Das páginas esportivas para as policiais: as 7 principais investigações sobre a Olimpíada do Rio:bet5 365

Crédito, EPA/Julio Cesar Guimaraes
bet5 365 A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, e seu braço direito, Leonardo Gryner, após pedido do Ministério Público Federal.
As prisões são temporárias e fazem parte da operação Unfair-play - Segundo Tempo, que dá continuidade às investigações que acusam Nuzman e empresários ligados ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB)bet5 365orquestrar uma compra internacionalbet5 365votos para garantir a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicosbet5 3652016.
Procuradores da operação Lava Jato no Rio afirmam que as prisões foram necessárias para "impedir que ambos continuem atuando, seja criminosamente, seja na interferência da produção probatória", e solicitou o bloqueiobet5 365R$ 1 bilhão do patrimôniobet5 365ambos "pelos danos morais causadosbet5 365razão das proporções mundiais do fato".
Essa é uma das diversas investigações sobre a Olimpíada, encerrada há pouco maisbet5 365um ano no Maracanã com discurso do próprio Nuzman, à época também presidente do Comitê Rio 2016. Muitas das obras esportivas ebet5 365infraestrutura estão sob suspeitabet5 365superfaturamento ou envolvem pagamentobet5 365propina para os políticos envolvidos.
Elencamos aqui as principais apuraçõesbet5 365andamento:
1. Comprabet5 365votos para o Rio ser escolhido como sede
Tudo começou com uma investigação do Ministério Público da França, divulgada pelo jornal Le Monde, revelando que um empresário brasileiro teria pago propina ao filho do ex-presidente da Federação Internacionalbet5 365Atletismo para comprar seu voto.
Os franceses pediram a colaboração do Brasil nas investigações, que envolvem também procuradores da Antígua e Barbuda, dos EUA e do Reino Unido.
Em setembro, na primeira fase da operação Unfair Play, agentes da Polícia Federal cumpriram mandadobet5 365busca e apreensão na casabet5 365Nuzman, onde encontraram R$ 480 milbet5 365espécie (entre dólares, libras, reais e euros), confiscaram seu passaporte russo e levaram o presidente do COB para depor.

Crédito, EPA
Na manhã desta quinta-feira, Carlos Arthur Nuzman acordou novamente com a Polícia Federal na portabet5 365sua casa,bet5 365condomíniobet5 365luxo Jardim Pernambuco, no Leblon. Mas desta vez foi conduzido à prisão temporária.
Procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio afirmam que os elementos colhidos na primeira fase da operação permitiram comprovar, "de maneira irrefutável, como se deu a operacionalização dos pagamentos e indicam a atuaçãobet5 365outros atores até então desconhecidos" na comprabet5 365votos.
De acordo com o Ministério Público Federal, Nuzman e Leonardo Gryner foram responsáveis por "unir pontas interessadas" e "azeitar as relações para organizar o mecanismobet5 365repassebet5 365propinasbet5 365Sérgio Cabral diretamente a membros africanos do COI (Comitê Olímpico Internacional), o que foi efetivamente feito por meiobet5 365Arthur Soares".
Arthur Césarbet5 365Menezes Soares Filho, conhecido como "rei Arthur", é considerado foragido - a polícia suspeita que ele esteja nos Estados Unidos. Seu grupo empresarial, o Facility, foi um dos maiores beneficiados durante o governobet5 365Cabral ao conquistar diversos contratosbet5 365prestaçãobet5 365serviços para o Estado.
Chamou a atenção do Ministério Público o ganhobet5 365patrimônio do empresário durante o governo do peemedebista:bet5 3652006, quando ainda não era chamado "rei", ele tinha R$ 16 milhõesbet5 365bens. No ano seguinte - o primeiro da gestão Cabral -, esse valor tinha saltado para R$ 156 milhões. Em 2016, seu patrimônio já erabet5 365R$ 238 milhões.
De acordo com a Procuradoria, "vasta documentação e provas robustas" indicam que o grupobet5 365Cabral pagou US$ 2 milhõesbet5 365propina para comprar o voto do presidente da Associação Internacional das Federaçõesbet5 365Atletismo, Lamine Diack. O valor teria sido pago por meiobet5 365seu filho, Papa Massata Diack.
Segundo os procuradores, a África costuma votarbet5 365bloco, logo o votobet5 365Diack poderia influenciar os demais. Na eleição, ocorridabet5 365outubrobet5 3652009, o Rio venceu a disputa contra Madri, Tóquio e Chicago - a última rodada, contra a cidade espanhola, foi liquidada por 66 a 32.

