Diabetes: obesidade e sedentarismo fazem casos dispararem entre mulheres:green bet cadastro

  • Keila Guimarães
  • De São Paulo para a BBC Brasil
Mulher obesa

Crédito, PA

Legenda da foto, Mulheres são as principais vítimas do avanço da doença

green bet cadastro Na última década, o númerogreen bet cadastropessoas com os diabetes tipo 1 e 2 no Brasil subiu 61,8%,green bet cadastroacordo números do Ministério da Saúde. O público mais afetado são as mulheres - 1green bet cadastrocada 10 estão diagnosticadas com a doença. Maiores índicesgreen bet cadastrosedentarismo egreen bet cadastroobesidade fazem delas as principais vítimas do diabetes, afirmam especialistas.

Não por coincidência, a obesidade também saltou 60% entre 2007 e 2016 - hoje 18,9% da população é considerada obesa,green bet cadastroacordo com dados do governo. Entre o grupo feminino, porém, esse índice é um pouco mais elevado: atinge 19,6% das mulheres. Quando o critério é sobrepeso, o resultado é pior: mais da metade (53,8%) dos brasileiros pesa mais do que deveria.

Para o médico João Eduardo Nunes Salles, da Sociedade Brasileiragreen bet cadastroEndocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Sociedade Brasileiragreen bet cadastroDiabetes (SBD), as doenças são irmãs. "O aumento do diabetes se dá basicamente pelo aumento da obesidade e do sedentarismo, é a mesma relação. As pessoas morremgreen bet cadastromedogreen bet cadastroter diabetes, mas não tem medo da obesidade", alerta.

Neste ano, uma campanha nacionalgreen bet cadastroprevenção para o Dia Mundial do Diabetes - comemorado nesta terça - organizada pelas duas sociedades médicas tem como tema "Mulheres e Diabetes - Nosso direito a um futuro saudável". Até esta quarta, haverá ações voltadas principalmente para o público femininogreen bet cadastrotodas as capitais brasileiras.

Por que há mais casos entre as mulheres

Em dez anos, o diagnóstico do diabetes saltougreen bet cadastro6,3% para 9,9% da população feminina, índice bem maior que o registrado entre os homens (7,8% da população masculina) e mais alto que a média nacional (8,9%).

Em geral, a doença afeta pessoas com menos anosgreen bet cadastroestudo e aquelas acima dos 55 anos. As mulheres com maisgreen bet cadastro35 anos com obesidade abdominal, hipertensão arterial e triglicérides elevados são o público com maior riscogreen bet cadastrodesenvolver a doença.

A obesidade abdominal ocorre entre aqueles com circunferência da cintura acimagreen bet cadastro88 cm, no caso das mulheres, egreen bet cadastro102 cm, nos homens.

"Todas as mulheres nessa condição estão sob o risco eminentegreen bet cadastroter diabetes, mas muitas não se cuidam", diz Salles. "As mulheres estão ganhando mais peso e cada vez mais precocemente - antes era por volta dos 40 anosgreen bet cadastroidade, mas agora ocorre muito mais cedo. Isso faz com que elas apresentem um risco maiorgreen bet cadastrodesenvolver o diabetes", afirma.

Testegreen bet cadastroglicemia
Legenda da foto, Segundo o Ministério da Saúde, o númerogreen bet cadastropessoas com os diabetes tipo 1 e 2 no Brasil subiu 61.8% na última década | Foto: Ag. Brasil

Diabetes durante a gravidez

As mulheres também correm riscogreen bet cadastrodesenvolver o diabetes gestacional, desencadeada por alterações no metabolismo materno e agravada por fatoresgreen bet cadastrorisco, como ganhogreen bet cadastropeso excessivo durante a gestação, idade materna mais avançada e quadrogreen bet cadastrohipertensão arterial.

O diabetes gestacional quase sempre desaparece após a mãe dar à luz - a condição, porém, aumenta as chances da mulher desenvolver doenças cardiovasculares e a probabilidade dela apresentar a doença após a menopausa, aponta Salles. O bebê também fica com riscogreen bet cadastrodesenvolver diabetes no futuro.

"A mulher tem que saber antesgreen bet cadastroengravidar se tem ou não da doença. Se tiver histórico na família e engravidar após os 30 anos, ela tem que ficar muito atenta para fazer um diagnóstico precoce da doença e evitar o diabetes gestacional."

