O jogo está sendo jogado: como o PSDB decidirá seu futuro nos próximos meses:free 500 novibet

Crédito, Wilson Dias / Agência Brasil
Na última quinta-feira, o PSDB usou o tempofree 500 novibetpropaganda partidária para desferir um ataque contundente contra o presidente da República. O governo Temer, do qual o partido faz parte com quatro ministros, foi chamadofree 500 novibet"presidencialismofree 500 novibetcooptação", formado por "políticos e partidos que só querem vantagens pessoais e não pensam no país".
Quem são os 'cabeças-pretas'
Parece contraditório, e é: o discurso veiculado na TV representa o que pensam os "cabeças-pretas", um grupo cujo núcleo é formado por cercafree 500 novibet15 deputados federais (a maioriafree 500 novibetjovens, daí o nome) e que defende o rompimento com o governo Temer.
Neste momento, os "cabeças-pretas" estão unidosfree 500 novibettorno da tarefafree 500 novibeteleger o senador Tasso Jereissati (CE) como presidente nacional do PSDB pelos próximos 2 anos. A linha política do programafree 500 novibetTV foi definida,free 500 novibetgrande parte, por Tasso, que, interinamente, preside a legenda.
"Eu acho que o programa dialoga com a vida real. Enfrenta a realidade. Não busca atalhos. Não fica dourando a pílula. A crítica não é direcionada a esse ou aquele governo, mas é uma constataçãofree 500 novibetque o modelo está esgotado", defende o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), um dos integrantes do grupofree 500 novibet"cabeças-pretas".
Tasso Jereissati chegou ao comando do partidofree 500 novibetmaio, quando Aécio Neves (PSDB-MG) foi atingido pela delação dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS. Nos últimos dias, Tasso têm feito uma maratonafree 500 novibetreuniões com deputados e outros dirigentes do PSDB, tentando consolidar a própria posição.
No grupo ligado a Aécio Neves, o programafree 500 novibetTV da quinta-feira aumentou a sensaçãofree 500 novibetque é necessário acabar com a interinidadefree 500 novibetTasso e retornar o comando do partido para as mãos do senador mineiro o quanto antes. O discurso deste grupo éfree 500 novibetque não há mais divisão no PSDB quanto a permanecer ou não no governo: a divergência teria sido superada quando a Câmara engavetou a denúncia contra Temer.
"Acabeifree 500 novibetfalar sobre isso [a divisão no PSDB] no almoço da FPA", disse à reportagem o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT). Ele se refere ao encontro semanal da Frente Parlamentar da Agropecuária, nome oficial da bancada ruralista, presidida por ele.

Crédito, Marcelo Camargo / Agência Brasil
"Se a gente focar nas reformas, teremos unidade no PSDB. Você precisa entender quando sai vencedor ou sai derrotado. E é preciso entender que isso [a divisão do partido] se encerrou no dia da votação da denúncia [contra Temer]", diz Leitão.
Para a ala tucana que deseja permanecer no governo, há dois bons motivos para não romper com Michel Temer agora.
O primeiro é o acesso à "máquina": cargos, emendas e apoio do governo federal serão mais importantes do que nuncafree 500 novibet2018, uma eleição a ser disputada sem dinheirofree 500 novibetempresas privadas. Estar "de bem" com a União pode se reverterfree 500 novibetbenefícios (um postofree 500 novibetsaúde, um trechofree 500 novibetrodovia asfaltado) para a localidade onde o deputado se elege . E este tipofree 500 novibetresultado costuma ser determinante para o sucesso nas urnas.
O segundo é a perspectivafree 500 novibetque, mais dia ou menos dia, a população começará a sentir os efeitos da melhoria do ambiente econômico. Afinal, o desemprego paroufree 500 novibetaumentar, a inflação está baixa e os juros estão caindo. Para eles, quando o bem-estar aparecer, o PSDB poderá recolher os dividendos eleitoraisfree 500 novibetter sido o fiador do atual programa econômico.
Além disso, Aécio Neves, golpeado pela Lava Jato, precisa da proteção que o governo Temer e o baixo-clero do Congresso podem lhe oferecer neste momento, lembram adversários do tucano.
O plano da ala "temerista" do PSDB só tem um problema: falta combinar com os "cabeças-pretas".
Para o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB), a ideiafree 500 novibetque a divisão no PSDB acabou com a votação do começofree 500 novibetagosto "não é real nem politicamente e nem matematicamente", diz. Ele cita o placar no PSDB: foram 22 favoráveis a Temer e 21 contrários.
"O partido está dividido. Eu continuo achando que o melhor é sair do governo Temer", diz Pedro, filho do senador tucano Cássio Cunha Lima.