Crédito, AFP
Segundo as investigações, o pagamento foi feito no dia 29bet5 365setembrobet5 3652009, dois dias antes da votação. Rei Arthur teria utilizado uma conta dabet5 365offshore Matlock Capital Group para depositar a maior parte do valor (U$ 1,5 milhão) - a empresa foi a mesma utilizada para pagar propinasbet5 365maisbet5 365U$ 10 milhões a Cabral, aindabet5 365acordo com as apurações. A outra parte teria sido transferida da conta do próprio empresário.
Tanto Papa quanto seu pai, Lamine Diack, estão banidos do esporte por acusaçõesbet5 365corrupção e lavagembet5 365dinheiro envolvendo o escândalobet5 365doping ligado aos atletas da Rússia - foi a investigação desse esquema, aliás, que fez os franceses chegarem à suspeita da comprabet5 365votos para o Rio sediar a Olimpíada.
Na segunda fase da Unfair-play, a Procuradoria também ressalta que o patrimôniobet5 365Nuzman cresceubet5 365457% durante seus últimos dez anos na presidência do COB, sem que houvesse indicação clarabet5 365seus rendimentos. Os procuradores afirmam ainda que as apreensões embet5 365casa indicaram que ele costuma pagar partebet5 365suas contasbet5 365espécie, "um engendro característico do sistemabet5 365lavagembet5 365capitais".
Além disso, teria mantido partebet5 365seu patrimônio oculto na Suíça. Procuradores consideraram suspeito o fatobet5 365Nuzman ter declarado, apenas depois da primeira fase da operação, a possebet5 36516 barrasbet5 365ouro mantidas no interior, fazendo uma retificaçãobet5 365sua declaraçãobet5 365impostobet5 365renda.
"A atitude adotadabet5 365momento seguinte à deflagração da Operação Unfair Play demonstra obstrução das investigações sobre a ocultação patrimonial", dizem os procuradores.
Em setembro, Nuzman afirmou que "nadabet5 365errado foi feito na campanha".
A defesa nega que ele tenha cometido qualquer irregularidade. Seu advogado, Sérgio Mazzillo, disse que "o processobet5 365disputa a sede das Olimpíadas não contou com comprabet5 365votos".
"Não há fortes indíciosbet5 365nada. Ele (Nuzman) falou que não atuoubet5 365maneira nenhuma irregular. Nadabet5 365errado foi feito na campanha. Nenhuma ilegalidade foi cometida pelo meu cliente. As explicações serão dadas."
2. Propinabet5 365obras do Maracanã
O ex-governador Sérgio Cabral foi presobet5 365novembro do ano passado acusadobet5 365cobrar propinabet5 365obras sobbet5 365tutela. Segundo as investigações, ele cobrava uma "contribuição"bet5 3655% do valor total dos contratos para obras - uma delas teria sido a reforma do Maracanã para a Copabet5 3652014 e a Olimpíadabet5 3652016.
A obra foi orçadabet5 365R$ 720 milhões, mas custou pelo menos R$ 1,2 bilhão.
Cabral negou ter recebido propina e disse que manteve apenas "relações institucionais" com a Odebrecht, responsável pelo contrato, e nunca interferiubet5 365licitações.
Em setembro, ele foi condenado a 45 anos e 2 mesesbet5 365cadeia pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, pelos crimesbet5 365corrupção passiva, lavagembet5 365dinheiro ebet5 365chefiar uma organização criminosa - tendo sido considerado, na sentença, "o grande líder da organização criminosa".
Em junho, o ex-governador já havia sido condenado a 14 anos e dois mesesbet5 365prisão pelo juiz Sergio Moro, da Justiça Federalbet5 365Curitiba. Ele ainda responde a outras 13 ações penais.
3. Superfaturamento da linha 4 do metrô
A linha 4 do metrô do Rio, que liga a zona sul à zona oeste da cidade, era um dos legados mais esperados pela população. E também está sendo investigada por suposto suborno.
As apurações envolvem a Secretaria Estadualbet5 365Obras e o consórcio formado pela Queiroz Galvão, Odebrecht e Carioca Engenharia. O diretor da companhiabet5 365transportes sobre trilhos, a RioTrilhos, Heitor Lopesbet5 365Sousa Junior, e o atual subsecretáriobet5 365Turismo do Estado e ex-subsecretáriobet5 365Transportes, Luiz Carlos Velloso, foram presosbet5 365março deste ano, acusadosbet5 365terem recebido propina.
Além disso, o Ministério Público do Riobet5 365Janeiro também acusa o governobet5 365irregularidades no contrato da obra e superfaturamento. Os desvios chegariam a R$ 3 bilhões - a obra custou R$ 10 bilhões.
Na época, as construtoras e a Linha 4 afirmaram que só se manifestariam sobre o casobet5 365juízo.