Diabetes e doenças fatais

Pule WhatsApp e continue lendo
No WhatsApp

Agora você pode receber as notícias da BBC News Brasil no seu celular

Entre no canal!

Fim do WhatsApp

A condição aumentagreen bet cadastroaté três vezes o riscogreen bet cadastroo paciente desenvolver doenças cardiovasculares, como derrame e infarto.

Entre as mulheres, a faltagreen bet cadastrocontrole da doença pode estar relacionada a uma menor reduçãogreen bet cadastrocasosgreen bet cadastroacidentes vasculares cerebrais (AVC) nos últimos anos, segundo uma pesquisa publicadagreen bet cadastroagosto na revista científica Neurology.

O estudo, feito a partir dos registrosgreen bet cadastrosaúdegreen bet cadastro1,3 milhãogreen bet cadastropessoas dos estadosgreen bet cadastroOhio e Kentucky, nos Estados Unidos, hospitalizadas entre 1990 e 2003, apontou que o númerogreen bet cadastroAVCs por 100 mil habitantes reduziu 37% entre o público masculino - entre as mulheres, porém, os pesquisadores não encontraram redução estatisticamente relevante no período.

O estudo não identificou os fatoresgreen bet cadastrorisco que levaram à menor reduçãogreen bet cadastroderrames entre mulheres, mas uma das causas discutidas pelos cientistas é a prevalência do diabetes entre elas.

"A preocupação é que essa estabilidade dos casosgreen bet cadastroAVC nas mulheres esteja relacionada ao mau controle do diabetes egreen bet cadastrooutros fatoresgreen bet cadastrorisco no público feminino, como a hipertensão, o tabagismo, o colesterol e a obesidade", afirma o médico Breno Caiafa, secretário-geral da Sociedade Brasileiragreen bet cadastroAngiologia egreen bet cadastroCirurgia Vascular do Riogreen bet cadastroJaneiro (SBACV).

Homem obedo

Crédito, PA

Legenda da foto, Obesidade e diabetes estão ligados, alertam médicos

Alémgreen bet cadastromaior riscogreen bet cadastroAVC egreen bet cadastroinfarto, o diabetes é uma das principais causasgreen bet cadastrocegueira, falência do rim e amputaçõesgreen bet cadastromembros inferiores.

A tendênciagreen bet cadastrocrescimento da doença no Brasil e no mundo preocupa autoridadesgreen bet cadastrosaúde. De acordo com a Organização Mundialgreen bet cadastroSaúde (OMS),green bet cadastro2030 o diabetes será a sétima principal causagreen bet cadastromortes no mundo - hoje, é a nona.

O que é o diabetes e como prevenir

O diabetes é uma doença crônica que ocorre ou quando o pâncreas não produz insulina suficiente - hormônio que regula os níveisgreen bet cadastroaçúcar no sangue - ou quando o corpo não consegue utilizargreen bet cadastromaneira efetiva a insulina que o organismo produz. A doença se dividegreen bet cadastrodois tipos, além da diabetes gestacional:

Tipo 1:

Essa condição é caracterizada por uma produção deficientegreen bet cadastroinsulina pelo organismo e demanda aplicações diárias do hormônio.

De acordo com a Sociedade Brasileiragreen bet cadastroDiabetes, a doença atinge principalmente crianças e adolescentes. Dos que sofrem com o diabetes, entre 5% e 10% do total são diagnosticados com o tipo 1. As causas são desconhecidas, e não há métodosgreen bet cadastroprevenção.

Tipo 2:

Esse tipo ocorre quando o organismo não consegue utilizar a insulina produzida pelo corpo. A condição atinge a maioria das pessoas com diabetes ao redor do mundo e, ao contrário do tipo 1, está amplamente associada ao excessogreen bet cadastropeso e ao sedentarismo.

A formagreen bet cadastroprevenir o diabetes tipo 2 é por meio da reeducação alimentar, redução do consumogreen bet cadastroaçúcar egreen bet cadastrogorduras saturadas, além da práticagreen bet cadastroexercícios físicos regulares. A OMS recomenda pelo menos 30 minutosgreen bet cadastroatividade física na maioria dos dias da semana.

"Hoje o diabetes do tipo 2 é uma doença que a gente consegue prevenir. Mas os pacientes acabam sendo vítimas da obesidade, uma outra doença extremamente prevalente no Brasil", diz Salles.