Volta e meia, "cabeças-pretas" mencionam a possibilidadefree 500 novibetdeixar o partido caso prevaleça a tesefree 500 novibetficar junto a Temer até o final. "Eu não quero sair, não estou buscando sair. Com o Tasso [Jereissati], acho que o partido conseguirá se reposicionar e voltar a representar a sociedade. Evidente que se o partido se perdesse, aí tinha chancefree 500 novibetsair gente do PSDB. A crise existe, e o partido está desgastado. Isso é fato. Se o partido negasse isso, era o casofree 500 novibetsair", diz o deputado Daniel Coelho (PE), um dos parlamentares jovens.
O núcleo bandeirante
Há outro peso-pesado no PSDB que não deseja alienar aTemer suas chances eleitorais: o governadorfree 500 novibetSão Paulo, Geraldo Alckmin. Pessoas próximas ao governador dizem que Temer "tira votos", e é uma companhia tóxicafree 500 novibetuma campanha majoritária.
Aliadosfree 500 novibetAlckmin inclusive desdenham da aproximaçãofree 500 novibetTemer com o prefeitofree 500 novibetSão Paulo, João Doria. O presidente da República fez afagos públicos ao prefeito num evento do setor automotivofree 500 novibetSão Paulo, no começofree 500 novibetagosto. Para os interlocutoresfree 500 novibetAlckmin, Doria não entende nadafree 500 novibetpolítica se acha que pode se beneficiarfree 500 novibet2018 da proximidade com Temer.
Há ainda a possibilidadefree 500 novibetque Temer (amigofree 500 novibetDoria há anos) estivesse simplesmente fazendo um agrado a um nome importante do PSDB que defende a continuidade do partido no governo. Seria um movimentofree 500 novibetautopreservação, já que o sucesso do peemedebista no Congresso depende do apoio dos tucanos.
Os aliadosfree 500 novibetAlckmin minimizam o fatofree 500 novibetDoria pontuar melhor nas pesquisas que o governador, atualmente. "Ano passado, nessa época, o João Doria tinha 1%. Ninguém acreditou nele, e Geraldo acreditou. É muito cedo para fazer pesquisa. As pesquisas não têm nenhum valor hoje", diz o deputado estadual Pedro Tobias (PSDB-SP), presidente estadual do PSDB.
Alckmin possui ainda outra fragilidade que não atinge Doria: o governador foi citado na delação da Odebrecht, acusadofree 500 novibetreceber dinheirofree 500 novibetcaixa dois. Ele nega irregularidades.
Publicamente, Doria diz que jamais iria contra o governador, a quem devefree 500 novibetindicação para disputar a prefeiturafree 500 novibetSão Paulo no ano passado. Mas quem conversa com o prefeito diz que ele não tira da cabeça a ideiafree 500 novibetconcorrer à Presidência, mesmo que tenhafree 500 novibetmudarfree 500 novibetlegenda. Nos últimos dias, Doria tem visitado vários Estados do Nordeste, região onde o PSDB é historicamente fraco.
Se Alckmin for mesmo candidato à Presidência, terá que se afastar do governo do Estado seis meses antes da eleição. O palácio dos Bandeirantes ficará temporariamente com o vice-governador Márcio França (PSB), que tem manifestas pretensõesfree 500 novibetser o candidato a governador pelo polo da centro-direita. O próprio Alckmin atuou como fiador dos planosfree 500 novibetFrança, mas seus aliados paulistas não estão convencidosfree 500 novibetdeixar para outra legenda o controle do Estado.
"Estamos aqui há quase 30 anos. Não vamos abrir mão agora", diz Tobias. Ele cita uma filafree 500 novibetpossíveis candidatos tucanos: David Uip (secretáriofree 500 novibetSaúde do Estado), Luiz Felipe d'Avila (cientista político liberal), Floriano Pesaro (secretáriofree 500 novibetDesenvolvimento Social do Estado), Bruno Covas (secretáriofree 500 novibetMeio Ambiente), entre outros.
Como será a disputa
Alckmin conta com pelo menos mais um trunfo na disputa contra Aécio Neves: o secretário-geral do partido, Silvio Torres. Deputado federal por São Paulo, Torres é aliadofree 500 novibetAlckmin e preside o grupo que definiu as regras para a convenção nacional tucana, prevista para começarfree 500 novibetoutubro.
Pelo calendário apresentado por Torres à reportagem da BBC Brasil, o processo começa com os municípios: do dia 1º ao dia 8free 500 novibetoutubro, todos as pessoas filiadas ao PSDB há maisfree 500 novibet30 dias poderão votar para eleger os delegados municipais, que escolherão o comando da sigla nas cidades.