4. Superfaturamento no Complexobet5 365Deodoro
Segundo maior localbet5 365competições, o Complexobet5 365Deodoro passou a ser investigado antes mesmo do início da Olimpíada.
A operação Bota-Fora, da Polícia Federal, encontrou irregularidades na prestaçãobet5 365serviço para transporte e descarte do entulho do complexo. O gasto previsto inicialmente erabet5 365R$ 80 milhões, mas chegou a R$ 128,5 milhões.
A investigação tem a participação do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (antiga Controladoria-Geral da União), da Receita Federal e do Ministério Público, e tembet5 365vista os crimesbet5 365direcionamentobet5 365licitação, falsidade ideológica, estelionato e apropriação indébita.
O Complexobet5 365Deodoro afirmou,bet5 365nota, que o aumento no valor inicial do contrato se deveu ao volumebet5 365entulho transportado, maior do que o previsto. Já o consórcio responsável afirmou à época que "a alteração não impactou o valor total da obra estipuladobet5 365contrato".
5. Propina no BRT Transcarioca e na drenagembet5 365córrego
Essa foi a primeira vez que as investigações atingiram a Prefeitura do Riobet5 365Janeiro. Envolvem o pagamentobet5 365propina nas obras do BRT (corredorbet5 365ônibus expresso) Transcarioca e da recuperação da Baciabet5 365Jacarepaguá - duas obrasbet5 365legado dos Jogos Olímpicos.
O custo do BRT foibet5 365R$ 540 milhões, e a cobrança da propina, segundo as investigações, seriabet5 3651% desse valor.
Alexandre Pinto da Silva, secretário municipalbet5 365Obras na gestão Eduardo Paes (PMDB), foi preso no iníciobet5 365agostobet5 365decorrência dessa operação - ele é apontado como um dos destinatários da propina. Fiscais da prefeitura também receberiam para fazer vista grossa às irregularidades.

No caso da Baciabet5 365Jacarepaguá, o valor da obra erabet5 365R$ 238 milhões e também envolvia pagamentobet5 3651% para o secretáriobet5 365Obras e os fiscais, afirmam os investigadores.
Em depoimento à polícia à época da prisão, Alexandre Pinto negou ter participadobet5 365fraudes.
6. Irregularidadesbet5 365campobet5 365golfe
Essa investigação atinge o ex-prefeito Eduardo Paes e inclui uma açãobet5 365improbidade administrativa movida na Justiça do Estado do Rio relacionada à obra do campobet5 365golfe, na qual ele é réu.
A construtora responsável (Fiori Empreendimentos) não teria pago a Taxabet5 365Obrasbet5 365Áreas Particulares - valor que chegaria a R$ 1,8 milhão e que precisaria ser colhido pelo município por causa da remoçãobet5 365vegetação local necessária para a construção do campo.
A empresa havia argumentado que não construiria o campo se tivessebet5 365pagar a taxa e pediu à Prefeitura que arcasse com o valor.
Segundo a decisão judicial na qual a denúncia foi aceita, a concessão da licença sem recolhimentobet5 365taxa seria "elementobet5 365suspeita que indiciam a ocorrência do atobet5 365improbidade".

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Em nota na época, a assessoriabet5 365Paes afirmou que "o próprio Tribunalbet5 365Justiça do RJ já entendeu, neste mesmo caso,bet5 365decisãobet5 365Segunda Instância da 5ª Câmara Cível, que não houve qualquer dano ou prejuízo ao tesouro municipal, não tendo havido qualquer renúnciabet5 365receitabet5 365Eduardo Paes, na qualidadebet5 365prefeito, tendo havido, inclusive, o ajuizamentobet5 365execução fiscal pelo MPRJ (Ministério Público do Riobet5 365Janeiro)".
7. Propina nas obras do Porto Maravilha
Em delação da empreiteira Carioca Engenharia, foi revelado pagamentobet5 365propina envolvendo as obras do Porto Maravilha, realizadas como um legado da Olimpíada do Rio.
Segundo o depoimento do empresário Ricardo Pernambuco (dono da Carioca Engenharia), cercabet5 365R$ 13 milhões foram pagosbet5 365propina ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara.

Os valores seriam para que o deputado atuassebet5 365favor da empresa para facilitar a liberaçãobet5 365valores do Fundobet5 365Investimento do FGTS para as obras do porto.
A Odebrecht afirmou - tambémbet5 365delação - que Cunha pediubet5 3651,5%bet5 365propina sobre o valorbet5 365empréstimo do FI-FGTS.
À época, a defesa do ex-deputado negou o recebimentobet5 365propina.








