pede paz", e disse não haver xenofobia na cidade, e sim uma crise que vinha se agravando e clamava por uma reposta do Estado há muito tempo. "Precisou acontecer tudo isso para alguém vir aqui e ver a situação que estamos passando."

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Novos imigrantes
Depois dos protestos violentosbrabet grátissábado,brabet grátisque manifestantes se agruparam, expulsaram venezuelanosbrabet grátislocais onde acampavam nas ruas e queimaram seus poucos pertences, não há vestígios do ocorrido nas calçadas.
Na segunda, bombeiros limparam as vias e retiraram as cinzas e restos dos objetos incendiados.
Tampouco há venezuelanos acampados nas ruas. Porém, muitos dos que deram marcha a ré para cruzar a fronteira para casa no sábado voltaram, e muitos outros continuam vindo, ebrabet grátisnúmeros tão ou mais altos que antes, com a chegadabrabet grátis800 imigrantes no domingo, contra uma média usualbrabet grátiscercabrabet grátis500 ao dia.

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A venezuelana Yaneth Alfonzo,brabet grátis31 anos, escolheu justo o sábadobrabet grátismanhã para entrar no país. Estava chegando na fronteira combrabet grátissobrinha e levou um susto por ter sido barrada no controle. Achou que autoridades estatais haviam enfim logrado fechar as fronteiras. Mas viu pessoas vindo na direção oposta, com malas, sacosbrabet grátiscomida na cabeça, muitos chorando, e soube das agressões.
"Fiquei muito espantada. Mas depois entendi que a maioria dos brasileiros apoiam que fiquemos. Agradecemos tudo que fazem por nós", diz. "Ninguém está aqui porque quer invadir um outro país. Estamos aqui pela situação econômica do nosso país, que nos fez sairbrabet grátisnossas casas e migrar para buscar uma vida melhor para poder ajudar as nossas famílias que ficaram lá."
Na noitebrabet grátissábado, ônibus carregados com 60 homens da Força Nacionalbrabet grátisSegurança (FNS) chegaram a Pacaraima, enviados pelo governo federal para buscar manter a situação na cidade sob controle. O governo prometeu enviar mais 60 agentes da FNS para a cidade.

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Refúgiobrabet grátisvenezuelanos
Nos últimos três anos,brabet grátisacordo com a ONU, 2,3 milhõesbrabet grátisvenezuelanos deixaram o país, fugindo sobretudo da faltabrabet grátisalimentos e medicamentos no país -brabet grátisque uma malabrabet grátisdinheiro não compra mais do que um frango.
Só no primeiro semestre deste ano, maisbrabet grátis56.740 venezuelanos solicitaram refúgio ou residência temporária no Brasil.
No período, maisbrabet grátis16 mil venezuelanos chegarem a Roraima pedindo refúgio, 20% a mais do quebrabet grátistodo o anobrabet grátis2017.

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Na segunda-feira, a pressão para fechar temporariamente a fronteira voltou às manchetes após o governobrabet grátisRoraima solicitar mais uma vez que o STF aja para suspender a imigração na fronteira com o país comandado porbrabet grátisNicolás Maduro. No início deste mês, a ministra Rosa Weber já negara a possibilidade.
O ministro do Gabinetebrabet grátisSegurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, disse que a possibilidade é "impensável e "ilegal". "Nós temos que cumprir a lei. A lei brasileirabrabet grátisimigração determina o acolhimentobrabet grátisrefugiados e imigrantes nessa situação", afirmou.
Acredita-se que, com o agravamento da situação econômica no país, onde o governo lançou, na segunda-feira, uma nova moeda - o bolívar soberano -, para tentar conter a hiperinflação, o fluxobrabet grátisimigrantes não deve arrefecer a curto prazo.