Eles também escolherão os delegados das convenções estaduais, marcadas para 11free 500 novibetnovembro. Em 9 dezembro ocorre a convenção nacional do PSDB, que definirá o comando da sigla pelos próximos dois anos, renováveis por mais dois.
O controle do partido é importante por dois motivos: quem tiver a máquina partidária levará enorme vantagem na disputa da vaga presidencial. E numa eleição sem dinheirofree 500 novibetempresas, como será 2018, caberá aos dirigentes partidários direcionar o dinheiro das campanhas.
A regra do jogo nas prévias
Além da convenção partidária, quase todos os tucanos concordam com a necessidadefree 500 novibetrealizar prévias para definir o candidato presidencial.
Não há (ainda) uma datafree 500 novibetconsenso para a consulta no PSDB. Pode serfree 500 novibetdezembro, como quer Geraldo Alckmin, oufree 500 novibetfevereiro ou março, como desejam os mais simpáticos à candidaturafree 500 novibetDoria.
Há uma propostafree 500 novibetdiscussão para o formato das prévias. Foi formulada pelo deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), próximo a Aécio Neves e um dos tucanos que mais entendefree 500 novibettemas como reforma política e sistemas eleitorais.
Pestana propõe limitar a cercafree 500 novibetseis mil pessoas o grupo que terá direito a votar nas prévias. No plano, apenas os membros do Diretório Nacional, deputados estaduais e federais, senadores, governadores, prefeitos, vereadores, membrosfree 500 novibetdiretórios estaduais e os presidentes dos diretórios municipais participariam do pleito.
Nas atuais condições, o grupofree 500 novibetAécio Neves levaria vantagem neste desenho. Se todos os filiados ao PSDB puderem votar, Alckmin tenderia a largar na frente, já que 21% dos filiados do PSDB estãofree 500 novibetSão Paulo. São 306 mil tucanos no Estado governado por Alckmin. Em Minas Gerais, são 155 mil.
Ainda não está claro quem o grupofree 500 novibetAécio defenderá como candidatofree 500 novibet2018.
A justificativafree 500 novibetPestana é criar um colegiado "sem questionamentos acercafree 500 novibetsua consistência e legitimidade". O deputado pretende ainda que haja ao menos um "grande debate na TV aberta oufree 500 novibetum grande site da internet" antes da votação,free 500 novibetum formato semelhante ao adotado pelos partidos americanos durante as prévias.
Outro aecista revela a preocupaçãofree 500 novibetque as prévias pudessem ser influenciadas por filiaçõesfree 500 novibetmassa,free 500 novibetpessoas sem ligação com o partido. O tucano lembra que isto chegou a ocorrerfree 500 novibetalguma medida no PT, no períodofree 500 novibetque o partido adotou o chamado PED (Processofree 500 novibetEleição Direta).

Crédito, Alexandre Carvalho / Governo do Estadofree 500 novibetSP
Consensofree 500 novibetgestação?
Alémfree 500 novibetTasso Jereissati, outro candidatofree 500 novibetpotencial à presidência do PSDB é o governadorfree 500 novibetGoiás, Marconi Perillo. Ele é ligado a Aécio Neves. Mas Perillo ventila nas internas que não toparia se candidatar se tiverfree 500 novibetenfrentar uma disputa. Só aceitaria a missão se fosse aclamado, por unanimidade. Cenário pouco provável.
Dessa forma, alguns dirigentes tucanos defendem que se chegue a um consensofree 500 novibettornofree 500 novibetquem dirigirá o partido efree 500 novibetquem será o candidatofree 500 novibet2018.
"O futuro nos unifica, e o presente nos divide. O PSDB é um partido essencial para a reconstrução do centrofree 500 novibetgravidade política do Brasil. E nós temos deixado um vácuo. O crescimentofree 500 novibetLula e Bolsonaro é prova disso", diz Marcus Pestana.
"Essa fasefree 500 novibet'controvérsias' está, a meu sentir, sendo superada. Somos pessoas do bem e nos respeitamos uns aos outros. Existe um respeito muito grande entre nós. Acho que caminhamos para essa unidade a partirfree 500 novibetagora", diz o vice-presidente nacional do partido, o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Apesar dos discursos apaziguadores, as movimentações sugerem que as palavras são vazias e que haverá disputa no fim do ano. "Você está vendo algum 'Lula' aqui para indicar um 'poste' e passar por cimafree 500 novibettodo mundo? Isso aqui é o PSDB. É claro que haverá disputa, o que não é necessariamente ruim", resume uma assessora do partido.








